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Golpe com punho de seda. Por Kakay


O ex-presidente Jair Bolsonaro  

Há várias maneiras de tentar um golpe de Estado. Uma tentativa clássica, recentemente ocorrida no país, foi a encetada pelo então presidente da República, Bolsonaro, que reuniu generais, ministros de Estado, empresários, políticos e, simplesmente, sitiou as proximidades do Exército brasileiro com um acampamento criminoso, cooptou milhares de apoiadores, interferiu nas eleições presidenciais e invadiu, com força e violência, as sedes dos Três Poderes, resultando numa forte depredação do espaço público.

Nesse caso, que está sendo exemplarmente julgado pela Suprema Corte, as evidências chegam a chocar. Até um plano, denominado “Punhal Verde Amarelo”, que visava matar o Presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, teve sua execução iniciada. E a autoria do plano macabro foi assumida por um general importante do governo Bolsonaro. Um acinte.

Mas, enquanto o Poder Judiciário enfrenta, no Supremo Tribunal, um processo com todas as garantias asseguradas, uma nova tentativa de golpe, violenta e abusada, vai tomando corpo. Sibilina. Traiçoeira. E ela vem da elite econômica e de boa parte do Congresso Nacional. Dessa vez é um golpe com punhos de seda, de gravata e, como convém à ultradireita, vem envolto com o timbre da política.

Bolsonaro está morto politicamente, vai ser condenado e preso. Mas o bolsonarismo virou uma praga. Infiltrou-se em milhões de indigentes intelectuais e faz com que políticos, até então, aparentemente com algum equilíbrio, dispam a fantasia e assumam, com escancarada alegria, as vestes do radicalismo fascista. Estão se revelando numa guerra pelo espólio bolsonarista. O vale-tudo implementado durante o governo fascista cravou as garras em boa parte da população brasileira. Não existe mais nenhum pudor. É a busca desenfreada pelo poder. Todas as fantasias foram rasgadas.

O projeto de anistia apresentado pelos bolsonaristas é criminoso. Na verdade, é o sonho da ultradireita raiz. Tudo é anistiado. Da milícia ao crime organizado, que acaba sendo a mesma coisa. A agressividade vulgar do projeto, porém, tem um método. E é aí que mora o perigo. A fixação dos fascistas é desmoralizar o Judiciário. Para isso, dentre outros movimentos, eles bradam que o Supremo Tribunal está interferindo na política.

Supremo Tribunal Federal (STF) 

Ativista demais. Ora, o Judiciário, todos sabemos, é um poder inerte. Só age se provocado. O golpe em andamento é bem pensado. Eles passam uma anistia golpista no Congresso Nacional. Sabem que algum partido político acionará o Supremo Tribunal. E, obviamente, o Tribunal terá que declarar a chapada inconstitucionalidade.

Ou seja, a ultradireita terá o motivo para se insurgir fortemente contra a Corte Suprema. É o golpe sendo preparado à luz do dia. E com o apoio forte de boa parte dos políticos. O Supremo Tribunal, que está sendo o guardião da institucionalidade neste momento trágico, não pode abrir nenhuma brecha para discutir qualquer ponto dos anseios fascistas, seja tamanho da pena, ou flexibilização para a chamada raia miúda do golpe. A Constituição não admite nenhuma negociação. É a democracia ou a barbárie.

Lembrando-nos de Pessoa, na pessoa de Ricardo Reis, em Odes e outros poemas:

“Segue o teu destino
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.”


Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido pela alcunha de Kakay, é um dos maiores advogados criminalistas brasileiros. É também poeta e escritor.


China dá recado aos EUA e a seu Presidente . . .

 




Abaixo o Desfile completo. 

Veja o importante recado, da China ao Mundo, no final do vídeo, soltando 80 mil pombas e balões. 

Recado foi totalmente visual, mas me permiti traduzir em palavras : 
   " Apesar de termos armas modernas e poderosas, preferimos a PAZ "

( Rosa Maria - Editora do Blog )






Tilda Swinton detona plano de Trump para Gaza e denuncia genocídios no Festival de Berlim

 



Tilda Swinton detona plano de Trump para Gaza e denuncia genocídios no Festival de Berlim

'O desumano está sendo perpetrado sob nossa supervisão', afirmou a atriz ao denunciar assassinatos em massa.

 A atriz Tilda Swinton fez um forte discurso contra o plano de Donald Trump de invadir a Faixa de Gaza, expulsar palestinos e transformar a região em uma "Riviera do Oriente Médio", durante premiação no Festival de Berlim nesta quinta-feira (13). A atriz, que concorreu com Fernanda Torres ao Globo de Ouro pelo filme "O Quarto ao Lado", utilizou seu discurso para denunciar genocídios e extremismos políticos.

"Podemos seguir para o grande estado independente de cinema e descansar lá, um reino ilimitado, inatamente inclusivo, imune aos esforços de ocupação, colonização, posse ou o desenvolvimento da 'propriedade Riviera'. Um reino sem fronteiras e sem política de exclusão, perseguição ou deportação", afirmou a atriz, também fazendo alusão à política extremista de deportação em massa adotada por Trump.

A atriz ainda continuou seu discurso denunciando a ocorrência de assassinatos em massa "perpetrados pelo Estado e facilitados internacionalmente" e condenados por organizações que têm o objetivo de "monitorar coisas inaceitáveis para a sociedade humana". "Esses são fatos que precisam ser enfrentados", declarou.


"O desumano está sendo perpetrado sob nossa supervisão. Estou aqui para nomeá-lo, sem hesitação ou dúvida em minha mente, e para emprestar minha solidariedade inabalável a todos aqueles que reconhecem a inaceitável complacência de nossos governos viciados em ganâncias que que se tornam amigos de destruidores de planetas e criminosos de guerra, de onde quer que venham", completou Tilda. 

Além da atriz, o presidente do festival, Todd Haynes, e o membro do júri deste ano Rodrigo Moreno, também fizeram críticas a Donald Trump e ao presidente argentino Javier Milei. “Estamos assistindo a essa avalanche de ações nas primeiras semanas de gestão. Preocupa muito”, disse Haynes sobre Trump.

"Acho que faz parte da estratégia criar uma sensação de instabilidade, choque, pois as pessoas têm muito receio da situação econômica. Temos que procurar formas de resistência dentro do nosso setor", defendeu o presidente.

Já Moreno, que é argentino, chamou Milei de fascista e maluco, e comentou sobre a dificuldade de fazer filmes diante do governo do presidente da Argentina. "É um pesadelo. Até o ano passado, tivemos uma lei forte, que nos permitia fazer muitos filmes, semelhante ao sistema francês. Foi isso que nos permitiu fazer este cinema argentino bonito e renovado nas últimas décadas. Agora, tudo foi cortado. No ano passado, nenhum filme foi produzido pelo Instituto Nacional de Cinema, uma tragédia", afirmou.



Os astros revelam que algo pior está sendo tramado contra nós

  

Francisco Wanderley Luiz, que lançou bombas no prédio da Corte e se matou. O autor do atentado a bomba à sede do Supremo, segundo investigações, tinha como alvo Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.




Olavo de Carvalho (1947 – 2022) : Morre um pústula

 


Reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Renato Rovai

Não comemoro mortes. É algo que assumi como um dogma. A morte envolve muitos sentimentos para além do finado que precisam ser respeitados.

Já vi gente comemorando a morte de filhos de adversários políticos, de atores e até de jogadores de futebol. Acho que isso revela mais sobre a pessoa do que sobre o morto ou seu familiar que é alvo do ódio.

Não vou abrir uma champanhe pela morte de Olavo de Carvalho e nem ao menos sair por aí dizendo “bem feito, quem mandou não se vacinar”. Mas ao mesmo tempo não vou deixar de dizer que quem morre é um dos mais tóxicos dos seres humanos que teve algum tipo de destaque no debate público desde a democratização do Brasil em 1985.

Olavo foi um cancro para a democracia brasileira. Ele, em conjunto com a família Bolsonaro, transformou em herói para uma parcela da população gente como Ustra. Só por isso mereceria todos os repúdios mesmo no dia da sua morte. Mas mais do que isso, incentivou ódio a gays, violência contra pessoas que chamava de globalistas, todo tipo de discriminação e ainda convenceu milhões a lutarem contra a vacina chinesa o que levou dezenas de milhares à morte, inclusive ele.

Morre um pústula. Essa é a verdade. E reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Mesmo morto, Olavo deixa seguidores. E por isso precisará continuar a ser combatido. Sua história de crápula e de alguém deletério aos direitos humanos e ao processo civilizatório tem que ser discutida como algo a ser superado pela sociedade para que pessoas assim não tenham mais tanto espaço para combater a democracia por dentro.

Olavo provavelmente vai definhar enquanto guru. Mas isso também depende de nós. Os erros dos democratas em não valorizar a cultura e a educação e ao mesmo tempo não diminuir as injustiças sociais é que abrem espaço para gente assim se tornar referência e liderança.

Olavo morre e é hora de aproveitar a oportunidade para enterrar junto com ele o olavismo e todo o mal que ele representou ao Brasil.





Renato Rovai é graduado em jornalismo pela Universidade Metodista, mestre em comunicação pala Universidade de São Paulo e doutorado em ciências humanas e sociais pela Universidade Federal do ABC. É professor de jornalismo digital na Faculdade Cásper Líbero e blogueiro.

Professor convidado do Centro Latino-Americano de Cultura e Comunicação da ECA-USP e diretor editorial da Revista Fórum. Militante da democratização da mídia, articulou o Fórum de Mídia Livre e do Encontro Nacional dos Blogueiros.

Trabalhou nos jornais Diário do Grande ABC, Diário de Minas, Diário Popular, TV Gazeta e Editora Globo.

Criou a editora Publisher Brasil, em 1994. Em 2001, lançou a Revista Fórum, no primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, a revista teve a sua versão impressa até o ano de 2013, a partir de 2014 a Revista Fórum passou a ser digital.



Olavo de Carvalho


Para ler mais clique nos links abaixo :

















Olavo de Carvalho (1947 – 2022) : Morre um pústula

 


Reconhecer isso mesmo com o corpo ainda quente é obrigatório, porque sua vida foi dedicada ao ódio e à violência contra grupos sociais. Esconder é de alguma forma invizibilizar essa violência, esse horror que foi por ele incentivado em vida.

Renato Rovai

Não comemoro mortes. É algo que assumi como um dogma. A morte envolve muitos sentimentos para além do finado que precisam ser respeitados.

Já vi gente comemorando a morte de filhos de adversários políticos, de atores e até de jogadores de futebol. Acho que isso revela mais sobre a pessoa do que sobre o morto ou seu familiar que é alvo do ódio.

As mentiras do canalha na ONU




Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

Logo no início da pandemia, quando comecei a escrever sobre os desmandos deste Presidente desalmado e desumano na condução criminosa da crise sanitária, propus que ele fosse processado não somente pelos crimes contra a saúde pública, mas também por genocídio. Escrevi sobre isso em maio de 2020 e fiz várias lives defendendo a criminalização da conduta desse fascista. Fui muito criticado por vários amigos que tinham o cuidado sobre a exata tipificação da conduta desse criminoso. Uma preocupação técnica que eu respeito, mas que não me comove.

O ar que começava a faltar para milhares de brasileiros tragados pela nuvem tóxica que exalava desse governo me turvava os olhos. Agia por impulso, usando o que a advocacia e a vida me deram de mais precioso: a capacidade de poder falar e escrever. Quis fazer da minha voz a voz daqueles que começavam a sofrer os efeitos de uma política perversa e cruel. Já trazia a indignação para o debate que se avizinhava na certeza de que o irresponsável Presidente estava guiando o país para o abismo, para o precipício.

E, aos poucos, fui colocando mais pimenta para definir esse Presidente desprovido de empatia, de compaixão, de solidariedade e de emoção com a dor do outro. Dentre as várias palavras que eu usei para definir minha repulsa, talvez uma o defina melhor: canalha!

O trabalho heroico do Padre Júlio Lancellotti

 







Música “A verdade vos Libertará”, de Padre Zezinho,

cantada por Antonio Cardoso


A Verdade vos libertará. libertará

A verdade vos libertará, libertará

Não temais os que matam o corpo

Não temais os que armam ciladas

Não temais os que vos caluniam

Nem aqueles que portam espadas

Não temais os que tudo deturpam

pra não ver a justiça vencer

Tende medo somente do medo

De quem mente pra sobreviver

Tende medo somente do medo

De quem mente pra sobreviver

A Verdade vos libertará. libertará

A verdade vos libertará, libertará

Não temais os que vos ameaçam

Com a morte ou com difamação

Não temais os poderes que passam

Eles tremem de armas na mão

Não temais os que ditam as regras

Na certeza de nunca perder

Tende medo somente do medo

De quem cala ou finge não ver

Tende medo somente do medo

De quem cala ou finge não ver

A Verdade vos libertará. libertará

A verdade vos libertará, libertará

Não temais os que gritam nas praças

Que está tudo perfeito e correto

Não temais os que afirmam de graça

Que vós nada trazeis de concreto

Não temais o papel de profetas

Que o papel do profeta é falar

Tende medo somente do medo

De quem acha melhor não cantar

Tende medo somente do medo

De quem acha melhor não cantar

A Verdade vos libertará. libertará

A verdade vos libertará, libertará.



Júlio Lancellotti


Júlio Renato Lancellotti é um pedagogo e presbítero católico brasileiro. Exerce a função de pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. Além da paróquia, o padre também é responsável pelas missas realizadas na capela da Universidade São Judas Tadeu, situada na mesma rua. Wikipédia


O trabalho heroico do Padre Júlio Lancellotti

 


Aos iludidos . . .


Leonel Radde on Twitter: "Na paralisação da polícia contra os ...










 


Fascismo - Dicio, Dicionário Online de Português


História *Dependência de história*: Fascismo e Nazismo


Hora difícil. MAFALDA: No Pasaran! – Laboratório de Sensibilidades


TÁ NO “TEMPO DA POLÍTICA”…SEM POLÍTICA? | Clair Castilhos



Bella ciao é uma canção popular italiana, provavelmente composta no final do século XIX. Na sua origem, teria sido um canto de trabalho das Mondine, trabalhadoras rurais temporárias, em geral provenientes da Emilia Romagna e do Veneto, que se deslocavam sazonalmente para as plantações de arroz da planície Padana. Mais tarde, a mesma melodia foi a base para uma canção de protesto contra a Primeira Guerra Mundial. Finalmente, a mesma melodia foi usada para a canção que se tornou um símbolo da Resistência italiana contra o Fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. ( Wikipédia )



Aos iludidos . . .


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Fascismo - Dicio, Dicionário Online de Português


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TÁ NO “TEMPO DA POLÍTICA”…SEM POLÍTICA? | Clair Castilhos



Bella ciao é uma canção popular italiana, provavelmente composta no final do século XIX. Na sua origem, teria sido um canto de trabalho das Mondine, trabalhadoras rurais temporárias, em geral provenientes da Emilia Romagna e do Veneto, que se deslocavam sazonalmente para as plantações de arroz da planície Padana. Mais tarde, a mesma melodia foi a base para uma canção de protesto contra a Primeira Guerra Mundial. Finalmente, a mesma melodia foi usada para a canção que se tornou um símbolo da Resistência italiana contra o Fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. ( Wikipédia )



A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava





Moisés Mendes

Publicado originalmente no blog do autor


Alegrete tem 10 mortes pela Covid-19. Todos sabem alguma coisa dos que morreram. A pandemia chega também aos lugares em que negam sua existência.

Não há outra cidade da fronteira e da campanha com a simbologia de Alegrete como expressão do que possa ser o gaúcho.

Não há no Estado outra cidade com a mitologia de Alegrete, em  todas  as áreas.

Há duas semanas, morreu ali o fisioterapeuta Sebastião Fialho Guedes, figura admirada pela dedicação aos pacientes e pelo companheirismo.

Morreu dentro do Hospital de Caridade, onde trabalhava com alegria e onde deve ter sido infectado. Ficou um mês internado e não resistiu.

No dia do enterro de Sebastião, Alegrete viu se formar um longo cortejo de carros até o cemitério. Havia muito tempo não morria alguém tão conhecido.

Dias depois, mais carros saíram às ruas, em carreatas que se repetem em Alegrete desde maio. Com bandeiras e gritos pelo fim do isolamento e pela abertura do comércio.

Alegrete é uma das cidades gaúchas tomadas pelo gritedo da extrema direita. Alguns dizem que sempre foi assim. Não foi. Morei 15 anos em Alegrete, me criei num ambiente conservador, mas onde a transgressão criadora sempre teve espaço para contestar o reacionarismo.

Alegrete deve ser a única cidade no Brasil que mantém até hoje um jornal fundado seis anos antes da abolição para lutar pelo fim da escravidão.

Seu criador foi o advogado Luis de Freitas Vale, filho de fazendeiros, apoiado por um grupo de latifundiários, jornalistas, poetas, comerciantes, sapateiros.

Freitas Vale virou barão em 1888 por reconhecimento da Princesa Isabel. Por isso Alegrete é também a terra do abolicionista Barão do Ibirocay.

Tenho orgulho de ter sido editor-chefe da Gazeta de Alegrete com 19 anos, em 1972. Com carteirinha de editor assinada por Samuel Marques e Helio Ricciardi. Eu trabalhei num jornal tatuado pelo combate ao escravismo.

Hoje, Alegrete não é mais apenas conservadora, é uma cidade infectada pelo extremismo de direita. Os que saíram às ruas, logo depois da morte de uma figura com todas as virtudes do fronteiriço, não eram só os que temem perder empregos e negócios. Eram pregadores bolsonaristas.

Conseguiram ficar quietos durante uma semana de luto pela morte de Sebastião. Mas não resistiram e voltaram às carreatas.

Falo de Alegrete, a cidade da Confraria da Praça Nova-Grupo Antifascista porque li ontem que mais de 15 mil pessoas saíram às ruas de Berlim (foto) pelo fim do isolamento.

Uma multidão de negacionistas. Alguns carregavam cartazes com frases antissemitas e pediam a volta do nazismo. Não estavam ali apenas para negar a pandemia. Estavam para dizer que são racistas e superiores.

A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava, em Berlim e Alegrete.

Se há algum consolo, no Alegrete de Freitas Vale pelo menos não pedem a volta da escravidão. Ainda não.










A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava





Moisés Mendes

Publicado originalmente no blog do autor


Alegrete tem 10 mortes pela Covid-19. Todos sabem alguma coisa dos que morreram. A pandemia chega também aos lugares em que negam sua existência.

Não há outra cidade da fronteira e da campanha com a simbologia de Alegrete como expressão do que possa ser o gaúcho.

Não há no Estado outra cidade com a mitologia de Alegrete, em  todas  as áreas.

Há duas semanas, morreu ali o fisioterapeuta Sebastião Fialho Guedes, figura admirada pela dedicação aos pacientes e pelo companheirismo.

Morreu dentro do Hospital de Caridade, onde trabalhava com alegria e onde deve ter sido infectado. Ficou um mês internado e não resistiu.

No dia do enterro de Sebastião, Alegrete viu se formar um longo cortejo de carros até o cemitério. Havia muito tempo não morria alguém tão conhecido.

Dias depois, mais carros saíram às ruas, em carreatas que se repetem em Alegrete desde maio. Com bandeiras e gritos pelo fim do isolamento e pela abertura do comércio.

Alegrete é uma das cidades gaúchas tomadas pelo gritedo da extrema direita. Alguns dizem que sempre foi assim. Não foi. Morei 15 anos em Alegrete, me criei num ambiente conservador, mas onde a transgressão criadora sempre teve espaço para contestar o reacionarismo.

Alegrete deve ser a única cidade no Brasil que mantém até hoje um jornal fundado seis anos antes da abolição para lutar pelo fim da escravidão.

Seu criador foi o advogado Luis de Freitas Vale, filho de fazendeiros, apoiado por um grupo de latifundiários, jornalistas, poetas, comerciantes, sapateiros.

Freitas Vale virou barão em 1888 por reconhecimento da Princesa Isabel. Por isso Alegrete é também a terra do abolicionista Barão do Ibirocay.

Tenho orgulho de ter sido editor-chefe da Gazeta de Alegrete com 19 anos, em 1972. Com carteirinha de editor assinada por Samuel Marques e Helio Ricciardi. Eu trabalhei num jornal tatuado pelo combate ao escravismo.

Hoje, Alegrete não é mais apenas conservadora, é uma cidade infectada pelo extremismo de direita. Os que saíram às ruas, logo depois da morte de uma figura com todas as virtudes do fronteiriço, não eram só os que temem perder empregos e negócios. Eram pregadores bolsonaristas.

Conseguiram ficar quietos durante uma semana de luto pela morte de Sebastião. Mas não resistiram e voltaram às carreatas.

Falo de Alegrete, a cidade da Confraria da Praça Nova-Grupo Antifascista porque li ontem que mais de 15 mil pessoas saíram às ruas de Berlim (foto) pelo fim do isolamento.

Uma multidão de negacionistas. Alguns carregavam cartazes com frases antissemitas e pediam a volta do nazismo. Não estavam ali apenas para negar a pandemia. Estavam para dizer que são racistas e superiores.

A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava, em Berlim e Alegrete.

Se há algum consolo, no Alegrete de Freitas Vale pelo menos não pedem a volta da escravidão. Ainda não.










Devemos nos posicionar !











Devemos nos posicionar !











Fanáticos camisas amarelas de Bolsonaro ficarão cada vez mais violentos



"A marcha bolsonarista, se não houver uma resistência real a seus propósitos, irá ser, a cada dia, mais violenta. Não pode haver ilusão: os camisas amarelas de hoje são o que foram os camisas negras de Mussolini e de Hitler, os camisas azuis de Franco e os camisas verdes de Plínio Salgado", alerta o jornalista Helio Doyle

Por Hélio Doyle, no Congresso em Foco

Não são fatos isolados. No dia 1º de maio, enfermeiros que protestavam pacífica e silenciosamente na Praça dos Três Poderes foram ofendidos e agredidos por militantes bolsonaristas. No dia seguinte, adeptos do presidente Jair Messias Bolsonaro e do ex-ministro Sérgio Moro brigaram em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba. À noite, em São Paulo, manifestantes cercaram o apartamento em que mora o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o ofenderam. No domingo, em frente ao Palácio do Planalto, dois repórteres foram empurrados e receberam chutes e murros, enquanto o motorista de um jornal levava uma rasteira e um repórter era insultado verbalmente. Por seguidores de Bolsonaro, é claro.

A agressividade dos apoiadores de Bolsonaro não é novidade, pois vem se manifestando desde a campanha eleitoral e é incentivada pelo próprio presidente e por seus filhos, um dos quais postou, recentemente, um vídeo com homens atirando. O revólver feito com os dedos é um símbolo claro desse espírito bélico, além de inúmeros outros gestos e falas repletos de exaltações à intolerância, à violência e à destruição, inclusive física, dos que são considerados inimigos.

Nesses tempos de pandemia, porém, os bolsonaristas têm se mostrado ainda mais violentos e agressivos. Uns acham que é porque estão se sentindo acuados e se desesperam, com medo das acusações de Moro e tentando impedir a todo custo um processo de impeachment, agora ou quando a catástrofe passar. Outros atribuem a subida de tom ao fato de estarem sozinhos nas ruas e por isso acharem que está próximo o momento em que irão impor sua agenda antidemocrática, derrubando as instituições e dando mais poderes a Bolsonaro. As bandeiras autoritárias movem as manifestações bolsonaristas e, ao prestigiá-las, o presidente deixa claro seu apoio a elas.

São, na verdade, as duas coisas: Bolsonaro se sente acuado e acha que o ataque é sua melhor defesa. O incremento das manifestações, motorizadas ou não, e o alto nível de violência verbal e física contra os adversários são parte de seu projeto de “tomada do poder” e destruição do “sistema” que estaria impedindo o pleno exercício do governo por ele. O que os bolsonaristas querem é radicalizar o ambiente político, acirrar os ânimos, agitar as ruas, provocar confrontos e estabelecer uma situação caótica de crise econômica, política e social.

O recado que procuram passar é para não tentarem o impeachment ou decisões judiciais para afastá-lo, agora ou depois, pois haverá forte resistência. E, se vier o caos que eles almejam, as forças armadas irão intervir a favor do presidente, contra o Congresso, o Judiciário, a imprensa e as forças da sociedade civil que se opõem a ele. De um jeito ou outro, imaginam, Bolsonaro vencerá.

Guerra santa

Bolsonaro conta com uma significativa base social para executar seus planos. Pesquisas indicam que se aproxima de 30% dos eleitores, mas não se sabe quantos desses, efetivamente, irão às últimas consequências por quem chamam de “mito”. Entre os seguidores do presidente, estão desde milionários até o extrato mais pobre da população. Há empresários de todos os portes e trabalhadores de todas as rendas, homens e mulheres, jovens e idosos.

Mas há, sobretudo, fundamentalistas cristãos fanatizados e integrantes ativos ou inativos das forças policiais e armadas. Bolsonaro conta com eles para, como já disse com clareza, destruir o sistema vigente e construir uma nova ordem no país, segundo os ensinamentos do astrólogo Olavo de Carvalho, guia político do presidente, de seus filhos e alguns ministros e assessores.

É um projeto eminentemente fascista, autoritário e conservador. Para sua execução, Bolsonaro precisa de uma massa de fiéis e fanáticos seguidores, apoiados por militantes armados que lhes assegurem vantagem no confronto — daí os incentivos ao armamento legal pelas milícias disfarçadas em clubes de caça e de tiro. Precisa também que as forças policiais estejam ao seu lado e que as forças armadas optem em apoiá-lo na “guerra santa” contra os comunistas — que, para os bolsonaristas, não são só os marxista-leninistas e esquerdistas, mas todos que se opõem ao mito e a seus desígnios, mesmo estando à direita no espectro político.

São os fundamentalistas e milicianos que, negando os riscos da pandemia e ignorando a ciência, estão indo às ruas para mostrar apoio a Bolsonaro e a seu projeto político, ainda que muitos não o entendam muito bem. Bradam contra a corrupção, ignorando que ela existe na família Bolsonaro e no governo que ele comanda. São contra a “velha política”, fingindo que não sabem quem foi o deputado Bolsonaro e de seus atuais entendimentos com o “centrão”. Defendem princípios religiosos, contraditórios não só com a vida pessoal e atitudes de Bolsonaro como com a violência e os preconceitos que ele defende. Dizem-se nacionalistas, falam em “Brasil acima de tudo”, mas não questionam a submissão aos Estados Unidos e a subserviência a Israel — e até levam bandeiras desses países às manifestações.

Essa massa bolsonarista está sendo insuflada para a guerra e avança aos poucos, mas com persistência, testando as forças contrárias. Como a cada avanço é atacada apenas por dezenas de pronunciamentos e notas oficiais e, mais recentemente, por pedidos de impeachment mantidos na gaveta do presidente da Câmara, sente-se animada a prosseguir e intensificar a ofensiva.

A marcha bolsonarista, se não houver uma resistência real a seus propósitos, irá ser, a cada dia, mais violenta. Não pode haver ilusão: os camisas amarelas de hoje são o que foram os camisas negras de Mussolini e de Hitler, os camisas azuis de Franco e os camisas verdes de Plínio Salgado. E as milícias de Bolsonaro em breve serão a SA e a SS brasileiras. É só questão de tempo.



   Helio Doyle  é jornalista, foi professor da Universidade de Brasília e secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal.






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Casal Bozonazi em: A franga tá presa, babaca


Bolsonaro desafia STF: ‘Constituição tem dupla mão!’


Enquanto isso, na Europa, 1347 d.c.


Herança e legado



Fanáticos camisas amarelas de Bolsonaro ficarão cada vez mais violentos



"A marcha bolsonarista, se não houver uma resistência real a seus propósitos, irá ser, a cada dia, mais violenta. Não pode haver ilusão: os camisas amarelas de hoje são o que foram os camisas negras de Mussolini e de Hitler, os camisas azuis de Franco e os camisas verdes de Plínio Salgado", alerta o jornalista Helio Doyle

Por Hélio Doyle, no Congresso em Foco

Não são fatos isolados. No dia 1º de maio, enfermeiros que protestavam pacífica e silenciosamente na Praça dos Três Poderes foram ofendidos e agredidos por militantes bolsonaristas. No dia seguinte, adeptos do presidente Jair Messias Bolsonaro e do ex-ministro Sérgio Moro brigaram em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba. À noite, em São Paulo, manifestantes cercaram o apartamento em que mora o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o ofenderam. No domingo, em frente ao Palácio do Planalto, dois repórteres foram empurrados e receberam chutes e murros, enquanto o motorista de um jornal levava uma rasteira e um repórter era insultado verbalmente. Por seguidores de Bolsonaro, é claro.

A agressividade dos apoiadores de Bolsonaro não é novidade, pois vem se manifestando desde a campanha eleitoral e é incentivada pelo próprio presidente e por seus filhos, um dos quais postou, recentemente, um vídeo com homens atirando. O revólver feito com os dedos é um símbolo claro desse espírito bélico, além de inúmeros outros gestos e falas repletos de exaltações à intolerância, à violência e à destruição, inclusive física, dos que são considerados inimigos.

Nesses tempos de pandemia, porém, os bolsonaristas têm se mostrado ainda mais violentos e agressivos. Uns acham que é porque estão se sentindo acuados e se desesperam, com medo das acusações de Moro e tentando impedir a todo custo um processo de impeachment, agora ou quando a catástrofe passar. Outros atribuem a subida de tom ao fato de estarem sozinhos nas ruas e por isso acharem que está próximo o momento em que irão impor sua agenda antidemocrática, derrubando as instituições e dando mais poderes a Bolsonaro. As bandeiras autoritárias movem as manifestações bolsonaristas e, ao prestigiá-las, o presidente deixa claro seu apoio a elas.

