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Entre o 1% mais rico do planeta, exploração e trabalho escravo
Pesquisa Oxfam dá números e dimensão da desigualdade e da concentração de renda no mundo | Foto: Ministério do Trabalho
Felipe Rousselet
Do SPBancarios
Um estudo da organização não governamental Oxfam, divulgado na segunda-feira 18, dois dias antes do início do Fórum Econômico Mundial de Davos, revelou que a riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes em 2015.
Somente as 62 pessoas mais ricas do mundo detêm tanto capital quanto a metade mais pobre da população mundial.
Neste grupo, estão incluídos banqueiros, donos de empresas conhecidas pela exploração abusiva de mão de obra e empresários que fizeram fortuna com a exploração de recursos naturais finitos.
Os Koch e os Walton
Entre os 62 mais ricos, duas famílias têm especial destaque: os Koch e os Walton. A primeira é representada na lista pelos irmãos David (US$ 72,9 bilhões) e Charles (US$ 42,9 bilhões), respectivamente terceiro e sétimo colocados no ranking.
Sócios, são conhecidos por financiarem institutos conservadores e organizações liberais em todo o mundo.
Em março de 2015, a revista Carta Capital abordou uma possível conexão entre o Movimento Brasil Livre (MBL), que defende o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, e a organização Students for Liberty, financiada pelos Koch.
Entusiastas do “Estado mínimo”, os Koch possuem refinarias em vários estados dos EUA, seis mil quilômetros de oleodutos, madeireiras, indústrias de papel e celulose e a Invista, ex-divisão de fibras têxteis da DuPont, dona das marcas Lycra e Cordura. Proprietários de diversas empresas que exploram recursos naturais finitos, naturalmente os irmãos refutam qualquer estudo que indique a influência da humanidade no aquecimento global.
O patriarca, Fred Chase Koch, que faleceu em 1967, era um admirador de Benito Mussolini e foi um dos fundadores da organização ultradireitista John Birch Society, que combateu duramente a lei dos direitos civis nos EUA, instituída pelo presidente Lyndon Johnson nos anos 1960.
Já os Walton, família fundadora da maior rede de varejo do mundo, o Walmart, conta com quatro representantes entre os 62 mais ricos do mundo: Christy Walton (8º – US$ 41,7 bilhões), Jim Walton (9º – US$ 40,6 bilhões), Alice Walton (11º – US$ 39,4 bilhões) e Samuel Robson Walton (12º – US$ 39,1 bilhões).
Enquanto o clã Walton está no “topo do mundo”, os funcionários do WalMart não possuem sequer condições de trabalho dignas.
Em outubro de 2013, a rede varejista foi condenada a pagar R$ 22,3 milhões em indenização por danos morais coletivos aos seus trabalhadores no Brasil, a maior penalidade do tipo imposta a uma empresa até então no país.
Na denúncia, funcionários relataram humilhações, xingamentos constantes, preconceito racial e a imposição de cantar hinos motivacionais e dançar nas reuniões. A rede limitaria até mesmo as saídas ao banheiro.
Zara
A quinta posição da lista dos mais ricos do mundo pertence ao empresário espanhol Amancio Ortega, fundador e proprietário da Zara, empresa têxtil com lojas de varejo espalhadas por diversos países.
A marca é conhecida por estabelecer relações comerciais com fornecedores que submetem funcionários a péssimas condições de trabalho.
Em maio de 2014, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Trabalho Escravo, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), representantes da Zara admitiram pela primeira vez que havia trabalho escravo em sua cadeia de produção de roupas e acessórios.
Safra e Leman
O Brasil, terceiro país onde os bancos mais lucram com juros no mundo, não por coincidência tem como um dos representantes na lista dos 62 mais ricos um banqueiro, Joseph Safra (52º – US$ 17,3 bilhões).
O empresário libanês, naturalizado brasileiro, é cofundador do banco Safra. Desde o século XIX, a família Safra é constituída por banqueiros, todos judeus halabim, uma das mais tradicionais classes mercantis do Oriente Médio.
Na frente de Joseph, na 26ª posição na lista, aparece o compatriota Jorge Paulo Lemann, dono da maior cervejaria do mundo, a AB InBev.
Com fama internacional de empresário ousado e hábil “cortador de custos”, Lemann também tem um passado no mercado financeiro brasileiro. Nos anos 1970, fundou o banco de investimentos Garantia, adquirido pelo Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) em 1998.
Postado no Sul21 em 23/01/2016
Nota
Por tudo que está descrito acima, e muito mais, que nem gostaríamos de imaginar, devemos procurar saber para quais marcas estamos dando nosso dinheiro, quando compramos qualquer objeto, alimento ou serviço.
O boicote é nossa arma contra o capitalismo selvagem
e seus crimes contra a Humanidade.
( Rosa Maria )
Chineses protestam contra condições de trabalho na Foxconn em frente a revendedora da Apple
Abaixo a Ellus, abaixo o trabalho escravo, abaixo os vira-latas das passarelas e da "moda" atrasada !
Marcelo Rubens Paiva escreveu um excelente texto denúncia sobre este acinte agressivo da Ellus, cujo desfile teve inspiração militar (saudades dos tempos da ditadura militar, Ellus?)
Uma empresa denunciada na Justiça pelo uso de trabalho escravo resolveu ‘protestar’ em suas camisetas ao preço de 100,00 vendidas para consumidores com complexo de colonizado desfilarem desinformação autodepreciativa pelos mundinhos fashion que essa gente frequenta.
Será que todo consumidor com complexo de vira-latas sabe que está usando uma camiseta pela qual desembolsou 100 reais foi produzida por trabalho análogo à escravidão?
O que exatamente esta gente superficial, consumista e exibicionista faz para o bem do país?
Onde será que estarão Cauã Reymond, os gerentes da Ellus e os coxinhas da moda durante a copa? Trabalhando para melhorar o Brasil ou em suas festinhas vips depois de cada jogo?
Vamos entrar na onda do #protestoEllus: exigimos celeridade da Justiça para julgar a Ellus pela denúncia feita pela procuradora Carolina Vieira Mercante em 2012, que instaurou um inquérito civil e convocou representantes da Etiqueta Ellus através da portaria 1083/2012. O Processo corre na 2ª Região do Ministério de Trabalho, vamos acompanhar e pressionar a Justiça.
Vamos exigir que a Ellus vá para um país adiantado e deixe de explorar os trabalhadores brasileiros. Que os coxinhas vira-latas importem suas camisetas sem noção.
Vamos exigir que os Cauãs Raimundos, os Ronaldos da vida não apareçam nos estádios durante a Copa, afinal o ‘Brasil atrasado’ está sediando o campeonato.
Vamos exigir que esta gente exibicionista passe a ler mais e falar menos bobagem seja pela boca, seja pelos seus corpos sarados de mentes vazias.
Postado no blog Maria Frô em 25/05/2014
A escravidão moderna que fingimos não ver
Projeto fotográfico tocante registra a escravidão moderna que fingimos não ver. (Todas as fotos por Lisa Kristine)
Facilmente caímos na tentação de pensar que a nossa liberdade e direitos são coisa garantida, esquecendo que há pessoas para quem isso não passa de um sonho. Lisa Kristine pôs o dedo na ferida de forma extraordinária: documentando a escravidão moderna, aquela que fingimos não saber que existe.
A ativista está há 28 anos retratando culturas indígenas ao redor do mundo, mas foi em 2009 que ‘acordou’ para o problema da escravidão dos nossos dias. A estimativa de que existem mais de 27 milhões de pessoas escravizadas e a sua falta de conhecimento sobre o tema a envergonhavam.
Assim começou sua jornada, que acabou em Modern Day Slavery, uma série cativante e ao mesmo tempo dolorosa. Seja um mineiro no Congo ou um trabalhador de olaria no Nepal, a escravidão existe e tem rostos. Lisa foi conhecê-los.
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Símbolo dos EUA no banco dos réus
Os Estados Unidos têm dois símbolos que remetem ao chamado american way of life: McDonald`s e a Coca-Cola, esta conhecida também como “acqua nera del imperialismo”.
Volta e meia, os dois símbolos têm sido questionados criminalmente em várias partes do mundo por violarem direitos trabalhistas.
É o caso aqui no Brasil, do MCDonald, que está sendo investigado pela Polícia Federal.
A acusação é a de que uma funcionária não recebeu salário durante oito meses, ou seja, uma brasileira foi submetida à condição análoga de trabalho escravo. O fato, praticamente desconhecido da população brasileira, é de responsabilidade da Arcos Dourado, a maior franqueadora do McDonald.
