Decidindo com sabedoria



Fernanda Luongo

É muito comum nos pegarmos indecisos quando temos que tomar grandes decisões, principalmente, quando estas decisões podem mudar radicalmente o rumo de nossas vidas e, muitas vezes, da vida de outras pessoas.

Na verdade, estamos escolhendo a todo instante. Fazemos pequenas escolhas desde a hora que nos levantamos até o momento de nos deitarmos. Porém, como já nos habituamos a essas pequeninas escolhas, elas nos parecem sem importância e somente aquelas que têm o poder de abalar as nossas estruturas é que se tornam "importantes escolhas".

Devo me mudar de casa? Devo ir morar sozinho? Devo me separar? Devo me comprometer com esse serviço ou com essa pessoa? Devo aceitar essa proposta de emprego? Devo me submeter a isso? Devo sacrificar minha vida pessoal em prol da vida profissional? Devo fazer essa viagem? Devo enfrentar essa pessoa, situação ou condição ou devo deixar pra lá? Devo seguir minha mente ou coração? Devo fazer o que esperam que eu faça ou devo fazer aquilo que acredito mesmo que me critiquem? 

Esses são alguns exemplos de escolhas que podem modificar o rumo de nossas vidas. Mudar de casa, de emprego, de cidade, país, priorizar certas coisas e sacrificar outras e romper ou formar relações pode resultar numa mudança gigantesca que não só nos afetará, mas também afetará aqueles que estiverem direta ou indiretamente envolvidos conosco e com a questão em si.

Então, o que fazer quando uma situação dessas se apresentar? Como saber qual é a melhor opção? Como decidir? O que escolher?

Deepak Chopra nos fornece uma ótima sugestão. Em uma de suas publicações ele aponta para a escuta do corpo. Isso mesmo, nosso corpo é sábio e ele pode fornecer valiosas pistas em momentos de indecisão. 

Segundo ele, você deve visualizar as duas alternativas, uma de cada vez, e prestar atenção na reação de corpo quando estiver num e noutro contexto. Exemplo: Você pensa na escolha A, visualiza a si mesmo no contexto da escolha e percebe como seu corpo se sente ali. Depois você faz o mesmo com a escolha B. Seu corpo se sente confortável, relaxado, ou tenso e desconfortável? Você se sente alegre, feliz, livre e realizado ou se sente triste, infeliz, preso e fracassado? Segundo Chopra, aquela opção que deixa uma sensação de bem-estar, relaxamento e alegria em nosso corpo é a melhor opção.

Essa é uma maneira.

Outra maneira é fazer uma ligação sincera entre razão e emoção. Acessar esses dois níveis de consciência e fazer um balaço de suas descobertas.

Primeiro, você faz uma projeção (mental) para analisar se aquela escolha vai levá-lo aonde você pretende chegar, se os esforços valerão a pena, e se você tem o que necessita para lidar com as consequências que advirão dessa decisão. 

Depois, você pode usar da fórmula de Chopra para perceber as sensações que se apresentam no momento em que você se visualiza naquele contexto. Essa escolha o faz feliz? Essa escolha o coloca num estado de felicidade, comprometimento e segurança?

Escolha após ouvir os conselhos de sua mente racional e de seu corpo emocional. Anote todos os prós e contras e tente fazer de um jeito que os dois (mente e coração) saiam ganhando.

Outro fator que acho importante colocar na balança é a repercussão de suas decisões: 

Essa escolha afetará positivamente as pessoas que o cercam? Vai ser bom para elas que você decida por...? Sairão (essas pessoas) prejudicadas ou lesadas de alguma maneira se você optar por...?

Depois de sondar sua mente, coração e o possível impacto positivo ou negativo na vida de outras pessoas, creio que seja a hora de agir. Mas, aí não restará mais dúvida.

Quando decidimos com convicção, quando escolhemos com inteireza, depois de verificarmos nossos reais motivos e possíveis resultados, temos muito mais chances de não nos arrependermos dessas escolhas.

Agora quando decidimos por impulso, por motivações egoístas, puramente racionais ou emocionais, sem o devido equilíbrio e tempo de dedicação, estamos cavando a cova do arrependimento e certamente colheremos resultados negativos e semearemos dificuldades àqueles que forem afetados por essas nossas más escolhas.

Dedique o tempo necessário para refletir sobre uma escolha importante. Não trate como algo banal. Escute sua mente. Anote suas colocações. Escute seu coração. Anote suas colocações. Escute as pessoas que serão afetadas por essa decisão. Anote suas colocações. E obtenha o resultado a partir dessa análise. Isso trará benefícios a você e as outras pessoas? Isso te fará feliz? Valerá a pena o esforço e a dedicação? Valerá a pena o sofrimento e a dificuldade? Você está agindo de forma egoísta ou está levando em conta o bem-estar de todos (incluindo o seu)?

Decida com sabedoria e abrace com coragem as transformações. Uma decisão sábia jamais é lamentada.



Fernanda Luongo   

Escritora, autora de três obras literárias já publicadas no país, terapeuta holística, registrada no Conselho Nacional de Terapia Holística 



Postado no site Somos Todos Um



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