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Ditadura nunca mais. Fora Bolsonaro e todo entulho autoritário





Luizianne Lins

Fruto de um golpe e do conluio das elites, o governo Bolsonaro é, agora mais do que nunca, comprovadamente, resultado de uma eleição fraudada. De forma deliberada e por armação da chamada “República de Curitiba”, Lula, opção democrática e popular para barrar o golpe e suas consequências, foi impedido de disputar. O resultado foi toda sorte de retrocessos bancados por Bolsonaro e seu governo genocida.

Mais de 314.000 mortes, grande parte evitáveis, pelo total descaso, incompetência e inação do governo federal. E temos, infelizmente, observado o assustador aumento dessa tragédia.

Além disso, vemos a aplicação de uma política neoliberal, que destrói as estruturas públicas e estatais que deveriam estar sendo utilizadas no auxílio ao nosso povo que sofre as consequências da pandemia. Não há vacinação em massa, auxílio emergencial digno e muito menos uma ação centralizada e baseada no rigor científico para combater a pandemia.

Diante da tragédia sanitária, humanitária, econômica e social, temos ainda por parte de Bolsonaro e seus seguidores a sempre presente ameaça de um golpe militar, chantagem recorrente das nossas elites. Não podemos mais admitir esse absurdo, aceitar essas ameaças. Temos que condenar e abolir, de uma vez por todas, inclusive na legislação, qualquer pretexto para saídas golpistas.

Não há outra saída que não seja a democrática. É preciso aprimorar mecanismos da Constituição que precisam ser regulamentados, como, por exemplo, a interdição de um governo genocida e comprovadamente responsável pela morte de milhares de cidadãos e cidadãs, colocando em risco a soberania sanitária mundial. Mecanismos de transição democráticas devem ser construídos imediatamente, antes que tenhamos uma tragédia bem maior.

Portanto, em mais um 31 de março, dia do famigerado golpe civil-militar de 1964, temos que exigir punição aos golpistas, torturadores e honrar a memória de todas e todos aqueles que tombaram, lutando pela democracia. Enfrentar o debate da revisão da Lei da Anistia é, corajosamente, reafirmar nossa luta contra a agressões sofridas na pele e na alma por brasileiros e brasileiras, honrar suas lutas, sua memória, sua dignidade e enfrentarmos o entulho autoritário e a ameaça fascista que devem estar no lixo da história.




Luizianne de Oliveira Lins é jornalista, professora universitária e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores. É deputada federal pelo Estado do Ceará e ex-prefeita de Fortaleza. Disputou a reeleição nas eleições municipais de 2008, ganhando no primeiro turno com 50,16% dos votos.








Internautas resgatam vídeo de fala corajosa de Dilma denunciando os horrores da ditadura

Durante uma sessão da Comissão da Verdade no Senado, a ex-presidente Dilma Rousseff, quando era chefe da Casa Civil do governo Lula,
 fez uma fala corajosa a respeito dos horrores cometidos pela ditadura.


 

Ditadura nunca mais. Fora Bolsonaro e todo entulho autoritário





Luizianne Lins

Fruto de um golpe e do conluio das elites, o governo Bolsonaro é, agora mais do que nunca, comprovadamente, resultado de uma eleição fraudada. De forma deliberada e por armação da chamada “República de Curitiba”, Lula, opção democrática e popular para barrar o golpe e suas consequências, foi impedido de disputar. O resultado foi toda sorte de retrocessos bancados por Bolsonaro e seu governo genocida.

Mais de 314.000 mortes, grande parte evitáveis, pelo total descaso, incompetência e inação do governo federal. E temos, infelizmente, observado o assustador aumento dessa tragédia.

A revolução não será delatada






Miguel do Rosário




Você não poderá ficar em casa, irmão”.



Assim começa o famoso – e maldito – poema de Gil Scott-Heron, a Revolução não será televisionada.

Há uma razão para os roteiristas de Homeland, a premiada série política americana, incluírem trechos desse poema, recitados pelo próprio Gil, na abertura de todos os episódios da temporada 6. O clímax narrativo da temporada acontece no episódio 11, quando Saul, ex-agente da CIA, explica à presidenta eleita sobre os métodos usados por seus adversários para enfraquecê-la.

Eu transcrevo a fala de Saul aqui, por motivos que vocês entenderão rapidamente conforme forem lendo:

É sério? É difícil ouvir o que vocês estão falando. Porque o que eu estou ouvindo não é um plano. Rastrear o dinheiro? Acreditem, é muito mais difícil do que pensam. Vocês ainda estarão fazendo isso quando o mundo rolar por cima de suas cabeças. Por que não conseguem enxergar? Está acontecendo debaixo de seus narizes!
Já temos O’Keefe (blogueiro de extrema-direita). Temos uma campanha de desinformação projetada para desacreditar a presidenta eleita. E a partir de hoje temos tropas em terra e os manifestantes dos quais me desviei para chegar aqui. Isto não lhes é familiar? Porque para mim, sim. Nós fizemos isso na Nicarágua, Chile, Congo, em vários outros países, começando pelo Irã, nos anos 50. E o regime eleito se dá mal. A vida de vocês está em jogo, entenderam? Vocês não podem se calar. E não me refiro à coletiva de imprensa.
– Ao que você se refere?
– Você o intimou a mostrar a cara e foi o que ele fez. Você tem que enfrentá-lo.

Desculpem se pareço repetitivo, mas eu sinto necessidade de afirmá-lo novamente: o que está acontecendo no Brasil, com a Lava Jato, é um golpe de Estado.

Assim como ocorre na trama de Homeland, e, na verdade, em quase todas as histórias parecidas, os articuladores do golpe não são os políticos, e sim as forças de segurança do próprio regime. No caso do Brasil, é a Lava Jato, ponta-de-lança dos setores mais radicalizados desse monstro de três cabeças que substituiu os militares de 1964: Ministério Público Federal, Polícia Federal e Judiciário.

Em algum momento, esses três setores perceberam que, trabalhando juntos, poderiam assumir o poder político no país.

Excelente documentário Resistir é Preciso [ A imprensa alternativa na ditadura civil - militar de 1964 ]







Da mesma maneira que hoje os blogs são uma alternativa ao discurso hegemônico da grande imprensa corporativa, na ditadura a imprensa alternativa lutava não só contra o consenso criado pelas manchetes dos jornais que apoiavam o regime militar, lutava contra agentes que frequentemente os perseguiam e até mesmo os torturavam e matavam.

Narrada e apresentada pelo ator Othon Bastos, a série traz depoimentos e material historiográfico de jornalistas que atuaram em três frentes de combate à ditadura militar: a imprensa alternativa, a clandestina e a que atuava no exílio. 

PifPaf, Pasquim, Movimento e Opinião são alguns dos jornais alternativos apresentados na série. 

Para relembrar e construir essas histórias, Resistir é Preciso conta com depoimentos de grandes nomes do jornalismo da época como: Raimundo Pereira, Juca Kfouri, Laerte, Ziraldo, Audálio Dantas, Paulo Moreira Leite, José Hamilton Ribeiro, Bernardo Kucinsky, Tonico Ferreira, Antonio Candido e tantos outros. 


Comentário postado em DocVerdade em 05/05/2016




EP. 1 - Como tudo começou





EP. 2 - Um barão que não era barão faz escola e cria um estilo





EP. 3 - Começa a ditadura militar. A resistência pela imprensa também





EP. 4 - Imprensa Alternativa, uma leitura obrigatória (parte 1)





EP. 5 - Imprensa Alternativa, uma leitura obrigatória (parte 2)




EP. 6 - As muitas imprensas alternativas





EP. 7 - A imprensa alternativa pelo Brasil afora





EP. 8 - A expansão da imprensa alternativa no exílio




EP. 9 - Vou-me embora para a... clandestinidade





EP. 10 - A resistência dá a volta por cima





Sobre este excelente Documentário, sem pedir licença (mas acho que eles a dariam), coloco abaixo dois comentários feitos no Youtube, que dizem o mesmo que eu diria :




Rose Martins 
Encantadíssima com o trabalho desta série. Cada episódio inundado de valores humanistas e disseminantes de informação com conteúdos históricos contados e explicados pelos protagonistas, os quais me emocionaram do começo ao fim. Obra-prima de fato e de direito "resistir é preciso... SEMPRE"! Parabéns!
André Morais 
Uma obra-prima essa série. Obrigatória a qualquer cidadão que tenha algum apreço por valores como dignidade, coragem, generosidade, etc.




