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Os fins do Mundo

 



Os fins do Mundo

 



Mudanças




Denis Schaefer

Mudanças significativas estão ocorrendo no mundo, alterando nossa percepção da realidade. É hora de refletirmos sobre essas transformações e o impacto que isso deve causar em nossas vidas. Por um lado, se optarmos por fechar os olhos perante a situação, optando por nos apegarmos à volta a um estilo de vida baseado no egoísmo, preferindo pela vantagem pessoal, corremos o risco de vivenciarmos novas e piores catástrofes de todos os tipos. Por outro lado, entretanto, se escolhermos uma vida baseada no amor e respeito mútuos, com a observância da proteção ao meio ambiente, poderemos enfim viver uma nova e próspera era, de felicidade, abundância e plenitude universais.

Pestes, doenças, colapso do equilíbrio da natureza, rupturas na economia e falência nos sistemas políticos são o resultado de nossa forma de pensar e atuar sobre o mundo. Querer vantagem pessoal em detrimento de nossa saúde mental e física, retirando o máximo proveito de tudo e de todos, sem oferecer nada em troca, levou o mundo ao estágio em que nos encontramos. É o limiar de uma nova era, onde teremos que optar pela maneira que desejamos viver daqui para a frente.

Mundo feito de imagens




Patricia Tavares

No mundo feito somente de imagens, ninguém consegue se ver, nem enxergar o outro.

Dificuldades à parte, o que interessa e importa é mostrar, colocar as imagens, é aparecer sem crer e nem acreditar no que vê.

Olhar, olhar e ver o mais que puder, mesmo não conseguindo enxergar nada, mesmo que a imagem não combine com o "ser".

O que importa é ficar em destaque e conseguir que muitos vejam, independente do que veem, é fundamental mostrar porque no mundo das imagens ninguém precisa enxergar nada ou entender o que vai além da Imagem, o que vai além de ver ou de se ver.

Puro deleite das faces, mil faces, dos corpos, mil corpos, dos nudes, mil nudes, mas ninguém se olha ou se interessa de verdade pelo ser humano que vê.

Há uma proibição combinada, ninguém pode interessar-se de verdade pelo outro, isso é um perigo, um risco. O combinado é superficialidade; quanto mais superficial, menos riscos, isso é o que muitos acreditam. Neste mundo existem regras: É preciso combinar que não existirá nenhum aprofundamento, porque quase ninguém está disposto a lidar com o que é real, só com irrealidade, virtual e superficial; ninguém quer lidar com falhas, frustrações, com os "nãos", muito menos com sofrimento e decepção. A maioria se contenta com superficialidade e imagem.

Um mundo “light” para quem não quer lidar com frustrações, nem com sentimentos reais; passa para outro link, outra página, outra imagem, passa rápido sem nenhuma reflexão, sem nenhum sofrimento, passa rápido para outro rosto, com camuflagem, só é preciso impressão e distância segura para pessoas vazias.

Você pode até ser de mentira, porque aqui, meu bem, ninguém está interessado em ser de verdade e muito menos ver você como realmente é. Relaxe!

Vista sua melhor roupa, ou fantasia, fale o que todos querem ouvir, não precisa revelar-se, por aqui ninguém consegue acessar interiores, nem se preocupar de verdade com os sentimentos dos outros.

Foge daqui, foge de lá, não existe preocupação com verdadeiras intenções, tudo é fugidio neste mundo só de egos e vaidades.


Sem reflexão, sem tantos sentimentos, somente momentos, rostos, corpos quase perfeitos, e se não forem... não importa, importa apenas o que se mostra.

Miragem, falta de coragem, sem nenhuma sensibilidade, somente ilusões e sensações.

Vivemos cada vez mais distantes uns dos outros, barreiras, medos, limites estranhos, receios grandes dos embates da vida comum, por isso as pessoas criam tudo para nada fugir ao controle, como se fosse possível viver uma vida perfeita, relações ideias, corpos e rostos sem marcas. Como se fosse possível congelar nas telas dos aparelhos as marcas do tempo, a passagem do tempo, a vida real. E não é possível congelar tudo, fazer tudo e todos ficarem perfeitos?

Viver automatizado, congelado, impactado por uma multidão de gente, contato, hipnotizado, o tempo todo alguém, conversa sem nexo, vazio, nada importa, só o que brota na futilidade do sentido que vai e vem.

O tempo passa e muita coisa sem nexo, sem propósito e o coração vazio sem nada e sem ninguém.

Vive-se o engodo de si mesmo, do outro e do mundo, mas vai em frente porque o show não pode parar.

Não importa o que verdadeiramente você sente, por aqui é tudo artificialidade e falta de coragem, escolha o seu personagem e busque a melhor performance e vá em frente.


 e em sua coluna no Jornal A Tribuna

Sempre podemos sonhar e colocar o nosso tijolinho na construção de um Mundo diferente, né ?!



Ele surta com os protestos pelo Mundo

 










Ele surta com os protestos pelo Mundo

 










Eu e você podemos muito ...



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O mundo é maravilhoso e o homem poderia ser . . .







Apresentação de Coral de Voluntários em Toronto em Dezembro de 2016










O que nos reserva o mundo de regeneração – Espiritismo


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Morel Felipe Wilkon

Como será o mundo de regeneração?

Muito se fala a respeito do mundo de regeneração. Nós estamos vivendo em plena transição planetária. Nosso planeta está deixando de ser um mundo de provas e expiações para se tornar um mundo de regeneração.

É um novo ciclo que está se iniciando, uma nova era para o nosso planeta. É claro que, como todo ciclo natural, não há uma mudança brusca. Nós vemos, por exemplo, que as estações do ano se sucedem gradativamente. Nós estabelecemos datas para marcar o início de cada estação, mas a mudança de uma estação para outra é sempre gradativa. O mesmo acontece com os dias e as noites. Não escurece de repente. Há um período de alguns minutos em que o Sol se põe e começa a escurecer aos poucos.

Hoje nós vivemos esse período de transição. O mundo de expiações e provas está acabando e o mundo de regeneração ainda não está plenamente implantado. Por isso nós vivemos um período tão conturbado. O antigo modelo de mundo já se esgotou, não funciona mais – e ainda não foi implantado um modelo novo para substituí-lo.

Há um agravante: A enorme quantidade de espíritos que há muito tempo não reencarnavam e que estão reencarnando agora. A Terra está passando por uma limpeza profunda. Sabemos que tudo, antes de manifestar-se no plano físico, começa no astral. Milhões e milhões de espíritos estão recebendo a sua última chance de permanecer na Terra. Estão sendo resgatados das profundezas para reencarnar.

Os distúrbios que nós vemos na sociedade tendem a se agravar nos próximos anos. A banalização da violência, o total desrespeito pelo sexo, a desobediência às normas da sociedade, o consumismo desenfreado e o ódio gratuito são algumas das maneiras de esgotar o Mal que ainda está presente em nosso planeta.

Por outro lado, cada vez mais nós veremos surgir movimentos em defesa de determinados grupos de pessoas, em defesa dos animais e do planeta. Uma geração com menos preconceitos, livres de antigos tabus, livres de antigos medos, mais prática e intuitiva está surgindo.

Nós vemos instituições desmoronando. O ensino cada vez mais fraco. O desinteresse dos jovens pelos paradigmas da geração anterior. Vemos exageros nas experimentações sexuais, tanto hetero como homossexuais, e uma grande relutância em fazer algo contra a vontade.

Isso, num primeiro momento, traz muitos resultados negativos: Há cada vez mais conflitos em família e em sociedade. Mas a geração atual de jovens está preparando o tiro de misericórdia no antigo modelo de sociedade. Mesmo sem querer, eles são os instrumentos da mudança necessária. Imagine que você tem uma casa velha sobre um terreno e que construir uma casa nova sobre este mesmo terreno. Você precisará destruir a casa velha para começar a construir a casa nova. A geração atual, em sua maior parte, está encarregada de destruir a casa velha.

Como será, efetivamente, o mundo de regeneração?

A Terra continuará sendo um mundo de provas. O que não teremos mais são expiações. Estamos nos reajustando com nós mesmos e uns com os outros, antigos inimigos se encontram para sanar as desavenças – seja dentro da mesma família, seja através de obsessões: a obsessão é uma oportunidade de reajuste. Quando alguém procura atendimento espiritual para a obsessão, quase sempre é porque chegou o momento do reajuste: já há condições para desfazer os laços de ódio que ligam esses espíritos encarnados e desencarnados.

Continuaremos tendo provas. Continuaremos com nossas falhas, mas dispostos a melhorar, dispostos a fazer o bem, a nos tornar seres melhores para tornar esse mundo um mundo melhor.

Depois que esse período de transição for superado, não teremos mais os grandes problemas de desonestidade que temos hoje. Não precisaremos cercar nossas casas de muros e grades. Haverá menos leis e um maior cumprimento das leis. Teremos consciência de que somos seres imortais, e vamos viver conscientes de que essa existência é uma passagem. Será raro ver alguém totalmente desprovido de recursos. Ficaremos menos doentes e haverá cura para as doenças. Viveremos mais e melhor. O cuidado com o meio ambiente será natural por parte de todos, não precisará haver campanhas para isso.

Teremos mais poderes mentais. Assim como hoje há alguns grandes médiuns, que se comunicam com espíritos superiores, haverá comunicação com seres de outros planetas. Nossa consciência, depois disso, será expandida, compreenderemos melhor o nosso papel na Creação. Compreenderemos o que Jesus quer dizer com “amar a Deus”, pois teremos uma maior compreensão de Deus.

Não existirá o apego como nós conhecemos hoje. Ninguém sofrerá terrivelmente para adquirir bens, para acumular bens, para ajuntar tralhas e colecionar bugigangas. As relações de família vão mudar, pois haverá a consciência de que nossos papeis familiares são passageiros, só os laços de amor é que importam. O mesmo em relação aos relacionamentos conjugais: não haverá a possessividade de hoje, não será considerado errado relacionar-se com outras pessoas, desde que haja consenso e respeito: não sendo mais o sexo um fator determinante para a união dos casais, o ciúme doentio e o sentimento de posse serão superados.

Haverá a união de pessoas especificamente para ter filhos, sem a necessidade de um relacionamento conjugal entre elas. Espíritos mais elevados poderão, assim, planejar e cumprir cuidadosamente a reencarnação de grupos para missões especiais, sem a necessidade do casamento como nós o entendemos.

A maior parte das pessoas poderá trabalhar em algo que gosta, perto de sua casa, ou em sua própria casa, sem a visão deturpada de hoje de trabalhar apenas em busca do sustento.

A educação será totalmente diferente do que nós estamos acostumados. Sala de aula será um espaço para debates e experiências, sem as exigências arcaicas do ensino atual. Farão parte do currículo o que nós entendemos hoje como sendo espiritualidade: a vida do espírito e suas implicações no convívio em família, em sociedade e em relação ao universo.

Continuarão existindo problemas. Precisaremos de provas por muito tempo ainda. As provas são o estímulo necessário para que nós avancemos passo a passo. Sem provas, nós permaneceríamos estagnados. Mas teremos uma maior compreensão de que os problemas são, na verdade, oportunidades de crescimento. Contaremos com a colaboração de mais pessoas quando estivermos em grande dificuldade e seremos estimulados a superar a nós mesmos.

Nossos dois grandes defeitos, o orgulho e o egoísmo, irão nos acompanhar, ainda, por muito tempo. Mas não seremos dominados por eles, e teremos a perfeita noção de que a reencarnação é uma oportunidade de superarmos, gradativamente, essas duas características.

Em termos planetários, nós também percebemos que passamos por uma transição. Experimentamos mudanças climáticas que são o prenúncio de um planeta de condições mais amenas, com climas mais agradáveis, sem os grandes contrastes que nós conhecemos hoje. Não teremos catástrofes naturais como temos hoje.

Viveremos num mundo muito parecido com a antiga noção do paraíso terrestre. Quem viver verá!

Mas nós precisamos nos conscientizar, cada vez mais, de que nós não podemos depender dos outros. Temos que nos libertar da velha noção de que só temos que esperar, que Deus vai fazer tudo – ou então que os espíritos superiores vão fazer tudo. Não! Temos que parar de esperar tudo de mão beijada. Nós temos que fazer a nossa parte. Nós temos que nos transformar naquilo que nós queremos ser. Nós temos que colaborar para a mudança que queremos ver no mundo. Nós temos que ajudar o nosso próximo a se conscientizar das suas próprias forças, para despertar essas forças e descobrir – ou redescobrir – o prazer imenso que é estar vivo, existir – essa é a maior bênção.


Postado em Espírito Imortal



Lula e o Combate á Fome no mundo ! E FHC está fazendo o quê ?


EXCLUSIVO: imagens das viagens internacionais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo mundo, jamais mostradas por Veja, Época, O Globo, Folha, Valor, Estadão ou Jornal Nacional.
Posted by Lula on Quarta, 15 de julho de 2015




Citando o excelente comentário de Cris Rezende no FB: 

“Gostaria de lembrar aos que insistem em dizer que o governo Lula/Dilma acabou com o Brasil que para voltar a idade da pedra, ou seja, 2002, o PIB precisaria recuar 50%, o salário mínimo ser reduzido a pó, 40 milhões voltarem à miséria, sofrermos racionamento de energia, todas as políticas sociais serem extintas, a corrupção ser novamente escondida e o FMI dar as caras por aqui. Quando parte ou tudo isso acontecer tenham certeza de uma coisa: o PSDB voltou ao poder”.



Triste espécie. Pobre coruja de Minerva



Arma anti-aérea na geleira Siachen


Noam Chomsky | Tradução: Tiago Franco


Não é agradável contemplar os pensamentos que devem estar passando pela mente da Coruja de Minerva, que alça voo ao cair do crepúsculo e toma para si a tarefa de interpretar cada era da civilização humana — esta mesma que pode, agora, estar se aproximando de um final inglório. 

Nossa era começou há quase 10 mil anos, na região da Crescente Fértil. Estendeu-se, a partir das terras do Tigre e Eufrates, pela Fenícia, na costa oriental do Mediterrâneo, chegando ao vale do Rio Nilo e de lá para além da Grécia. O que está acontecendo nesta região fornece dolorosas lições sobre o abismo ao qual a espécie humana pode chegar. 

As terras do rios Tigre e Eufrates têm sido palco de horrores indescritíveis nos últimos anos. 

A ofensiva de George W. Bush e Tony Blair em 2003, que muitos iraquianos compararam à invasão mongol do século XIII, foi mais um golpe letal. Destruiu grande parte do que havia sobrevivido às sanções da ONU, dirigidas por Bill Clinton contra o Iraque e condenadas como “genocídio” por ilustres diplomatas como Denis Halliday e Hans von Sponeck, que as administravam antes de renunciarem em protesto. 

Os devastadores relatórios de Halliday e von Sponeck receberam o tratamentos usualmente dispensado a fatos indesejados…

Uma das conseqüências terríveis da invasão estadunidense-britânica é descrita em um “guia visual para a crise no Iraque e na Síria” do New York Times: a radical mudança da Bagdá, que tinha bairros mistos em 2003, para os atuais enclaves sectários — sunitas ou xiitas — aprisionados em ódio amargo. Os conflitos causados pela invasão espalharam-se e estão agora rasgando toda a região em farrapos. 

Boa parte da área do Tigre e Eufrates está dominada pelo ISIS e seu auto-proclamado Estado Islâmico. Uma caricatura sombria da forma mais extremista do Islã radical, que tem sua origem na Arábia Saudita. 

Patrick Cockburn, um correspondente do The Independent no Oriente Médio e um dos mais bem informados analistas do ISIS, descreve-o como “uma organização horrível, fascista em muitos aspectos, muito sectária, que mata qualquer um que não acredite em sua particular e rigorosa imagem do Islã.” 

Cockburn também aponta a contradição na reação ocidental em relação ao aparecimento do ISIS: os esforços para conter o avanço do grupo no Iraque, contrastam com os outros, para minar o principal adversário do ISIS na Síria, o brutal regime de Bashar Assad. Enquanto isso, uma grande barreira para a expansão do ISIS até o Líbano é o Hezbollah, inimigo odiado pelo Estados Unidos e seu aliado israelense. 

E, para complicar ainda mais a situação, os EUA e o Irã partilham agora uma preocupação legítima sobre a ascensão do Estado Islâmico, assim como outros nesta região altamente conflituosa.

O Egito tem mergulhado em alguns de seus dias mais sombrios, sob uma ditadura militar que continua a receber o apoio dos EUA. O destino do país não está escrito nas estrelas. Durante séculos, caminhos alternativos têm sido bastante viáveis e , não raro, uma pesada mão imperial os tem barrado. 

Depois dos renovados horrores das últimas semanas, em Gaza, deve ser desnecessário comentar sobre o que emana de Jerusalém, considerada, em tempos remotos, um centro moral.

Oitenta anos atrás, Martin Heidegger exaltava a Alemanha nazista como sendo provedora da melhor esperança para resgatar a gloriosa civilização grega das mãos dos bárbaros do Leste e do Oeste. Hoje, banqueiros alemães esmagam a Grécia sob um regime econômico projetado para manter sua própria riqueza e poder. 

O provável fim da Era da Civilização é prenunciado em um novo relatório esboçado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) , o principal órgão de monitoramento sobre que está acontecendo no mundo físico. 

O relatório conclui que o risco de aumentar a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa é “severamente grave e terá impactos irreversíveis para os seres humanos e os ecossistemas” nas próximas décadas. 

O mundo está se aproximando de uma temperatura na qual já não será possível conter a perda da vasta camada de gelo sobre a Groenlândia. Juntamente com o derretimento do gelo antártico, que pode elevar o mar a níveis capazes de inundar grandes cidades, assim como planícies costeiras.

A Era da Civilização coincide intimamente com a época geológica do Holoceno, principiada há mais de 11 mil anos. A época anterior, Pleistoceno, durou 2,5 milhões de anos. 

Cientistas hoje sugerem que uma nova época começou há cerca de 250 anos: o Antropoceno, período no qual a atividade humana passou a ter impacto dramático no mundo físico. O ritmo das mudanças de épocas geológicas é difícil de ser ignorado.

Um dos índices do impacto humano, é a extinção das espécies. Estima-se hoje que esteja próxima à taxa de extinção verificada 65 milhões de anos atrás, quando um asteroide atingiu a Terra. Presume-se que tenha sido a causa do fim dos dinossauros, abrindo caminho para a proliferação de pequenos mamíferos e em última instância, dos seres humanos modernos. Hoje, os humanos cumprem o papel do asteroide, condenando grande parte da vida à extinção. 

O relatório do IPCC reitera que “a grande maioria” das reservas de combustíveis hoje conhecidas deve se mantida no solo, para evitar intoleráveis riscos para as gerações futuras. Entretanto, as grandes corporações de energia não se preocupam em esconder seus objetivos de explorar essas reservas e descobrir novas. 

Um dia antes de publicar uma síntese das conclusões do IPCC, o New York Times relatou que um imenso estoque de grãos do Centro-Oeste dos Estados Unidos está apodrecendo, para que os produtos derivados do boom do petróleo da Dakota do Norte possam ser enviados, via ferroviária, para Ásia e Europa. 

Uma das consequências mais temidas do aquecimento global antropocênico é o derretimento das regiões de pergelissolo (tipo de solo encontrado na região do Ártico). 

Um estudo na revista Science adverte que “mesmo temperaturas ligeiramente mais quentes [menos do que o previsto para os próximos anos] poderia começar o derretimento do pergelissolo, que, por sua vez, ameaça desencadear a liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa contidas no gelo,” com possíveis “consequências fatais” para o clima global.

Arundhati Roy sugere que “a mais apropriada metáfora para a insanidade de nossos tempos” é a Geleira de Siachen , onde soldados indianos e paquistaneses mataram uns aos outros no campo de batalha mais alto do mundo.

A geleira agora está derretendo e revelando “milhares de granadas vazias, tambores de combustível vazios, machados para quebrar gelo, botas velhas, tendas e toda sorte de resíduos que milhares de seres humanos em guerra geram”, em um conflito sem sentido.

