Ele largou tudo para cuidar da avó com Alzheimer
Você largaria tudo pra cuidar quem você ama? Um jovem de Porto Alegre deixou a faculdade de filosofia e o emprego e decidiu dedicar-se a sua avó, Nilva, em tempo integral.
Ela tinha sido diagnosticada com Alzheimer e ele decidiu que seria seu cuidador até que ela o deixasse! Ele criou uma página no Facebook para contar sua experiência e agora a página vai virar um livro, com comentários médicos sobre Alzheimer e muito bom humor, chamado “Quem, eu?!”.
Confira a entrevista que fizemos com Fernando Aguzzolli, criador da página Vovó Nilva, que relata com muito bom humor e informação a jornada dele até os últimos momentos de sua avó aqui na Terra:
Em que momento você decidiu que era a hora de largar tudo e se dedicar inteiramente à sua avó?
Eu estava abrindo minha empresa – ou seja, mais investindo que recebendo – e fazendo o segundo semestre de filosofia na UFRGS. Minha avó já estava com Alzheimer ha 5 anos, entrava cada vez mais no estágio onde eles são mais dependentes de alguém 24h por dia, um cuidador como costuma-se dizer. Como minha mãe tinha um trabalho flexível, que ela amava e, obviamente, dava mais dinheiro que minha empresa, decidi cuidar de minha avó, retribuir exatamente aquilo que ela havia feito por mim!
Qual foi a maior dificuldade e qual a maior recompensa de ter cuidado dela durante aquele ano?
A doença em si é um baita obstáculo, cabe a nós reconhecermos esse obstáculo e transformarmos ele em algo positivo! Através da doença da minha avó passei a fazer parte de sua vida ainda mais, uma relação de amor e gratidão, de fato! Certamente foi difícil, em grande escala, até porque eu vivi a velhice da minha avó, isso é complicado emocionalmente para o cuidador.
Em algum momento você se questionou se deveria continuar com isso, ou quis desistir? Se sim, o que te fez seguir adiante?
Acho que nunca quis desistir, mas muitas vezes me perguntei se teria forças. O que me fez seguir a diante? Amor. Gratidão.
Infelizmente, a vovó Nilva nos deixou. O que você pretende fazer a partir de agora? Vai retomar a vida de onde estava ou vai dedica-la definitivamente a divulgação da doença?
Vou fazer ambos. Certamente vou aproveitar essa visibilidade que o livro e a página ganharam pra fomentar esse debate a nível nacional. É importante que o Brasil possa ter a oportunidade de avançar na questão Terceira Idade, estamos atrasados e envelhecer é uma luta quase impossível por aqui, principalmente quando há um obstáculo, como o Alzheimer.
O que você diria para quem está enfrentando a mesma situação ou acabou de descobrir que um parente está com Alzheimer?
Força, em primeiro lugar! A ‘cura’ do portador passa por vários estágios, eu falo sobre isso no livro inclusive. Mas é importante chegarmos em: amor e humor. Só aí vamos obter forças pra seguir em frente!
Postado no site O Lado Bom do Mundo em 03/05/2014
Globo dá um tiro no pé com G3R4Ç4O BR4SIL
Luis Nassif
Tenho escrito sobre essa mistura de dramaturgia, marketing e jornalismo que caracteriza os grupos de mídia. Utilizam-se recursos da propaganda, da dramaturgia e do jornalismo para uma geleia geral que compromete todas as pontas.
Quando a Globo lançou a novela sobre tráfico de crianças, o jornalismo foi acionado para uma série de matérias sensacionalistas sobre adoção.
Quando as eleições entram em jogo, o grupo age sincronizando todas as pontas, criando vilões que lembram os adversários, mocinhos que emulam os aliados.
À medida em que as informações e as discussões sobre mídia avançam pelas redes sociais, e que o conceito e o papel dos grupos de mídia viram foco de discussão, o uso reiterado dessas jogadas apenas ajuda a reforçar os argumentos dos críticos da mídia.
