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O conselho de Aristóteles sobre como ser feliz

 

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Aristóteles não dedicou seu trabalho apenas à ciência, mas também ao estudo das virtudes humanas, como a educação, e ainda desenvolveu uma série de noções sobre como ser feliz.

Aristóteles é um dos pensadores gregos mais reconhecidos de seu tempo. Suas reflexões sobre a vida e o mundo continuam a gerar curiosidade. Nesse sentido, um dos temas que esse filósofo abordou foi a felicidade e, mais especificamente, como ser feliz. É um estilo de vida que propõe uma forma de viver que permite ao indivíduo se sentir realizado. Mas sem prejudicar os outros ou a si mesmo.

Se você estabeleceu como meta ser feliz, pode estar interessado em conhecer a visão aristotélica. Você pode aprender uma ou duas coisas que o ajudarão a progredir no caminho da autorrealização.

As 10 dicas de Aristóteles sobre como ser feliz

Na Grécia Antiga, os professores ou filósofos se preocupavam em formar o carácter dos seus alunos. Ou seja, eles não apenas ensinavam sobre ciência ou religião, mas também sobre como se tornarem bons cidadãos. Dessa forma, cada pensador teve sua maneira de conceber temas relacionados à vontade, ao amor, ao ódio, à felicidade, etc.

Normalmente, esses professores ficavam divididos entre dois extremos quando se tratava de felicidade. Alguns professavam que para ser feliz é preciso dar livre curso a todos os prazeres possíveis. Outros diziam que esse estado era alcançado convivendo apenas com o necessário e esquecendo os excessos.

Contrariamente a essa posição, Aristóteles tinha uma visão diferente sobre como ser feliz e alcançar a “eudaimonia” ou plenitude. Em sua obra Ética a Nicômaco, o filósofo explica que a felicidade é obtida através do desenvolvimento de uma série de virtudes. Em outras palavras, a plenitude vem através da atitude.

Segundo o autor, a chave é o equilíbrio, saber encontrar um ponto médio entre os extremos. Você não pode cair no hedonismo ou no prazer desenfreado, mas também não deve reprimir o desejo. A seguir, falaremos sobre as 10 virtudes que Aristóteles recomendou cultivar para ser feliz.


1. Modéstia

Para Aristóteles, a modéstia era o equilíbrio entre ter um ego inflado e o ódio por si mesmo. Uma pessoa modesta reconhece suas fraquezas, mas também é capaz de enxergar seus pontos fortes e tirar vantagem deles. Ou seja, para ser feliz é importante ter uma boa autoestima.

Wani e Dar (2017) publicaram um trabalho sobre a relação entre autoestima, otimismo e felicidade em estudantes universitários. Os resultados revelam uma forte correlação entre o grau de autoestima, felicidade e otimismo. Assim, pode-se afirmar que desenvolver uma percepção realista e gentil do próprio ser é essencial para o bem-estar.

2. Honestidade

Outra parte importante de como ser feliz é a autenticiadade. Um indivíduo completo deve sempre se expressar com a verdade, sem deixar de lado a gentileza ao se expressar. Novamente, Aristóteles define um ponto intermediário: nem mentira nem agressão.

3. Sociabilidade

Para o ser humano, o convívio é tão natural e necessário quanto comer ou dormir. Desde o momento em que nascemos precisamos de um círculo sólido de apoio social ao nosso redor.

Em um estudo, Tacca, Cuarez e Quispe (2020) avaliaram a relação entre autoestima, autoconceito e habilidades sociais em estudantes peruanos do ensino médio. Os resultados revelam que existe uma correlação positiva entre o grau de sociabilidade e a autoestima. Em resumo, ter a capacidade de criar laços sociais está associado a um maior bem-estar.

Porém, isso não significa que todos os relacionamentos que alguém mantém sejam benéficos. Sabe-se que os vínculos também podem ser prejudiciais. Nesse caso, o equilíbrio está em saber escolher com quem estabelecer vínculos e cultivá-los com empatia e gentileza.

4. Decoro

Por um lado, existem pessoas que se deixam dominar pela timidez e se abstêm de fazer qualquer coisa por medo. No outro extremo, estão os indivíduos que não têm consideração pelos outros e agem de forma insolente.

Depois, no ponto intermediário está o decoro, onde a pessoa persegue seus objetivos sem atropelar ninguém. Essa capacidade é possuída por pessoas que exigem respeito e, por sua vez, concedem-no aos outros.

