Deficiente auditiva e mestre em educação surpreende sua ex-professora que havia criticado o tema da redação do Enem 2017
A professora Pâmela Matos, que é surda e Mestre em Educação, não pensou duas vezes ao se deparar com a crítica de uma ex-professora dela sobre o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano.
Pâmela foi às redes sociais e divulgou uma resposta pontual. Em sua página no Facebook, publicou um vídeo no qual aparece mostrando folhas de papel com mensagens em que apresenta sua consternação e devolve as críticas.
Apenas no Facebook, o vídeo já foi visualizado mais de 2 milhões de vezes.
As expressões de Pâmela, Enquanto mostra as páginas, ajudam a entender sua indignação diante do questionamento da professora, que havia publicado um post na mesma rede social chamando de “golpe” o tema da redação do Enem deste ano, “ Desafios para a formação educacional dos surdos ”
Na legenda do vídeo, Pamela escreveu:
“ Este vídeo foi feito com minha indignação, após eu ver um post da minha ex-professora reclamando do tema da prova do enem 2017. Servirá também para todos que fizeram a prova e, por motivo algum, estão postando em suas redes sociais uma chuva de opiniões imaturas acerca do tema.
MAIS RESPEITO, MENOS IGNORÂNCIA, MAIS ALTERIDADE
Afinal,
Vocês não conhecem as cicatrizes dos surdos ,
Vocês não conhecem aonde seus sapatos apertam ,
Vocês não conhecem os caminhos por eles , percorridos ,
FALEM MENOS!”
‘Golpe’
A ex-professora de Pâmela publicou no Facebook o seguinte enunciado fictício: “A redação foi para: ( ) alunos do 2º grau ( ) professores ( ) candidato a concurso público da área de educação inclusiva?”.
E ainda classificou a escolha pelo tema da redação como um “golpe”. No entanto, Pâmela respondeu à pergunta proposta, frisando que a alternativa correta não foi sequer lembrada como uma opção no post.
“ Calma, professora, vou responder: A resposta correta é: (x) Todos. Porém, ‘todos’ você não lembrou…Deixa eu ajudar. Há uns 15 anos você foi minha professora, ou seja, teve aluna surda. E o que você fez para me incluir na sua disciplina? R = N-A-D-A ”, afirmou Pâmela.
A ex-aluna da autora do post, que hoje trabalha como professora do curso de Letras-Libras, contou que vivenciou uma experiência negativa na sala de aula dela, porque não lhe foram proporcionadas medidas inclusivas.
“ Triste experiência: sem interação, sem metodologias, sem espaço para aprender. Eu, surda, totalmente excluída. Excluída: das atividades em grupo, pelos colegas, pela própria professora. Ou seja, que desafio você assumiu como professora de uma aluna SURDA? Comigo? Nenhuma! Fiquei prejudicada! Talvez, você não lembrou que o meu processo educacional envolvia TODOS, colegas, professores, gestão ”, frisou.
Tá vendo essa moça da foto? Ela é a Pâmela, ela é surda. E também professora da UNIFAP em Macapá, Amapá, com mestrado em educação na mesma instituição.
No país que mais parece um circo dos horrores, reza a lenda, ainda acontecem coisas boas, e ainda há pessoas capazes de bons atos, embora seja de fato a cada dia mais difícil de acreditar.
Geraldo Casalli, um motorista de ônibus de São Carlos – SP, levava no ônibus, em um dia ordinário de expediente, quinze estudantes atrasados para o ENEM – que virariam meme, no máximo, e teriam que tentar de novo no ano que vem, enfrentando a sensação de desperdício de tempo, muito mais horrorosa quando se é jovem (e, consequentemente, imediatista).
Ele poderia seguir o trajeto – e as regras da empresa para a qual trabalha, e a essência coletiva do tipo de transporte que conduz – mas optou, humanamente, por mudar o trajeto e evitar que os estudantes se atrasassem.
Regras são feitas para seres humanos, de modo que, num sofismo barato, o ato de Geraldo não foi heroico, tampouco anti-heróico, foi humano.
Gosto de pensar que há dois tipos de motoristas de ônibus: aqueles que são muito mal humorados – não respondem ao seu “bom dia” – e aqueles que são gente finíssima, gente que finge que acredita em quem diz que foi assaltado porque não tem dinheiro para a passagem, gente que para fora do ponto para que mulheres saltem em ruas menos desertas, gente que pega a sensibilidade debaixo do travesseiro e leva pro trabalho.
Geraldo, é claro, está no segundo grupo.
Diz que pensou nas filhas quando mudou o trajeto – esse sentimento, esse lindo sentimento que alguns chamam de empatia – pode se manifestar em qualquer um, em qualquer lugar e em qualquer trajeto, gosto de crer.
Lembrei de uma coisa de ouvi de um filósofo que nunca terminou o segundo grau, o meu pai: “A gente não tem medo de nada, até ter filhos. Depois que você tem filhos, você treme só de pensar que alguma coisa pode acontecer com eles.”