É como se houvesse um laboratório online, no qual práticas seculares anacrônicas pudessem ser dissecadas ao vivo e em cores.
Em tempos de concentração maior de mídia, falava-se muito na propaganda subliminar, os merchandisings, utilizados para jogadas comerciais.
Quando entra-se no campo eleitoral, o jogo é dúbio.
Tome-se essa besteira da Globo, de associar o nome da novela ao número 45 do PSDB.
O custo é alto. Uma emissora aberta, com o alcance da Globo, não pode se colocar contra mais da metade do eleitorado brasileiro, ainda mais em um momento em que ocorre uma implosão geral da audiência, fruto do avanço das tvs fechadas e da Internet. É um risco de imagem que gerações anteriores, mais sábias, não ousaram correr, mesmo quando a força do grupo era proporcionalmente muito maior.
Quando o espírito das diretas tomou conta do Brasil, a maior preocupação de Evandro Carlos de Andrade e Roberto Marinho era tirar o estigma da emissora, de ser contra a democratização.
Depois que o estilo Murdock surgiu, deixou-se de lado toda a prudência e decidiu-se tomar partido de uma forma escancarada.
A ideia de associar o número de PSDB – 45 – à nova novela não representará nenhum reforço substancial à candidatura tucana. Mas, sem dúvida, será mais um argumento fortíssimo em favor dos que entendem a mídia como um partido político.
Postado no site Pragmatismo Político em 06/05/2014
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A pior política é aquela feita com rancor
Marco Antonio Araujo
Só para ficar claro, já que estamos às vésperas de uma acirrada e tensa disputa eleitoral: eu respeito quem tem posições políticas distintas da minha, quem pensa o contrário do que eu penso. Eu preciso de pessoas assim, que me despertem um novo olhar.
Mas não respeito — na verdade, eu desprezo — quem tem como posição política ser contra algo ou alguém. Gente incapaz de afirmar um ponto de vista, mas que vive destruindo a perspectiva do outro, a utopia do outro, a esperança do outro. Gente que mata o outro.
Que você seja contra Lenin, Che Guevara, o PT, tudo bem. Para efeito de raciocínio, o mesmo se aplica a quem não suporta Obama, Aécio, Maluf. OK. Mas, por favor, não faça de sua vida uma campanha interminável contra seus inimigos de pensamento. Não abdique da civilidade mais rudimentar. Não se torne um fascista, um retórico fundamentalista, uma pessoa movida a ódio.
Diga o que você pensa, no que você acredita, me ensine o que o move. Eu vou ouvir. Eu preciso entender do que se trata. Todos precisamos. É assim que funciona o debate, a democracia, a liberdade.
Mas, ao falar de política, não cuspa sobre mim seu rancor, suas frustrações, seus fracassos, seus medos, sua ignorância. Quem faz isso é um assassino político, um psicopata político, um tarado político, um analfabeto político.
Pare de eliminar o outro. Deixe de ser intolerante. Não propague infâmias e calúnias sem checar a procedência. Não desqualifique seu oponente apenas por pensar diferentemente de você e suas supostas verdades.
Diga-me quem são seus exemplos, suas apostas, suas dúvidas, seus candidatos. Você não os tem? Então admita que você está sozinho, com medo, infeliz. Não me faça participar da sua solidão política.
Postado no blog O Provocador em 30/04/2014
Internautas fazem “capa alternativa” da revista Placar
Redação Pragmatismo
O goleiro Bruno, condenado pela morte de Eliza Samudio, estampa a capa da edição de abril da revista Placar.
A publicação atrai os leitores para a entrevista exclusiva com o ex-jogador de futebol e ainda divulga uma de suas falas: “Me deixem jogar”.
A vitimização de Bruno incomodou alguns internautas, que repudiaram a revista e sugeriram uma capa alternativa.
Na capa proposta, é Eliza quem tem a voz: “Eu queria ter visto meu filho nascer”.