E, enquanto as geleiras derretem, a Índia e o Paquistão enfrentam um desastre indescritível.




Noam Chomsky é professor emérito do Departamento de Linguística e Filosofia do MIT — Instituto de Tecnologia de Massachussets. Colaborador regular do TomDispatch, é autor de diversas obras políticas de grande repercussão.



Postado no site Outras Palavras em 07/10/2014


Uma história do homem, do neandertal ao neoliberal


Arando a terra, pintura de Sennedjem. Tumba egípcia, c. 1200 a.C., Tebas
A humanidade de hoje é predominantemente descendente dos grupos que inovaram a agricultura

Uma análise da evolução do planeta observa que as decisões políticas em benefício de uma elite não são inexoráveis. Sempre há, como agora, possibilidades que levem em conta a vida das maiorias.


Renato Pompeu

Até hoje, apesar de a globalização e de o entrelaçamento de todos os povos do mundo numa interdependência recíproca já datarem de décadas, a história do mundo, ou história geral, na maioria das escolas e universidades e na quase totalidade dos livros, é narrada e interpretada como se a Europa Ocidental tivesse sido sempre o centro mais importante do mundo, com destaque para Grécia, Roma, a Idade Média e a Revolução Industrial. 

Só nos últimos poucos anos é que têm surgido no Ocidente livros de história de um ponto de vista mais global, que mostram notadamente que, diante de impérios como a China, a Índia e a Pérsia e da expansão do Islã, a Europa Ocidental foi na maior parte dos séculos e milênios uma península isolada e atrasada.

Agora que a Ásia está ressurgindo como protagonista mundial, podemos ver mais claramente que o período de ascendência do Ocidente sobre o mundo durou pouco mais de um século, desde os fins do século 18 até recentemente. Fora desse período, a China e a Índia foram sempre muito mais ricas e muito mais poderosas. 

Até mesmo os melhores pensadores europeus, como Hegel, Marx e Engels, foram dominados pelo eurocentrismo, embora procurassem se informar sobre outros povos.

Essa tradição ocidentocêntrica continuou entre os historiadores marxistas – por exemplo, o famoso livro do marxista americano Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, mal menciona regiões­ não ocidentais.

Agora, porém, surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos a primeira história globalizada do mundo escrita por um marxista. Trata-se de A Marxist History of the World: From Neanderthals to Neoliberals, do arqueólogo e historiador inglês Neil Faulkner, autor anteriormente de estudos sobre sítios arqueológicos britânicos, as Olimpíadas gregas e a Roma antiga. 

A obra foi editada pela Pluto Press e o título pode ser traduzido por “Uma história marxista do mundo, dos neandertais aos neoliberais”, numa manifestação do típico humor sarcástico inglês.

Questão de escolha

Como obra marxista, a de Faulkner restabelece a visão de processo dinâmico cultivada mais por Marx que por Engels e pelos marxistas tradicionais. 

Não defende teses de que os desenvolvimentos históricos estiveram sempre predeterminados por estruturas econômicas que aprisionam o destino humano em rumos inexoráveis. 

Ele tenta mostrar, a cada passo, como as estruturas econômicas permitiam uma série de saídas e de evoluções, e não apenas as que efetivamente ocorreram, procura estabelecer que, em cada situação histórica, os seres humanos sempre podem escolher que saída adotar.

Como obra de história, a de Faulkner se destaca por não parar no tempo. 

A maior parte dos livros contemporâneos de história do mundo se detém num ponto do passado, em geral a Segunda Guerra Mundial ou, na melhor das hipóteses, o colapso dos países socialistas.

Mas o autor chega até os dias de hoje, e isso é particularmente importante porque ele considera a atual crise estrutural do capitalismo mundial o maior desafio que a humanidade teve de enfrentar em todos os tempos.

Faulkner reforça sua tese de que nosso destino não está traçado inexoravelmente pelas estruturas econômicas vigentes, pois dentro dessas estruturas há forças que permitem diferentes saídas, das que beneficiem uma elite da população às que beneficiem a maioria.