52 anos depois, as semelhanças não são meras coincidências



Castelo e Temer, 52 anos depois

Equipe apresentada por Temer mostra semelhança com a imagem da posse do Marechal Castelo Branco, que tomou o poder com o golpe militar de 1964.

Não há qualquer mulher ou negro no novo grupo; apenas homens brancos e ricos.


Após a posse do presidente interino Michel Temer, realizada ontem (12), a internet foi palco de inúmeros protestos contra o golpe que afastou a presidenta Dilma Rousseff do cargo. 

O internauta Weber Sutti foi um dos que manifestaram sua indignação. Ele publicou uma foto do momento em que Temer apresentava seus ministros e a comparou com a posse do Marechal Castelo Branco, que, em 1964, se tornou o primeiro presidente do regime militar, com a derrubada de João Goulart.

A falta de diversidade na equipe do peemedebista foi bastante comentada nas redes. Não há sequer uma mulher entre os ministros, diferentemente do mandato de Dilma. O novo grupo também excluiu qualquer representante negro. 

O fim do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, do Ministério da Cultura e da Controladoria-Geral da União (CGU) foram outras atitudes polêmicas.


Postado em Fórum em 13/05/2016



A humilhação pública de João Roberto Marinho



Eduardo Cunha e João Marinho





A única coisa boa em toda a dramática situação que vivemos, em que um bando de bandidos está prestes a tomar de assalto o poder no país, através de um golpe de Estado muito mal disfarçado de impeachment, é a humilhação pública que a Globo e seus vassalos vêm sofrendo na imprensa internacional.

Todos os dias, são publicadas reportagens que tratam o que ocorre no Brasil pelo que é: um golpe.

Um golpe sujo liderado por Eduardo Cunha, João Roberto Marinho, Michel Temer, Fiesp e os setores mais corruptos e reacionários da sociedade brasileira.

David Miranda, companheiro (de vida e profissional) de Glenn Greenwald (que hoje dispensa apresentações), publicou há alguns dias, no The Guardian, um contundente artigo em que denuncia, sem subterfúgios, o golpe no Brasil: é um golpe, um golpe e um golpe. Ponto. Um golpe capitaneado pela Globo.

Outro ponto.

João Roberto Marinho, proprietário da Globo, enviou uma longa resposta ao artigo do Guardian.

A arrogância dos Marinho é evidente. Eles nunca responderam às centenas de manifestações (ver aqui a lista de manifestos) contra o golpe que ocorreram no país e em todo mundo, e agora se manifestam apenas porque foram denunciados num respeitado jornal britânico.

Nas últimas semanas, assistimos manifestações contra o golpe vindas de toda parte: comunidades de juristas, professores, cientistas políticos, escritores, artistas, personalidades do mundo inteiro, manifestações populares gigantes ocorridas no Brasil, além de protestos organizados por comunidades de brasileiros em outros países.

A Globo esconde todas essas manifestações, como se elas não existissem. Quando se dá o contrário: se houver três pessoas protestando contra o governo ou contra o PT, então o protesto vai para a capa de seus jornais e recebe menções destacadas nos noticiários de TV.

João Roberto Marinho responde ao artigo de David Miranda com a soberba de um ditador de república de banana, desacostumado a ser dono absoluto da razão.

A editoria do Guardian publicou a resposta de João Roberto Marinho abaixo do artigo de David Miranda, no espaço da caixa de comentários. Só isso já deve ter sido enorme humilhação para a Globo: ter sua resposta publicada numa mera caixa de comentários.

E aí aconteceu o previsível: em poucas horas, havia centenas, quiçá milhares de respostas ao texto de João Roberto Marinho, desconstruindo um a um seus argumentos falaciosos.

Vocês tem que entrar lá e verem por si mesmos! É um fenômeno lindo: a Globo, ou melhor, o dono da Globo, sendo desmoralizado por uma opinião pública que, felizmente, está livre das garras manipuladoras da Vênus Platinada.

A resposta dos Marinho, como era de se esperar, é uma xaropada coxinha. Fala que a Globo é isenta e que nunca defendeu o impeachment.

Aahahahah.

Fala que a Lava Jato é o maior fenômeno de corrupção da história do Brasil, tentando confundir o leitor, visto que a presidenta não está sendo derrubada por causa da Lava Jato, e sim pelas pedaladas fiscais.

