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A tendência slow : quanto mais lento melhor



Esta é uma das novas tendências culturais, que como tantas outras, foi implementada pelos jovens. Até pouco tempo atrás, o objetivo de todos era fazer tudo o mais rápido possível. Isso trouxe grandes benefícios, mas também deixou muitos seres humanos à beira de um ataque de nervos.

A tendência de exaltar a lentidão está ganhando força. As pessoas perceberam que é ótimo ir de um país para o outro em poucas horas, mas também entenderam que fazer amor em dois minutos, ou almoçar em três, não é uma boa ideia.
“O homem que caminha mais lentamente, que não perde de vista o seu propósito, caminha sempre mais rápido do que aquele que não persegue um ponto fixo”.
– Gotthold Efhraim Lessing –
Viver as experiências com rapidez, muitas vezes, equivale a não vivê-las. Além disso, a pressa aumenta o estresse, a ansiedade, e dá lugar a uma tonelada de problemas. Finalmente, não alcançamos o objetivo de viver mais tempo, mas acontece o oposto: diminuímos o tempo de vida quando a vivemos em um ritmo frenético.

Paciência, uma virtude que anda meio esquecida



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Alessandra Piassarollo


Outro dia estava eu num mercadinho e uma senhorinha me antecedia à fila do caixa. Ela lutava com sua bolsa, tentando encontrar o dinheiro para pagar a pequena compra que fizera. Ciente da sua aparente demora em fazê-lo, comparada aos padrões apressados que estabelecemos, ela me perguntou: “Está com pressa?”

Talvez ela já tenha se acostumado ao nosso ritmo louco; talvez nem concorde com ele, mas prefira não contestar.

Olhei rapidamente para ela, já que até então só observava sua dificuldade em fazer o pagamento. Senti-me fazendo um giro em torno do meu comportamento, até finalmente conseguir reunir duas palavras que surpreenderam até a mim: “Não senhora”.

Talvez tenha sido ousadia da minha parte. Afinal, quem em sã consciência, nesses dias frenéticos que temos vivido, ousa dizer que não está com pressa?

Ela assentiu, conseguiu reunir seus trocados e se foi. Eu refleti comigo pelo restante da tarde. Passei a ouvir o Lenine cantando em meus pensamentos, como se uma verdade estivesse sendo aos poucos revelada:

“ Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência.”

Sei que não fingi minha paciência. Não naquela tarde. Mas vejo impaciências pouco disfarçadas o tempo todo. Quando os motores não querem desacelerar, nem para esperar quem precisa cruzar à nossa frente, e a buzina parece ter se tornado o meio de comunicação mais eficaz; quando as horas do nosso relógio importam mais que as pessoas à nossa frente na fila; quando alguém quer ter uma conversa tranquila conosco e não lembramos mais como é que se faz isso; quando nossos celulares ensandecidos nos chamam o tempo todo.

Porque a gente só pensa na correria e só fala disso, de como o tempo tem passado rápido. Sem paciência pra sentar e fazer uma refeição direito, sem paciência pra esperar os passinhos de uma criança, ou para esperar o pedido chegar à mesa da lanchonete.

Naquela tarde em que percebi que a paciência anda meio escondida entre nossas virtudes, entendi o recado que o cantor quis transmitir ao dizer que “a vida é tão rara. E ela tem sofrido tanto, com essa nossa falta de paciência !

Nem sabemos mais como as outras pessoas têm passado, porque a nossa impaciência responde ao “oi, tudo bem?”, lançando a mesma pergunta, ao mesmo tempo e saímos sem de fato sabermos a resposta. Mas dificilmente teríamos parado pra escutar, caso tivéssemos escutado um “não ando lá muito bem”.

Seria ótimo se criássemos mais oportunidades para dizer: Não senhora, não estou com pressa (mesmo que no fundo a estivéssemos sentindo). Porque precisamos ter coragem de resgatar esse elo perdido com as outras pessoas, que as façam sentir valorizadas e importantes, mais importantes que a nossa correria do dia a dia.

Eu sei que “a vida não pára”, mas nós precisamos nos permitir isso de vez em quando. Respirar fundo e se recusar a expor essa pressa que ameaça sair pelos nossos poros. Aprender a esperar o tempo do outro sem precisar empurrar nossa pressa sobre ele. Porque “o mundo gira cada vez mais veloz”, mas nós podemos sim ditar outro ritmo, que seja nosso e mais respeitoso.

Isso é o que “a gente espera do mundo, e ele espera de nós”. Não queremos mais decepcioná-lo, nem nos inquietarmos tanto.

Saibamos ter “um pouco mais de paciência”. Isso sim é urgente e inadiável !




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Ser paciente em um dia de raiva pode evitar cem dias de tristeza




Valéria Amado

Ser paciente não é ser frágil nem covarde. Às vezes é muito melhor guardar silêncio e aquietar a raiva do que perder tudo em um momento de ira descontrolada. Porque a paciência é a virtude dos corações tranquilos, capazes de entender que ser prudente em um dia de raiva pode evitar cem dias de tristeza.

Todos já experimentamos momentos assim. De fato, às vezes habitamos o “epicentro” de entornos muito exigentes que colocam à prova a nossa capacidade de resistência e essa habilidade que devemos ter como bons gestores emocionais. A ira é como um gatilho que dispara quando perdemos o controle e que, longe de descarregar nossas emoções, costuma trazer efeitos secundários que ninguém deseja.

Aprenda a ser paciente, a acalmar a raiva, a amarrar a ira ao laço do entendimento e da compreensão para perceber que a raiva não soluciona nada, porque podemos perder tudo.

Na hora de falar dessas duas virtudes, que são o silêncio e a paciência, parece que estas dimensões se associam mais à passividade, a quem é incapaz de reagir. Não devemos vê-lo assim. O silêncio sábio que não agride e é paciente permite acalmar a mente para agir com maior equilíbrio, com mais assertividade e moderação.

Os bons gestores emocionais aprendem cedo que dois dos inimigos mais complexos com os quais devem lidar são sem dúvida a ira e a raiva. Além disso, eles se relacionam com diversas mudanças fisiológicas que intensificam ainda mais a sensação negativa e de ameaça. Por isso, na hora de controlar um inimigo, a melhor coisa é conhecê-lo.

Conhecendo um inimigo comum, a ira

Existem pessoas que se zangam com mais ou menos freqüência. A razão dessas diferenças individuais poderia ser explicada por um tolerância menor à frustração, ou inclusive por determinados indicadores genéticos.

A ira surge no nosso cérebro por causa de um leve desequilíbrio entre a serotonina, a dopamina e o óxido nitroso. Tudo isso pode fazer com que existam pessoas com maior tendência a explosões de ira e raiva.

Segundo um interessante artigo publicado no “The New York Times“ pelo psiquiatra Richard Friedman, a ira pode se mostrar também como resultado de uma depressão encoberta.

Uma revolta não controlada, que não é racionalizada ou administrada de forma adequada, pode derivar em frustração e mal-estar. Quando a ira inunda o cérebro por causa do efeito dessa química neuronal acontecem diversas mudanças fisiológicas que vão incrementar ainda mais a emoção negativa. A raiva galopa de forma descontrolada.

Não devemos esconder a revolta, e nem deixar que se transforme em um ataque de raiva. É preciso compreendê-la e canalizá-la de forma adequada para que não asfixie, para que não machuque nem procure vítimas sobres as quais projetar a raiva.

Paciência, calma e conduta assertiva para tratar os aborrecimentos

Desconfie de alguém que diga que “ele ou ela não fica bravo nunca”. Todos passamos por injustiças, ouvimos palavras tolas e comentários tão injustos quanto ofensivos. Agora, antes de deixar que a irritação atue como o isqueiro que acende o fogo da raiva, é preciso refletir alguns momentos sobre estas dimensões.
  • Dê um nome ao que o aborrece. Não fique só com as sensações, com esse desconforto que fica virando o estômago e trava a sua mente. Descreva em palavras concretas o que o incomoda.
  • Procure a calma por alguns instantes, feche-se no seu “palácio de pensar”. É um espaço tranqüilo e sereno que só pertence a você, visualize um lugar onde você deixe de fora a raiva e as emoções negativas para se trancar com “a razão”. Pense agora qual é a melhor opção diante da aquilo que o incomoda.
  • Expresse de forma assertiva a razão da sua chateação. De nada serve “engolir” aquilo que nos prejudica, porque os aborrecimentos não se guardam sob a cama, se expressam em forma de palavras respeitosas para evidenciar com clareza o que nos fere, o que não queremos.
  • Controle, reestruture e mude de cenário. Uma das melhores formas de administrar a revolta e a raiva é controlar aspectos como a respiração ou inclusive os processos mentais capazes de potencializar ainda mais a emoção negativa. Não procure culpados, desligue o ruído mental e os pensamentos irracionais.
Às vezes uma coisa tão simples como caminhar, respirar fundo e procurar um ponto visual no horizonte para descansar a mente e desligar o interruptor da irritação pode nos salvar de todos esses alfinetes externos que tanto abundam no dia a dia. 

