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O sonho americano : Faixa de Gaza, a Riviera do Oriente Médio. Por Kakay



Ao lado de Netanyahu, Trump diz que quer tirar 'todos' os moradores de Gaza permanentemente


Por Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em Poder360

“Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”. 

  Darcy Ribeiro


Existe uma guerra que estamos perdendo no mundo inteiro. E eu tenho dúvidas se gostaria de ganhá-la, tal como posta. Há um jogo muito claro na desumanização e em certa idiotização como método. As propostas de extrema-direita, mundo afora, jogam suas cartas em uma bizarrice calculada e planejada. Quem não se lembra do Trump fazendo imitações humilhantes de imigrantes, ainda no 1º mandato, e, aqui no Brasil, do Bolsonaroimitando uma pessoa com falta de ar, em plena crise de oxigênio na pandemia? E isso é acompanhado com alegria, até certa euforia, por seguidores fanáticos.


A agressividade vulgar dos 2 não é por acaso. Nada, por sinal, é por acaso. Há uma orquestração dirigida a um público específico. E como disse Nelson Rodrigues: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

O que espanta é que perdemos a discussão nas ruas. Hoje em dia, pelos tais valores da família, e em nome dela, toda sorte de sacrilégios são praticados pela extrema-direita. E vão dominando, com alguma docilidade, o mundo. Não existem mais limites que possam chocar. A posse de Trump no seu 2º mandato é uma sinalização de que os absurdos serão banalizados e há uma possibilidade real de termos um país extremamente poderoso, com ímpeto de dominar o mundo e subjugar os países livres.

Não satisfeito em baixar decretos racistas e fascistas no seu 1º dia como presidente, Trump dá agora sinais de insanidade com sua mania de grandeza. A primeira autoridade recebida no Salão Oval foi o genocida Netanyahu que, na realidade, consegue competir com Trump nos seus delírios fascistas. E a proposta norte-americana, logo depois do encontro, foi a de transformar a Faixa de Gaza numa “Riviera do Oriente Médio”, para ser um lugar de recreação e lazer, retirando todos os palestinos da região.

Não é uma brincadeira idiota de um menino mimado e desinformado; é uma promessa de um presidente dos EUA. O mundo tem que começar a impor limites nessas sandices. E ainda fez observações injuriantes, dizendo que os habitantes de Gaza já sofreram muito e que podem ser recebidos por países que tenham “sentimento humanitário” e “que gostem de imigrantes”. Um deboche cruel e desumano.

O plano macabro pode ser entendido agora em toda sua dimensão. Benjamin Netanyahu se prestou a fazer o trabalho sujo: cometeu genocídio contra os palestinos e destruiu toda a Faixa de Gaza. E então, vem Trump e declara que os palestinos não devem voltar para Gaza, pois os EUA vão retirar todos os moradores de maneira permanente. Faz uma chacota grave e propõe uma limpeza étnica, afirmando que a região “trouxe muito azar para as pessoas e que só experimentaram morte e destruição”. Morte e destruição financiadas por eles. Por isso, propõe tirar todas as pessoas de lá.

É isso mesmo que está sendo proposto. Israel ataca Gaza, destrói tudo de maneira cruel e bárbara. Mata mais de 45.000 pessoas, entre crianças, mulheres e civis. Agora, com o massacre consumado, o poderoso Exército dos EUA toma o território palestino e expulsa todos os habitantes para transformar o lugar em um paraíso americanoide de ostentação e hipocrisia.

Aquele pequeno território, na fronteira entre Egito e Israel, debruçado sobre o mar Mediterrâneo, vira uma Riviera no Oriente Médio para os ricos norte-americanos e para os supremacistas brancos do mundo todo. São 41 km de comprimento e 10 km de largura que podem se tornar um grande balneário de luxo. É assustador.

Enquanto acompanhava as notícias, atônito e estupefato, li que a senadora Damares foi confirmada como presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Dá uma saudade do personagem do Jô Soares, que dizia, ao acordar intubado de um longo coma e ver as novidades do mundo: “Tira o tubo”.