5. Justiça

Quem quer saber como ser feliz precisa desenvolver um senso equilibrado de justiça. Seguindo essa linha, você não pode perder completamente o interesse pelos outros, mas também não pode esquecer de si mesmo.

Por exemplo, se a pessoa está envolvida em um crime com outra, não é justo assumir toda a culpa se houver um terceiro participante.

6. Autocontrole

As emoções são uma parte essencial da humanidade e aprender a processá-las é uma forma de alcançar a realização. Portanto, não é positivo reprimir quaisquer sentimentos, embora seja igualmente negativo que eles assumam o controle.

Para ilustrar, imagine que alguém o magoa emocionalmente. Nessa situação, é normal você ficar com raiva. Deixe a emoção aparecer. Agora, o importante é o que você faz com isso.

Nesse mesmo sentido, Cheung et al. (2014) realizaram pesquisas sobre autocontrole e felicidade. Como resultado, descobriram que altos níveis de autocontrole estão associados a maior felicidade. Os autores sugerem que haveria uma variável moduladora no meio: o foco na realização.

7. Tolerância

Existe um meio termo entre ser indulgente e intransigente: a tolerância. De acordo com Aristóteles, descobrir como perdoar ajuda. No entanto, isso não significa deixar que outros nos machuquem. Resumindo, você pode tolerar os erros dos outros sem esquecer o respeito próprio.

8. Generosidade

Se você quer aprender a ser feliz, tente encontrar o equilíbrio entre o egoísmo e o altruísmo. Para Aristóteles, essa virtude era a generosidade e consistia em ajudar os outros levando em consideração a si mesmo. Em termos simples, trata-se de ser caridoso, mas não a ponto de dar tudo sem receber nada em troca.


9. Graça

Uma personalidade feliz sabe se divertir, sabe usar o senso de humor para enfrentar a tragédia. Ao mesmo tempo, entende que há circunstâncias em que não há espaço para risos e age com seriedade. Dessa forma, a graça tem a ver com ser uma companhia agradável para os outros.

10. Força

Permitir que o medo o paralise pode se tornar um obstáculo para avançar em seu caminho para a plenitude. Porém, agir impulsivamente sem medir as consequências de seus atos não costuma trazer consequências agradáveis.

Seguindo esse fio, alguém forte em recursos poderá correr mais riscos, o que não significa que não existam certas situações que possam torná-lo vulnerável.

Para concluir, os ensinamentos de Aristóteles sobre como ser feliz são uma importante contribuição para a filosofia humana. Esse pensador mudou a perspectiva de que a felicidade era algo que poderia ser buscado, e não uma atitude. Da mesma forma, destacou a importância do equilíbrio para encontrar a realização.


Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas. Última atualização: 17 maio, 2024




7 pérolas de sabedoria que aprendi com Mario Sergio Cortella



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Isaias Costa 

Vida longa a esse mega professor ! 

Estou publicando esse texto como uma pequena homenagem ao aniversário de 65 anos do professor e filósofo Mario Sergio Cortella, nascido em 05/03/1954. Desde 2013 venho lendo diversos livros seus e ouvindo suas palestras e comentários.

Ele é um senhor admirável, não apenas pelo conhecimento enciclopédico que tem, mas acima de tudo, pelos valores humanos que construiu ao longo de sua trajetória de vida tão bonita.

Farei uma breve reflexão sobre 7 pérolas de sabedoria que aprendi com ele.


Essa frase atribuída a Benjamin Disraeli foi e continua sendo amplamente dita por ele e foi uma das primeiras que ouvi dele. De fato, precisamos compreender que a duração temporal da vida é muito pequena para a transformarmos em algo fútil e superficial. É exatamente a vida vivida sem profundidade que leva muitas pessoas a terem os famosos 5 maiores arrependimentos no leito de morte, uma pesquisa de uma enfermeira australiana chamada Brownie Ware diz que são estes: 1) Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim. 2) Eu gostaria de não ter trabalhado tão duro. 3) Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. 4) Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos. 5) Eu gostaria que eu tivesse me deixado ser feliz…


Essa ideia me impactou demais e certamente levarei para a minha vida toda. O verbo importar significa “portar para dentro”, “carregar dentro de si”, ou seja, é levar alguém no seu coração para onde for. Milhões de pessoas são importantes sem serem famosas. A fama é algo passageiro e frágil. Em questão de pouco tempo uma pessoa famosa é substituída por outra, já a importância não. Ela faz com que não sejamos nunca esquecidos pelos que nos amam.

3) Esperança Ativa

O Cortella passou cerca de 17 anos convivendo com o ilustríssimo Paulo Freire, que certamente lhe deixou um legado ético e humanitário imenso. O Freire era um senhor que jamais deixava esmorecer sua esperança. Ele dizia e o Cortella brilhantemente propaga que precisamos ter esperança do verbo “esperançar”, que é absolutamente diferente de esperança do verbo “esperar”. Espero que resolvam! Espero que consiga! Espero que melhore! Essa passividade só atrapalha nosso processo de crescimento pessoal e coletivo.

4) Humildade como pessoa e também como professor

Uma frase dele que viraliza sempre que compartilham é essa:“Uma pessoa humilde é aquela que não diminui o outro para crescer, há pessoas que são tão arrogantes que elas só conseguem se elevar se ela diminuir a outra pessoa, e há pessoas inteligentes que crescem junto com o outro”.

Eu sempre pensei dessa maneira, e ler isso com a contundência e objetividade do Cortella só me estimulam a ser cada vez mais humilde.

Também levo todos os dias para meu trabalho como professor a humildade que ele aprendeu com o mestre Paulo Freire que sempre dizia: “Quero que você me honre, me supere!”. Muitas vezes li isso e me arrepiei. É maravilhoso ter essa humildade! Quando dou aulas, olho para meus alunos com esse forte desejo de que eles se tornem pessoas muito, muito melhores do que eu. Que o meu exemplo os estimulem a superar a si mesmos um pouquinho mais a cada dia!

5) O amor não aceita tudo

Um dos conselhos sobre o amor mais objetivos e profundos que aprendi foi com ele. Nas entrevistas ele sempre comenta que as pessoas que verdadeiramente amam não aceitam tudo, quem aceita tudo está provando pelas atitudes descaso, falta de empatia, submissão, covardia etc. etc. Esta é uma pérola de sabedoria acima de tudo para os pais em relação ao ensinamento dos valores éticos e morais para os seus filhos.

Essa passagem resume o seu pensamento: “Porque eu te amo é que eu não quero que você use drogas ilegais; é porque eu te amo que eu quero que você seja decente; é porque te amo que eu não quero que você banalize a sua sexualidade livre e bonita; é porque eu te amo que eu quero que você tenha esforço na sua produção e é porque você me ama que eu quero que você, meu filho, minha filha, me adverte, também me apoia, também me corrija naquilo que eu estiver equivocado.” – Cortella

6) Cansaço e Estresse

A forma que ele utiliza para diferenciar cansaço de estresse é muito bacana. Veja!

“Levantar-se cansado, em uma segunda-feira, porque ainda não deu tempo de recuperar todas as forças é muito diferente de levantar estressado. Quando estamos cansados, queremos ficar um pouquinho mais na cama, dormir mais um bocado,. No estresse, a pessoa não quer dormir mais um pouco, ela não quer é levantar, não quer é sair da cama.

Como resolvemos a questão do cansaço? Fácil, descansando. Já o estresse demanda uma reflexão sobre o que nos está deixando infelizes naquilo que fazemos. Só se mexe com estresse mudando de rota, de objetivo.”

Com esse simples ensinamento ele mostra que muitas pessoas estão estressadas e infelizes porque não estão trabalhando naquilo que amam fazer, não estão sendo sinceras nos seus relacionamentos, estão “empurrando com a barriga”um monte de coisas!

Que tenhamos consciência para perceber ao nos sentirmos abatidos: Isso é cansaço ou é estresse?…


Outro aprendizado que levo para meu dia a dia é esse. Precisamos ser sinceros, pois a sinceridade é muito mais sábia do que a franqueza.

Sinceridade é falar a verdade com jeito, com delicadeza, com uma olhar compassivo. Franqueza é falar toda a verdade, sem o cuidado com o interlocutor. A franqueza pode fazer você ser visto muitas vezes como uma pessoa estúpida, arrogante, insensível etc. Já a sinceridade fará de você uma pessoa confiável, amiga, agradável de se conviver.

Nesses tempos belicosos no qual estamos vivendo, eu diria que é vital evitarmos a franqueza. As pessoas não suportam ouvir a verdade de forma direta e sem rodeios. Por isso, considero extremamente importante essa pérola de sabedoria.

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Com ele aprendi e continuo aprendendo muito! Nesse dia especial, desejo a esse senhor muita saúde, amor, paz, prosperidade e claro, que tenha muitos anos de vida para nos presentear com sua sabedoria…


Postado em Conti Outra



Delírios entrevista Marcia Tiburi



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5 frases geniais de Aristóteles



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Hoje vamos conhecer algumas frases geniais de Aristóteles. Sem dúvida, ele foi e é um dos filósofos mais importantes da história da civilização humana. Então, vale a pena desfrutar pequenas doses da sua sabedoria e maneira de ver o mundo.

Como pôde surgir, há 3000 anos, uma civilização que acabaria por iluminar algumas das mentes mais brilhantes da história? Falamos, sem dúvida, de pensadores como o próprio Aristóteles, mas também do seu professor e do seu antecessor, Platão e Sócrates. São curiosas as voltas de evolução e involução dos pensamento que formaram as grandes civilizações da Terra.

Aristóteles, como já dissemos, foi aluno de grandes mestres como Platão e Eudoxo. Mas, por sua vez, também foi o professor de outras personalidades célebres, como o famoso Alexandre, o Grande. Da sua filosofia surgiram frases que mesmo após mais de 2000 anos são válidas para a sociedade atual.

Frases geniais de Aristóteles

1 - “ O ignorante afirma, o sábio questiona e reflete ”

Ainda hoje ouvimos muitas pessoas ignorantes que acreditam que aquele que fala mais alto ou mostra uma maior segurança quando fala é o mais sábio. No entanto, enquanto alguns acreditam que sabem, outros duvidam, refletem e investigam.

Nós poderíamos ver esta frase como uma espécie de anúncio do método científico que seria desenvolvido mais tarde. Não afirme nada até que você tenha plena consciência de que o que está dizendo é verdadeiro. Por isso, alguns dizem que o ignorante fala pela boca de quem realmente sabe.

2 – “ Considero mais corajoso alguém que vence os seus desejos do que aquele que conquista os seus inimigos, porque a vitória mais difícil é a vitória sobre si mesmo ”

É curioso que mesmo sendo uma espécie muito espiritual, os seres humanos se conhecem tão pouco. Às vezes, parece que nos recusamos a mergulhar dentro de nós mesmos, por medo do que poderíamos encontrar. Olhamos a nossa imagem no espelho, mas dificilmente dedicamos alguns minutos para refletir sobre como realmente somos.

Todos nós temos algumas características que são difíceis de aceitar. Aceitar a si mesmo é o que Aristóteles chamou de vitória sobre si mesmo. Uma tarefa longa e complexa, mas que se transforma em uma necessidade se quisermos desfrutar essa sensação de bem-estar que equilibra o nosso interior e a imagem que projetamos para o mundo.

3 – “ Inteligência não é apenas conhecimento, mas também a capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos ”

Novamente observamos Aristóteles falando frases muito semelhantes ao que mais tarde ficou conhecido como método científico. Podemos saber muito, mas se não soubermos demonstrar e aplicar na vida cotidiana, não tem valor algum.

Essa frase de Aristóteles inclui muitas das queixas dos estudantes nas escolas atuais. Eles se perguntam para que serve o que estudam e raramente encontram um professor que lhes dê uma resposta, explicando-lhes como podem aplicar o mundo abstrato das letras e números no mundo real. Não podemos esquecer que uma explicação prática pode ser uma das maiores motivações que alguém pode ter para aprender.

4 - “ Alguns acreditam que para ter muitos amigos basta querer, como se para ser saudável desejar a saúde fosse suficiente ”

Será que esta frase de Aristóteles é uma das mais complexas? Será que desejar uma amizade não é o suficiente para tê-la? Querer ser amigo deveria ser o primeiro passo para encontrar a amizade.

Talvez o sábio grego tenha se referido à necessidade de que uma amizade sincera surja das profundezas do nosso ser. Ou seja, quase a nível espiritual, ou sem o quase. Nessa época, acreditavam com fervor na alma dos seres humanos, principalmente Aristóteles, apesar de ser um dos filósofos mais pragmáticos do mundo antigo.

5 – “ Só existe felicidade onde há virtude e esforço sério, porque a vida não é um jogo ”

Sem dúvida, esta é uma das frases de Aristóteles que detém maior significado. Sem esforço conseguimos pouco. Para os gregos, ser virtuoso é algo sério e necessário. Na verdade, eles acreditavam que só os homens mais virtuosos e justos deveriam governar o povo, por exemplo.

Sem dúvida, esta frase é muito válida até hoje. Talvez não alcancemos os nossos objetivos através do esforço, mas sem ele é praticamente impossível. Assim, uma atitude virtuosa, educada, compreensiva e empática o levará por caminhos muito mais agradáveis.

Estas frase geniais de Aristóteles certamente nos convidam a pensar. Uma oportunidade única de aprender com um grande mestre e refletir sobre as suas palavras para melhorarmos como pessoas, como sociedade e como espécie.







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Fascismo e capitalismo



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Entre outras coisas, o filósofo Alysson Leandro Mascaro faz uma análise crítica do crescimento do fascismo e quanto ele está associado ao capitalismo.

" Quando se soma um moralismo religioso, quando se põe a isto um nível de cultura muito especificamente técnico sem visão crítica, e quando se põe uma vasta exploração social, nós estamos como estamos. O capitalismo mais uma vez, não é a primeira vez - o capitalismo sempre faz isso - o capitalismo está nas portas do fascismo. "



 



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Votando em corruptos ...



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Senador corrupto Romero Jucá em manifestação pelo impeachment da Presidente Dilma



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A " massa de manobra " da mídia golpista e fascista



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A felicidade segundo Zygmunt Bauman



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O filósofo Zygmunt Bauman, morto no último dia 9 aos 91 anos, falou com Valeria Arnaldi, do jornal italiano Il Messaggero, sobre felicidade. Foi uma de suas últimas entrevistas. A tradução é do Unisinos.

Professor Bauman, o que significa hoje “felicidade”?

A declaração de independência americana proclamou, entre os direitos invioláveis do ser humano, a sua busca: um marco para a civilização ocidental. As ideias de felicidade são muitas, mas que podem ser remetidas a duas categorias. A visão mais popular é a de uma vida plena de momentos agradáveis, sem problemas e desafios. A outra nos foi mostrada por Goethe. Já idoso, ele foi perguntado se a sua vida tinha sido feliz. Ele respondeu que sim, mas que não se lembrava de uma única semana em que o tivesse sido. Isso implica que ser feliz não significa não ter dificuldades, mas superá-las.

A atualidade mudou essas visões?

Definir o que significa ser feliz é muito complexo. A própria ideia de felicidade parece conter em si o pressuposto da sua não existência no mundo. A felicidade deve ser conquistada, mas, no nosso sistema de consumidores, vendem-se promessas de promessas de algo que nos fará nos sentirmos melhor. O mercado, em teoria, deveria aspirar a satisfazer todas as necessidades.

Na prática, porém…

Satisfazer os consumidores, na realidade, é o pesadelo do mercado: envolveria não ter mais nada para vender. Os especialistas, portanto, sabem nos manter continuamente insatisfeitos. A publicidade nos promete que seremos felizes com o novo celular, por exemplo, mas ela tinha feito o mesmo para o modelo anterior e vai refazer o mesmo para o posterior. Porém, milhões de pessoas correm para comprar.

O capitalismo está condenado, portanto, à infelicidade?

A atitude do sistema encoraja a ideia de que há algo que pode resolver todos os problemas e alimenta constantemente tal convicção. Isso torna os momentos de felicidade muito curtos. O problema é que somos constrangidos a gastar o dinheiro que ainda não ganhamos para comprar coisas das quais não precisamos para impressionar pessoas que não nos importam muito. Esse é o caminho para alongar os momentos de infelicidade.

É preciso repensar o nosso modo de nos imaginarmos satisfeitos?

É preciso redescobrir o prazer de comunicar. Eu não me refiro aos tuítes, mas a conversas de verdade. Há uma grande diferença entre encontros virtuais e tradicionais. Para voltar aos acontecimentos ao estilo antigo, cada um deveria diminuir as suas próprias demandas, mas o mercado tenta levantar as expectativas e faz isso nos forçando a pensar, desde crianças, que cada momento de felicidade deve ser melhor do que o anterior. Cada instante desperdiçado é uma chance de felicidade perdida.

A sociedade líquida ainda é capaz de ser feliz?

A ideia da sociedade líquida é de que nada permanece por muito tempo. Vivemos em um mundo de constante novidade, em que envelhecemos cada vez mais rápido do que antes. Estamos em um espaço vazio. Gramsci definiu essa situação como um interregno em que as velhas regras desapareceram, e as novas não foram inventadas. Isso gera ansiedade.

E para que cenários a ansiedade nos leva?

Quando eu era estudante, os professores diziam que aprender nos torna mais ricos. Eu acho que a cultura contemporânea não está mais fundamentada na capacidade de aprender, mas de esquecer. Para aprender outros conceitos, você deve eliminar os velhos. A maior qualidade seria, por isso, a habilidade de esquecer. Na Itália e na Espanha, vê-se menos isso. Na França, Alemanha, Inglaterra, a questão é evidente e é uma reação ao medo.

A crônica nos revela que muitos gostariam de respostas mais duras por parte da política: o medo está criando espaço para o retorno de regimes fortes?

Estamos voltando 200 anos atrás nas lutas por democracia e liberdade. Agora, desejam-se mais regras. Segurança e liberdade são valores fundamentais para a dignidade humana. A segurança sem liberdade é escravidão. A liberdade sem segurança é um tipo de deficiência. As pessoas, por séculos, procuraram equilibrar as coisas, e isso não funcionou. Cada passo em frente para a liberdade requer que se renuncie a uma parte da segurança. Cada passo rumo a uma maior segurança envolve renunciar a um pouco de liberdade. Não há um caminho direto para ter cada vez mais de uma ou da outra. É um pêndulo que oscila, empurrando para a mudança.

Hoje, oscilamos para a segurança.

Muitas pessoas, em diferentes partes do mundo, parecem ir na direção da renúncia a mais liberdades em favor da segurança, desejando uma situação mais estável. É a tendência atual. Ainda estamos em uma sociedade líquida, mas em que nascem sonhos de uma sociedade menos líquida.



Postado em Diário do Centro do Mundo DCM em 11/01/2017



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Mário Sérgio Cortella : Se você não existisse, que falta faria ?



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Aceitar os fatos é um passo essencial para a felicidade




Paulo Nogueira


Epicteto, nascido escravo e só liberto depois de adulto, foi uma das vozes mais influentes da filosofia da Antiguidade. Ele viveu nos primórdios da Era Cristã, de 40 a 125. 


Não escreveu um único livro. Seu pensamento é conhecido graças a um discípulo, o historiador Arriamo. Ele teve o cuidado de anotar as ideias de seu mestre, uma ação pela qual a humanidade lhe será eternamente grata, e depois transformá-las em dois livros, Entretenimentos e Manual. 

Seu tamanho intelectual é tal que o imperador-filósofo Marco Aurélio, o último grande comandante do Império Romano, escreveu que um dos acontecimentos capitais de sua vida foi ter tido acesso às obras de Epicteto.

Para ele, o passo básico da vida feliz é aceitar as coisas como elas são. Revoltar-se contra os fatos não altera os fatos, e ainda traz uma dose de tormento desnecessária.

“Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz”, disse Epicteto. 

Séculos depois, o pensador francês Descartes escreveu uma frase que é como um tributo à escola de Epicteto: “É mais fácil mudar seus desejos do que mudar a ordem do mundo”. 

Não adianta se agastar contra as circunstâncias: ela não se importam. Isso se vê nas pequenas coisas da vida. Você está no meio de um congestionamento? Exasperar-se não vai dissolver os carros à sua frente. Relaxe, respire fundo. Caiu uma chuva na hora em que você ia jogar tênis com seu amigo? Amaldiçoar as nuvens não vai secar o piso. Que tal uma sessão de cinema em vez do tênis?

Outro ensinamento seu lembrado até hoje em livros de administração é que só devemos nos ocupar efetivamente daquilo que está sob nosso controle. Você cruza uma manhã com seu chefe no elevador e ele é efusivo. Você ganha o dia. Você o encontra de novo e ele é frio. Você fica arrasado. Daquela vez ele estava bem-humorado, daí o cumprimento caloroso, agora não. Ora, o estado de espírito de seu chefe não está sob seu controle. Você não deve nem se entusiasmar com tapas amáveis que ele dê em suas costas e nem se deprimir com um gesto de frieza. 

Você, em suma, não pode entregar aos outros o comando de seu estado de espírito.

“Não é aquele que lhe diz injúrias quem ultraja você, mas sim a opinião que você tem dele”, disse Epicteto. 

Se você ignora quem o insulta, você lhe tira o poder de chateá-lo, seja no trânsito, na arquibancada de um estádio de futebol ou numa reunião corporativa. 

Não são exatamente os fatos que moldam nosso estado de espírito, pregou Epicteto, mas sim a maneira como os encaramos.

Um dos desafios perenes da humanidade, e as palavras de Epicteto são uma lembrança eterna disso, é evitar que nossa opinião sobre as coisas seja tão ruim como costuma ser. A mente humana parece sempre optar pela infelicidade. E foi contra isso, e não os grilhões, que o escravo genial se rebelou, para sorte de todos nós.


Postado no Diário do Centro do Mundo em 28/06/2015