A imagem foi idealizada por Cynthia Beltrão e feita por Rosiane Pacheco. “Se houvesse dignidade, igualdade e humanidade na Justiça, nenhuma mulher teria sido dada como comida aos cachorros. E a nenhuma mãe seria negado o sagrado direito de enterrar sua filha. A revista Placar, paga não sei com que dinheiro mais imundo, estampa o goleiro Bruno, julgado culpado pela morte de Eliza Samudio, como um coitado, privado de trabalhar. Ele pede direitos que ele negou à Eliza”, declaram elas.
Em um texto publicado no Blogueiras Feministas, Fabiana Moraes expressa sua indignação. “Na verdade, essa capa não é absurda, não deveria ter me causado tanta surpresa. Ela é na verdade a confirmação de uma situação, é uma peça-símbolo do tipo de visibilidade que se concede aos homens e mulheres desse País, no qual uma pesquisa equivocada parece ter diminuído a gravidade do fato de mulheres com saias curtas “estarem pedindo” para serem molestadas sexualmente”.
Outras falas divulgadas pela Placar também reforçam o caráter de vítima do goleiro. “Muita gente acha que, por ter sido jogador de futebol, eu tenho regalias aqui. E não é. Pago um preço alto pela fama” e “Não estou acabado. Mas sobrou muito pouco do meu dinheiro, longe de poder levar uma vida confortável quando sair daqui” são alguns dos comentários de Bruno.
Postado no site Pragmatismo Político em 05/05/2014
A cada dia, recomeçar...
Aurora Reis
Todo dia, quando acordamos, ganhamos de presente um novo dia: tantas horas, um espaço de tempo inteiro para criar a nossa vida, nossa história.
Como cada um aproveita o seu tempo é responsabilidade pessoal, ou seja, é você mesmo quem escolhe o que vai viver, o que fazer e deixar acontecer...
Mesmo que essas escolhas sejam feitas de forma inconsciente ou quando somos "obrigados" a escolher determinado caminho. Quando não escolhemos, é certo que algo ou alguém escolhe por nós, mesmo que seja a própria vida, que nos traz os desafios necessários para nossa evolução.
Acordar é como nascer a cada dia. Uma oportunidade única de recomeçar, transformar, mudar, recriar, reciclar, evoluir. Dar o primeiro passo em direção à mudança almejada talvez seja o mais difícil. Mas depois que nos direcionamos para a trilha certa - guiados por nosso coração - tudo fica mais fácil, colorido e até divertido, por que não?
As mudanças podem ser suaves, frescas como a brisa ou o sol matinal. Não precisam ser como o sol do meio-dia ou uma tempestade, um furacão! Elas podem ser sutis, e o caminho da sutileza é belo, simples e humilde - um passo de cada vez...
Recomeçar requer tato e sensibilidade, consigo mesmo, sem muitas exigências, cobranças, autocrítica ou mania de perfeição. Tudo isso é coisa do ego, que sempre quer transformar num drama algo que é singelo.
Essa mudança gradual pode ser feliz, alegre e divertida, como já foi dito. Mas, como? Apenas sorrindo para a vida, não se levando tão a sério e deixando o medo ir embora.
Medo de errar, de viver, de sofrer, de dar tudo errado.
O medo é o oposto do amor e a principal causa de sofrimento e dor. O medo é a escuridão que se disfarça de luz, mas não engana por seu sentimento causar estranheza e sensação de desconforto.
Quando não estamos nos sentindo bem em determinado lugar, papel ou com alguma pessoa é sinal de que algo não está tão bem como se deveria estar. Quando o coração sente uma repulsa, um desejo de não estar mais ali é hora de ouvi-lo e prestar atenção à sua silenciosa voz.
Ouvir o coração é um meio de seguir a vida de forma simples, alegre e sem medo. Recomeçar com o guia certo, sem precisar de nenhuma muleta externa.
Esse tempo já passou!
Postado no site Somos Todos Um
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