O Atlanta peroni, por exemplo, é um pequeno gastrópode (moluscos que, na maior parte dos casos, como neste, possuem uma concha) transparente descoberto no ano 2006. Vive nos bancos de plancton, nas profundezas dos mares tropicais. A minúscula concha transparente, com diâmetro de cerca 8 mm, possui lampejos coloridos que vão do rosa ao azul. O molusco que nela habita se move abrindo e fechando as “asas”, como uma borboleta.
O peixe-escorpião (Taenianotus triacanthus) é um pequeno peixe que vive nas proximidades de barreiras coralinas na zona indo-pacífica. Com apenas 10 centímetros de comprimento, é um caçador formidável, que raramente deixa escapar suas presas. Na fase larval, é completamente transparente podendo assim mimetizar-se e escapar aos predadores. Com o tempo assume uma coloração variável do verde ao azul, mas mesmo quando ele está na fase adulta conserva a sua pele translúcida. Periodicamente esse peixe a troca, saindo para fora dela como quem descalça uma meia.
O calamar-de-vidro pertence à família dos Cranchiidae, a mesma do calamar-gigante. Vive nas águas de profundidade média de todos os mares do mundo, mas é praticamente invisível – graças ao seu manto natural de invisibilidade. Com comprimento entre 4 e 10 centímetros, como todos os calamares ele tem 8 “braços” e 2 tentáculos mais longos e mais robustos, adaptados para a caça. É também chamado de “calamar-escafandrista” porque regula a profundidade de flutuação enchendo e esvaziando de água uma cavidade que se encontra na parte anterior do manto.
Peixe-de-gelo, é um dos peixes mais difusos nos mares da Antártica, nos quais a riqueza em oxigênio das águas compensa a escassez de hemoglobina no seu sangue. Ele se adapta a temperaturas muito rígidos, de até 2 graus centígrados negativos, graças a uma proteína que funciona como anticongelante para o sangue e demais fluidos corpóreos. O sangue do peixe-de-gelo é muito pobre de hemoglobina (a proteína que transporta as moléculas de oxigênio e dá ao sangue a sua cor vermelha característica): ele contem apenas 1% de hemoglobina, contra os 45% em médias dos outros animais, e por esse motivo os seus vasos sanguíneos parecem quase inteiramente invisíveis e incolores.
O cinto-de-Vênus (Cestum veneris) é um invertebrado marinho realmente singular: de aspecto gelatinoso, similar ao corpo das medusas, ele tem a forma de uma fita e o seu comprimento pode superar 1,5 metro. Captura as presas graças a células adesivas chamadas coloblastos, situadas nas proximidades da boca, no centro do corpo. Este, transparente, faz com que seja muito difícil se ver um desses animais. Apesar disso, ele é bastante comum, inclusive no Mediterrâneo. À noite o cinto-deVênus pode aparecer luminescente.
A borboleta-de-vidro (Greta oto) é um inseto típico das florestas tropicais da América do Sul. Suas asas cristalinas texturas escuras e o corpo fino e afunilado constituem uma eficaz resposta evolutiva à necessidade de mimetizar-se para escapar aos predadores nos ambientes obscuros dos bosques. Com efeito, individuar um desses exemplares no seu meio natural não é nada fácil, pelo menos para os seus predadores naturais. Infelizmente, esses mesmos mecanismos não são tão eficientes contra os seus predadores humanos: os colecionadores de borboletas.
A medusa-trevo (Aurelia Aurita) é uma das medusas mais conhecidas e difusas: pode ser encontrada em todos os mares, sobretudo os do hemisfério norte, independente da latitude e da temperatura da água. O “guarda-chuva” de forma perfeitamente esférica e as quatro gônadas a tornam imediatamente reconhecível. Captura o zooplancton e os pequenos crustáceos dos quais se alimenta graças aos tentáculos urticantes que possui. Na Índia e no Japão é considerada uma delícia culinária e comumente servida à mesa.
O camarão-luminoso. A transparência é o mecanismo de defesa também do Cystoma Sp, um pequeno camarão que vive nas águas do Golfo do México. Para escapar aos seus inimigos ele evoluiu no sentido da total transparência, estômago incluso. O sistema no entanto para de funcionar quando o animal se aproxima da superfície: basta um raio de luz para que ele fique todo iluminado e salte à vista do observador.
O piolho-do-mar. Esse minúsculo animalzinho é o terror dos aquariofilistas e dos criadores de peixes: com apenas 2 a 3 milímetros, trata-se de um parasita que em pouquíssimo tempo pode colonizar milhares de peixes. Seu nome científico é Caligus Sp, e ele é perfeitamente transparente. Tem bem visíveis apenas os olhos, localizados na cabeça e, nas fêmeas, as sacas contendo as ovas.
E aqui está uma galeria de criaturas do gênero. Algumas delas são tão transparentes que parecem não ser reais: