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6 frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ para refletir





As frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ nos oferecem grandes lições de autoconhecimento. Nesta aventura narrativa somos testemunhas da alquimia interior pela qual todos, de algum modo, deveriam passar alguma vez. Poucas obras são tão simples e ao mesmo tempo evocativas em relação à transformação humana e à intenção de aprender a ser melhor.

Algo que sem dúvida é curioso, e ao mesmo tempo fascinante sobre esta obra, é o seu autor. Robert Fischer foi um dos melhores escritores de comédia do mundo do cinema, teatro e televisão. Trabalhou para Groucho Marx, Lucille Ball e Bob Hope. Este autor teve uma carreira excepcional no mundo da escrita, bem como uma arte maravilhosa para nos trazer uma visão mais otimista e construtiva da vida.

Sua capacidade de fazer o leitor rir ia acompanhada da reflexão capaz de nos fazer ver nossas próprias limitações e potencialidades. Sua extensa experiência como humorista e dramaturgo o dotou de uma capacidade inata para despertar consciências e para fazer de suas obras de autoajuda um caminho acessível, original e evocativo para facilitar nosso desenvolvimento pessoal.

Frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’

A história central desta obra nos leva a um cavaleiro muito singular. Estamos diante de um homem admirável: corajoso, que faz (aparentemente) ações nobres e é generoso… No entanto, logo nos damos conta de uma coisa. Ele vive tão encantado pelo brilho de sua própria armadura que não sabe apreciar o que tem.

Sua cegueira chega ao ponto de negligenciar o que o cerca. Incapaz de valorizar outra coisa senão suas próprias virtudes, um dia percebe algo bem singular: sua armadura deixa de brilhar; está enferrujando. Cativo de si mesmo, se lança em uma jornada de iniciação espiritual e transformação onde se liberta de diversas barreiras. É então que, através de personagens originais e experiências, este livro nos deixa grandes ensinamentos.

As frases de ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ são, sem dúvida, exemplos do autoconhecimento, do despertar que todos devemos promover.

1. O que há sob nossas armaduras
“Colocamos barreiras para nos proteger de quem acreditamos ser. Então, um dia, estamos presos atrás das barreiras e não podemos mais sair”.
O cavaleiro tinha plena convicção de que era bom e generoso. No entanto, suas ações não evidenciavam tais nobrezas, tais qualidades. Sob sua armadura brilhante havia alguém que precisava ser polido para compensar suas grandes carências.

Este personagem foi capaz de travar ferozes batalhas. No entanto, em nenhum momento ele se deu conta do inimigo que tinha em seu interior, do dragão enfurecido que havia prendido o seu verdadeiro “eu”.

2. O alívio emocional
“Apenas as lágrimas de sentimentos verdadeiros irão libertá-lo da sua armadura”.
O reconhecimento das próprias necessidades e o contato com as emoções presas em nosso interior são o primeiro passo para nos livrarmos do peso de nossas armaduras. Para remover a ferrugem e brilhar novamente, nada melhor que oxigenar espaços, desprender tensões, chorar…

3. Tomar consciência do que é importante
“Aos seres humanos foram dados dois pés para que não tivessem que permanecer no mesmo lugar, mas se permanecessem quietos com mais frequência para poderem aceitar e apreciar, em vez de irem de um lado para o outro tentando se apoderar de tudo, entenderiam verdadeiramente o que é a ambição do coração”.
Esta é uma das frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ que mais deve nos convidar à reflexão. Nosso cavaleiro atravessa territórios, países e reinos para fazer o bem. Salva, defende, protege e luta contra (o que ele considera) errado. No entanto, esse personagem passou a alimentar um amor maior por sua própria armadura do que por sua família.

Sua esposa Julieta e seu filho quase não ocupam espaço em sua memória. Negligenciou o que é verdadeiramente importante. Portanto, não nos esqueçamos de que todos somos livres para nos mover, para crescer e avançar, mas por sua vez, é necessário estarmos conscientes de nossas raízes: do que é importante.

4. O aqui e agora
“Nunca havia apreciado o que acontecia no momento. Durante a maior parte de sua vida, não havia escutado realmente a ninguém nem a nada. O som do vento, da chuva, o som da água que corre pelos riachos, haviam sempre estado ali, mas na realidade nunca os havia ouvido…”
Apreciar o momento presente, ser receptivo ao que nos rodeia, é um modo de tomar consciência do que tem real valor. Colocar o olhar no próprio ego, no que fizemos ontem ou faremos amanhã, enferruja ainda mais a nossa armadura. A verdadeira luz se encontra no momento presente, onde estão nossas oportunidades, onde nossa felicidade pode acontecer.



5. O amor por si mesmo

“O cavaleiro chorou mais quando compreendeu que, se não se amasse, não poderia realmente amar os outros. A necessidade que tinha deles era um obstáculo. Nisso apareceu o mago e lhe disse: somente poderá amar os outros à medida que ama a si mesmo”.
Há um momento no livro em que o cavaleiro não resiste mais. Avançou tanto na floresta de seu inconsciente que só pensa em fugir, em voltar para a sua família. No entanto, mais tarde ele percebe algo: ainda não pode voltar porque não sabe cuidar de si mesmo. Alguém que não sabe cuidar de si mesmo e que não se ama dificilmente poderá amar os outros como merecem.

Esse é, portanto, nosso primeiro passo em toda transformação pessoal: cultivar um amor próprio saudável, aprender a valorizar a nós mesmos, a curar a nós mesmos, a cuidar de nós mesmos.

6. O silêncio como canal de escuta
“Permanecer em silêncio é mais do que não falar”.
Esta é outra das frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’. Na obra, o próprio cavaleiro deve enfrentar o dragão de seus pensamentos em meio à solidão e ao mais rigoroso silêncio. Tal situação não é confortável, porque há muitos ruídos mentais e, além disso, há suas armaduras inconscientes, que o impedem de acessar seu autêntico ser para derrotar o falso eu.

Quebrá-las para esclarecer suas necessidades e abraçar seu ser autêntico é algo que conseguirá neste cenário de silêncio. Onde não há opção a não ser escutar.


Para concluir, há um fato que vale a pena comentar sobre Robert Fischer, o autor do livro. Em mais de uma ocasião, explicou que a ideia deste livro surgiu a partir de várias experiências de quase morte. A vida o levou a esse limite em diferentes ocasiões, e em todas elas sua própria voz lhe dizia: “Você não deve morrer. Você ainda não cumpriu o que veio fazer”.

Este livro era sua missão, e essa experiência com ele transformou sua vida. Foram 6 anos e meio dedicados a esta obra, e essas frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ nos lembram que também temos a missão de encontrar o nosso propósito, mas primeiro temos que nos libertar de nossas armaduras.






O Cavaleiro da Armadura Enferrujada - Livro - WOOK



6 frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ para refletir





As frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ nos oferecem grandes lições de autoconhecimento. Nesta aventura narrativa somos testemunhas da alquimia interior pela qual todos, de algum modo, deveriam passar alguma vez. Poucas obras são tão simples e ao mesmo tempo evocativas em relação à transformação humana e à intenção de aprender a ser melhor.

Algo que sem dúvida é curioso, e ao mesmo tempo fascinante sobre esta obra, é o seu autor. Robert Fischer foi um dos melhores escritores de comédia do mundo do cinema, teatro e televisão. Trabalhou para Groucho Marx, Lucille Ball e Bob Hope. Este autor teve uma carreira excepcional no mundo da escrita, bem como uma arte maravilhosa para nos trazer uma visão mais otimista e construtiva da vida.

Sua capacidade de fazer o leitor rir ia acompanhada da reflexão capaz de nos fazer ver nossas próprias limitações e potencialidades. Sua extensa experiência como humorista e dramaturgo o dotou de uma capacidade inata para despertar consciências e para fazer de suas obras de autoajuda um caminho acessível, original e evocativo para facilitar nosso desenvolvimento pessoal.

Frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’

A história central desta obra nos leva a um cavaleiro muito singular. Estamos diante de um homem admirável: corajoso, que faz (aparentemente) ações nobres e é generoso… No entanto, logo nos damos conta de uma coisa. Ele vive tão encantado pelo brilho de sua própria armadura que não sabe apreciar o que tem.

Sua cegueira chega ao ponto de negligenciar o que o cerca. Incapaz de valorizar outra coisa senão suas próprias virtudes, um dia percebe algo bem singular: sua armadura deixa de brilhar; está enferrujando. Cativo de si mesmo, se lança em uma jornada de iniciação espiritual e transformação onde se liberta de diversas barreiras. É então que, através de personagens originais e experiências, este livro nos deixa grandes ensinamentos.

As frases de ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ são, sem dúvida, exemplos do autoconhecimento, do despertar que todos devemos promover.

1. O que há sob nossas armaduras
“Colocamos barreiras para nos proteger de quem acreditamos ser. Então, um dia, estamos presos atrás das barreiras e não podemos mais sair”.
O cavaleiro tinha plena convicção de que era bom e generoso. No entanto, suas ações não evidenciavam tais nobrezas, tais qualidades. Sob sua armadura brilhante havia alguém que precisava ser polido para compensar suas grandes carências.

Este personagem foi capaz de travar ferozes batalhas. No entanto, em nenhum momento ele se deu conta do inimigo que tinha em seu interior, do dragão enfurecido que havia prendido o seu verdadeiro “eu”.

2. O alívio emocional
“Apenas as lágrimas de sentimentos verdadeiros irão libertá-lo da sua armadura”.
O reconhecimento das próprias necessidades e o contato com as emoções presas em nosso interior são o primeiro passo para nos livrarmos do peso de nossas armaduras. Para remover a ferrugem e brilhar novamente, nada melhor que oxigenar espaços, desprender tensões, chorar…

3. Tomar consciência do que é importante
“Aos seres humanos foram dados dois pés para que não tivessem que permanecer no mesmo lugar, mas se permanecessem quietos com mais frequência para poderem aceitar e apreciar, em vez de irem de um lado para o outro tentando se apoderar de tudo, entenderiam verdadeiramente o que é a ambição do coração”.
Esta é uma das frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ que mais deve nos convidar à reflexão. Nosso cavaleiro atravessa territórios, países e reinos para fazer o bem. Salva, defende, protege e luta contra (o que ele considera) errado. No entanto, esse personagem passou a alimentar um amor maior por sua própria armadura do que por sua família.

Sua esposa Julieta e seu filho quase não ocupam espaço em sua memória. Negligenciou o que é verdadeiramente importante. Portanto, não nos esqueçamos de que todos somos livres para nos mover, para crescer e avançar, mas por sua vez, é necessário estarmos conscientes de nossas raízes: do que é importante.

4. O aqui e agora
“Nunca havia apreciado o que acontecia no momento. Durante a maior parte de sua vida, não havia escutado realmente a ninguém nem a nada. O som do vento, da chuva, o som da água que corre pelos riachos, haviam sempre estado ali, mas na realidade nunca os havia ouvido…”
Apreciar o momento presente, ser receptivo ao que nos rodeia, é um modo de tomar consciência do que tem real valor. Colocar o olhar no próprio ego, no que fizemos ontem ou faremos amanhã, enferruja ainda mais a nossa armadura. A verdadeira luz se encontra no momento presente, onde estão nossas oportunidades, onde nossa felicidade pode acontecer.



5. O amor por si mesmo

“O cavaleiro chorou mais quando compreendeu que, se não se amasse, não poderia realmente amar os outros. A necessidade que tinha deles era um obstáculo. Nisso apareceu o mago e lhe disse: somente poderá amar os outros à medida que ama a si mesmo”.
Há um momento no livro em que o cavaleiro não resiste mais. Avançou tanto na floresta de seu inconsciente que só pensa em fugir, em voltar para a sua família. No entanto, mais tarde ele percebe algo: ainda não pode voltar porque não sabe cuidar de si mesmo. Alguém que não sabe cuidar de si mesmo e que não se ama dificilmente poderá amar os outros como merecem.

Esse é, portanto, nosso primeiro passo em toda transformação pessoal: cultivar um amor próprio saudável, aprender a valorizar a nós mesmos, a curar a nós mesmos, a cuidar de nós mesmos.

6. O silêncio como canal de escuta
“Permanecer em silêncio é mais do que não falar”.
Esta é outra das frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’. Na obra, o próprio cavaleiro deve enfrentar o dragão de seus pensamentos em meio à solidão e ao mais rigoroso silêncio. Tal situação não é confortável, porque há muitos ruídos mentais e, além disso, há suas armaduras inconscientes, que o impedem de acessar seu autêntico ser para derrotar o falso eu.

Quebrá-las para esclarecer suas necessidades e abraçar seu ser autêntico é algo que conseguirá neste cenário de silêncio. Onde não há opção a não ser escutar.


Para concluir, há um fato que vale a pena comentar sobre Robert Fischer, o autor do livro. Em mais de uma ocasião, explicou que a ideia deste livro surgiu a partir de várias experiências de quase morte. A vida o levou a esse limite em diferentes ocasiões, e em todas elas sua própria voz lhe dizia: “Você não deve morrer. Você ainda não cumpriu o que veio fazer”.

Este livro era sua missão, e essa experiência com ele transformou sua vida. Foram 6 anos e meio dedicados a esta obra, e essas frases do livro ‘O Cavaleiro da Armadura Enferrujada’ nos lembram que também temos a missão de encontrar o nosso propósito, mas primeiro temos que nos libertar de nossas armaduras.






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A vida depois da doença


Feira do Livro: Por que não falar em doença? questiona o Dr. Lucchese em seu novo livro. “Segunda chance – A vida depois da doença” tem sessão de autógrafos nesta terça-feira

A segunda chance segundo Fernando Lucchese



Juremir Machado da Silva


Quem não conhece o dr. Fernando Lucchese? Craque do coração, cardiologista de renome, ele é também autor de livros de sucesso. Acabei de ler o seu “Segunda chance, a vida depois da doença” (L&PM). Que belo livro! Com um texto leve e cativante, Lucchese descreve o que a doença faz com a gente e como alguns conseguem melhorar (ficar curados e melhores). Eu diria que quem anda por volta dos 60 anos de idade não pode deixar de ler esse relato de experiências de um médico consagrado e suas sábias interpretações do comportamento humano. A doença transforma arrogantes em humildes, colossos em seres frágeis.

Há os que nunca vão ao médico e os que só pensam em doenças. Há os que se acham imortais e os que fazem da própria doença uma razão de viver. Há os que morrem sem ter vivido e os que só despertam para a vida quando olham nos olhos da morte. Há os que não se cuidam por só cuidarem da agenda e há os que se desesperam quando a doença chega por ter de cancelar a agenda. A grande sacada, quando a doença bate à porta, sugere Fernando Lucchese, é darwiniana: “Só sobrevivem os que se adaptam”. Passa-se da surpresa à revolta e desta ao medo de morrer. Depois, vencido o primeiro tranco, surgem adaptação, aceitação e esperança. O autor aborda as reações dos pacientes e os procedimentos dos médicos, que não podem dar garantias nem eliminar imprevistos.

Doença não salva casamento em crise. Mas pode dar uma chance de reinventar a vida. Lucchese mapeia: “Após diagnosticada a doença, as reações individuais são as mais variadas. Há os que simplesmente negam e seguem tocando a vida. Às vezes correm perigo por não levar a sério as recomendações dos médicos. Há outros que passam a viver em função da doença. Param completamente a vida e declaram-se doentes”. Como encontrar forças para continuar? Como não mergulhar na autocomiseração? Existe um doente ideal? Segundo Lucchese, “o doente ideal é aquele que aprende com a doença. Tira do infortúnio as lições necessárias para continuar a vida evitando a recaída ou outras doenças”. O melhor caminho para a segunda chance é o estilo de vida.

Na equação do dr. Lucchese estilo de vida = saúde = felicidade = longevidade. Isso passa por alimentação, filosofia de vida, percepção da nossa finitude e busca de equilíbrio: “Os inteligentes e os espertos se adaptam e apostam na quantidade de vida que têm pela frente. E buscam qualidade no tempo que resta”. Com humor, Lucchese ilustra as situações. Um produtor rural idoso apaixonou-se pela jovem cuidadora. Preocupados com perdas na herança, os filhos avisavam que ela só queria o dinheiro dele, que, maroto, respondia: “E eu tenho!”

Velhice não é doença, mas traz doenças com ela. Precisamos manter viva a criança que nos habita: “Definitivamente, crianças são melhores do que os adultos que delas são gerados. Talvez por isso as crianças sempre estão preparadas para uma segunda chance após tratada a doença. Adultos nem sempre estão”. “Segunda chance”, de Fernando Lucchese, é uma primeira oportunidade de lidar com o inevitável.


Ler . . .





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Ler . . . faz bem !



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" Bendito, bendito é aquele que semeia livros,

livros a mão cheia e manda o povo pensar;

o livro caindo na alma,

é germe que faz a palma,

é chuva que faz o mar."

(Castro Alves)




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Zé Zuca : compositor da música Livros cantada no vídeo acima.




CD : O Melhor de Zé Zuca


Música : Livros


Eu vou chamar você pra ver
o novo livro que eu comprei pra gente ler (Bis)
posso cantar nesta canção
que meus amigos estão lendo de montão

Livros, livros, livros
Pinóquio e Cinderela estão na sala de leitura
livros, livros, livros
eu quero passear no mundo da literatura

Livros, livros, livros
Emília e Rabicó estão na sala de leitura
livros, livros, livros
eu quero passear no mundo da literatura

Livros, livros, livros
Pererê e tininim estão na sala de leitura
livros, livros, livros
eu quero passear no mundo da literatura

Livros, livros, livros
Moby Dick e Peter Pan estão na sala de leitura
livros, livros, livros

eu quero passear no mundo da literatura



Aula Pública : Bibliodiversidade



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O livro é a principal forma de transmissão de conhecimento aprofundado numa sociedade.

A pluralidade de publicações garante o equilíbrio entre as diferentes vozes que participam do debate e da construção do conhecimento.

O crescimento de grandes corporações e a adoção de políticas agressivas de marketing, no entanto, ameaçam a diversidade editorial.

Nas livrarias, as editoras pequenas e médias encontram cada vez menos espaço de exposição, que agora é vendido para as grandes corporações do setor, como já acontecia nos supermercados.

O resultado é a diminuição de publicações independentes e plurais nas livrarias.

Mas por que é tão importante buscar o equilíbrio e a pluralidade no mercado de livros?​


Convidado: Haroldo Ceravolo Sereza

Jornalista e editor de livros. Diretor de redação do portal Ópera Mundi.
Ex-presidente da Liga Brasileira de Editora, a LIBRE.












A duplicação digital do mundo e os seus riscos




Em entrevista à Carta Maior, Eric Sadin fala sobre a capacidade crescente dos dispositivos digitais inteligentes de controlar as nossas vidas.

Paris - Já não estamos sós. Um duplo ou muitos duplos nossos permanecem nos incontáveis Data Center do mundo, nas redes sociais, nas memórias gigantescas do Google ou da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, a NSA. É o que o ensaísta francês Eric Sadin, um dos autores mais proféticos e brilhantes na análise das novas tecnologias, chama de “humanidade paralela”. Em cada um de seus livros anteriores, “Surveillance Globale”, “La Société de l’anticipation”, Eric Sadin explorou como poucos as mutações humanas inerentes ao surgimento da hiper-tecnologia em nossas vidas. Longe de se contentar com um anedotário trivial dos instrumentos tecnológicos que surgiram nas últimas três décadas, Sadin os pensa de uma forma inédita. Seu último livro, “L’Humanité Augmentée, L’administration numérique du monde” (A Humanidade aumentada, a administração digital do mundo), explora a capacidade cada vez maior que os dispositivos inteligentes tem para administrar o rumo do mundo. 

O livro ganhou na França o Hub Awards 2013, um prêmio que recompensa o melhor ensaio do ano. Para Eric Sadin, Hall 9000, o computador super-potente da nave Discovery no filme “2001, uma Odisseia no Espaço”, deixou há muito de ser uma ficção: Hal 9000 foi inclusive superado pela tendência atual na direção de uma “administração robotizada da existência”. GPS, Iphone, Smartphone, sistemas de gestão centralizados que decidem por si mesmo, rastreabilidade permanente, tudo conflui para a criação do que o autor chama de um “órgão sintético que repele toda dimensão soberana e autônoma”. Em entrevista à Carta Maior, Eric Sadin analisa esse duplo tecnológico que nos facilita muitas coisas e ao mesmo tempo nos espreita a ponto de transformar nossa humanidade. 


Eric Schmidt, o presidente do Google, diz em seu último livro, “The New Digital Age”, que “acabamos de deixar os starting-blocks” da revolução digital. Você, ao contrário, estima que a revolução digital está acabando. Fim ou nova fase?


- A década atual assinala o fim do que se chamou de “revolução digital” que começou no princípio dos anos 80 mediante a digitalização cada vez maior do real: a escrita, o som, a imagem fixa e animada. Esse amplo movimento histórico se deu paralelamente ao desenvolvimento das redes de telecomunicação e tornou possível o advento da internet, ou seja, a circulação exponencial dos dados na rede: as condições de acesso à informação, o comércio e a relação com os outros através dos correios eletrônicos e das redes sociais.

Hoje, esta arquitetura que não parou de se desenvolver e se consolidar está solidamente instalada em escala global e permite o que chamo de “a era inteligente da técnica”. Nosso tempo instaura uma relação com a técnica que já não está prioritariamente fundada sobre uma ordem protética, ou seja, como uma potência mecânica superior e mais resistente que a de nosso corpo, mas sim como uma potência cognitiva em parte superior á nossa. Há robôs imateriais “inteligentes” que coletam massas abissais de dados, os interpretam à velocidade da luz ao mesmo tempo em que são capazes de sugerir soluções supostamente mais pertinentes e inclusive de agir em nosso lugar como ocorre com o “trading algorítmico”, por exemplo. 

Em seu último ensaio, “A humanidade aumentada, a administração digital do mundo”, você expõe um mundo cartografado de maneira constante pelos sistemas digitais. Você mostra a emergência de uma espécie de humanidade paralela – as máquinas – destinadas a administrar o século XXI. Uma pergunta se impõe: o que fica então de nossa humanidade? 

- Desde o Renascimento, nosso potencial humano se fundou sobre a primazia humana constituída pela faculdade de julgar, a faculdade de decisão e, por conseguinte, da responsabilidade individual que funda o princípio da Lei. A assistência das existências por sistemas “inteligentes”, além de representar uma evolução cognitiva, redefine de fato a figura do humano como senhor de seu destino em benefício de uma delegação progressiva de nossos atos para outros sistemas. Uma criação humana, as tecnologias digitais, contribui paradoxalmente para debilitar o que é próprio ao ser humano, ou seja, a capacidade de decidir conscientemente sobre todas as coisas. Esta dimensão em curso se amplificará nos próximos anos. 

Você se refere ao surgimento de um componente “orgânico-sintético que repele toda dimensão soberana e autônoma”. Em resumo, o mundo, nossas vidas, está sob o comando do que você chama de “a governabilidade algorítmica”. O ser humano deixou de administrar. 

- Não se trata de que já não administra, mas sim de que o fará cada vez menos em benefício de amplos sistemas supostamente mais eficazes em termos de optimização e de segurança das situações individuais e coletivas. Isso corresponde a uma equação que está no coração da estratégia da IBM. Esta empresa implementa arquiteturas eletrônicas capazes de administrar por si mesmas a regulação dos fluxos de circulação do tráfego nas estradas, ou a distribuição de energia em certas cidades do mundo. Isso é possível graças à coleta e ao tratamento ininterrupto de dados: os estoques de energia disponíveis, as estatísticas de consumo, a análise dos usuários em tempo real. 

Estas informações estão conectadas com algoritmos capazes de lançar alertas, de sugerir iniciativas ou assumir o controle decidindo por si mesmo certas ações: aumento da produção, compras automatizadas de energia nos países vizinhos, o corte do fornecimento em certas zonas. 

Isso equivale a uma espécie de perda maior de soberania. 

- A meta consiste em buscar a optimização e a segurança em cada movimento da vida. Por exemplo, fazer que uma pessoa que passa perto de uma loja de calçados possa se beneficiar com a oferta mais adequada ao seu perfil, ou que alguém que passeia em uma zona supostamente perigosa receba um alerta sobre o perigo. 

Vemos aqui o poder que se delega à técnica, ou seja, o de orientar cada vez com mais liberdade a curva de nossas existências. Esse é o aspecto mais inquietante e mais problemático da relação que mantemos com as tecnologias contemporâneas. 

O escândalo de espionagem que explodiu com o caso Prism, o dispositivo mediante o qual a NSA espiona todo o planeta, expôs algo terrível: não só nossas vidas, nossa intimidade, são acessíveis, mas elas estão digitalizadas, convertidas em Big Data, duplicadas. 

- Prism revelou dois pontos cruciais: em primeiro lugar, a amplitude abismal, quase inimaginável, da coleta de informações pessoais: em segundo, a colusão entre as empresas privadas e as instâncias de segurança do Estado. Este tipo de coleta demonstra a existência de certa facilidade para apoderar-se dos dados, guardá-los e depois analisá-los para instaurar funcionalidades de segurança. A estreita relação que liga os gigantes da rede com a NSA deveria estar proibida pela lei, salvo em ocasiões específicas. De fato, não é tanto a liberdade o que diminui, mas sim partes inteiras de nossa vida íntima. 

O meio ambiente digital favoreceu o aprofundamento inédito na história do conhecimento das pessoas. Este fenômeno está impulsionado pelas empresas privadas que coletam e exploram essas informações, frequentemente recuperadas pelas agências de segurança e também por cada um de nós mediante as ondas que disseminados permanentemente, às vezes sem consciência disso, às vezes de maneira deliberada. Por exemplo, através da exposição da vida privada nas redes sociais. 

O caso NSA-Prism representa um marco na história. De alguma maneira, mesmo que as pessoas tenham reagido de forma passiva, perdemos a inocência digital. Você acredita que ainda persiste a capacidade de revelar-se nesta governabilidade digital? 

- Haverá um antes e um depois do caso Prism. Ele mostrou até que ponto a duplicação digital de nossas existências participa da memorização e de sua exploração. Isso ocorreu em apenas 30 anos sob a pressão econômica e das políticas de segurança sem que tenha sido possível instaurar um debate sobre o que estava em jogo. Esse é o momento para tomar consciência, para empreender ações positivas, para que os cidadãos e as democracias se apropriem do que está em jogo, cujo alcance concerne à nossa civilização. 

A ausência da Europa no caso deste roubo planetário tem sido tão escandalosa quanto covarde. Você, no entanto, está convencido de que o Velho Mundo pode desempenhar um papel central. 

- Parece-me que a Europa, em nome de seus valores humanistas históricos, em nome de sua extensa tradição democrática, deve influir na relação de forças geopolíticas da internet e favorecer a edificação de uma legislação e de uma regulamentação claras. O termo “Big Data”, para além das perspectivas comerciais que possui, indica esse momento histórico no qual todos estamos copiados sob a forma de dados que podem ser explorados em uma infinidade de funcionalidades. 

Trata-se de uma nova inteligibilidade do mundo que emerge através de gigantescas massas de dados. Trata-se de uma ruptura cognitiva e epistemológica que, me parece, deve ser acompanhada por uma “carta ética global” e marcos legislativos transnacionais. 

Em seu livro você se refere a uma figura mítica do cinema, Hal, o sistema informático da nave Discovery, que aparece no filme 2001, uma Odisseia no Espaço. Hal é, para você, a figura que encarna nosso futuro tecnológico através da inteligência artificial. 

- Hal é um sistema eletrônico hiper-sofisticado que representa a personagem principal do filme de Stanley Kubrick. Hal é um puro produto da inteligência artificial, capaz de coletar e analisar todas as informações disponíveis, de interpretar as situações e agir por conta própria em função das circunstâncias. 

Exatamente como certos sistemas existentes no “trading algorítmico” ou no protocolo do Google. Hal não corresponde mais a uma figura imaginária e isolada, mas sim a uma realidade difusa chamada infinitamente a infiltrar setores cada vez mais amplos de nossa vida cotidiana. 

Nessa mesma linha, para você, se situa o Iphone ou os Smartphones. Não se trata de joguinhos, mas sim de um quase complemento existencial. 

- Creio que a aparição dos Smartphones em 2007 corresponde a um acontecimento tecnológico tão decisivo como o da aparição da internet. Os Smartphones permitem a conexão sem ruptura espaço-temporal. Com isso, os Smartphones expõem um corpo contemporâneo conectado permanentemente, ainda mais na medida em que pode ser localizado via GPS. Através dele também se confirma o advento de um “assistente robotizado” das existências por meio dos inúmeros aplicativos capazes de interpretar uma grande quantidade de situações e de sugerir a cada indivíduo as soluções supostamente mais adaptadas. 

Esses objetos, que são táteis, nos fazem manter uma relação estreita com o tato. Mas, ao mesmo tempo em que tocamos, as coisas se tornam invisíveis: toda a informação que acumulamos desaparece na memória dos aparatos: fotos, vídeos, livros, notas, cartas. Estão, mas são invisíveis. 

- De fato, esse duplo movimento deveria nos interpelar. Nossa relação com os objetos digitais se estabelece segundo ergonomias cada vez mais fluidas, o que alenta uma espécie de crescente proximidade íntima. A anunciada introdução de circuitos em nossos tecidos biológicos amplificará o fenômeno. Por outro lado, essa “familiaridade carnal” vem acompanhada por uma distância crescente, por uma forma de invisibilidade do processo em curso. 

Isso é muito emblemático no que diz respeito aos Data Centers que contribuem para modelar as formas de nosso mundo e escapam a toda visibilidade. É uma necessidade técnica. No entanto, essa torção assinala o que está em jogo em nosso meio ambiente digital contemporâneo: por um lado, uma impregnação contínua dos sistemas eletrônicos; por outro, uma forma de opacidade sobre os mecanismos que o compõem. 

Os poderes públicos, principalmente na Europa, são incapazes de administrar o universo tecnológico, de enquadrá-lo com leis ou fixar-lhe limites. A ignorância reina, mas a tecnologia termina por se impor, do mesmo modo que as finanças, a todo o espectro político. 

- Estamos vivendo no interior de um regime temporal que se torna exponencial, prioritariamente mantido pela indústria que impõe suas leis. 

O próprio dos regimes democráticos é sua faculdade deliberativa, sua capacidade coletiva para escolher conscientemente as regras que orientam o curso das coisas. Esse componente está hoje eminentemente fragilizado. 

Sem nostalgia, eu diria que vamos ter que lidar ativamente e sob diversas formas com a amplitude do que está em jogo eticamente, tanto agora como no futuro, sob a indução desta “tecnologização” de nossas existências. Tanto nas escolas como nas universidades. 

Creio que é urgente ensinar o código, a composição algorítmica, a inteligência artificial. Creio que são os professores de “humanidade digital” que deveriam ingressar nas escolas e contribuir para despertar as consciências e ajudar a encontrar as perspectivas positivas que estão se abrindo com este movimento. 

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

Postado no site Carta Maior em 11/11/2013
Vídeos inseridos por mim




2001 Uma odisseia no espaço : o computador Hal 9000 assume o controle 

2001 Uma odisseia no espaço : o computador Hal 9000 precisa ser desativado para que o protagonista do filme reassuma o controle


A leitura inspira ... 2 de Abril Dia Internacional do Livro Infantil










A Bíblia, o humor e o nosso presente histórico





Marco Weissheimer

Flávio Aguiar passou muitos anos lendo e estudando a Bíblia – ou as Bíblias, como prefere dizer – como pesquisador e professor de teoria literária. 

Mais da metade das literaturas e das artes que estudamos, assinala, são incompreensíveis sem um conhecimento mínimo das diversas Bíblias.

A relação de Flávio Aguiar com os textos bíblicos começou, na verdade, desde a infância, quando ele compreendeu que “a verdadeira Bíblia era sexo, ação e violência o tempo inteiro”. “Era melhor que um faroeste”, brinca.

Mais tarde, no Canadá, descobriu com o professor Northrop Frye que as Bíblias também foram escritas com humor. “De repente tudo isso se materializou numa reescritura do que eu lera e me inspirara na minha vida de professor e crítico literário”, conta. 

Foi assim que nasceu A Bíblia segundo Beliel (Boitempo), que trouxe Flávio Aguiar ao Brasil para dois lançamentos, em Porto Alegre (1º) e em São Paulo (12), neste mês de março.

Em uma conversa no restaurante Gambrinus, no Mercado Público de Porto Alegre, Flávio Aguiar fala da origem de seu interesse pelos textos bíblicos, da presença do humor nestes textos, da importância de voltar a rir de coisas sobre as quais não se riem mais e da perspectiva de fim de mundo presente nos dias de hoje. “É um livro cômico para ser levado a sério. Ele trata de coisas sérias”, resume.

O acaso sorriu para essa intenção do autor. A Bíblia segundo Beliel e suas histórias profundamente humanas surgem no momento em que a Igreja Católica está mergulhada em uma profunda crise moral e mesmo programática.


Os pecados que habitam o Vaticano e que agora vem a público embalados sob a forma de escândalos não são inéditos. A história do homem e das igrejas dos homens está repleta deles. Lembrando uma passagem de Isaías, um dos livros bíblicos preferidos de Flávio Aguiar:

“Toda a cabeça está enferma, e todo o coração abatido. Desde a planta do pé até ao alto da cabeça, não há nele nada são; tudo é uma ferida, uma contusão, uma chaga entumecida, que não está ligada, nem se lhe aplicou remédio para sua cura, nem foi suavizada com óleo. Vossa terra está deserta, vossas cidades abrasadas pelo fogo…” (Isaías, 1,5)

Como é que começou esse seu interesse pela Bíblia?

Começou quando eu era criança. Eu lia a Bíblia não só porque estudava em um colégio jesuíta (o Anchieta, o velho Anchieta da rua Duque de Caxias, em Porto Alegre). Mesmo sendo criança e com um lado um pouco carola, devo dizer, eu logo compreendi que a Bíblia – a verdadeira Bíblia, não as adaptações que se faziam – era sexo, ação e violência o tempo inteiro. Era melhor que faroeste, melhor que revista pornográfica, o que não depõe em nada contra a Bíblia. 

Ela é um livro profundamente humano sobre coisas humanas, mas infelizmente a maioria das pessoas se convenceu de que ela é algo intocável, que é uma redoma que não pode ser tocada e que só pessoas iluminadas podem interpretá-la devidamente.

Não. As bíblias – e vou falar dela no plural mesmo – foram escritas para serem lidas por todos. Ela tem uma mensagem aberta para crianças, adolescentes, pessoas maduras, pessoas idosas, para todas as crenças e todas as raças. Eu consegui, por alguma alquimia, me imbuir desse espírito.

Agora, houve um momento chave na vida, que foi quando eu fui aluno de Northrop Frye, um professor extraordinário de teoria literária na Universidade de Toronto, no Canadá. 

Além de ser um professor extraordinário e especialista em temas bíblicos, ele me convenceu que a Bíblia tinha sido escrita com humor também.

Tudo isso se materializou na ideia de escrever uma história baseada nos relatos bíblicos para que nós hoje, no século 21, pudéssemos rir de coisas sobre as quais não se riem mais. E eu penso que isso é algo muito salutar.

Que coisas, por exemplo?

Vou dar um exemplo da Bíblia clássica. Quando Jesus está no templo e os sacerdotes que se consideravam guardiões das escrituras começam a apertá-lo, ele responde: Vocês estão vendo esse templo? Eu posso destruí-lo e reconstruí-lo em três dias. Os doutos sacerdotes respondem: mas que louco, que idiota, em outras palavras é claro, mas dizem isso. Na verdade, Jesus está tirando sarro da cara deles. Está dizendo: vocês não estão entendendo nada do que está acontecendo. O que está acontecendo aqui é outra coisa.

Há outro momento, belíssimo, em que ele está na casa desses doutores e eles resolvem tratá-lo mal. Neste momento entra casa adentro uma prostituta, que dizem ser Maria Madalena – há controvérsia a respeito -, põe uma bacia com água aos pés de Jesus, derrama lágrimas nesta bacia, lava os pés dele e os enxuga com o próprio cabelo. É uma cena de um erotismo extraordinário, além de deixar aqueles doutores todos com a cara no chão.

Outro exemplo pode ser encontrado em Jeová, o criador do Gênesis, que tem um lado meio neurótico. Ele criou algo sobre o qual está completamente inseguro. Então ele fica tentando refazer tudo: é dilúvio pra cá, é fogo pra lá, e destrói Sodoma e Gomorra, e promete pra Jó e faz o contrário, e chama Lúcifer para tentar Jó…Ou seja, Jeová deveria estar em um divã psicanalítico, de preferência com o doutor Freud, que é da tribo.

Então, o livro, apesar de ter um viés satírico, pretende também falar de coisas sérias, digamos. É um livro sério, na verdade…

É um livro cômico para ser levado a sério. Ele trata de coisas sérias. O último capítulo, por exemplo, é o fim do mundo. Eu não vou falar sobre isso porque como o livro foi recém-lançado ainda existem muitas pessoas que ainda não conhecem o seu final. Eu não vou falar sobre isso, mas é o fim do mundo. Hoje, nós nos deparamos com uma perspectiva de fim de mundo, seja do ponto de vista supersticioso, religioso – como a teoria maia do fim do mundo -, seja do ponto de vista científico – é a crise climática, o fim da atmosfera.

O fim do mundo foi, em primeiro lugar, um tema da minha geração que cresceu sob a ameaça da terceira guerra mundial, da guerra fria, que iria acabar com o mundo.

Hoje, a ameaça da guerra fria está à sombra, mas existe a ameaça de uma guerra nuclear, por exemplo, no Oriente Médio, seja de que ponto de vista se queira encarar.

O fim do mundo se tornou hoje uma visão palpável. Como disse um grande amigo meu, Saul Leblon, que escreve na Carta Maior, nós, mais velhos, não veremos este momento, mas nós já estamos olhando nos olhos daquelas crianças que se defrontarão com o momento em que o mundo tomará um rumo, o rumo da continuidade ou o da destruição e da calamidade, em função das grandes ameaças que pairam sobre nós, pelos problemas ambientais, por questões sociais não resolvidas.

Eu diria, então, que o livro trata de temas bíblicos, mas é um livro realista, que trata de questões sobre o nosso presente histórico e nossa vida cotidiana.

E parece haver também um fim do mundo pairando sobre a própria igreja…

Eu diria que as trombetas do apocalipse soaram para, pelo menos, uma certa igreja, que é herdeira do imenso trabalho conservador e reacionário de João Paulo II para reverter a tendência progressista anterior.

Eu diria que esta igreja está fadada a desaparecer ou a fazer a própria igreja desaparecer.

Esse é o desafio para o próximo conclave: ou continuar mantendo essa cúpula fechada do Vaticano sobre a qual pesam gravíssimas acusações de corrupção em todos os sentidos, inclusive no sentido cristão.

Essas acusações vão desde a pedofilia até a corrupção envolvendo dinheiro. Não vamos esquecer as palavras de Cristo: ai daquele que escandalizar um destes pequenos, melhor que amarrasse uma pedra no pescoço e se jogasse no mar.

Foto: Flávio Aguiar e Paulo Neves no lançamento do livro, sexta (1º) à noite, na Palavraria, em Porto Alegre. (Palavraria Livros & Café)

Postado no blog RS Urgente em 02/03/2013


Quando é que acontece a magia?







Créditos

Curta “Onde nascem os sonhos”

Direção, e diçãoe roteiro: L.S. Alves

Mãe, Maquiagem e edição: Edy Comerlatto

Filha: Liz Comerlatto Alves

Argumento: Roberta Fraga

Músicas: Matthew Tyas – Des notes balches e Cristian Moresi – Celtic Night.

Nos mês das crianças o curta de 1 minuto Onde nascem os sonhos é uma homenagem às crianças que são leitoras e um estímulo aos pais que leem para seus filhos.

Há algum mistério no momento em que um leitor se encanta por uma história. Mas eu não me refiro à qualidade da obra, se bem escrita, se tem suspense, se tem apelo. O que falo é a magia que acontece quando o leitor encontra a história, porque um livro, fechado ou aberto sem contato com o leitor, uma história que não entrou pelos olhos do leitor e atingiu sua mente ou seu coração, é apenas um punhado de tinta e celulose ou de pixels, conforme o caso.

E como é bonita essa magia! Essa força que realmente transforma. Ao lermos um livro, no momento em que fechamos a capa final e nos damos o direito de exibir aquele sorriso bobo (quem nem mesmo percebemos que fazemos), já não somos mais a mesma pessoa do momento anterior à leitura. Somos mais, somos melhores, somos maiores.

Recorri à observação da criação, onde o tema a que me refiro parece ser mais claramente vivo: a imaginação, a fantasia, a ilusão.