Um comentarista chamado ParisGazette respondeu à falácia de João Roberto Marinho:

"the largest bribery and corruption scheme in the country's history"

This faulty premise alone is enough to discredit the whole argument. Since bribery and corruption are almost invariably undocumented, how can anyone assert that any one scheme is the biggest in history? Does Mr Marinho keep account books of all the monet stolen in Brazil since 1500? If so, he should hand them over to the authorities. If not, his newspapers and television channels should stop reporting as fact something that is simply hyperbole. There is a word for repeating lies so often that they become the truth: propaganda.

Tradução:

"o maior esquema de corrupção da história do país."

Esta falsa premissa sozinha é suficiente para desacreditar o argumento inteiro. Desde que propina e corrupção são quase invariavelmente não documentados, como alguém pode asseverar que um esquema é o maior da história? Por acaso, o senhor Marinho mantém registros de todos os casos de desvios de dinheiro ocorridos no Brasil desde 1500? Se sim, ele deveria passá-los às autoridades. Se não, seus jornais e canais de TV deveriam parar de divulgar como um fato o que não passa de uma hipérbole. Existe uma palavra para repetir mentiras de maneira frequente para que ela se torne uma verdade: propaganda.

Vraummmm!

Eu também gostaria de responder a este ponto da "cartinha" de João Roberto Marinho ao Guardian.

Essas hipérboles sobre o tamanho da corrupção da Lava Jato foram constantes desde o início da operação, e serviram ao propósito do golpe. Os valores são baseados em delações forjadas, em que os delatores falavam em percentuais sobre obras, e daí os procuradores da Lava Jato faziam projeções mirabolantes sobre os valores desviados.

Entretanto, o maior caso de roubo na política brasileira é o que está prestes a acontecer, com a cumplicidade do senhor João Roberto Marinho: o roubo de 54 milhões de votos dados à presidenta Dilma Rousseff.

Numa democracia, este é pior tipo de roubo.

O segundo maior roubo da história do Brasil foi a compra de votos, praticada pelo governo Fernando Henrique Cardoso, para aprovar a emenda da reeleição.

Ali a democracia foi vergonhosamente roubada, novamente com a cumplicidade da Globo, porque um presidente não pode mudar as regras do jogo para beneficiar a si mesmo.

Os "bolivarianos", tão atacados e ridicularizados pela Globo, quando mudaram as regras, tiveram o cuidado de consultar o povo através de plebiscitos, que é a única maneira correta de mudar regras eleitorais importantes.

O terceiro maior roubo da história foi a privataria tucana, o processo pelo qual o governo entregou patrimônio público (metade da Petrobrás, Vale, Telebras, CSN, etc) sem ganhar nada, sendo pago com títulos podres e com dinheiro emprestado, a juros subsidiados, pelo próprio governo.

O quarto maior roubo foi o caso Banestado, mãe de todos os esquemas que vieram em seguida, e que revelou ao mundo os talentos do doleiro Alberto Yousseff. O juiz era Sergio Moro, e nenhum político importante foi preso ou condenado...

Em 1964, também assistimos ao assalto à nossa democracia praticado por militares, empresários e barões da mídia.

Os roubos que implicam em usurpação do voto popular são os piores, evidentemente, e a Globo sempre foi a chefe de quadrilha nesses casos.

Encerro o post traduzindo outro ótima resposta, publicada no Guardian, à carta de João Roberto Marinho.

Maria Cristina

"With the Globo Group rests the responsibility to report the facts as they happened. It is our duty." Hahahahahahahahahahahahahaha this is the best joke I've seen all day !!!

Tradução:

"O Globo tem a responsabilidade de dar os fatos assim como eles acontecem. É nosso dever."

Hahahahahahahahahahahahahaha essa é a melhor piada que eu já escutei em minha vida !!!


Postado no Contraponto em 23/04/2016






Presidente na Ditadura Civil Militar João Figueiredo e 
Roberto Marinho ( Pai )












Então pelo Golpe que está acontecendo o " pedido de desculpa "

 virá em 2.066 !




Querem ferir a Democracia . . . Caetano e Gilberto Gil, como tantos outros, sabem o que isto significa









Caetano Veloso compôs Terra

 quando estava preso em 1968

na Ditadura Civil - Militar

quando nossa Democracia foi ferida de morte. 