A Polícia Federal, que investiga a denúncia desde outubro do ano passado, ainda não concluiu o trabalho ou se concluiu não divulgou o resultado.
A alegação para o silêncio é a de que o inquérito corre em segredo de Justiça. Dois meses depois da abertura do inquérito, um delegado da Polícia Federal de nome Oscar Kouti pediu mais tempo para investigar o caso e alegou então que “há indícios suficientes da prática do crime de redução à condição análoga a de escravo” por parte da empresa de fast food.
É importante que os brasileiros sejam informados sobre este caso e de outros que correm na Justiça do Trabalho contra o McDonald, porque a empresa em sua propaganda (enganosa) se apresenta como defensora de muita coisa e tem como alvo principal as crianças.
Uma vez por ano, o McDonald faz até campanha de ajuda a pessoas doentes de câncer, quando se sabe que os seus produtos são responsáveis por uma série de doenças, coronarianas e até mesmo o próprio câncer.
A Justiça do Trabalho, depois de marchas e contramarchas deu ganho de causa a funcionários que entraram com ações trabalhistas, porque a empresa de fast food proibia que eles trouxessem de casa refeições, obrigando-os a ingerir apenas os seus produtos.
Postado no site Direto da Redação em 21/05/2013
Brasil uma história inconveniente BBC 2000
Portugal, Brasil e diversas nações africanas foram responsáveis pela maior emigração forçada da história da humanidade.
A escravidão no Brasil em fotos reais inéditas
Escravidão brasileira retratada em fotos inéditas de um período vergonhoso,violento e esquecido de nossa história. Fotos do Instituo Moreira Salles.
Empresas requintadas com sistemas medievais de exploração
Escravos da modernidade
Na semana passada, a imprensa veiculou a notícia de que uma construtora servia-se de trabalho escravo.
A obra não era uma hidrelétrica na região Norte ou em algum lugar de difícil acesso, onde sempre é mais complicado descobrir o que se passa. Na verdade, a obra encontrava-se quase na esquina com a avenida Paulista.
Trata-se da reforma de um dos mais conhecidos hospitais da capital paulista, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ironicamente, a empresa responsável pela obra chama-se "Racional" Engenharia.
Como não podia deixar de ser, a empresa afirmou que os trabalhadores respondiam a uma empresa terceirizada e que os dirigentes desconheciam realidade tão irracional. Este foi o mesmo argumento que a rede espanhola de roupas Zara utilizou quando foi flagrada servindo-se de mão de obra escrava boliviana empregada em oficinas terceirizadas no Bom Retiro.
É muito interessante como empresas que gastam fortunas em publicidade e propaganda institucional são tão pouco cuidadosas no que diz respeito às condições aviltantes de trabalho das quais se beneficiam por meio do truque tosco da terceirização. Quando se contrata uma empresa terceirizada, não é, de fato, complicado averiguar as reais condições a que trabalhadores estão submetidos, se seus turnos são respeitados e se seus alojamentos são decentes.
Há de se perguntar se tal desenvoltura não é resultado da crença de que ninguém nunca perceberá o curto-circuito entre imagens institucionais modernas, requintadas, "racionais", e sistemas medievais de exploração.
No fundo, essa parece ser mais uma faceta de um velho automatismo brasileiro de repetição: discursos cada vez mais elaborados e modernos, práticas cada vez mais arcaicas. Afinal, tal precariedade foi feita em nome de novas práticas trabalhistas, mais flexíveis e adaptadas aos tempos redentores que, enfim, chegaram.
Não mais a rigidez do emprego e do controle dos sindicatos, mas a leveza do paraíso da terceirização, onde todos serão, em um horizonte próximo, empresas. Cada trabalhador, um empresário de si mesmo.
Que essa flexibilidade tenha aberto as portas para uma vulnerabilidade que remete trabalhadores à pura e simples escravidão, isto não retiraria em nada o brilho da ideia. Pois apenas os que temem o risco e a inovação poderiam querer ainda as velhas práticas trabalhistas. Pena que o novo tenha uma cara tão velha.
Pena também que, como os gregos mostrem a cada dia, quem paga o verdadeiro preço do risco sejam, como dizia o velho Marx, os que já perderam tudo.
Artigo do professor Vladimir Safatle, da Filosofia da USP. Publicado na Folha, no último dia 14/2.
Postado no Blog Diário Gauche em 23/02/2012
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