Penso que talvez Geraldo tivesse visto a imagem das filhas nos estudantes que ajudou, e penso no quão bonito o amor paterno pode ser, quando floresce. Talvez tenha tremido só de pensar que suas filhas sofreriam a angústia de terem se preparado o ano inteiro para um exame que não aconteceria por uma questão de minutos, e talvez tenha sido levado por esse sentimento sublime a arriscar o próprio emprego para ajudar quinze desconhecidos.
Ou talvez seja só um motorista de ônibus gente finíssima.
Pensa que uma das funções da pedagogia é humanizar, ensinar a conviver, a respeitar, a encarar cada ser humano como essencialmente igual a você?
Esqueça.
A Ministra Cármem Lúcia acaba de atender o Escola Sem Partido e proibir que se “zere” redações do Enem que começa amanhã que em que se vilipendiem os direitos humanos propondo, entre outras coisas, “defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”.
Os nossos juízes acham que redação é uma mera “técnica”, dissociada do que contem. Como devem achar que Direito é uma técnica, dissociada do que produz para a sociedade e para o indivíduo.
E, como é só uma técnica, não há nenhuma importância em que alguém expresse por ela ódio, desumanidade, racismo, sadismo, nazismo.
E, se pode na redação do Enem, por que não poderia no Facebook, no Instagram, no Twitter?
E por que não pode na rua, no metrô, no ônibus?
É inacreditável que essa senhora que preside, do alto de sua pequenez mental, o Supremo Tribunal Federal, tenha esquecido que a principal e saudável função da lei é estabelecer parâmetros mínimos de convívio social e a expressão em textos – a redação – é uma destas formas de relacionamento, porque algo está sendo escrito para ser lido e não se trata de um onanismo gráfico.
Se o que se expressa é uma monstruosidade, a ministra colabora para que um monstro, possivelmente à custa do dinheiro da sociedade, sinta-se à vontade para cursar uma universidade para aprimorar sua monstruosidade.
O Doutor Menguele bem que poderia dizer que o que fazia era “ um procedimento técnico ” na Medicina.
Vai ser muito curioso o dia em que alguém desta tal “ Escola Sem Partido ” for perguntado que nota teria uma redação fazendo a apologia da pedofilia que, agora, para eles, parece ser o maior mal do Brasil e do mundo?
Eu poderia usar as idéias que a Dra. Cármem “ liberou geral ” para me referir a ela e ao Judiciário.
A família Bolsonaro comemora uma pauta que conseguiu concretizar sem nem mesmo ter começado oficialmente a corrida eleitoral de 2018: o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou redações que ferem os direitos humanos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que começa neste domingo (5).
Para se ter uma ideia de quanto a ministra Cármen Lúcia atende aos interesses ultraconservadores de Bolsonaro e cia, um dos filhos do deputado federal já ironizava com o tema pouco antes do Supremo negar o pedido da procuradoria-geral da República para que as redações que afrontassem os direitos humanos fosse zeradas.
“DICA PARA A REDAÇÃO DO ENEM QUANDO BOLSONARO FOR ELEITO PRESIDENTE EM 2018 – direitos humanos: esterco da vagabundagem.”, tuitou o vereador Carlos Bolsonaro.
A possibilidade de afrontar os direitos humanos sob o guarda chuva da “liberdade de expressão” sem ser punido e, mais do que isso, a demonização do conceito de direitos humanos sempre associado à “vagabundagem” é uma velha pauta dessa ultradireita que encabeça projetos lunáticos e retrógados como o “escola sem partido”.
Para se ter uma ideia, a decisão da ministra Cármen Lúcia nega um pedido da PGR para suspender a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou recentemente a revogação da regra prevista no edital do exame. A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por sua vez, atendeu a um pedido da Associação “Escola Sem Partido”, que alegou que a regra atentava contra a liberdade de expressão.
Bolsonaro é o mais popular defensor do “escola sem partido”, proposta que vem sendo discutida em inúmeras assembleias estaduais e que visa limitar a liberdade pedagógica dos docentes com base na falácia de que eles estariam “doutrinando” os alunos com ideologias de esquerda. A ideia já foi rechaçada e criticada pela maior parte dos conselhos e entidades educacionais mais respeitadas do país.
A gentileza tem a capacidade de transformar o ambiente, sendo esta mudança benéfica para os outros e para aquele que a pratica. Cultivar a gentileza é um ato de amor e respeito que ajuda a criar uma realidade mais agradável, na qual nasce a esperança e prospera a felicidade. O fato de sermos gentis nos torna melhores e torna as pessoas que nos rodeiam melhores.
Adotar este selo implica muito mais do que ser simpático ou mostrar empatia pelos outros. Ao cultivar a gentileza, estamos plantando também sementes de ternura, bondade e compaixão, uma das emoções que nos leva a olhar para os outros e a fazer algo por eles.