São, na verdade, as duas coisas: Bolsonaro se sente acuado e acha que o ataque é sua melhor defesa. O incremento das manifestações, motorizadas ou não, e o alto nível de violência verbal e física contra os adversários são parte de seu projeto de “tomada do poder” e destruição do “sistema” que estaria impedindo o pleno exercício do governo por ele. O que os bolsonaristas querem é radicalizar o ambiente político, acirrar os ânimos, agitar as ruas, provocar confrontos e estabelecer uma situação caótica de crise econômica, política e social.

O recado que procuram passar é para não tentarem o impeachment ou decisões judiciais para afastá-lo, agora ou depois, pois haverá forte resistência. E, se vier o caos que eles almejam, as forças armadas irão intervir a favor do presidente, contra o Congresso, o Judiciário, a imprensa e as forças da sociedade civil que se opõem a ele. De um jeito ou outro, imaginam, Bolsonaro vencerá.

Guerra santa

Bolsonaro conta com uma significativa base social para executar seus planos. Pesquisas indicam que se aproxima de 30% dos eleitores, mas não se sabe quantos desses, efetivamente, irão às últimas consequências por quem chamam de “mito”. Entre os seguidores do presidente, estão desde milionários até o extrato mais pobre da população. Há empresários de todos os portes e trabalhadores de todas as rendas, homens e mulheres, jovens e idosos.

Mas há, sobretudo, fundamentalistas cristãos fanatizados e integrantes ativos ou inativos das forças policiais e armadas. Bolsonaro conta com eles para, como já disse com clareza, destruir o sistema vigente e construir uma nova ordem no país, segundo os ensinamentos do astrólogo Olavo de Carvalho, guia político do presidente, de seus filhos e alguns ministros e assessores.

É um projeto eminentemente fascista, autoritário e conservador. Para sua execução, Bolsonaro precisa de uma massa de fiéis e fanáticos seguidores, apoiados por militantes armados que lhes assegurem vantagem no confronto — daí os incentivos ao armamento legal pelas milícias disfarçadas em clubes de caça e de tiro. Precisa também que as forças policiais estejam ao seu lado e que as forças armadas optem em apoiá-lo na “guerra santa” contra os comunistas — que, para os bolsonaristas, não são só os marxista-leninistas e esquerdistas, mas todos que se opõem ao mito e a seus desígnios, mesmo estando à direita no espectro político.

São os fundamentalistas e milicianos que, negando os riscos da pandemia e ignorando a ciência, estão indo às ruas para mostrar apoio a Bolsonaro e a seu projeto político, ainda que muitos não o entendam muito bem. Bradam contra a corrupção, ignorando que ela existe na família Bolsonaro e no governo que ele comanda. São contra a “velha política”, fingindo que não sabem quem foi o deputado Bolsonaro e de seus atuais entendimentos com o “centrão”. Defendem princípios religiosos, contraditórios não só com a vida pessoal e atitudes de Bolsonaro como com a violência e os preconceitos que ele defende. Dizem-se nacionalistas, falam em “Brasil acima de tudo”, mas não questionam a submissão aos Estados Unidos e a subserviência a Israel — e até levam bandeiras desses países às manifestações.

Essa massa bolsonarista está sendo insuflada para a guerra e avança aos poucos, mas com persistência, testando as forças contrárias. Como a cada avanço é atacada apenas por dezenas de pronunciamentos e notas oficiais e, mais recentemente, por pedidos de impeachment mantidos na gaveta do presidente da Câmara, sente-se animada a prosseguir e intensificar a ofensiva.

A marcha bolsonarista, se não houver uma resistência real a seus propósitos, irá ser, a cada dia, mais violenta. Não pode haver ilusão: os camisas amarelas de hoje são o que foram os camisas negras de Mussolini e de Hitler, os camisas azuis de Franco e os camisas verdes de Plínio Salgado. E as milícias de Bolsonaro em breve serão a SA e a SS brasileiras. É só questão de tempo.



   Helio Doyle  é jornalista, foi professor da Universidade de Brasília e secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal.






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