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Chico Buarque e Hildegard Angel lembram Zuzu Angel e a ditadura militar



 


Postado em TV 247 em 10/06/2021



Chico Buarque e Hildegard Angel lembram Zuzu Angel e a ditadura militar



 


Postado em TV 247 em 10/06/2021



Um pouco deste grande compositor brasileiro Aldir Blanc


Aldir Blanc - LETRAS.MUS.BR















Um pouco deste grande compositor brasileiro Aldir Blanc


Aldir Blanc - LETRAS.MUS.BR















“ Ganhei eu ”, diz jornalista português sobre o Prêmio Camões de Chico Buarque





Pedro Tadeu, DN

Quando recebi no celular o alerta “Chico Buarque ganha o Prémio Camões” senti-me no direito de comemorar uma vitória: “ ganhei eu, caramba, ganhei eu ! “. Fui ler a notícia. Os seis membros do júri explicavam a razão desta atribuição do galardão literário pela “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa“.

E o que é que este português, de 55 anos, que escreve estas linhas, aprendeu com Chico Buarque?

Aos cinco anos de idade o meu corpo saltitava sempre que no rádio grande do meu pai tocava “A Banda“, a música que, quando passava, diz o verso final do refrão, ia “cantando coisas de amor“. Chico Buarque impulsionou-me a dança.


Aos 10 anos de idade percebi como um indivíduo sozinho nada pode contra o cerco violento da indiferença. Bastou-me ouvir a história circular do operário de “Construção“, que “morreu na contramão atrapalhando o sábado“. Chico Buarque ensinou-me a identificar a injustiça social.


Aos 11 anos de idade percebi a inutilidade da divindade quando o coro masculino MPB4 repetia, em Partido Alto, “Diz que Deus dará/ Não vou duvidar, ô nega/E se Deus não dá?/Como é que vai ficar, ô nega?“. Chico Buarque deu-me razões para ser ateu.


Aos 12 anos de idade intui, com os versos de Fado Tropical, como a brutalidade da colonização sangrou a pele dos povos e como as cicatrizes prevalecentes demoram séculos a fechar: “E o rio Amazonas/Que corre Trás-os-montes/E numa pororoca/Desagua no Tejo/Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal/Ainda vai tornar-se um Império Colonial“. Chico Buarque ofereceu-me uma identidade, um medo e uma esperança na Lusofonia.


Aos 13 anos de idade percebi, pela letra do pseudônimo Julinho da Adelaide (um autor inventado, usado para ludibriar a censura da ditadura brasileira, que até falsas entrevistas deu aos jornais…), que confiar na polícia pode ser perigoso, como constata Acorda Amor: “Tem gente já no vão de escada/Fazendo confusão, que aflição/São os homens/E eu aqui parado de pijama/Eu não gosto de passar vexame/Chame, chame, chame, chame o ladrão, chame o ladrão“. Com Chico Buarque descobri que, às vezes, está tudo certo se se ficar do lado errado.


Aos 14 anos de idade conspirei o sentido da canção O Que Será (À Flor da Pele): “Será, que será?/O que não tem decência nem nunca terá/O que não tem censura nem nunca terá/O que não faz sentido…” Chico Buarque revelou-me o secreto significado da palavra “liberdade“.


Aos 15 anos de idade compreendi, ao ouvir Mulheres de Atenas, que a minha mãe, a minha irmã e a minha namorada viviam num mundo pior do que o meu: “Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas/Geram pro seus maridos os novos filhos de Atenas/Elas não têm gosto ou vontade/Nem defeito nem qualidade/Têm medo apenas“. Chico Buarque justificou-me o feminismo.


Aos 16 anos de idade espantei-me com o atrevimento de O Meu Amor. “Eu sou sua menina, viu?/E ele é o meu rapaz/Meu corpo é testemunha/Do bem que ele me faz“. Chico Buarque fez-me entender como o sexo pode, ou não, fazer um par com a palavra afeto.


