Ela vai… e abaixa o nosso tom.
No começo, parece que tudo precisa ser grande.
Grandes planos. Grandes vitórias. Grandes respostas. Uma corrida sem fim pra provar, pra ter, pra chegar.
Mas, com o tempo, a ficha cai.
E o que parecia urgente, não é. O que parecia essencial, não faz tanta falta assim.
A vida vai… e humilha.
Não com dor, mas com lucidez.
E, de repente, o que antes parecia pouco… vira tudo.
O prazer de uma cama arrumada.
O alívio de uma conversa leve.
O cheiro do café no meio da tarde.
Uma caminhada sem pressa, só pra ver o céu mudar de cor.
O luxo vira silêncio.
O prêmio vira tempo.
O sucesso vira paz.
O que antes parecia pequeno… agora sustenta.
Um bom sono.
Uma boa alimentação.
Tempo sozinho, sem barulho.
Tempo junto, sem distração.
Parece que, aos poucos, a simplicidade toma conta. E, quando toma, não larga mais.
Por isso, vale perguntar:
O que tem sido chamado de “vida”?
O que ainda se busca, como se ali estivesse a resposta… quando, na verdade, a resposta tá na pausa que ficou pelo caminho?
Quem disse que a vida precisa ser enorme pra ser boa?
Talvez ela só precise ser real.
Corpo presente.
Mente quieta.
Coração leve.
Não é desistir dos sonhos grandes.
Mas é não esquecer que eles não valem nada se custarem as coisas simples.
Porque, no fim, é isso que sobra:
O riso bobo.
O cheiro do pão quentinho.
A mão que segura a sua.
O pôr do sol visto sem pressa.
E talvez… talvez isso nunca tenha sido pouco.
Talvez isso sempre tenha sido tudo.
Por Mente Grata
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