“A mais verdadeira forma de amor é como você se comporta com outra pessoa, não o que você sente por ela”. - Steve Hall -
Ser gentil melhora o nosso humor
Ser gentil melhora o nosso humor e também o nosso bem-estar. Um simples ato de gentileza pode mudar a nossa perspectiva das circunstâncias, abrindo luz na escuridão, transformando a desesperança em esperança. Vários estudos apoiam isso.
Por exemplo, um estudo da Universidade de Oxford publicado em 2016 concluiu que ser gentil com os outros causa uma pequena, mas significativa, melhora no bem-estar subjetivo.
Nós seres humanos somos animais sociais e ficamos felizes em ajudar os outros. Esta pesquisa sugere que as pessoas realmente obtêm satisfação ao ajudar os outros. Isto provavelmente se deve, segundo os pesquisadores, ao fato de que nos preocupamos de maneira genuína pelo bem-estar dos outros. Outra hipótese que poderia explicar o fato de que a gentileza nos faz sentir bem é que os atos aleatórios de bondade são uma boa maneira de fazer novos amigos e dar início a relações sociais.
Além disso, parece que ser gentil nos torna mais felizes, e também que ser mais feliz nos torna mais gentis. Neste sentido, um estudo da Universidade Tohoku Gakuin descobriu que as pessoas felizes intensificam, mantêm e generalizam este estado de felicidade por serem gentis.
“Se você quer que os outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se você quer ser feliz, pratique a compaixão”. - Dalai Lama -
Ser gentil melhora a nossa saúde
Cultivar a gentileza não só faz com que nos sintamos bem, como também tem um impacto positivo sobre a nossa saúde, tanto física quanto mental. Ser gentil desencadeia uma cascata de vitalidade, tudo graças às substâncias que o cérebro libera e que cuidam do nosso estado de ânimo, assim como do nosso corpo.
Ser gentil contribui para a manutenção de uma boa saúde e pode diminuir o efeito de doenças e transtornos de diferentes gravidades, tanto psicológicos quanto físicos. Por exemplo, mostrar essa atitude provoca a liberação de endorfinas, os analgésicos naturais do corpo.
Por outro lado, os problemas de saúde relacionados com o estresse melhoram depois de realizar “atos de gentileza”. Eles ajudam a reverter os sentimentos de depressão, proporcionam contato social, acalmam a hostilidade e diminuem a probabilidade de isolamento, que pode causar estresse e fazer com que a pessoa coma em excesso, por exemplo.
Além disso, cultivar a gentileza fortalece o nosso sistema imunológico. Segundo um estudo, o risco de desenvolver diabetes, câncer e doenças do coração é reduzido e os níveis de anticorpos necessários para combater a doença aumentam.
Neste ponto, é importante destacar que a gentileza protege a saúde dos nossos corações. Alguns especialistas defendem que a gentileza reduz a pressão arterial, já que ser gentil cria o que foi chamado de calor emocional, que por sua vez libera um hormônio conhecido como oxitocina.
A oxitocina provoca a liberação de um químico chamado óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos. Isto reduz a pressão arterial, o que faz com que a oxitocina seja reconhecida como um hormônio “protetor do coração”.
“A ternura e a bondade não são sinais de fraqueza, mas manifestações de força”. - Khalil Gibran -
A gentileza fomenta a lealdade e melhora os relacionamentos
A gentileza é um aliado muito poderoso na hora de construir relacionamentos pessoais e sociais, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. A gentileza genuína vence as hostilidades, fomenta o respeito e favorece a compreensão mútua.
A gentileza reduz a distância emocional entre duas pessoas, o que nos faz sentir mais “unidos”. No final das contas, estamos geneticamente preparados para isso. Nossos antepassados tiveram que aprender a cooperar uns com os outros.
Pense que quanto mais fortes eram os laços emocionais dentro dos grupos, maiores eram as chances de sobrevivência; assim, os genes da bondade se mantiveram no nosso código. Desta forma, nos dias de hoje, quando somos gentis uns com os outros, damos lugar a essa conexão que nos permite forjar novos relacionamentos ou fortalecer os existentes.
Além disso, à medida em que a gentileza transforma o ambiente, ao sermos gentis com os outros estamos alimentando um cenário favorável que cria boa disposição para solucionar conflitos, chegar a acordos e ter experiências agradáveis.
Cultivar a gentileza melhora significativamente as nossas vidas
Quando somos gentis, principalmente se transformarmos isso num hábito enquanto somos jovens, tudo melhora: desde a satisfação da vida até a autorrealização e a saúde física. A gentileza é contagiosa, e ao sermos gentis ajudamos também a melhorar a vida dos outros e, consequentemente, contribuímos para que os outros melhorem a nossa.
Até mesmo nos momentos difíceis, seja gentil com os outros, mas acima de tudo, seja gentil consigo mesmo. É um gesto simples, mas que faz a diferença. Trate bem os outros e eles também vão te tratar bem. Trate bem a si mesmo e você pode esperar o mesmo dos outros.
“Trate bem os bondosos e trate bem também aqueles que não o são. Assim se alcança a bondade. Seja honesto com os que são honestos e também com os que não o são. Assim se alcança a honestidade”. -Lao Tsé-