Aos 17 anos comovi-me com Geni e o Zepelim, a prostituta que salva a cidade mas que a cidade despreza: “Joga pedra na Geni!/Joga bosta na Geni!/Ela é feita pra apanhar!/Ela é boa de cuspir!/Ela dá pra qualquer um/Maldita Geni!”. Chico Buarque confrontou-me com a dignidade dos indignos.


Aos 18 anos de idade a história de O Malandro exemplificou-me como é sempre o mexilhão que se lixa: um tipo que foge de um tasco sem pagar a cachaça que bebeu provoca uma crise mundial. Mas, no final das crises, há sempre um bode expiatório: “O garçom vê/Um malandro/Sai gritando/Pega ladrão/E o malandro/Autuado/É julgado e condenado culpado/Pela situação“. Chico Buarque antecipou-me a globalização e fez de mim um comunista.


Aqueles anos foram os tempos do meu caminho até à chegada à idade adulta, uma época anterior aos romances que Chico Buarque escreveu e que completam, com a verdadeira poesia de muitas das suas canções, um currículo mais do que suficiente para a atribuição do mais importante prêmio literário em Língua Portuguesa. 

Aqueles anos foram os tempos que moldaram o meu carácter. 

Aqueles foram os tempos que moldaram o carácter de tantos outros e de tantas outras que, como eu, cresceram a ouvir estas canções mas que entenderam nelas tantas coisas que eu não entendi, que compreenderam nelas tantas coisas que eu não percebi, que tiraram conclusões destes textos muito diferentes das que eu tirei. 

Mas, tenho a certeza, apesar de pensarem e sentirem de maneiras tão diferentes da minha, ontem, milhões de vós, ao saberem da notícia do Prémio Camões atribuído a Chico Buarque, tiveram o mesmo impulso que eu e comemoram: “ganhei eu, caramba, ganhei eu !”. 






" Apesar de Você " : não devemos brincar com a nossa LIBERDADE !


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Chico Buarque, autor de Apesar de Você, de camisa escura, em manifestação contra a Ditadura Militar. Foto de antes do exílio na Itália. 
















A censura da ditadura voltou : Temer reprime o Fora Temer e revolta intelectuais


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Como na ditadura militar, a segurança dos Jogos Olímpicos decidiu retirar dos estádios e até prender pessoas que se manifestavam pacificamente em defesa da democracia e contra o interino Michel Temer; em Belo Horizonte, manifestantes que usavam camisa com as letras do Fora Temer foram retirados do Mineirão; o mesmo aconteceu com uma pessoa que supostamente teria gritado Fora Temer na final do tiro; truculência gerou protestos dos jornalistas Gleen Greenwald, Carlos Lindenberg, Hildegard Angel e do escritor Pablo Villaça; "É urgente mobilizar a OAB", disse Lindenberg.


247 – O interino Michel Temer, alvo de uma vaia de 105 decibéis na noite de ontem (leia aqui), decidiu reprimir o movimento Fora Temer, que se alastra por vários eventos da Rio 2016.

Hoje, a segurança dos jogos retirou à força um senhor que supostamente teria gritado Fora Temer na final do tiro e manifestantes que vestiam camisas com os dizeres Fora Temer, em Belo Horizonte.

De acordo com uma pesquisa Vox Populi, 79% dos brasileiros defendem a saída de Temer e apenas 17% querem que ele fique até 2018 (leia mais aqui). Além disso, o interino foi citado na delação de Marcelo Odebrecht, por ter pedido, em pleno Palácio do Jaburu, uma doação à empreiteira, que teria se transformado num caixa dois de R$ 10 milhões para o PMDB (leia aqui).

