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Quando sentir algo próximo de empatia por Bolsonaro, leia o relato deste sobrevivente da pandemia



Quando você sentir pena ou algum tipo de empatia estranha por Jair Bolsonaro, leia este depoimento cru e urgente de um sobrevivente da pandemia no X:

21 de abril de 2020. Eu estava na varanda do apto e tinha engarrafamento de carros de funerárias com caixões em direção ao cemitério. Eu acordei com alunos recém graduados chorando no telefone e pedindo apoio emocional. Todo mundo estava em pânico. Parecia um filme de terror. 2 dias depois era meu aniversário.

Dia 26 tivemos um recorde de mortos aqui em manaus….corte no tempo…perdi meu padrasto, 50 pessoas próximas. Minha mae quase morreu. Peguei covid, perdi a memória. Adoeci gravemente. Corte no tempo, 14 de janeiro de 2021. Colapso de oxigênio. Eu trabalho numa unidade proxima ao samu. Por anos tive estresse pos-traumatico e o barulho do samu me lembrava pessoas sem ar. So “me curei” quando escrevi tudo num relato de experiencia. Publiquei. Trabalhei na vacina coronavac com @mariofelipe_br, Fabiola e um grupo de pessoas geniais mesmo.

Fui ameaçado de morte, tive q negar vacina para pessoas fora do protocolo da pesquisa. Chorava todas as noites. Era um alívio mas um desespero. Cada análise matemática de duração da pandemia eu passava mal e vomitava. Comecamos a vacinar as pessoas e a gente fazia viradao organizando as filas. Era uma operacao de guerra. Igual nos filmes de fim do mundo.

Eu comecei a atender os sobreviventes do apagão do oxigênio. Ouvir suas histórias me destruía por dentro. Eu fazia supervisão clinica DIARIA. TODO DIA HORAS DE SUPERVISAO. Depois ajudei como supervisor online. Nem os psicológicos aguentavam.

Começamos a treinar psicólogos online. A previsão era de muitos meses ainda. Virei um zumbi ate o final da pandemia. Foi traumatizante. Eu so desejo que esse monstro e sua família e corja inteira sofram toda essa dor que eu sofri nesses anos infernais de pandemia. E que meus netos saibam que essa gente podre nao ficou impune. Pelos meus, pelos seus e pelos nossos.


Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.









A Justiça Tardia : Por que a prisão de Jair Bolsonaro é um imperativo democrático



Larissa Ramina 

Escrito em colaboração com Carol Proner, jurista


A tragédia nacional vivida durante o governo Jair Bolsonaro não se limita à tentativa de golpe de Estado que culminou no 08 de janeiro, embora esta represente o ápice simbólico de um projeto político que sempre flertou com a ruptura institucional.

O que se viveu entre 2018 e 2022 foi um processo sistemático de corrosão das bases materiais e imateriais da democracia e da soberania, um ataque deliberado ao tecido social, aos direitos fundamentais, à ciência, à cultura, às instituições e aos bens ambientais que compõem o patrimônio comum do Estado brasileiro. E não nos esqueçamos que foi a Operação Lava Jato, desastrosamente conduzida, que pavimentou o caminho para a ascensão de um governo de extrema-direita, com discurso autoritário e revisionista, que logo seria taxado de genocida por líderes internacionais diante do colapso sanitário e civilizatório imposto ao país.

A destruição ambiental, adotada como agenda de governo, não foi apenas consequência do negacionismo negligente — foi resultado de um conjunto de atos deliberados: desmonte dos órgãos de fiscalização, perseguição a servidores, estímulo aos garimpeiros ilegais, deslegitimação de tratados internacionais ambientais, flexibilização de normas que protegiam biomas inteiros.

A Amazônia ardeu, literalmente, diante da cumplicidade estatal. Povos originários foram abandonados à própria sorte, expostos ao avanço da mineração, da contaminação e das doenças. A omissão criminosa que resultou na morte de centenas de Yanomami é apenas um dos exemplos mais brutais de um governo que atacou a própria ideia de humanidade.

A violência contra a população negra se intensificou em meio a políticas de segurança baseadas na lógica do extermínio, enquanto discursos racistas e discriminatórios foram normalizados. Mulheres, comunidades LGBTI e populações vulneráveis foram alvos preferenciais de um governo que tratava direitos fundamentais como obstáculos ideológicos. O feminicídio disparou; a misoginia deixou de ser vício privado e tornou-se retórica de Estado.

Na educação, o ataque foi igualmente profundo: universidades públicas foram demonizadas, pesquisadores humilhados, bolsas cortadas, instituições científicas sucateadas. Gerações de futuros médicos, engenheiros, professores e cientistas tiveram suas trajetórias interrompidas. O apagão intelectual — planejado e celebrado por figuras do governo — comprometeu a produção de conhecimento e restringiu a autonomia nacional nas áreas de tecnologia, inovação e política científica.

Na saúde, o desmonte foi ainda mais dramático. A expulsão dos médicos cubanos deixou centenas de municípios sem atendimento básico, sobretudo comunidades indígenas e ribeirinhas. O SUS, patrimônio civilizatório brasileiro, foi atacado em seu financiamento e em sua capacidade operacional. E então veio a pandemia: uma gestão marcada pela sabotagem cotidiana das medidas sanitárias, pelo negacionismo, pelas campanhas contra a vacinação e pela recusa deliberada em adquirir imunizantes no momento adequado. Centenas de milhares de vidas foram sacrificadas à ideologia, à incompetência e ao cálculo político.

A cultura sofreu com censura velada e explícita: eliminação do Ministério da Cultura, editais barrados, artistas perseguidos, bibliotecas destruídas, museus abandonados. A produção audiovisual entrou em colapso diante da asfixia promovida pela máquina estatal.

Como quantificar tamanha destruição? Quanto valem as árvores derrubadas, as vidas perdidas, os filmes que não foram produzidos, os cursos que não se concretizaram, os talentos desperdiçados? Quanto vale a honra nacional manchada por um presidente subserviente a interesses estrangeiros, que sabotou o Itamaraty, alinhou-se ao que há de mais autoritário no cenário global e expôs o Brasil ao ridículo perante a comunidade internacional? Quanto vale uma soberania entregue voluntariamente diante de outras potências, inclusive por meio da submissão a agendas extraterritoriais?

Os danos do governo Bolsonaro são profundos, multidimensionais e de longa duração. Afetam o meio ambiente, a saúde, a educação, a cultura, a economia, o prestígio internacional, a democracia e a própria ideia de pertencimento coletivo. A tentativa de golpe de Estado foi apenas o ponto culminante de um projeto autoritário que vinha sendo construído dia após dia.

Por isso, quando se decretou a prisão preventiva, tecnicamente fundamentada pela cautela penal frente à provável tentativa de fuga, não se tratou de um ato de perseguição política, mas de um gesto necessário para restaurar a legalidade e reafirmar que nenhum líder está acima das instituições.

A responsabilização de Jair Bolsonaro como líder da trama golpista, muito em breve fundamento de sua prisão, não reparará as florestas destruídas, não devolverá as vidas perdidas para a COVID-19 ou para a violência, não reverterá integralmente o desmonte da educação e da ciência. Representa, antes, um marco simbólico e prova de funcionamento das instituições de justiça a favor da democracia, da soberania e do futuro do país.

Fazer justiça, neste caso, é mais que punir um indivíduo: é restaurar a confiança na ordem constitucional e reafirmar a dignidade de um país inteiro que sofreu profundamente. A prisão – ainda que preventiva – de Jair Bolsonaro inaugura não apenas um novo capítulo político, mas um compromisso com a memória, a verdade e a responsabilidade — condições essenciais para que o Brasil volte a caminhar de pé, com coragem e soberania.


Larissa Ramina Professora de Direito Internacional da UFPR, Membro da ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia







A justiça se fez e vencemos !



Para ver o vídeo abaixo clique na imagem :
 


@dados.e.tomada.de Por cada nome que virou número Hoje, Bolsonaro foi condenado. Mas antes disso, milhares foram condenados à morte pela negligência. Mais de 700 mil vidas perdidas na pandemia. Gente que virou estatística enquanto o governo negava a dor. Mas cada número era alguém. Era uma mãe que fazia o melhor feijão do mundo. Um avô que contava histórias do sertão. Um amigo que mandava mensagem todo dia. Uma criança que não teve tempo de crescer. Essa sentença não traz ninguém de volta. Mas diz, com força: O Brasil não esqueceu. E não vai esquecer. #vidasimportam❤️ #brasil🇧🇷 #brasileirosunidos @Edna Gomes ♬ som original - Edna Gomes





Publiquei o vídeo abaixo, em junho de 2016, com imagens reais de apoio à Democracia e de apoio à Presidente Dilma após o Golpe de 12 de Maio de 2016 no Brasil. Golpe que colocou Temer na Presidência, ajudou a prender LULA, que venceria em 2018, para que Jair Bolsonaro vencesse as eleições.




Golpe com punho de seda. Por Kakay


O ex-presidente Jair Bolsonaro  

Há várias maneiras de tentar um golpe de Estado. Uma tentativa clássica, recentemente ocorrida no país, foi a encetada pelo então presidente da República, Bolsonaro, que reuniu generais, ministros de Estado, empresários, políticos e, simplesmente, sitiou as proximidades do Exército brasileiro com um acampamento criminoso, cooptou milhares de apoiadores, interferiu nas eleições presidenciais e invadiu, com força e violência, as sedes dos Três Poderes, resultando numa forte depredação do espaço público.

Nesse caso, que está sendo exemplarmente julgado pela Suprema Corte, as evidências chegam a chocar. Até um plano, denominado “Punhal Verde Amarelo”, que visava matar o Presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, teve sua execução iniciada. E a autoria do plano macabro foi assumida por um general importante do governo Bolsonaro. Um acinte.

Mas, enquanto o Poder Judiciário enfrenta, no Supremo Tribunal, um processo com todas as garantias asseguradas, uma nova tentativa de golpe, violenta e abusada, vai tomando corpo. Sibilina. Traiçoeira. E ela vem da elite econômica e de boa parte do Congresso Nacional. Dessa vez é um golpe com punhos de seda, de gravata e, como convém à ultradireita, vem envolto com o timbre da política.

Bolsonaro está morto politicamente, vai ser condenado e preso. Mas o bolsonarismo virou uma praga. Infiltrou-se em milhões de indigentes intelectuais e faz com que políticos, até então, aparentemente com algum equilíbrio, dispam a fantasia e assumam, com escancarada alegria, as vestes do radicalismo fascista. Estão se revelando numa guerra pelo espólio bolsonarista. O vale-tudo implementado durante o governo fascista cravou as garras em boa parte da população brasileira. Não existe mais nenhum pudor. É a busca desenfreada pelo poder. Todas as fantasias foram rasgadas.

O projeto de anistia apresentado pelos bolsonaristas é criminoso. Na verdade, é o sonho da ultradireita raiz. Tudo é anistiado. Da milícia ao crime organizado, que acaba sendo a mesma coisa. A agressividade vulgar do projeto, porém, tem um método. E é aí que mora o perigo. A fixação dos fascistas é desmoralizar o Judiciário. Para isso, dentre outros movimentos, eles bradam que o Supremo Tribunal está interferindo na política.

Supremo Tribunal Federal (STF) 

Ativista demais. Ora, o Judiciário, todos sabemos, é um poder inerte. Só age se provocado. O golpe em andamento é bem pensado. Eles passam uma anistia golpista no Congresso Nacional. Sabem que algum partido político acionará o Supremo Tribunal. E, obviamente, o Tribunal terá que declarar a chapada inconstitucionalidade.

Ou seja, a ultradireita terá o motivo para se insurgir fortemente contra a Corte Suprema. É o golpe sendo preparado à luz do dia. E com o apoio forte de boa parte dos políticos. O Supremo Tribunal, que está sendo o guardião da institucionalidade neste momento trágico, não pode abrir nenhuma brecha para discutir qualquer ponto dos anseios fascistas, seja tamanho da pena, ou flexibilização para a chamada raia miúda do golpe. A Constituição não admite nenhuma negociação. É a democracia ou a barbárie.

Lembrando-nos de Pessoa, na pessoa de Ricardo Reis, em Odes e outros poemas:

“Segue o teu destino
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.”


Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido pela alcunha de Kakay, é um dos maiores advogados criminalistas brasileiros. É também poeta e escritor.


"Lula e os Brics contra o Império das Tarifas" : anime põe Trump e Bolsonaro como vilões e viraliza

 


@edukrieger_ Ô Magnitsky #Paródia #Música #Humor #Madalena #IvanLins ♬ som original - edukrieger_

@reporteroliviayang Trump Aumentou as Tarifas para o Brasil para 50%, Será que o Brasil pisou no Calo de Trump? Por que o Brasil virou o alvo? #trump #impostos ♬ 原聲 - Reporter Olivia

@ptsaopaulo

🚨 A verdade sobre a taxação do Trump contra o Brasil! Os EUA nunca respeitaram nossa soberania — querem manter o povo brasileiro de joelhos, explorado e dependente. Mas o governo Lula não se curva! Com coragem e compromisso, enfrenta os interesses estrangeiros, defende nosso país e fortalece quem mais precisa. É luta contra a miséria e por um Brasil soberano! 🎥 Assista agora o vídeo da Bia Lula e entenda o que eles não querem que você saiba.

♬ som original - PT São Paulo

@transcendentepolitico O mundo quer ajudar o Brasil. 300 novos mercados são abertos em meio às tarifas de Trump. #economia #geopolítica #tarifas #internacional #agropecuaria #ASEAN ♬ som original - Transcendente

@canaluol 🗣️UOL News: o economista Marcos Lisboa comentou sobre a repercussão mundial após o anúncio de tarifas de 50% contra o Brasil pelo presidente americano Donald Trump 📌De segunda a sexta, ao vivo, às 10h e às 17h, no Canal UOL e no YouTube do UOL #canaluol #fy #reels #uol #uolnews #lula #bolsonaro #trump ♬ som original - canaluol

As razões da prisão ... e da futura condenação

 


@hevelin.agostinelli Não dá pra considerar o bolsonarismo um braço normal da política. É triste ver no que se transformou a política de brasileira e é terrível imaginar com o quê estamos lidando. #bolsonarismo #carlazambelli #prisao #italia #icl #crimes #direita ♬ som original - Hevelin Agostinelli

@cassiotrashart DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA? ENTÃO POR QUE VOCÊ APOIA O BOLSONARO? #bolsonaro #bolsonarismo #eduardobolsonaro #politica #donaldtrump #lula ♬ som original - Cassio Trashart




Grande Dia ! A justiça começou ...










Esta família quase destruiu o Brasil

 


@seusetereidalira #bolsonaristas #bolsonaro #michelle ♬ som original - Seu Sete

@ferreredna #familiabolsonaro #politicaltiktok #vaiprofy #soltameupai ♬ som original - Edna Gomes

@.alberto_barros Família Bolsonaro comete crime contra o Brasil, diz ex-embaixador. #bolsonaronacadeia #noticias #congressoinimigodopovo #Lula2026 #respetaoBrasil ♬ som original - Alberto_Barros

@iclnoticias

A família Bolsonaro montou uma "empresa" especializada em rachadinhas. Carlos Bolsonaro é mais uma engrenagem da "Rachadinha S/A" Veja mais no Portal ICL Notícias: https://www.iclnoticias.com.br

♬ som original - ICL Notícias

@walfantasmadobolsonaro Respondendo a @alceupeixoto ♬ som original - Wal Do Açai

@aloisiocardoso8

♬ som original - Aloisio Cardoso758

Ele será condenado e preso ... Tic tac ... Tic tac ...

 

@suzanoandre Bolsonaro está de despedida rumo a pior viagem da sua vida, a prisão, a humilhação daquele que se auto-intitulava mito, herói, superior, protegido por Deus. Agora amarga a esperança de uma vitória de um candidato que o tire da cadeia nas proximas eleições. #bolsonaropreso #bolsonaronacadeia #bolsonaro #malafaia #direita #politica #andresuzano #suzanostartups #ligaantifascista ♬ som original - André Suzano

Sem anistia !

 




Os que tentaram acabar com nossa Democracia viram réus no STF





O que foi escrito na estátua de Ceschiatti, com batom – “perdeu, mané” –, pode ser reverberado por nós, no dia de hoje, escreve Denise Assis.

Hoje foi um dia em que o noticiário impresso – sim, ele ainda existe – nasceu velho. Não deu conta de acompanhar os fatos que se atropelavam e desfilavam na nossa frente, abrindo antigos escaninhos, onde emoções represadas afloravam a cada citação das faltas dos acusados, a cada prova, a cada movimentação em direção a um golpe que nos jogaria com a força de uma catapulta a um passado que conhecemos e não queremos de jeito nenhum revisitar.

Me vi de novo, pelos corredores da universidade, abraçando o meu conjunto de livros, entrelaçados com o Decreto 477 (publicado em 26 de fevereiro de 1969, uma ferramenta a mais do recém-instituído Ato Institucional nº 5, para dar conta de solapar sonhos os destes de nós, os jovens estudantes e os nossos professores. O principal legado do ministro Jarbas Passarinho). Uma fala mais alta e bastava para o banimento, o fim do sonho, a distância do almejado diploma.

Coube ao ministro relator, Alexandre de Moraes, esquadrinhar o que cabia a cada um dos oito integrantes do “núcleo crucial” de forma tão eficiente e irretocável, que mobilizou até mesmo o tecnicista Luiz Fux. Em seu voto, que pretendia asséptico, tal como eu, Fux voltou às salas da universidade, para ouvir os ecos da voz do brilhante jurista Heleno Fragoso, a dar boa noite aos bisbilhoteiros “arapongas”, mais assíduos às suas aulas do que os próprios alunos.

