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Sol de Primavera, de Beto Guedes, é um convite à superação e esperança por dias melhores



 Oi amigos queridos, quando começamos a ouvir a frase "Quando entrar setembro" o coração começa a bater descompassado e a esperança se renova. É sinal que o mês de SETEMBRO finalmente chegou!

Eu não sei bem muito bem a razão de eu apreciar tanto essa canção, e o faço desde criança na escola, lá pelos idos de 1985 quando a gente a recitava em jograis. E olha que Sol de Primavera foi lançada em 1979 e já são mais de 46 anos de estrada e a beleza da canção se renova todos os anos.

Digo que quando ouço essa canção, mesmo machucada, imediatamente me transformo, rejuvenesço, torno-me extremamente leve a ponto de superar os problemas e renovar o anseio pela esperança de cada dia.

Parece magia não é? Afinal, a estação da primavera merece ser recebida com toda a honra e pompa! Viaje comigo na canção do Beto Guedes que é uma poesia musical que permanece muito atual, inclusive.

"Quando entrar setembro 🌾
E a boa nova andar nos campos 🌼
Quero ver brotar o perdão🌹

Onde a gente plantou 🍀
Juntos outra vez🌺

Já sonhamos juntos 🎻
Semeando as canções no vento 🎵
Quero ver crescer nossa voz 🙋
No que falta sonhar 🌈

Já choramos muito 😢
Muitos se perderam no caminho ⛰
Mesmo assim não custa inventar 🎹
Uma nova canção 🎵
Que venha nos trazer⛵
Sol de primavera 🌞
Abre as janelas do meu peito 🙌
A lição sabemos de cor 😳
Só nos resta aprender" 😌



A lição sabemos de cor só nos resta aprender...

E depois de ler versos tão leves, vamos ao significado da música?

Em "Sol de Primavera", Beto Guedes utiliza a primavera como símbolo de renovação e esperança, refletindo o desejo de mudança que marcou o Brasil no período pós-ditadura.

O "sol de primavera" representa não só o renascimento da natureza, mas também a possibilidade de recomeçar e superar as dores do passado.

Isso fica claro nos versos: "Já choramos muito / Muitos se perderam no caminho / Mesmo assim não custa inventar / Uma nova canção".

A música sugere que, apesar das dificuldades e perdas, sempre é possível criar algo novo e positivo, reforçando o otimismo característico do movimento Clube da Esquina, do qual Beto Guedes fazia parte.

A letra também valoriza o perdão e a importância da coletividade, como em "Quero ver brotar o perdão / Onde a gente plantou / Juntos outra vez". Essa mensagem está ligada à reconstrução de laços e à busca por um mundo mais justo, temas presentes tanto no Clube da Esquina quanto na trajetória do artista.

O refrão "A lição sabemos de cor / Só nos resta aprender" traz uma reflexão direta: conhecer as lições da vida não basta, é preciso vivê-las e se abrir para o novo. Assim, "Sol de Primavera" se destaca como um convite à superação, à união e à esperança por dias melhores.

Ademais, a chegada de Setembro sempre foi poética...


"Passando pelos lindos campos verdejantes

A brisa da manhã chega para nos avisar

Que em breve, com suas cores radiantes

A primavera linda e perfumada vai chegar.


Todo o campo já se prepara para a festa

E as cores se multiplicarão em mais de mil

Os pássaros, como animadores da floresta

Cantarão em todas as partes deste Brasil.


A primavera vai chegar linda e triunfante

Até a chuva vai saudá-la neste instante

E a natureza vai recebê-la como uma prece.


Passa o tempo e a natureza se modifica

Nesta época parece que tudo bonito fica

Pois a vida neste tempo também floresce."

E deixe a canção Sol de Primavera falar por nós, quando não temos palavras. Feliz ingresso em setembro queridos amigos, com a verdadeira esperança ingressando e ficando em nossas vidas! Ouça que bela poesia musical, fruto do período mais enriquecedor da nossa Música Popular Brasileira!



POEMA in Sonetos | Luso-Poemas de Jmd/Maringá, 11.09.10
Imagens do Pinterest e google imagens






Quando nasce o amor ?



Adriana Helena

O ano está acabando amigos queridos e venho através deste singelo post deixar minha mensagem de final de ano para vocês com todo o carinho do mundo! Agora descobriremos onde nasce o amor !

Então o amor nasce:

"Quando estamos carentes e alguém se aproxima com mãos estendidas?

ou quando nos abrimos para a vida e despertamos paixões ?




Será que existe uma lógica no amor?

Somos nós quem decidimos a hora de amar,

ou o amor é realmente um laço ...

um passo para uma armadilha?




Se podemos viver o amor, porque nos ausentamos ...

porque nos decepcionamos tanto e queremos fugir dele ?

Por que apostamos tanto em alguém, e chegamos ao ponto de transferir nossa felicidade para outras mãos ?


O coronavírus : um ataque da Terra contra nós


Dia da TerraO Sal da TerraBeto Guedes – Na Canção

Ou mudamos nossa relação para com a Terra viva e a para com a natureza ou poderemos contar com novos e mais potentes vírus que poderão dizimar milhões de vidas humanas. Nunca o nosso amor à vida, a sabedoria humana dos povos e a necessidade do cuidado foram tão urgentes.

Leonardo Boff


Até a presente data toda a preocupação face ao Covid-19 está centrada na medicina, na técnica e em todos os insumos que impedem a contaminação dos operadores da saúde. Principalmente se busca de forma urgente uma vacina eficaz. Na sociedade, o isolamento social e evitar a conglomeração de pessoas.Tudo isso é fundamental. No entanto, não podemos considerar o coronavírus como um dado isolado. Ele deve ser visto dentro do contexto que permitiu sua irrupção.

Ele veio da natureza. Ora, como bem disse o Papa Francisco em sua encíclica “sobre o cuidado da Casa Comum: ”Nunca maltratamos e ferimos nossa Casa Comum como nos dois últimos séculos”(n.53). Quem a feriu foi o processo industrialista: o socialismo real (enquanto existia) e principalmente o sistema capitalista hoje globalizado. Este é o Satã da Terra que a devasta e à leva a todo tipo de desequilíbrios.

Ele é o principal (não o único) responsável pelas várias ameaças que pairam sobre o sistema-vida e o sistema-Terra: desde o possível holocausto nuclear, o aquecimento global, a escassez de água potável até a erosão da biodiversidade. Faço minhas as palavras do conhecido geógrafo norte-americano David Harley: “O COVID-19 é a vingança da natureza por mais de quarenta anos de maus-tratos e abuso nas mãos de um extrativismo neoliberal violento e não regulamentado”.

Isabelle Stengers, química e filósofa da ciência que muito trabalhou em parceria com o Nobel Ilya Prigogine, sustenta a mesma tese que eu também sustento: ”o coronavírus seria uma intrusão da Terra-Gaia nas nossas sociedades, uma resposta ao antropoceno”.

Conhecíamos outras intrusões: a peste negra (peste bubônica) que vinda da Eurásia dizimou, ao todo, segundo estimativas, entre 75-200 milhões de pessoas. Na Europa entre 1346-1353 desfalcou a metade de sua população de 475 para 350 milhões. Ela precisou de 200 anos para se recompor. Foi a mais devastadora já conhecida na história. Notória também foi a gripe espanhola. Oriunda possivelmente dos USA entre 1918-1920, infectou 500 milhões de pessoas e levando 50 milhões à morte, inclusive o presidente eleito Rodrigues Alves em 1919.

Agora, pela primeira vez um vírus atacou o planeta inteiro, levando milhares à morte sem podermos detê-la por sua rápida propagação já que vivemos numa cultura globalizada com alto deslocamento de pessoas que viajam por todos os continentes e podem ser portadores da epidemia.

A Terra já perdeu o seu equilíbrio e está buscando um novo. E esse novo poderá significar a devastação de importantes porções da biosfera e de parte significativa da espécie humana.

Isso vai ocorrer, apenas não sabemos quando nem como, afirmam notáveis biólogos. Se vier a temida NBO (The Next Big One), o próximo grande e devastador vírus, poderá, segundo o pesquisador da USP Prof. Eduardo Massad, levar à morte cerca de 2 bilhões de pessoas, diminuindo a expectativa geral de vida de 72para 58 anos. Outros temem até o fim da espécie humana.

O fato é que já estamos dentro da sexta extinção em massa. Inauguramos segundo alguns cientistas, uma nova era geológica, a do antropoceno e sua expressão mais danosa, a do necroceno. A atividade humana (antropoceno) se revela a responsável pela produção em massa da morte (necroceno) de seres vivos.

Os diferentes centros científicos que sistematicamente acompanham o estado da Terra atestam que, de ano para ano, os principais itens que perpetuam a vida (água, solos, ar puro, sementes,fertilidade, climas e outros) estão se deteriorando dia a dia. Quando isso vai parar?

O dia da Sobrecarga da Terra (the Earth Overshoot Day) foi atingido no dia 29 de julho de 2019. Isto significa: até esta data foram consumidos todos os recursos naturais disponíveis e renováveis. Agora a Terra entrou no vermelho e no cheque especial.

Como frear esta exaustão? Se teimarmos em manter o consumo atual, especialmente o suntuoso, temos que aplicar mais violência contra a Terra forçando-a a nos dar o que já não tem ou não pode mais repor. Sua reação se expressa pelos eventos extremos, como o vendaval-bomba em Santa Catarina em fins de junho e pelos ataques dos vários tipos de vírus conhecidos: zika, chicungunya, ebola, Sars, o atual coronavírus e outros. Devemos incluir o crescimento da violência social já que Terra e Humanidade constituem uma única entidade relacional.

Ou mudamos nossa relação para com a Terra viva e a para com a natureza ou poderemos contar com novos e mais potentes vírus que poderão dizimar milhões de vidas humanas. Nunca o nosso amor à vida, a sabedoria humana dos povos e a necessidade do cuidado foram tão urgentes.











Viva a Primavera !









Saudação à Primavera
 Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.