A repressão aos manifestantes revoltou jornalistas e intelectuais. Eis alguns comentários:

Hildegard Angel, jornalista 

Final de tiro com arco AGORA no Sambódromo: sujeito tranquilo, com a família, preso por carregar cartaz FORA TEMER - google.com.br/webhp?sourceid…

Carlos Lindenberg, jornalista

Só vi isso na ditadura dos generais. É urgente mobilizar a OAB contra a truculência policial. Um absurdo. twitter.com/hilde_angel/st…

Pablo Villaça, escritor

"É ressalvado o direito constitucional ao livre exercício de manifestação e à plena liberdade de expressão em defesa da dignidade da pessoa"

Glenn Greenwald, jornalista

Many reports of people carrying "Fora Temer" (Temer Out) signs being forcibly removed from Olympics or even detained

Abaixo, vídeo do Mídia Ninja sobre o episódio no Mineirão

Agora, no Mineirão, manifestantes vestidos com camisas que tinham letras que formava a frase "FORA TEMER" foram expulsos do Estádio em que ocorria o jogo França X EUA, no futebol feminino. ‪#‎DitaduraTemer‬‪#‎OcupaOlimpíada‬

Assista o vídeo de Gabriela Cunha publicado por Mídia Ninja:





Abaixo, vídeo sobre o episódio na final do tiro:

No Brasil de Temer liberdade de expressão e manifestação é proibida! Manifestante é preso por carregar cartaz ‪#‎ForaTemer‬, agora, na final de "Tiro com Arco" no Sambódromo.

Medalha de ouro da modalidade REPRESSÃO para o governo interino!

#ForaTemer

Vídeo: Pedro Freire para o Mídia Ninja:











Chico Buarque proíbe peça de ator que ofendeu Dilma e os negros



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O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda retirou, neste domingo, a autorização para que o ator Cláudio Botelho continuasse a apresentar um musical feito a partir de suas canções; na noite de ontem, em Belo Horizonte, Botelho atacou a presidente Dilma Rousseff no meio da peça e foi interrompido pela plateia, que passou a gritar "não vai ter golpe"; em seguida, Botelho disse que "um ator não pode ser peitado por um negro"; antes, nas redes sociais, Botelho já havia pregado a morte dos parlamentares Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ); como os direitos autorais são de Chico, o musical terminou ontem em Belo Horizonte


247 O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda retirou, neste domingo, a autorização para que o ator Cláudio Botelho continuasse a apresentar um musical feito a partir de suas canções.
Na noite de ontem, em Belo Horizonte, Botelho atacou a presidente Dilma Rousseff no meio da peça e foi interrompido pela plateia, que passou a gritar "não vai ter golpe".
Em seguida, Botelho disse que "um ator não pode ser peitado por um negro". Antes, nas redes sociais, ele já havia pregado a morte dos parlamentares Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Como os direitos autorais são de Chico, o musical terminou ontem em Belo Horizonte.
"Nunca senti medo de me expressar. E se o Chico não vai dar mais autorização para remontarmos o espetáculo, paciência. Lamento muito porque sou apaixonado por ele, admiro o trabalho dele, e sempre o considerei um defensor da liberdade, acima de qualquer orientação política", disse ele.
Leia, abaixo, reportagem anterior do 247 sobre o caso:
Minas 247 - Uma confusão marcou a apresentação do espetáculo "Todos os Musicais de Chico Buarque", no teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte, nesse sábado, 19.
Durante a peça, o diretor e ator Claudio Botelho protagonizou uma sequência de ataques à presidente Dilma Rousseff, entre outros adjetivos, chamada de "ladra" e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A plateia reagiu com gritos de "Não Vai Ter Golpe!!"
O espetáculo foi interrompido antes do fim pela plateia, que chegou a pedir o dinheiro do ingresso de volta.
Já no camarim, em áudio divulgado na internet, Cláudio Botelho aparece nervoso, desferindo xingamentos de cunho racista contra o público. "Eles são neofascistas, neonazistas, são petistas, são o que há de pior no Brasil", afirmou. "O ator quando entra em cena é um rei, não pode ser peitado por um negro filho da puta que sai da plateia. Não pode", diz Botelho em tom exaltado. 
Na conversa, Botelho é acusado de ter misturado, durante a apresentação, a obra de ficção com o momento político atual, ao atacar a presidente Dilma Rousseff
Ouça o áudio: 

Veja o vídeo divulgado pelo Mídia Ninja: