Beatriz Fagundes : Simplicidade, determinação e liberdade






Radialista da editoria de política vive o poder do agora e diz estar feliz


Luiza Borges

Acompanhada da filha Sheila e do neto Davi, Beatriz Fagundes chegou ao local da entrevista usando óculos escuros e vestindo uma estampa florida, que transmitia o momento de astral leve. Ao apresentar o pequeno de dois anos, comenta que ele brincava de desenhar, sinalizando as mãos riscadas de canetinha. O guri sorri, olhando para a avó e com expressão de gratidão, acena um até breve, deixando-a para o bate-papo com o Coletiva.net. A troca de olhares mostra o apreço pela família, pois os netos são uma das razões da boa fase que Beatriz se encontra: livre e conectada apenas ao que necessita.

Divorciada, em nova etapa profissional e de bem consigo mesma, conta que “é sozinha, mas nunca está sozinha”. Aos 61 anos, é avó de três crianças: Davi, de dois anos e Arthur, de sete, ambos filhos de Sheila, que vivem em Porto Alegre; e Gabriel, de 12 anos, filho de Jeferson, atualmente morando em Florianópolis, Santa Catarina. Sobre a saudade e a distância, conta sorrindo: “Os dois são praticantes do taekwondo. Meu filho é mestre no esporte e o Gabriel está seguindo os passos do pai. Fico por dentro de tudo o que acontece, pois fazemos contato via Skype e converso direto com eles”, comenta, aliviada com as facilidades das tecnologias.

Criada com mais quatro irmãos, Vera, Iara, Matheus e Henrique (já falecido), se recorda da infância em São Leopoldo, onde viveu até os nove anos. “Sou do tempo em que criança brincava na rua, subia em árvores, andava de bicicleta. Eu e meus irmãos nos divertíamos muito”, relembra. Estas boas recordações se mesclam a um acontecimento que marcou a vida de Beatriz. Filha de capitão do exército, acompanhou de perto o clima de repressão durante a ditadura militar, em 1964.

Ela tinha nove anos quando seu pai, Matheus Gonçalves Fagundes, ficou quase 100 dias desaparecido. Ao retornar para a casa, após ser torturado e 20 quilos mais magro, era quase que irreconhecível. A lembrança despertou o interesse da jovem em entender o que era governo. “Queria saber quem tinha o poder de fazer aquilo com uma pessoa. Quem mandava? O que fazia e por quê? ”, conta. Desde então, passou a ler e pesquisar muito, e assim a ligação com a política foi ficando mais forte.

A radialista

Beatriz tornou-se uma mulher determinada e corajosa. O envolvimento com a ciência política acabou se transformando em profissão. Em 1984, o então marido que trabalhava na Rádio Guaíba ficou sabendo de uma oportunidade para produzir o programa do jornalista Lasier Martins. Candidatou-se e conquistou a vaga de produtora-executiva. Durante um ano e meio, foi responsável pelo conteúdo do Guaíba Revista. Foi durante esta época que, por conta de uma situação inusitada, Beatriz entrou no ar. “Eu estava com a escritora Rose Maria Muraro que ia divulgar sua obra ‘A vida sexual da mulher brasileira’. O Lasier chegou no estúdio e, sem explicar o porquê, disse que não ia fazer o programa e foi embora. Fiquei desesperada, mas encarei e apresentei a atração. Fui lá e fiz. Estava quase tendo um chilique, pois ele foi embora e não tive chances de conversar e pegar instruções. Não consigo me lembrar de nada do que falei, mas deu tudo certo”, relata, sorrindo. Deste dia em diante, a radialista de coração trocou a produção pelos microfones e entrou de cabeça no mundo do jornalismo político.

Quando decidiu por este caminho, a questão do nome foi colocada em pauta. Na época, haviam duas figuras femininas se destacando no meio da comunicação, que eram Tânia Carvalho e Magda Beatriz. Então, de Tânia Beatriz passou a se apresentar como Beatriz Fagundes, para diferenciar. A radialista teve experiências futuras na Rádio Gazeta, onde conheceu Nelson Marconi, profissional a quem destaca como ótimo e uma pessoa muito bacana. “Iron Albuquerque foi quem abriu a rádio Gazeta. Ele era outra figura louca, mas que considero sensacional”. Trabalhou ainda durante oito anos na Rádio Pampa e atuou por seis meses na Rádio Bandeirantes.

Como referências na profissão, admira dois profissionais: no Rio de Janeiro, tem Cidinha Campos, que conheceu e por quem despertou um grande carinho. Já no Rio Grande do Sul, Jorge Alberto Mendes Ribeiro, com o qual também teve a oportunidade de trabalhar, era a inspiração. “Eu o achava um cara sensacional”, resume. As influências que tornaram Beatriz a profissional que é vieram de vários cantos. “Tu vai como um beija-flor, pega um pouco do néctar de cada um e cria o teu ser”.

Abertamente de esquerda

Seu posicionamento esquerdista dificultou algumas relações profissionais. “Quando meu contrato com a Bandeirantes se encerrou, fiquei um tempo analisando. Sou de esquerda abertamente e isto me tirou um tempo do mercado”. Foi, então, que veio a experiência na Rádio Real, de Canoas, a qual resume como “uma boa fase”, pois ia de trem e aproveitava para ler muito no trajeto para a rádio. Trabalhou lá durante sete anos, até Lula ser eleito presidente do Brasil, em 2002, quando voltou para a Pampa a convite do vice-presidente da emissora, Paulo Sérgio Pinto.

Foram anos de conversas e contato com grandes figuras da política brasileira. Algumas situações inusitadas ocorreram, lembradas com muito bom-humor pela radialista. Certa vez, estava no ar com os convidados – uma psicóloga e uma sexóloga. Antes de entrar os comerciais, recebeu o sinal do operador de som e falou: ‘Vamos a um breve intervalo sexual e já voltamos’. A gafe passou batida por todos que estavam presentes no estúdio. Mas, de repente, mensagens dos ouvintes começaram a chegar com diversas brincadeiras. Eles falavam: ‘nossa, mas que rapidinho. Já voltaram’. Os comentários aumentaram e, quando entenderam o que aconteceu, foi uma diversão que só.

Manawa, o momento do poder é o agora

“Eu vivo o hoje. Nós não temos o controle da vida. Temos o poder do sim e do não, mas no agora”, garante, ao ponderar que espera um futuro com saúde para continuar fazendo o que a faz bem, sem se preocupar se vai ser rica ou famosa, mas desejando poder fazer o que quiser fazer. “Quero poder tomar as decisões que tenho vontade”.

Atualmente, Beatriz se dedica a um projeto pessoal: a Rádio Web Manawa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, tem no comando a voz da locutora. Fundada em fevereiro de 2016, o veículo traz em sua programação o debate sobre política, é claro, mas também aborda questões atuais, sempre sugeridas pelos ouvintes que participam com bastante frequência. O nome Manawa é inspirado em um dos sete princípios da filosofia havaiana Huna, que entende que o poder vive no agora. Adepta da doutrina, ela explica: “A Beatriz que saiu de casa para vir aqui já não existe mais, a que vai sair daqui ainda nem existe, mas esta que está aqui agora é real”, diz. Beatriz conheceu a filosofia em 1996, através de amigos. Mas foi no ano de 2000, quando sofreu com uma depressão sem explicação, que reencontrou na Huna sua salvação.

Seu programa de rádio é transmitido em um estúdio simples, em estrutura montada na própria casa. “Até cheguei a abrir um espaço fora, mas achei desnecessário, pois consigo entrar no ar e fazer um bom trabalho de casa”. A Manawa conta com a participação dos amigos ouvintes e internautas. “Há uma incrível troca de informações. Abro espaço para a opinião dos ouvintes e eles mandam vídeos, enviam sugestões de pauta, sentem-se e fazem parte do programa”, conta, bastante alegre. Ela trabalha com o que gosta. Viveu muitos momentos bons, realizou diversas entrevistas interessantes sobre assuntos variados como. Isso a faz feliz, pois adquire muito conhecimento. Para ela, o rádio tem que ser companheiro, e o locutor acaba sendo um amigo para o ouvinte.

Momento total zen

Amante de tudo o que envolve energia positiva, Beatriz gosta de absorver informações que vão da astrologia a numerologia, áreas que se identifica muito. “Às vezes, o ser humano passa a vida inteira sem realmente se conhecer. E isto não tem a ver com idade, nem gênero. Existem pessoas que já possuem uma certa idade e muitas experiências, mas ainda não se conhecem de verdade. Estudar a tradição do xamanismo havaiano, entender a Huna me fez olhar as coisas de outro modo.” A liberdade de espírito proporcionou a seguinte maneira de pensar e agir: temos 100% de liberdade em nossas vidas, mas sobre estas escolhas, temos 100% de responsabilidade.

Em sua rotina, Beatriz fica no ar durante a manhã, pela Rádio Web Manawa. Após três horas online, geralmente fica cerca de 30 minutos em silêncio, realizando mantras, que têm como objetivo proporcionar um descanso para o cérebro. “O momento político está um lixo e as energias pesadas estão circulando. A cabeça vira uma reciclagem deste lixo e temos que trabalhar isto, diariamente. Às vezes até acabo dormindo um pouco”.

Mesmo com tantas coisas boas acontecendo na vida, ela não se sente completamente realizada, pois acha que ainda falta algo. “Não sei o que é, ainda não parei para analisar isto. Mas é exatamente por isso que, quando acontece algo bom, eu comemoro. Não me apego. Prefiro que a vida me surpreenda”, afirma, ressaltando que é bom ter metas, mas não se pode ser refém delas.

Longe do microfone

Quando está distante do estúdio, existe uma mulher que não gosta de viver em caixinhas. Eclética em todos os gostos, vai de fases em que aprecia desde uma boa feijoada até a leve salada. Mas confessa não ter frescura, pois come de tudo. “Estou aqui tentando lembrar de algum alimento que eu não comeria de jeito nenhum, mas não consigo”.

Sem religião definida, é adepta do que faz o bem. Lê sobre tudo, daquelas que não deixa escapar nem bula de remédio. Gosta dos livros de autoajuda, mas também lê Shakespeare, Paulo Coelho. Quando o assunto é música, acha mais fácil citar os estilos que não aprecia: funk e heavy metal. Ou seja, dependendo de como estão seus sentimentos no dia, escolhe a trilha sonora. Sobre cinema, cita o filme ‘Central do Brasil’ como referência e elogia: “Foi uma baita denúncia sobre a miséria mental do País”.

Exploradora nata, se pudesse escolher outra profissão, seguiria o ramo de turismo. Amante das trilhas no meio da natureza, já foi daquelas aventureiras e fez muitas trilhas pelo interior do Rio Grande do Sul, apesar da estreia ter acontecido quando morava no Rio de Janeiro e subiu, pela primeira vez, a Pedra da Gávea.

Colorada desde criança, foi a única da família que optou torcer pelo Internacional. Não sabe explicar o porquê, mas diz que a paixão nasceu com ela. “Meu pai era gremista doente. As pessoas contam que, quando queria ganhar alguma coisa, eu dizia que era gremista. Quando conseguia o objetivo, voltava a ser colorada”, recorda, soltando uma gargalhada. Sempre brincando, é uma mulher de astral contagiante.

Para conquistar a amizade de Beatriz, é preciso ter um papo bacana e ser bem-humorado. “Sou daquelas que perco o amigo, mas não perco a piada”, comenta, rindo novamente. Quem quiser manter o contato com ela, deve evitar agir com hipocrisia e falsidade, pois são características que a tiram do sério. “Quando sinto estas energias, até me afasto para não julgar.”

Humilde no que se refere à aparência, tem a mania de se vestir confortavelmente. “Adoro usar chinelo e abrigo. Por causa disso, as pessoas me veem e perguntam se estou bem. Minha característica é andar ‘esgualepada’. Gosto de estar o mais simples possível”. E com estas palavras ela termina o bate-papo, quando, sorrindo, diz: “E é isso. Em resumo, eu sou o máximo”.



Postado em Coletiva.net em 14/07/2017



Conheça a Rádio Web Manawa clicando abaixo :


Sobre condenados e esquecidos








Celso Vicenzi


Veja se você consegue lembrar quem condenou Tiradentes à forca? Quem condenou Sócrates a beber a taça de cicuta? Quem executou Che Guevara? 

O juiz vaidoso que não esconde suas frustrações pessoais nos mínimos gestos e comportamentos, é mais um condenado a desaparecer na história enquanto a figura de Luis Inácio Lula da Silva irá permanecer para sempre nos livros de história, de ciência política, de sociologia, em biografias, em poesias, na literatura de cordel, em peças de teatro e tantas outras formas de imortalidade. Verdade ou mito, não importa, Lula será símbolo. De um Brasil que ousou retirar milhões da miséria e sonhar com mais igualdade, alçar voo entre os maiores do mundo, antes de ser abatido por mais um golpe.

É assim com os grandes personagens da história da humanidade. Já aos seus algozes, que cumpriram papéis ordinários, coube o esquecimento. Ou, talvez, para que não esqueçamos jamais, figurem como exemplos de injustiça e ignomínia.

Moro agiu em fina sintonia com os mais potentes veículos de comunicação do país, sob o manto da cumplicidade de seus superiores, para torturar um cidadão e sua família diuturnamente com injúrias, calúnias e difamações.

À história caberá demonstrar, com mais clareza, o que significou a Operação Lava Jato para consumar o golpe no Brasil. Da mesma forma que, passadas algumas décadas, hoje sabemos muito sobre os bastidores do golpe de 64. Para quem gosta tanto de “indícios”, são fartos aqueles que nos levam a suspeitar de um golpe jurídico-midiático-parlamentar-policial-empresarial contra a presidenta Dilma. Com know-how (tudo indica) de quem fala muito bem essa língua.

O golpe, que ainda prossegue, destituiu uma presidenta sem crime para promover um assalto ao poder que consuma o maior retrocesso aos direitos trabalhistas da história nacional e que deve completar-se com outros ataques: aos direitos humanos, à soberania do país, à educação, às mulheres, aos negros, à população LGBT, aos movimentos sociais e à população mais pobre. 

Que Moro não se engane. A história é pródiga em transformar heróis em vilões e vice-versa. O golpe avança para entronizar duas das forças mais nefastas que tomaram conta do país: a de pastores políticos de igrejas que, se não fosse o álibi da religião poderiam ser enquadrados como estelionatários, e a do fascismo liderado por Bolsonaro, capaz de capitalizar o ódio de milhões de brasileiros que foram às ruas e às janelas bater panelas contra Dilma, Lula e o PT pelo que representavam como projeto de país, porque a corrupção nunca os incomodou, como agora, aumentada e escancarada, não provoca nenhuma reação. 

Que Moro não se iluda com o brilho fugaz das telas de TV e com a sua aparente fama, porque será lembrado como infame. Ao condenar Lula a nove anos e meio de prisão, numa alusão aos nove dedos do ex-presidente, Moro prova que é um juiz perverso. E medíocre. Produziu uma sentença que será objeto de estudo e escárnio, um case do que a justiça não pode ser. A condenação de Lula é mero pretexto, porque a sentença é contra um projeto de nação, que aos poucos vai sendo subjugada em sua soberania, entregue às forças do mercado, ávidas por lucros obscenos no país que já é um dos 10 piores em distribuição de renda. 

Há muitos casos na história de acusações e condenações espúrias, como as de Nicolas Sacco e Bartolomeo Vanzetti, nos Estados Unidos, a do capitão Alfred Dreyfus, na França, ou a de Nelson Mandela, na África do Sul. Condenações que sempre serviram a propósitos políticos. 

Luis Inácio Lula da Silva, que já colocou o seu nome na história por promover a maior ascensão social da população mais miserável do país, que liderou – com todos os problemas – um projeto de inserção do Brasil entre as maiores nações do planeta, terá seu nome ainda mais cultuado diante da injusta perseguição que sofre. A tortura a que é submetido, por acusações não comprovadas que contra ele e seus familiares foram engendradas em dezenas de capas de revistas e jornais, e incontáveis minutos em emissoras de rádio e TV, certamente o alçarão à condição também de perseguido político. De uma nova forma de perseguição política, mais sofisticada, nem por isso menos cruel. 

Moro condenou Lula, mas condenou-se também. Lula permanecerá uma lenda viva na história do Brasil. Tanto maior quanto mostrarem-se infundadas, no futuro, as acusações e as manobras que certamente vão impedi-lo de ser candidato e derrotar o golpe pela via democrática, se eleições houver em 2018. 

Moro, o juiz que se comporta muito mais como um acusador seletivo, que é moroso com corruptos golpistas e sem morosidade com quem apoiou Lula, Dilma e o PT, condenou-se a ser, muito em breve, um nome a ser esquecido no pé de página da história, um mero instrumento de forças maiores que consumaram o golpe. Alguém, no máximo, a ser lembrado de forma pouco digna como exemplo do que a justiça não pode ser, caso queira ter esse nome.


*Celso Vicenzi é jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas/SC e publicou este texto em seu blog.



Postado em Tijolaço em 14/07/2017






O mundo é dos corajosos



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Quem são os corajosos? Eu acredito que corajosa é aquela pessoa que se levanta todos os dias e dá o melhor de si mesma. Que apesar de tudo continua sorrindo e superando o que acontece na sua vida. É alguém que não espera por uma ocasião especial para mostrar o seu valor e sair para conquistar o mundo; continua confiante mesmo depois de ter falhado.

Eles continuam sendo corajosos quando reconhecem e enfrentam os seus medos, quando percebem que a atitude a adotar pode multiplicar ou dividir as suas forças. Eles são corajosos e o mundo é deles, porque a cada dia buscam descobrir algo novo.

São corajosos e seguem em frente, com milhares de invejosos por perto, recebendo milhares de “nãos”. Mas… você sabe o que é o melhor de tudo? Eles podem arrastá-lo para este mundo perigoso, porque eles têm a força e o desejo que tudo contagia. Isto pode ser bom, às vezes ruim, mas nos incentivam a seguir em frente e desejar conquistar o mundo também.

Eu gosto das pessoas que se atrevem e vivem, mas não das pessoas que acreditam que “o que tiver que ser será”. Gosto das pessoas que dizem e fazem. Cada dia é único e elas têm a coragem de vivê-lo como ele se apresenta.

A resiliência como um estilo de vida

A resiliência é a capacidade que as pessoas têm para superar as adversidades e continuar com suas vidas apesar das circunstâncias adversas. Esta poderia ser uma definição correta e apropriada para resiliência, embora um pouco pobre se parássemos por aqui, se não falássemos do sucesso alcançado apesar dos medos, das dúvidas, das promessas não cumpridas. As pessoas com essa capacidade foram corajosas e continuam sendo pela vida afora.

Quando falamos de resiliência, falamos de pessoas que se apropriam do mundo ao seu redor, que sabem falar da sua dor para que ela se cure, da mesma forma que acontece quando desinfetamos uma ferida. Elas sabem o que é o “fundo do poço” porque já estiveram lá muitas vezes, mas em todas elas conseguiram voltar para a superfície. O mundo é dos corajosos e ousados: eles modificam a realidade constantemente.

Resiliência é apenas um nome geral, uma definição formal, mas cada um tem a sua história e sabe que não é fácil. No entanto, vale a pena continuar, vale a pena encontrar a alegria de viver.

O que podemos fazer para sermos corajosos?

O medo sempre vai nos proteger e fazer com que pensemos duas vezes antes de agir. É claro que devemos ouvi-lo, mas também precisamos entender que por trás da nossa “zona de conforto” podemos encontrar algo melhor. Se você não abrir a porta, nunca saberá o que existe do outro lado.

Não espere o final de semana, vista-se todos os dias com a sua melhor roupa. Não espere a aposentadoria ou que a situação se estabilize para viajar ou assumir riscos. Não espere ter mais tempo para aprender a dançar, para caminhar ou beber com os seus amigos. O importante na vida não é o ponto de partida, nem a chegada, mas sim a caminhada. Viva: o tempo é seu, a vida é sua.

Perder as oportunidades é como ficar na estação olhando o trem passar sem embarcar em nenhum deles. Eu espero que você não perca as oportunidades: beije, abrace e aceite a vida como ela se apresenta. Faça uma lista dos seus sonhos e comece a caminhar, a errar e acertar. Esta é a atitude dos corajosos, das pessoas que são donas do mundo.





  

Quando a política penetra no recinto dos Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta











































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Ora Deus, ora Lúcifer . . .




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Rosa Maria Feijó*

O ser humano é mesmo surpreendente, visto que é capaz de atos grandiosos como, também, de atos vis, provando sua dualidade, ora absorvendo Deus, ora absorvendo Lúcifer. 

Neste dia 11 de Julho de 2017, no Senado do Brasil, assistimos a hora e a vez do “ anjo caído ” levando 50 homens e mulheres a escutarem seu chamado tão inebriante, mas ilusório e de alto custo moral e espiritual. 

A Consolidação das Leis do Trabalho foi assinada em 1º de Maio de 1943, foi um dia, histórico, de festa, em contrapartida a este 11 de Julho de 2017, que será um dia, histórico, de pesar e tristeza pela perda de direitos trabalhistas que custaram lutas, suor, lágrimas e sangue durante os séculos XIX, XX e XXI, bastando um ano de Golpe de Estado para destruir direitos conquistados e aprimorados por quase dois séculos. 

É difícil precisar quanto tempo será necessário de sofrimentos, lutas, mais suor e mais lágrimas para revertermos este retrocesso, sendo rápido ou demorado na medida das escolhas daqueles que nos representam através do voto. 

Assim como esteve nas mãos de milhões a escolha dos " 50 " deste 11 de Julho de 2017, estará em nossas mãos, sem dúvida, um futuro melhor e mais justo.


* Editora deste Blog. 


Lei da atração. Como o teor dos pensamentos determina a qualidade da vida



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A maioria das pessoas não sabe o quanto são poderosas e, mesmo se tiverem consciência disso, elas não sabem por onde devem começar ou como criar a vida que elas merecem. Pois, como dizia o poeta e pensador Alan Watts, “ Existem dois tipos de pessoas: aquelas que acreditam serem vítimas do mundo e aquelas que compreendem que estão no mundo ”.

Por: Claire C. – Fonte site: http://www.espritsciencemetaphysiques.com/

A maioria das pessoas não conhece o seu próprio potencial, não sabe o quanto são poderosas e, mesmo quando têm alguma consciência disso, elas não sabem por onde devem começar ou como criar a vida que elas merecem.

Com demasiada frequência, permanecemos aprisionados em esquemas repetitivos de pensamento. Um ciclo de negatividade foi instalado em nosso cérebro: ele parte da ideia de que tudo aquilo que existe no mundo nos acontece, em vez de criar um mundo no qual tudo acontece por nós.

Os milagres, por exemplo. É muito fácil acreditar que quando um acontecimento milagroso ou inexplicável se produz, ele é apenas um fruto do acaso. Isso porque nós estamos conectados para responder a tudo que nos é externo. Esquecendo o poder que possuímos, reagimos aos acontecimentos como se ele fossem sempre externos, em vez de assumir a responsabilidade pela nossa própria manifestação criativa.

Num estudo conduzido por Richard Davidson, um neurocientista de renome mundial da Universidade de Wisconsin, suas pesquisas revelaram que nossos pensamentos têm sempre um impacto direto sobre todas as nossas situações quotidianas, pois nós manifestamos as ideias que escolhemos visualizar e que atraem a nossa atenção. Isso confirma a filosofia espiritual conhecida há muito tempo, de que somos participantes perpétuos e co-criadores da nossa própria realidade quotidiana.


Monge budista tibetano submetido a teste de ressonância magnética durante estados de meditação


Testes com monges tibetanos

Davidson colaborou com o Dalai Lama do Tibete, que enviou a seu laboratório oito monges budistas (alguns dos seus meditadores mais experientes e bem sucedidos) para que eles participassem de testes com eletroencefalograma e de imagens de ressonância do cérebro, durante as várias fases dos seus processos de meditação.

Ao longo dos testes, foi pedido a cada monge que se concentrasse sobre um tema preciso, por exemplo a compaixão, a alegria ou a felicidade. Os resultados confirmaram que, segundo onde você concentra a sua atenção, você mudará fisicamente a existência, a direção e o comportamento das partículas subatômicas do seu cérebro…

Os eletroencefalogramas registraram ondas gama extremamente poderosas no lobo frontal (o córtex pré-frontal), o que deixou os cientistas perplexos e estupefactos. Será então possível que nossos pensamentos realmente criam nossa própria realidade?

O Dr. Joe Dispenza, um dos membros da equipe de cientistas que testaram os monges budistas está plenamente convencido que sim. Este neurocientista observa que os monges do estudo tinham praticado, ao longo do seu treinamento, cerca de 40 mil horas de meditação concentrada, fixando a mente sobre um pensamento único. “Vários desses monges meditam há 40 anos. Cada um deles domina aquilo que nós denominamos de ‘arte da observação’ ou que a ciência designa simplesmente como a ‘atenção prestada”.

Por que tudo isso é tão importante?

Vejam o que acontece: o ser humano perde sua capacidade de atenção entre 6 e 10 vezes por minuto, e quando perdemos nossas capacidades de concentração, as partículas subatômicas não prestam atenção ao nosso espírito, mantém-se desconectadas dele.

Portanto, essencialmente, mais você se concentra, e por mais tempo, mais você aumentará a sua capacidade de manifestação. No conjunto, para que a lei da atração funcione para nós, temos necessidade de compreender como nossos corpos e nosso espírito estão conectados um ao outro, e exatamente aquilo que devemos fazer para que nossos pensamentos possam se tornar a realidade que desejamos e escolhemos. Veja o que o Dr. Dispenza recomenda como diretrizes do trabalho:

Existem três coisas que ninguém lhe conta a respeito da lei de atração

1 - Comece a criar novas conexões – Nós criamos novas conexões em nosso cérebro graças aos conhecimentos adquiridos através de informações, a filosofia, os estudos. Cada vez que nos lançamos em algum processo de aprendizagem, criamos uma nova conexão neurológica. A memória conserva a conexão e, com a repetição, os neurônios conservam a relação. A lei de atração funciona da mesma forma. Se, todos os dias, durante duas semanas, você passar duas horas meditando, concentrando sua mente em um único pensamento como, por exemplo, a melhor versão de você mesmo ou o máximo estado de felicidade que você pode experimentar, você estará formatando o seu cérebro e memorizando aquele estado mental específico. Ao repetir, na sua mente, essa versão acabada de você mesmo, seu cérebro gravará esses pensamentos e o lobo frontal o apreenderá. Todo o processo permanecerá cada vez mais gravado na sua memória, projetando dessa forma o modelo de pessoa que você se tornará no futuro.

2 – Reprograme seu cérebro – A cada instante, os cinco sentidos capturam informações e enviam uma grande quantidade de dados para o cérebro através dos cinco canais sensoriais. A seguir, neurônios cerebrais estimulam neurotransmissores que nos proporcionam emoções e sentimentos relativos às informações recebidas através dos cinco canais. Está provado que cada vez que você tem um pensamento positivo ou negativo, você cria uma reação química no corpo. Porque os sentimentos e as emoções constituem a finalidade de toda experiência, real ou imaginária; enquanto não tivermos pensamentos novos, continuaremos a sentir e a vivenciar as mesmas emoções e sentimentos. Quanto mais nos apegarmos a um pensamento, mais iremos manter e reafirmar a probabilidade de que ele se manifeste novamente no futuro, com sua correspondente ação positiva ou negativa. Se nos apegamos a formas negativas de pensamento, poderemos mudar essas formas através da introdução de novos pensamentos, positivos, que irão mudar a química do nosso corpo. No entanto, como acontece com qualquer vício, o corpo não gosta da falta e envia sinais para o cérebro. É por isso que é tão difícil quebrar padrões de pensamento negativo, e que continuamos a viver com base em vícios do passado. Assim sendo, é através dos nossos próprios pensamentos que podemos mudar a química do corpo, de modo a quebrar também essas dependências emocionais para que possamos sair dessa escravidão dos ciclos negativos.

3 – Certifique-se que seu corpo esteja a serviço do seu espírito – Nós existimos em uma sociedade na qual o espírito está a serviço do corpo, e isso nos obriga viver nosso próprio destino genético. Enquanto essa situação permanecer, seremos prisioneiros desse destino, repetindo indefinidamente os seus padrões, e nada de novo nos acontecerá. Para manifestar nossa própria realidade, devemos eliminar nossa programação automática e nos reconectarmos com nosso centro espiritual. Isso é necessário para que nosso corpo esteja a serviço do nosso espírito e não o contrário. Como explica o Dr. Dispenza: “Por exemplo, quando você se sente inseguro ou mergulhado na incerteza você começa a pensar naquilo que está sentindo, ou seja, repetirá pensamentos de insegurança e incerteza. Ao fazer isso, você aumenta a intensidade daquilo que está experimentando, e o sentimento que daí deriva torna-se o seu meio de reflexão. Quando isso acontece, o espírito se imerge no corpo e você começa a pensar como um corpo e não como um espírito; com a repetição, isso se torna o seu modo de ser habitual”. Uma vez imerso numa situação do gênero, você não consegue pensar em nada que não seja o modo como você está sentindo. Se você se sente mal nessa situação, é porque você está tomado por pensamentos negativos. Mas quando conseguimos romper esse círculo vicioso, podemos então começar a pensar como espíritos, podemos alcançar o estado de ser consciente e nos tornarmos os criadores de nossa própria vida. Assim sendo, à medida que você aprender a mudar seus padrões de pensamentos, você estará mudando a sua vida.

Fontes:






Postado em Brasil 247 / Oásis em 06/07/2017



Impõe-se a inocência de Lula






" As 27 audiências relativas à ação mostraram a atuação de um juiz-acusador. O caráter complementar que a lei reserva à atuação do juiz na coleta da prova em audiência foi substituído por claro e injurídico protagonismo, cujo objetivo era ofuscar a flagrante prova da inocência de Lula nos autos ", dizem os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, que defendem o ex-presidente, em artigo publicado nesta segunda-feira no HuffPost. Confira abaixo:


Impõe-se a inocência de Lula

Não há provas materiais que demonstrem a culpa do ex-presidente

Por Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins

Valer-se de procedimentos jurídicos para fins políticos é tática de lawfare (guerra jurídica). A manipulação da lei em aliança com setores da mídia cria a "presunção de culpa". É essa forma de batalha que está sendo travada por alguns agentes do Estado contra o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva.

O ponto de partida foi a concepção de um fictício cenário de "macrocorrupção" tendo Lula como um dos principais atores, quando depoimentos colhidos circunscrevem as relações espúrias a empreiteiras e determinados agentes da Petrobras.

A Lava Jato ancorou sua retórica na narrativa dos delatores, sob a influência dos órgãos acusadores e do próprio juiz, a partir do simbólico ano de 2003, primeiro do ex-Presidente. Como depôs Pedro Barusco ao Juízo de Curitiba, mesmo tendo ele confirmando recebimento de ilícitos antes desta data.

Pré-fabricado, este enredo tentou decolar no ano passado com a ilegal decretação da condução coercitiva de Lula. O Ministério Público Federal alardeou ter ele "ciência do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobras" e ter recebido "direta e indiretamente, vantagens indevidas dessa estrutura delituosa". Só faltou ancorar o veredicto em elemento real e palpável.

Seguiram-se novas violações às garantias fundamentais ainda na fase pré-processual. Lula, seus familiares e colaboradores foram vítimas de uma devassa, tiveram todos os sigilos quebrados e dados divulgados, com reprovável antecipação de juízo de valor por membros da Lava Jato. Mas não se logrou avanço no campo probatório. Não foi encontrado valor ilícito e nem vínculo entre o ex-presidente e irregularidades envolvendo empreiteiras e agentes da Petrobras.

Em setembro, foi apresentada a primeira denúncia contra Lula no âmbito da operação, divulgada à mídia com estardalhaço a partir de um notório PowerPoint. A peça pretendeu conectar, sem qualquer materialidade, o enredo sobre a Petrobras com a afirmada transferência dissimulada da propriedade de um apartamento no litoral paulista, além do custeio do armazenamento do acervo presidencial.

As 27 audiências relativas à ação mostraram a atuação de um juiz-acusador. O caráter complementar que a lei reserva à atuação do juiz na coleta da prova em audiência foi substituído por claro e injurídico protagonismo, cujo objetivo era ofuscar a flagrante prova da inocência de Lula nos autos.

O cerceamento de defesa foi contínuo – palavra cassada ou prejudicada em inúmeras ocasiões, clara demonstração de que a verdade jamais foi colocada como alvo. O fato é que a defesa produziu a prova da inocência de Lula, mostrando que jamais foi dono do imóvel indicado na denúncia.

O ex-presidente, quando no governo, atuou para fortalecer os sistemas de controle da Petrobras, colocando-a sob o alcance da Controladoria Geral da União (Medida Provisória 103/2003). Também sob o crivo de controles internos e externos sofisticados, nenhum indício de um esquema de corrupção na petrolífera foi detectado.

Os diretores da Petrobras hoje acusados ou condenados pela prática de atos ilícitos eram, à época em que foram eleitos por unanimidade pelo Conselho de Administração da companhia, tidos como funcionários longevos com currículos exemplares. Não foram escolhidos por vontade ou desejo pessoal de Lula.

O reconhecimento da inocência do ex-presidente se impõe diante desse robusto quadro probatório, que não pode ser ignorado – mesmo na vigência do lawfare.


Postado em Brasil 247 em 10/07/2017