Agora querem ferí-la novamente . . .







Terra


Quando eu me encontrava preso, na cela de uma cadeia
Foi que eu vi pela primeira vez, as tais fotografias
Em que apareces inteira, porém lá não estava nua

E sim coberta de nuvens

Terra, terra,

Por mais distante o errante navegante

Quem jamais te esqueceria

Ninguém supõe a morena, dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema, mando um abraço pra ti
Pequenina como se eu fosse o saudoso poeta

E fosses a Paraíba

Terra, terra,

Por mais distânte o errante navegante

Quem jamais te esqueceria

Eu estou apaixonado, por uma menina terra
Signo de elemento terra, do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza, terra para a mão carícia

Outros astros lhe são guia

Terra, terra,

Por mais distânte o errante navegante

Quem jamais te esqueceria
Eu sou um leão de fogo, sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente,e de nada valeria
Acontecer de eu ser gente e gente é outra alegria

Diferente das estrelas

Terra, terra,

Por mais distânte o errante navegante

Quem jamais te esqueceria

De onde nem tempo e nem espaço, que a força te de coragem
Pra gente te dar carinho, durante toda a viagem
Que realizas do nada,através do qual carregas

O nome da tua carne

Terra, terra,

Por mais distânte o errante navegante

Quem jamais te esqueceria
Na sacadas do sobrado, da eterna são salvador
Há lembranças de donzelas, do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia faz a gente querer bem

A Bahia tem um jeito

Terra, terra,

Por mais distante o errante navegante

Quem jamais te esqueceria



Sobre Bolsonaro e sua ilustre homenagem




O coronel Brilhante Ustra não foi somente o "terror da Dilma". Ex-comandante do DOI-CODI em SP fez desaparecer pelo menos 47 pessoas no seu porão. 

Torturados foram muito mais. 

Não foi só a Presidenta que teve o maxilar quebrado a socos, levou choques e foi colocada no pau de arara...

Maria Amélia Teles também contou sua história: 

Presa aos 26 anos no DOI-Codi (centro de repressão do Exército) de São Paulo, Maria Amélia Teles relembra o dia em que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra pegou nas mãos de seus dois filhos – Edson Teles, à época com 5 anos, e Janaina, com 4 – e os levou até a sala onde ela estava sendo torturada, nua, suja de sangue, vômito e urina, na cadeira do dragão. 


Na mesma sala estava o marido e pai das crianças, César Teles, recém-saído do estado de coma decorrente de torturas no pau-de-arara.

“Minha filha perguntava: ‘mãe, por que você ficou azul e o pai verde?” Meu marido entrou em estado de coma e quando saiu estava esverdeado. E eu estava toda roxa, cheia de hematomas e ela viu aquela cor roxa como azul. 

Meu filho até hoje lembra do momento em que eu falava ‘Edson’ e ele olhava para mim e não sabia que eu era a mãe dele. Estava desfigurada”, recorda Amelinha, como é conhecida. 

Mas os filhos de Maria Amélia não foram as únicas crianças a serem presas, fichadas e torturadas pela ditadura militar, consultem o livro “Infância Roubada – Crianças Atingidas pela Ditadura Militar no Brasil”, publicado pela Comissão da Verdade. 

O coronel Ustra foi o único militar brasileiro a ser declarado “torturador” pela Justiça. Ele foi relacionado a pelo menos 60 (SESSENTA) casos de mortes pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos. Denunciado, inclusive, pela atriz Bete Mendes. Nunca foi condenado.


Postado no Facebbook



























Em seu voto a favor do impeachment no último domingo, Jair Bolsonaro homenageou o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável por torturar centenas de mulheres na época da ditadura. 

O torturador chegava a introduzir insetos e roedores nas genitálias das vítimas.



Deputado Federal Bolsonaro       Amelinha Teles           Torturador Coronel Ustra




Bolsonaro no domingo dia 17 de Abril na Câmara dos Deputados



Abaixo estão algumas das várias vítimas de Carlos Alberto Brilhante Ustra, diretor do DOI-CODI. 

Foi um dos torturadores de Dilma Rousseff, e foi homenageado por Bolsonaro em seu discurso na votação do Impeachment. 

 ( imagem forte )   



Neto de Jango é médico da família na Rocinha




João Marcelo Goulart nasceu no mesmo dia que o avô e ex-presidente, de quem herdou o nome e a vontade de mudar o país pela base, promovendo justiça social


Caio Barbosa 


O morador da Rocinha que chega ao Posto de Saúde da Família Albert Sabin, no alto do morro, e fica sob os cuidados do Doutor João, nem imagina que aquele médico, que detesta ser chamado de doutor, é neto de um ex-presidente da República. João Marcelo Vieira Goulart, como o nome sugere, é neto de João Goulart, e nasceu exatos 25 anos depois de seu avô ter sido deposto por um golpe militar que jogou o país nas trevas. 


A data de nascimento é 1º de março, a mesma do ex-presidente, de quem herdou não apenas o nome, mas a vontade de mudar o país pela base. E é do alto da favela mais conhecida do Brasil que ele faz sua parte, exercendo a Medicina humanitária que aprendeu em Cuba, buscando forças para seguir os sonhos de Jango.


Maranhense criado no Rio Grande do Sul até os 10 anos de idade, adquiriu o sotaque gaúcho da família e o apreço pelo Grêmio. Chegou ao Rio de Janeiro na pré-adolescência, mas não é do samba, nem da praia. Prefere a vida caseira, ouvindo Pink Floyd, Mano Chao e Caetano Veloso, curtindo a família e o filho recém-nascido.


Nesta entrevista exclusiva ao DIA, o médico João Goulart se mostra sereno, ponderado, mas firme. Não hesita em afirmar que seu avô foi assassinado. Faz críticas e elogios ao governo Dilma, à Revolução Cubana e detona o sistema político brasileiro. E avisa: "Me chama de João. Não gosto desse negócio de doutor, nem de senhor. Não sou senhor de ninguém. Somos todos iguais", diz. 


Você não conheceu o seu avô. Somente através de livros, filmes e pelos seus familiares. Vocês gostam de tudo o que já foi produzido sobre ele?


Sim. Sobretudo a última biografia, escrita pelo (historiador) Jorge Ferreira, que é mais completa e fiel aos erros e acertos do meu avô. E o documentário Dossiê Jango, o mais recente, que traz novos documentos e depoimentos das pessoas que participaram da vigilância do meu avô no exílio, e que falam sobre o envenenamento dele. É um documentário rico em provas que apontam para o assassinato.


Vocês estão seguros que ele foi assassinado? A exumação recente não provou isso.


A exumação dá início a um processo. Mas 30 anos depois da morte, com o corpo enterrado em São Borja, onde chove muito e houve até inundação, é muito difícil provar que alguém foi envenenado. É preciso encontrar uma concentração da substância necessária para matar. E com o passar dos anos isso é impossível. Mas foram encontradas substâncias que não eram para estar ali, que na época da morte do meu avô, só o exército americano tinha acesso. Uma substância muito similar ao TNT (explosivo).


Será um processo longo.


Sim. Não é fácil chegar à verdade sobre a morte de um ex-presidente ainda no exílio, numa época em que os EUA faziam uma série de operações na América Latina, com ditadura na Argentina, no Chile. Já foi dado um primeiro passo, falta ter acesso aos documentos norte-americanos (hoje ainda secretos e confidenciais). Além de ouvir os agentes que participaram das operações, que já foram ouvidos por outros governos da América Latina, mas não pelo nosso, que nunca tomou a iniciativa de ir atrás disso.


Mesmo com uma presidenta que sofreu com esta ditadura?


Com a Dilma a gente teve bastante avanço. Mas com os outros governos, não. É muito mais uma questão de estado do que de governo. Precisamos fazer mudanças na Lei de Anistia, que ainda protege os militares. Ainda temos um longo caminho a percorrer para conhecer a verdade, conhecer a nossa história e evitar que aquilo volte a se repetir. Os livros de História não retratam a verdade. Quando eu estava na escola, falavam em Revolução de 1964, e não em Golpe Militar, e Jango comunista. Não dá.


Quem foi Jango para você e para a família? Comunista, trabalhista, conciliador?


