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A assustadora síndrome das crianças que sucumbem ao coma para evitar o sofrimento

 


Descubra o que é a Síndrome da Resignação, como o trauma afeta crianças e como o documentário da Netflix "A Vida em Mim" revela histórias chocantes.

Por CONTI outra


Imagem de capa: imagem divulgação do documentário “A vida em Mim”

A Síndrome da Resignação é um fenômeno raro e intrigante que atinge predominantemente crianças em situações extremas de vulnerabilidade psicológica. Relacionada a eventos traumáticos e ao sofrimento prolongado, essa condição tem sido amplamente discutida em âmbitos psicológicos e sociais. O documentário da Netflix “A Vida em Mim” (“Life Overtakes Me”) trouxe à tona histórias impactantes de crianças refugiadas que entram em um estado catatônico, levantando questões sobre o impacto do trauma crônico no desenvolvimento infantil (Netflix, 2020).

O que é a Síndrome da Resignação?

Essa condição se caracteriza por uma resposta extrema a situações de estresse intenso e prolongado, geralmente relacionadas a experiências traumáticas. Crianças afetadas entram em um estado de apatia extrema que pode progredir para um coma psicogênico, no qual perdem a capacidade de falar, comer ou reagir aos estímulos externos. O quadro frequentemente está associado a famílias refugiadas que enfrentam incertezas sobre o futuro e ameaças à sua segurança.

Segundo estudos recentes, a síndrome está intimamente ligada à vivência de traumas intensos, como perseguição, desespero e deslocamento forçado (BBC, 2021). Esse estado pode ser entendido como uma forma extrema de dissociação, um mecanismo de defesa psicológica que busca proteger a mente de situações insuportáveis.

O trauma como gatilho

O trauma desempenha um papel central na Síndrome da Resignação. Estudos apontam que experiências de violência, instabilidade e ameaças constantes ao bem-estar impactam profundamente o sistema nervoso, principalmente em crianças, cujos mecanismos de regulação emocional ainda estão em desenvolvimento (APA, 2019).

A psicóloga Josie Conti, especialista em trauma e no método EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares), abordou o tema em um react em seu perfil no Instagram, destacando que “as situações de extrema violência e insegurança crônicas sofridas pela família desorganizam a mente e o corpo, levando às manifestações extremas vistas na síndrome”. Ela ressalta que essas crianças encontram-se em uma situação de “desespero absoluto, onde o corpo opta por uma ‘paralisação’ como forma de sobrevivência enquanto aguarda, mesmo que por muitos meses, que a situação melhore”.


Relatos de profissionais

Segundo o psiquiatra Dr. Henrik Pelling, que aparece no documentário “A Vida em Mim”, a síndrome é uma “resposta à total desesperança.” Ele relata que, em muitos casos, a recuperação ocorre apenas quando a família consegue um ambiente seguro e estável. “As crianças precisam sentir que estão fora de perigo para que o sistema nervoso comece a se reorganizar,” explica ele (The Guardian, 2019).

Outra profissional que contribui para a compreensão do fenômeno é a terapeuta infantil Lisa Andresson, que descreve a síndrome como “um grito silencioso por ajuda.” Em seus estudos, ela reforça que o apoio psicológico intensivo é crucial para a recuperação dessas crianças, sendo a intervenção precoce um fator determinante.

O papel da sociedade na prevenção

A Síndrome da Resignação nos desafia a refletir sobre a responsabilidade coletiva diante das crises humanitárias. Como sociedade, é fundamental criar condições que minimizem os fatores de risco associados a essa condição, oferecendo suporte emocional e acesso a ambientes seguros para famílias vulneráveis.

Conclusão

A Síndrome da Resignação é mais do que um fenômeno médico; é um reflexo das condições extremas de sofrimento e vulnerabilidade enfrentadas por muitas crianças. Ao entendermos a relação entre trauma e manifestações físicas, somos levados a questionar a forma como lidamos com situações de desamparo humano. Somente através da empatia e do apoio estrutural é possível mitigar o impacto devastador dessa síndrome.






Todos nós temos um Coringa dentro da gente a ponto de explodir


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Luciano Cazz

O filme “O Coringa” expõe uma ferida que todos têm na alma. Na verdade joga na nossa cara todas as mazelas escondidas atrás dos sorrisos amarelos e das alegrias forjadas.

Nosso Coringa interno guarda todas as rejeições que sofremos durante a vida. De pais que nos abandonaram ou falharam no amor e proteção e de todos os familiares perversos. Rejeição das tantas paixões que nos desdenharam, dos grupos que nos excluíram e dos momentos em que não fomos escolhidos nem convidados. Nosso Coringa engole a seco todas as humilhações que suportamos dentro de casa ou na rua. Todas as risadas da nossa cara, todo deboche cruel. Ele segura no tranco das dores do bullying, que nada mais é do que pisotear em fraquezas ou defeitos para fazer graça como um patético Joker.
O CORINGA QUE VIVE DENTRO DE VOCÊ TEM NA MEMÓRIA CADA DETALHE DE TODOS OS ABUSOS QUE JÁ SOFREU.
Quando seu corpo foi violado pelo desejo do outro ou por tapas. Tem registrado todos os atentados de uma violência psicológica que não se entende nem se mede, mas que o seu Coringa jamais esquecerá. E, por mais que você acredite que tenha superado, lá no fundo, bem escondido no seu íntimo, ele sofre por todas as traições sofridas, por todas as confianças quebradas e os afetos que tentou dar, mas foram jogados no lixo. Ele guarda dolorosamente a forte sensação de impotência diante das frustrações da vida e até das injustiças sociais e políticas.

Ou talvez nem guarde tão bem assim. E deixe escapar na violência doméstica ou no ardiloso usufruto do poder. Nos vícios e promiscuidades. Na falsidade e nas mentiras. Nos julgamentos equivocados e nos destemperos exagerados. Nos egoísmos do dia a dia, nas corrupções diárias e na falta de empatia que impera em uma sociedade, cujo ego infla com a frustração do próximo. E, assim, não implodimos. Nos pequenos delitos, deixamos escapar um pouco do nosso Coringa, como um balão que a gente libera um pouco de ar para não estourar. Então, a gente pune o outro com maldades e sorridentes boicotes pela inveja que nos causa. Jogamos nele as nossas frustrações e o condenamos a um rótulo que é nosso. Competimos com todo mundo por troféu nenhum, atrás de uma autoafirmação do nosso Coringa, mesmo que em cima da infelicidade de quem a gente estima.

Somos todos palhaços de um mundo de aparências. Que finge ser politicamente correto na bolota redonda e vermelha na ponta do nariz, porque, por trás da maquiagem colorida das nossas personalidades virtuais, somos todos sozinhos em nossos sentimentos verdadeiros e amargos no reconhecimento que não temos e negamos às pessoas quando sofremos pelo sucesso do outro e desejamos, secretamente, mesmo que por um momento, o seu pior.
O SORRISO DO CORINGA DESMASCARA UMA SOCIEDADE QUE DISSIMULA FELICIDADE, ENTRETANTO, VIVE INSATISFEITA, DEPRESSIVA OU ANSIOSA.
Que só quer falar sem saber escutar, receber sem saber dar. Saber mais, ter mais, ser mais mesmo que de mentira. Que sofre ao ajudar o próximo e finge que não vê as qualidades alheias. No momento da virada do filme, o Coringa não se liberta do desespero, aprisiona-se. Ele perde o controle sobre a dor para a loucura da verdade humana. A frieza é uma culpa gigantesca que tomou conta de tudo. Ele não tem contraponto e se perde no “não sentir.” Então, pisar nos outros é afrouxar a corda em volta do próprio pescoço, porque a dor que a gente causa é a mesma que desesperadamente queremos nos livrar. Da mesma forma que o narcisismo é o retorno de uma interpretação extremamente feia que temos de nós mesmos.

Segundo Freud a psique se forma em cima do conflito. Mas se o Coringa dentro da gente é natural e inevitável como fazer para não enlouquecer?

Os instintos não de desfazem. Um dia, de uma forma ou de outra, virão à tona. Então, para não implodir e aliviar seu Coringa, procure subterfúgios sadios. Uma luta, um hobby, a arte ou uma religião. A natureza. Viaje! Faça terapia. Procurar razões para gargalhar de verdade. Diga os nãos que calou, os sins que se acovardou. Ou quem sabe tudo isso junto, mas deixe os outros em paz. Pare de fazer, de quem não tem culpa nenhuma, o seu tapete para esconder por debaixo todas as suas frustrações. Encare-se no seu espelho e foque em esvair-se dos rancores escondidos na sua alma.
PERDOE AQUELES QUE SE DEIXARAM LEVAR POR SUA PRÓPRIA LOUCURA E LHE FIZERAM MAL. MAS, MAIS DO QUE ISSO, PERDOE-SE!
Por não ter se defendido, por sua ingenuidade. Perdoe-se por não ter dito: Não! Por ter baixado a cabeça. Por todas as vezes que chorou em vez de reagir e que alimentou o seu Coringa engolindo sapos. Neste mundo torto, foi a maneira que você encontrou de sobreviver. Mesmo assim, afasta-se de quem lhe subestima, como o Coringa não fez, com sanidade.

E caso se identifique com o monstro, principalmente, no momento em que ele vinga o bullying, não se preocupe nem sinta culpa, é só um pouco da pressão saindo, pois ele está em você, mas você está no controle. E, só assim, aceitando e controlando o seu Coringa interno, que você é um ser pleno.

E quem sabe em um futuro não muito distante, o sistema respeite mais a nossa humanidade e, então, em uma civilização mais evoluída e madura, seremos capazes de conciliar melhor os instintos biológicos com os deveres sociais, com menos recalques e mais respeito à expressão individual, e, por conseguinte, tirar a máscara do palhaço para, finalmente, sermos bons de verdade. Como de fato somos.