É preciso se lançar no mundo com o coração tranquilo, conhecendo os próprios limites, e sabendo que haverá momentos ruins, sem dúvida, mas os bons momentos abundam mais e são a nossa razão de ser…


Postado em Conti Outra







A paciência da natureza



Maria Cristina Tanajura

Enquanto nós, seres humanos, vivemos correndo contra o tempo, sem nos darmos conta do que gostaríamos de realizar um dia, a Natureza continua no seu ritmo, fazendo tudo de forma extremamente paciente.

Experiência é plantar uma semente e esperar que ela floresça. No seu tempo, que nunca sabemos qual é, um broto verde começa a despontar e há de se desenvolver se receber os nutrientes necessários, e será no tempo certo.

Somos parte da Natureza, porém, não gostamos de esperar com paciência o desenrolar da própria vida. Mas o certo é que as mudanças ocorrem no seu devido tempo, mesmo que lutemos para apressá-las o mais possível.

Se estudarmos nossa história, veremos que muito já mudamos, ao longo de todo esse tempo. Crenças erradas foram derrubadas e pelo menos as leis que hoje temos são muito mais justas para todos. Viver de conformidade com elas é uma outra questão... mas na hora certa, tudo há de se ajustar e melhorar - acredito.

O sol não nasce antes, nem depois do seu horário costumeiro e assim é a lua, são as marés, as estações. O homem, com seu livre-arbítrio, gostaria de imprimir um novo ritmo a tudo, mas não consegue. 

Seria muito sábio que olhássemos mais em torno de nós e tentássemos também manter um ritmo harmonioso em nossas vidas.

Neste corre-corre, vamos aonde? Como estarmos conscientes de cada instante, seguindo os conselhos dos sábios de todos os tempos, se não podemos estar centrados, enquanto caminhamos neste frenesi barulhento em que se têm transformado os nossos dias?

Qual será a qualidade de nossas ações, se mal temos tempo de refletir sobre elas?

Como perceber a densidade sutil e silenciosa que nos envolve sempre, se não nos damos condição de entrar em contato com ela?

E nesta loucura de vida, como manter a serenidade e a paz, tão necessárias para que nos sintamos confortáveis conosco mesmos?

Será que um pouco menos de atividade não nos traria mais lucro? Talvez não monetário, mas no tocante à nossa qualidade de vida, à nossa paz interior?

Há uma passagem na Bíblia que afirma haverem muitas moradas na casa de Nosso Pai. Certamente, pois somos seres com diferentes níveis de consciência e, por sintonia, merecedores de abrigos diferentes depois da passagem para o mundo espiritual.

Pensando bem, onde será a casa de Nosso Pai, se não em nosso próprio ser, em nosso íntimo? Sempre estamos lá, mas talvez ainda não tenhamos percebido isso. Como a tartaruga, carregaremos sempre nossa casa, pra onde formos, aqui, ou em qualquer outro plano deste imenso e inesgotável Universo.

Precisamos aprender a ser pacientes. Com a gente mesmo, ao sentirmos que ainda não alcançamos o patamar de perfeição que almejamos e principalmente com o próximo.

Todos chegaremos na Paz e no Amor um dia, mas a caminhada é diferente para cada ser. O ritmo também.

Temos, muitas vezes, a vontade de desacreditar de que um dia a Nova Ordem será instalada em nosso planeta, pois as dificuldades se mostram tantas... 

Mas não devemos pensar assim. Uma semente que ainda se encontra escondida sob a terra não está morta. Está ganhando força para surgir forte e cheia de vida. 

Será também dessa forma que as mudanças emergirão da aparente confusão reinante. Precisamos continuar sonhando e trabalhando para que aconteça, pois todos nós dependemos desta confiança no amanhã!

Lembrei-me da música linda e inspirada do saudoso Gonzaguinha - Semente do Amanhã - que transcrevo abaixo:

Ontem um menino que brincava me falou
Que hoje é semente do amanhã...
Para não ter medo que este tempo vai passar...
Não se desespere não, nem pare de sonhar.
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá!
Nós podemos tudo,
Nós podemos mais,
Vamos lá fazer o que será!

Postado no site Somos Todos Um





Paciência





♫...e o mundo vai girando cada vez mais veloz
e a gente espera do mundo o que ele espera de nós,
um pouco mais de paciência. ♫

Lenine