Um trabalhista, mas acima de tudo um cara humanitário, que queria fazer justiça social no país. Que queria garantir trabalho, pois sem emprego não se movimenta a economia. Queria a reforma tributária, pois olha o que está acontecendo no país sem ela! Queria a reforma agrária para as pessoas produzirem e gerar desenvolvimento. Mas naquele momento político, é óbvio que seria classificado pelos americanos como comunista. Era apenas uma desculpa para a intervenção norte-americana, tanto que a frota dos EUA já estava na nossa costa. Eles já queriam dar o golpe em 1961, mas o Brizola segurou com a Campanha da Legalidade. Fizeram de tudo para tirar meu avô do poder, com a Operação Brother Sam, financiando campanhas de deputados da direita. Mas como não conseguiram, deram o golpe.


E você se identifica com que ideologia?


Sou socialista. Veja a Rocinha. Isso aqui é lugar de trabalhador. São domésticas que trabalham em casa de famílias da Zona Sul, porteiros, garçons, gente que ainda hoje tem seus direitos usurpados pela elite que adora reclamar mas ela própria não garante os direitos de seus empregados. Eu gostaria de ver o meu país garantindo o direito dos trabalhadores. Acho que o capitalismo e a direita tem coisas úteis ao socialismo, bem como o socialismo ao capitalismo. Mas socializar saúde, educação, cultura, esporte e lazer é mínimo que o estado deve garantir ao seu cidadão. Aprendi isso em casa, em Cuba, no meu trabalho, no meu dia a dia.


Como você, médico, avalia a saúde pública no Brasil?


Apesar de o SUS ser reconhecido no mundo todo, é preciso melhorar muito. E acho que grandes passos foram dados no governo Dilma com o Mais Médicos, que vem para garantir atenção básica de qualidade, para resolver o problema pela raiz. Você economiza muito investindo em atenção básica porque o hipertenso não vai infartar, ter AVC, parar numa UTI. O diabético não vai precisar de hemodiálise. Isso é muito custoso para o Estado e para o paciente. Temos que socializar o básico para o país poder crescer, mas nosso sistema político não permite.


Como assim?


Nosso sistema é financiado por empresas privadas. Então, como vai bater de frente com isso? Os planos de saúde devem bilhões à União e o nosso presidente da Câmara (Eduardo Cunha) quer perdoar as dívidas porque é financiado por plano de saúde (somente a Bradesco Saúde financia 214 deputados ligados a Cunha). Mesma coisa agora com a Samarco, que financia campanha. Quem vai cobrar providências para a questão de Mariana? Precisamos de uma reforma política que saia do papel.


E como você se decidiu pela Medicina e por Cuba?


Decidi fazer faculdade lá por saber que era o lugar que formava médicos com caráter humanitário e que tinha os melhores indicadores do mundo. Queria aprender e trazer meu aprendizado para o Brasil, contribuir de alguma forma com o meu país. E lá aprendi o que é atenção básica, primária, e que 85% dos problemas de saúde são resolvidos dessa forma.


Você já tinha ido a Cuba? Estudou onde?


Fui em 2007 para fazer a faculdade, e fiquei seis anos e meio lá. Estudei na Escola Latino Americana de Medicina, criada pelo Fidel nos anos 90 após o Furacão Mitch (o pior da história, com mais de 18 mil mortes), que devastou Honduras, Nicarágua e Guatemala. Não havia profissionais para atender a população nestes países e Cuba precisou enviar milhares de médicos. Fidel, então, decidiu criar a escola para formar 10 mil médicos destes países, para que eles voltassem a atendendo pobres, carentes e multiplicando conhecimento. Só que a escola deu tão certo que foram formados dez, vinte, trinta mil médicos e hoje tem americano, canadense, chinês, vietnamita, gente do mundo todo lá. Gente pobre, que mora em povoado distante e volta ao povoado depois de formado para cuidar do povo.


Uma realidade que não acontecia no Brasil antes do Mais Médicos.


O problema aqui não é a falta de médicos. Está na distribuição e na formação, que precisa ser voltada para a atenção básica, que é a necessidade do país. Se você traz um estudante para a atenção básica, é natural ele querer ajudar. Mas se não tiver isso em sua formação, vai se lixar e querer ser apenas um especialista em sua clínica particular. Pois foi isso o que aprendeu na formação.


Afinal, medicina também é servir, não apenas se servir.