Chame do que quiser. O fato é que acontece uma mágica e não é culpa inteiramente do escritor (bom ou mal, fácil ou difícil). A leitura, já comentei aqui é um processo extremamente ativo. Você, leitor, compactua com o autor, você se permite, você se posiciona, você vive os personagens e se identifica (ou não), você torce pelos tipos, sugere finais. Tudo isso porque, no momento em que você abre o livro e o lê, a história já passa a ser sua.


Foto: Crianças vendo um teatro de bonecos, Paris, França, 1963, Alfred Eisenstaedt (1898 – 1995)

Com as crianças é assim ainda mais físico, que o conteúdo psicológico. Eles arregalam olhos, suspiram, cantam, torcem (às vezes aos gritos), preocupam-se diante do infortúnio do herói, pegam o leitor, sobem em cima do leitor, parecendo não acreditar que tanta coisa fantástica saia dali, daquele papel. Um boa leitura faz isso e muito mais.

E é curioso como isso acontece. Pensando numa resposta mais concreta, eu me vi às voltas com o livro O Brincar e a Realidade de D. W. Winnicott. E supus que iria encontrar lá uma resposta acadêmica para a indagação a respeito da fantasia, da ilusão e da importância delas. E vi muito mais: vi que o sonho (ele difere clinicamente sonho e fantasia, posto que o livro se trata na verdade de tese, com estudos clínicos sobre o comportamento dos pacientes e a importância do brincar) e a bricadeira são o momento em que o ser, o eu (que ele chama de self) ao brincar, compactua a realidade e vivencia a própria criatividade. É o momento em que a ilusão entra em contato com o real, sem deixar de lado o mundo interno do ser, o que está em volta dele e o que ele almeja, sonha, projeta-se.

Mas o que isso tem a ver com o livro? Compare: no momento da leitura isso também ocorre? Uma brincadeira entre o eu, o real e o que gostaríamos que fosse. Esse processo todo acontece, nem que seja até o suspiro da leitura final, quando fechamos a quarta capa.

Não sou formada em Psicologia, mas suspeito que ler seja, no fundo (ou desde a superfície), uma grande brincadeira.


Sobre o autor


Roberta Fraga

Crio seres imaginários, escrevo contos, costuro histórias.



Postado no blog Livros e Afins em 05/10/2012
Imagem inserida por mim



Ler é trabalho



 

Nikelen Witter

Uma das minhas grandes conquistas da vida adulta foi fazer com que levassem à sério o tempo em que eu estava lendo. Cresci ouvindo a frase: “Nika, tu que está aí, só lendo, faz tal coisa.” E, veja bem, minha casa não era exatamente uma dessas casas em que se desestimula a leitura. Pelo contrário. Meus pais sempre acharam que minha fúria por ler devia ser alvo de grandes incentivos, mesmo que nenhum dos dois fosse um grande leitor. Para eles, a leitura era um passatempo, algo para se fazer quando não se tem mais nada para fazer. Já eu sempre fui uma viciada, no amplo e mau sentido da palavra. Aprender a ler foi minha principal meta em toda a primeira infância e, logo, eu queria devorar qualquer coisa escrita que me passasse pela frente. E eu preferia brincar sem outras crianças por perto para poder deixar a imaginação alimentada de histórias voar sem ter de ficar dando boletins sobre isso. Ou seja, chata desde criancinha.
Sei, você lê isso e pensa: “não, de forma alguma, uma criança imaginativa devia ser adorável”. Olhe o quadro com mais atenção. Meus pais precisavam justificar aos amigos uma menina que distraia com a presença de letras em qualquer lugar – paredes, jornais, bulas de remédio – a ponto de não ouvir, não responder e não se interessar pela presença das outras pessoas. Pior: como explicar às outras crianças que eu, sentada, olhando para uma parede, fazendo expressões e rindo sozinha, estava brincando? Minha pobre irmã chorava. Alguns adultos deviam questionar minha sanidade, mas, nos idos dos 80, se você tinha boas notas era mentalmente são até prova em contrário ou até trucidar o gato do vizinho. Nunca fiz nenhuma das duas coisas, logo, era só chata, não louca.
Na adolescência, eu passei a sumir. Cada novo livro eram dois dias sem que as pessoas me vissem mais do que para as refeições (por vezes, nem isso). Os vizinhos acreditavam que meus pais tinham apenas uma filha e eu era uma visita ocasional. Ainda assim, para todos em meu em torno, a minha leitura não era uma vocação, mas um passatempo, nada sério. Isso se estendeu até a época da faculdade. “Faz tal coisa, Nika, depois tu volta a ler”. Num dado momento, entramos num debate sobre o tempo. “São apenas 15 minutinhos, filha.” Ora, 15 minutinhos são 5 a 10 páginas de texto (dependendo do texto). Isso é um mundo, uma imensidão. E, de 15 em 15 minutinhos se vão meias e uma horas e o que atrasa é a minha leitura. Isso porque eu não estou fazendo nada, só lendo. Ora, eu estou lendo! E ler também é trabalho (na faculdade é duas vezes isso).
Minha conquista de espaço, porém, nem foi das mais árduas. Tenho alunos que relatam situações ainda piores. No mundo rural gaúcho ler muito enlouquece, e com tanto o que fazer, uma sombra e um livro é coisa de quem não quer trabalhar, isso sim! Somam-se outros argumentos. Vá brincar ao invés de ficar “só lendo”. Vá viver ao invés de ficar “só lendo”. Vá se divertir ao invés de… Vai trabalhar, vagabundo.
Minha reivindicação – igual a que fiz em casa há tantos anos – é que: ler também é trabalho. E sim é diversão e brinquedo e vida. Quem lê não está fazendo “nada”. Está viajando, construindo, crescendo. Está lendo. Traduza 15 minutos em páginas e as páginas em conhecimento e sensações e verá o quanto eles custam ao leitor que larga seu livro. Seja tolerante com os leitores, pois se tem algo que eles não estão fazendo é “só” lendo.
Postado no blog Sapatinhos Vermelhos em 24/07/2012