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”  Rui Barbosa








Decreto 1 : só existe homem e mulher. Por kakay




Por Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

“Agora, só existem 2 gêneros: masculino e feminino.”

–Donald Trump, no discurso de posse, em 20 de janeiro de 2025.

São assustadoramente previsíveis os primeiros atos do presidente Trump ao tomar posse. Ele fez justamente o que prometeu durante a campanha. Estados Unidos da extrema-direita, é isso.

Eu diria que é até mais do que o espírito dos republicanos; são os trumpistas. É a cara dessa leva de radicais que assola hoje parte do mundo. O Trump, devemos reconhecer, é a demonstração exata desse atraso e desse modo de encarar o mundo. E, parece evidente, os norte-americanos merecem exatamente o presidente que escolheu.

Em seu discurso de posse, Trump fez uma afirmação que define o tamanho da sua pequenez: “Agora, só existem 2 gêneros: masculino e feminino”. É muito impressionante a capacidade de um líder mundial falar algo com essa dimensão em relação a um tema tão sensível. É triste ver onde chegamos em termos de mediocridade e violência.

Essa é uma alegação falsa e perigosa, mas é a verdadeira expressão do grupo que assume os EUA. Só uma sociedade falsa e hipócrita pode apoiar uma atitude política que divide mortalmente as pessoas. Essa declaração define o grau de belicosidade que enfrentaremos. O atraso. A perseguição. O apoio à violência.

Mundo afora, vários adeptos estão em estado de pura felicidade, inclusive no Brasil. Os bolsonaristas, mesmo aqueles que fizeram o papel ridículo de ir à posse para ficar rezando no hall do hotel e depois assistir à cerimônia pelo telão, devem segurar suas expectativas sob alguns aspectos.

Claro que eles podem celebrar a vitória da extrema-direita. Porém, os que projetam alguma relação dos atos relativos ao perdão aos invasores do Capitólio com o nosso 8 de Janeiro devem se atentar para um pequeno e fundamental detalhe: lá, o Trump ganhou; aqui, o Bolsonaro perdeu. Quem banca o jogo é quem vence.

Com a vitória, o presidente estadunidense tem o direito de fazer todas as insanidades que está realizando, até porque os norte-americanos votaram exatamente nessas bizarrices. Agora, não são mais bravatas e promessas que pareciam estranhas. Não. No dia da posse, Trump assinou dezenas de decretos e começou a colocar em prática parte dos seus compromissos da extrema-direita, cumprindo o que falou na campanha.

Já declarou, de maneira clara e inequívoca, que não precisa do Brasil e da América Latina. Nesse sentido, decretou emergência nacional na fronteira com o México e vai usar as Forças Armadas contra os estrangeiros. O papel militar nas fronteiras será brutal.

Também endureceu a lei contra a imigração, inclusive aumentando penas e as hipóteses de deportação; assinou um decreto específico contra ameaças estrangeiras; e tentou acabar com o direito à cidadania norte-americana para nascidos de imigrantes ilegais e de pessoas sem residência permanente nos EUA. Na última decisão, o Judiciário do país foi diligente e suspendeu a medida, que julgou ser “flagrantemente inconstitucional”.

Trump ainda aumentou o rigor do controle migratório e busca enfrentar o que ele considera uma “invasão” ao país, orientando o procurador-geral a incentivar a pena de morte. Por incrível que possa parecer, há uma decisão governamental no sentido de aumentar as hipóteses de matar em nome do Estado. O que seria o reconhecimento do fracasso é, na verdade, um elogio à barbárie.

Algumas medidas terão grande efeito em diversos países em razão do enorme poder dos EUA. Foi formalizada, novamente, a saída do Acordo Climático de Paris.