Sim, e a medicina que se aprende no Brasil é a de um modelo ultrapassado, criado nos EUA para o sistema mercantil americano de 100 anos atrás. Temos que formar médicos com vínculo com a população. Pelo menos por um período. Que fique dois anos na atenção básica. Se gostar, ótimo. Se não gostar, tudo bem. Que vá fazer sua especialização e ganhar dinheiro. Mas esse médico, lá na frente, nunca vai virar as costas na sua clínica para quem estiver necessitado.


E que Cuba você conheceu? Aqui no Brasil, quem é de esquerda ama, quem é de direita odeia (risos).


Os turistas adoram. Quem odeia, nunca foi. Na população, no entanto, há uma divisão. Quem viveu a Revolução é 100% Fidel. São pessoas que viram a transformação de uma país miserável, antro de drogas e prostituição, num país muito melhor. Mas com o embargo norte-americano (nos anos 60) e o fim da União Soviética (em 1990), faltou tudo, e há uma geração que nasceu nessa época e não gosta de Cuba. Mas, ainda assim, é um país que oferece educação, saúde, cultura, esporte e lazer em níveis excelentes.


Que problemas você notou por lá?


Há erros cometidos pela Revolução, como não permitir que o cubano abra seu próprio negócio, e isso deixa eles furiosos, e erros que vão além da Revolução. Na saúde, por exemplo, os níveis de meningite são muito bons, mas aquém do desejado porque a patente da vacina é norte-americana e nem isso o é permitido importar. Nem vacina, para evitar o sofrimento e morte! A internet, por exemplo, demorou a chegar. E só foi possível graças a um cabo de fibra ótica que atravessou o oceano pela Venezuela. Porque se não fosse a Venezuela, não teria internet até hoje.


E por que muitos cubanos querem deixar o país?


Ora, porque os americanos oferecem ao cubano que chega lá, casa, comida, roupa lavada, emprego no momento em que você coloca os pés nos EUA. Mas só ao cubano. Se você chegar lá hoje, ficará ilegal. Você e qualquer outra pessoa de qualquer país. Mas cubano recebe tudo. É uma estratégia norte-americana de boicotar o regime cubano. Só que alguém divulga isso? Não.


E o que você pensa sobre Cuba, sobre a abertura que está acontecendo?


Tenho muita vontade de voltar um dia e continuar estudando naquele sistema que é único. Vejo um país que ainda tem muito a oferecer ao mundo. Bastam algumas políticas mudarem, tanto por parte de Cuba como por parte dos EUA. Vamos ver o que acontece com essa abertura, se vai dar certo. Não adianta abrir e entrar a cultura do consumismo excessivo.


E qual sua avaliação do governo Dilma?


Não sou petista, mas acho que o Brasil mudou muito com o PT. De forma positiva. As oportunidades para quem não tem renda são muito maiores do que na década de 90. A miséria e a pobreza diminuíram muito. Mas ainda é preciso ampliar isso. Garantir direitos, saúde e educação. Acho que o governo desviou um pouco o foco destas questões nos últimos anos, com esta relação com empreiteiras...


Nas redes sociais, muito se fala em relações milionárias dos filhos do Lula, da filha de José Serra, do neto do general Figueiredo. Você tem um perfil diferente. Dorme melhor assim?


Durmo melhor sabendo que posso contribuir com meu país pelo meu trabalho. E espero contribuir ainda mais. Mas acho que cada um traça seus objetivos. Eu não fico pensando nisso. Penso apenas no meu objetivo.


E o que você costuma responder a quem diz que a saúde no Brasil é uma tragédia?


Digo que estamos dando passos importantes. O Mais Médicos, como falei, é um deles. A Escola Nacional de Saúde Pública, na Fiocruz, já está discutindo mudanças na formação médica no país. Isto é importante. A gente ouve muita reclamação no atendimento terciário, especializado. E com razão. Mas a atenção básica, quando está presente, funciona. O problema é que ela nem sempre está presente. E isso depende, também, da parceria e da vontade política de estados e municípios. Aqui no Rio temos melhorado muito. Ainda há problemas? Muitos. Mas o programa Saúde da Família no Brasil é coisa nova, é um bebê, diferentemente de Cuba, Reino Unido e Canadá, por exemplo. Precisamos chegar lá.


Postado no Luis Nassif Online em 26/01/2016