Cabia a mim, por minha vez, dar bom dia ao colega ao lado, descabelado, roupas extravagantes, barulhento, que entrava na sala de forma espalhafatosa, e que anos mais tarde encontrei em Brasília, metido num terno com o broche da Polícia Federal, revelando, enfim, o que fazia nas manhãs dos anos de 1970, no curso de Comunicação. Nos espionava.

À ministra Cármen Lúcia, coube explicitar por que reivindicamos a presença feminina na corte.

Não apenas porque, sim, nós mulheres devemos estar em todos os lugares, mas também para evidenciar o quanto soma a emoção genuína, nessas horas, em que a história está sendo passada a limpo. O período de arbítrio (esperemos), está sendo enfim interrompido, num recado explícito aos nossos ameaçadores de plantão. E foi ela, em seu voto, que veio amarrando os fatos, nivelando os personagens, as perseguições, as quedas, até desembarcar dos ônibus financiados pelo Agro, nos gramados de Brasília, no 8 de janeiro. Sem pieguice, com a determinação de quem assistiu aos fatos que narrava, Cármen Lúcia os enfileirou para finalizar seu voto contundente, competente e que demarcou: é o fim da linha. Acabou para vocês.

Aos que colocaram em dúvida a tal da dosimetria, aos que mediram palmo a palmo, que tamanho devem ou não fixar as penas – pois condenados eles já estão, pelo menos tecnicamente –, coube ao ministro Flávio Dino, com a sua capacidade de aprofundar e trazer à tona conhecimento com pitadas de ironia e brilhantismo, deixar claro que não é isso que se está discutindo agora, embora haja de sobra, artigos e penas a serem somadas. O que se discutiu ali foi o fim da impunidade. O fim do medo de enfrentar a história.

A Cristiano Zanin, que presidiu e arrematou, coube pouco espaço para emoção, técnica ou história. Coube, porém, o fecho de um capítulo que, esperamos, termina aqui, de idas e vindas entre o Planalto, o Judiciário e os comandos militares, para tomar a febre dos “militares”, a cada crise política, sempre eles, a turvar os nossos destinos.

O que foi escrito na estátua de Ceschiatti, com batom – “perdeu, mané” –, pode ser reverberado por nós, no dia de hoje, quando tivemos a decretação do fim de uma era em que virávamos a página sem ler o seu conteúdo.

Hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF), houve uma sessão de leitura conjunta do que são capazes esses senhores.

Tivessem tido êxito e teríamos um presidente eleito morto, o seu vice também, e um ministro do Supremo enforcado na Praça dos Três Poderes, como chegaram a mencionar em suas trocas de mensagens. Os que protestassem, seriam mandados para um campo de extermínio, à imagem e semelhança dos nazistas, tendo como capataz o general Augusto Heleno.

Não, não é ficção. Estava descrito no projeto autoritário de Bolsonaro. Como bem disse Cármen Lúcia, eles caminham de mãos dadas com a morte. Só ela é capaz de deter os inconformados, como muitos que partiram num rabo de foguete, nos idos da luta por liberdade. Ou talvez nem ela.

Estão aí Hildegard Angel e Ivo Herzog, que não nos deixam mentir. Com suas presenças, levaram para aquela sala da primeira turma do STF, a nossa resistência. Stuart Angel, vive! Vladimír Herzog, vive! Assim como vivos estão os nossos sonhos de uma democracia que não mais caia nas mãos dos que caminham pelo poder guiados apenas pela vontade de se perpetuar nele. Grande dia!


Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".









Abaixo 2 vídeos com imagens históricas da Ditadura Militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985 e 2 músicas símbolos da Resistência. Ditadura Militar que, por muito pouco, não conseguiram trazer de volta ao país.




@erikahiltonsp

🔥 BOLSONARO É RÉU Hoje, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal colocou Bolsonaro em um de seus lugares: no banco dos réus. E, do banco dos réus, Bolsonaro e seus aliados golpistas podem ir ao outro lugar que lhes faz jus: a prisão, onde já estão os terroristas do 8 de Janeiro. Pessoas presas não por serem “senhorinhas com uma bíblia debaixo do braço” ou por “usar um batom”. Estão presas porque participaram ativamente de uma tentativa de golpe de Estado. Estão presas por ataques violentos às forças de segurança, às instituições públicas, ao patrimônio da União e à ordem democrática. E, agora, o Brasil tem a chance de prender os mentores de toda essa violência. SEM ANISTIA PRA GOLPISTAS!

♬ original sound - ERIKA HILTON