Como bom marxista não ortodoxo, defende a tese de que nada está predeterminado, tudo depende da luta, tudo depende do empenho de cada um e de todos em mudar o seu destino.

Não era obrigatório, por exemplo, que os antigos primatas hominídeos se transformassem em seres humanos socialmente cooperativos, nem era inevitável que no Paleolítico Superior houvesse uma revolução tecnológica no uso de instrumentos de pedra. Tudo isso foi objeto de escolhas conscientes.

Já no Neolítico, havia pelo menos duas saídas para alimentar a crescente população de sociedades comunísticas: ou a guerra global por recursos escassos, ou a intensificação da agricultura.

Na verdade, conforme a região, as duas situações ocorreram, sendo a humanidade de hoje predominantemente descendente dos grupos que inovaram na agricultura, na proteção militar, no controle da irrigação, na coleta de impostos, no controle da distribuição da produção, enquanto a maioria continuava no cultivo. 

Tudo isso decorreu da criatividade humana, do mesmo modo que a saída da crise atual vai depender da criatividade de bilhões de pessoas.

No Egito e no Grande Zimbábue (na África), na Suméria (na Ásia) e no México (na América do Norte), a intensificação da agricultura permitiu que houvesse um superávit alimentar que sustentava enormes populações de governantes, soldados e sacerdotes, que não precisavam produzir a própria comida. 

Que isso foi objeto de escolhas conscientes, e não de reflexos sociais inexoráveis a partir das condições econômicas, fica provado pelas enormes diferenças estruturais, sociais e culturais entre as sociedades egípcia, zimbabuana, suméria e mexicana. A única coisa em comum são seus artefatos de cobre.

Quando se adotam instrumentos de bronze, se sucedem, principalmente na Mesopotâmia e no Egito, impérios que nascem, ascendem, chegam ao auge, decaem e desaparecem, sempre em meio a crises e guerras, num processo que se replica várias vezes.

Aqui Faulkner, que está longe de ser um historiador “objetivo” e sempre toma partido da maioria, se insurge como um profeta bíblico contra as vitórias das minorias, que segundo ele transformaram a Idade do Bronze numa sucessão de desperdício de recursos e de violências e guerras intermináveis.

Ele vai notar, mais adiante, que hoje estamos diante de escolhas semelhantes.

O próximo grande passo da história não foi dado no Egito, no Grande Zimbábue, na Suméria ou no México, mas em pontos periféricos (na época), como a Pérsia, onde se passou a adotar instrumentos agrícolas e de artesanato e armas de ferro, não mais de bronze.

O excedente de alimentos aumentou enormemente em relação à Idade do Bronze: a Idade do Ferro se consolidou mais ou menos 1.300 anos antes de Cristo.

Surgem os impérios Indiano e Chinês. Aqui Faulkner vai observar que, com a instauração da propriedade privada, as mulheres passaram a perder seu papel central e crucial na sociedade para ficar em posições subordinadas.

Em outro capítulo bem interessante, demonstrará que o advento do judaísmo, do cristianismo e do islamismo foi em grande parte produzido pelos mitos vigentes entre as camadas oprimidas e pelas suas aspirações.

A globalização triunfa de novo no livro do arqueólogo com a descrição dos esplendores dos impérios Bizantino, Islâmico, Indiano e Chinês, enquanto a Europa sofria a invasão dos bárbaros e permanecia em isolamento atrasado até o início das grandes navegações e até começar a se consolidar o capitalismo, a partir da exploração das colônias. Embora o autor não deixe de mencionar as civilizações da África, da Mesoamérica e dos Andes, aqui já estamos caminhando em terrenos mais familiares.

Mas Faulkner inova mais uma vez no final: ele chega até 2012.

Diz que a crise financeira de 2008 representa a passagem de “uma bolha para um buraco negro” e que, quatro anos depois, a elite neoliberal está emaranhada nas contradições que seu próprio domínio envolve.

E adverte: a saída dessa situação não está de modo algum predeterminada pelas condições econômicas; depende da ação consciente de todos os seres humanos em relação às situações concretas em que nos encontramos. 

Trata-se de um apelo à luta em favor das maiorias oprimidas.