A pretexto de fortalecer a liberdade de expressão, já assinou decreto que incentiva o vale-tudo nas plataformas digitais. Esse é um ponto que define os novos tempos: o completo aval para se valer indiscriminadamente de uma pretensa liberdade em nome do abuso. O fim das relações institucionais e dos direitos constitucionais em nome de uma falsa impressão de ampla liberdade de expressão.

Determinou a saída do país da OMS e é possível prever o caos sanitário que ocorrerá com a hipótese de novas pandemias. Flertou com o autoritarismo ao provocar o Golfo do México. E –o que é a cara desse governo– reforça por decreto a meritocracia no funcionalismo, encerrando as contratações federais com base em etnia, sexo ou religião. Além disso, acabou com os programas ligados à diversidade e à inclusão, incluindo-se os de justiça ambiental. É a desordem prometida sendo rigorosamente cumprida.

Registro de ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021
Registro de ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 – Foto: Reprodução
Só faço 1 registro sobre o perdão concedido aos criminosos que assaltaram o Capitólio, em 21 de janeiro de 2021, na ação que foi considerada a maior ofensa contra as polícias norte-americanas, inclusive com a morte de policiais. Primeiro, é um direito constitucional do presidente e que não tem sequer que ser submetido a nenhum outro poder nos EUA. Ao que consta, 1.500 pessoas foram beneficiadas. É importante ressaltar que 1.250 pessoas já foram condenadas e várias, 940, assumiram a culpa, em penas que chegam a 22 anos de cadeia.

É importante frisar que não existe absolutamente nenhuma relação entre o ato do presidente empossado e o que ocorre no Brasil. Aqui, com a independência e a soberania asseguradas, vamos julgar os responsáveis pela tentativa de golpe no 8 de Janeiro. Já existem 371 pessoas condenadas pela Suprema Corte. O país inteiro aguarda o processo contra Bolsonaro e os seus chefes mais imediatos.

Nada do que ocorreu nos EUA pode influenciar o Judiciário brasileiro. O Brasil pode dar aula e exemplo de como manter íntegra a democracia interna em tempos de severa crise.

É bom lembrarmos de Clarice Lispector:

“Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer sentimento”.









Em missa, Bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, pede a Trump que tenha misericórdia com os imigrantes






A música “Amazing Grace” foi escrita pelo ex-traficante de escravos John Newton, em 1773, para ilustrar um sermão de Ano Novo. A canção é considerada um hino cristão e um dos mais relevantes de todos os tempos.

A história de “Amazing Grace” é marcada por uma transformação pessoal de Newton, que passou a acreditar em Deus e a se opor ao tráfico de escravos.

Como surgiu a música?

Newton compôs a canção para ilustrar um sermão de Ano Novo em 1773.

A melodia da canção é considerada uma cantiga regional africana, que os escravos cantavam em forma de lamento.

A melodia é baseada na escala pentatônica, que tem origem no mundo oriental e africano.

A história de John Newton

Newton foi um ex-traficante de escravos que se tornou cristão e abolicionista, após ter sido levado à ilha Plantain, perto da costa de Serra Leoa, em 1745, onde foi escravizado.

Newton morreu no final de 1807, nove meses depois da abolição do comércio de escravos no Império Britânico.

A repercussão da música

“Amazing Grace” é um hino conhecido internacionalmente e cantado por estrelas como Elvis Presley, Aretha Franklin e Andrea Bocelli.

A história de Newton foi retratada em um musical da Broadway e no filme Newton's Grace.




Steve Ralph, norte-americano, diz porque Trump foi eleito

 


@johnnycsax

♬ Last Hope - Steve Ralph

Leonel Radde fala sobre a eleição de Trump nos Estados Unidos

 


@leonelradde UM PSEUDO FASCISTA NA CASA BRANCA. Trump voltou à Casa Branca, provando o quanto o fascismo é preocupante. O crescimento do fascismo é significativo pelo mundo todo. No Brasil, muitos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro estão empolgados.  Assista minha fala na tribuna nesta quarta-feira. #leonelradde #eleicoesamericanas #bolsonaropreso #antifascistasiempre ♬ som original - Leonel Radde