Quando sentir algo próximo de empatia por Bolsonaro, leia o relato deste sobrevivente da pandemia



Quando você sentir pena ou algum tipo de empatia estranha por Jair Bolsonaro, leia este depoimento cru e urgente de um sobrevivente da pandemia no X:

21 de abril de 2020. Eu estava na varanda do apto e tinha engarrafamento de carros de funerárias com caixões em direção ao cemitério. Eu acordei com alunos recém graduados chorando no telefone e pedindo apoio emocional. Todo mundo estava em pânico. Parecia um filme de terror. 2 dias depois era meu aniversário.

Dia 26 tivemos um recorde de mortos aqui em manaus….corte no tempo…perdi meu padrasto, 50 pessoas próximas. Minha mae quase morreu. Peguei covid, perdi a memória. Adoeci gravemente. Corte no tempo, 14 de janeiro de 2021. Colapso de oxigênio. Eu trabalho numa unidade proxima ao samu. Por anos tive estresse pos-traumatico e o barulho do samu me lembrava pessoas sem ar. So “me curei” quando escrevi tudo num relato de experiencia. Publiquei. Trabalhei na vacina coronavac com @mariofelipe_br, Fabiola e um grupo de pessoas geniais mesmo.

Fui ameaçado de morte, tive q negar vacina para pessoas fora do protocolo da pesquisa. Chorava todas as noites. Era um alívio mas um desespero. Cada análise matemática de duração da pandemia eu passava mal e vomitava. Comecamos a vacinar as pessoas e a gente fazia viradao organizando as filas. Era uma operacao de guerra. Igual nos filmes de fim do mundo.

Eu comecei a atender os sobreviventes do apagão do oxigênio. Ouvir suas histórias me destruía por dentro. Eu fazia supervisão clinica DIARIA. TODO DIA HORAS DE SUPERVISAO. Depois ajudei como supervisor online. Nem os psicológicos aguentavam.

Começamos a treinar psicólogos online. A previsão era de muitos meses ainda. Virei um zumbi ate o final da pandemia. Foi traumatizante. Eu so desejo que esse monstro e sua família e corja inteira sofram toda essa dor que eu sofri nesses anos infernais de pandemia. E que meus netos saibam que essa gente podre nao ficou impune. Pelos meus, pelos seus e pelos nossos.


Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.









Laura Cruz, de Moçambique homenageou o Presidente Lula com um belo poema de Mia Couto

 



Hoje, 24/11/2025, fui profundamente tocado pela declaração da jovem Laura Cruz, de Moçambique, que me homenageou com um belo poema de Mia Couto. 

Suas palavras de gratidão e esperança ecoam em meu coração, lembrando que a verdadeira riqueza está na união e na solidariedade ao redor do mundo. 

Juntos, como o abraço de todas as crianças por cima dos oceanos, podemos construir uma ponte de amor e compaixão que transcende fronteiras. Muito obrigado, Laura, por seu carinho e inspiração!

Luiz Inácio Lula da Silva





A Justiça Tardia : Por que a prisão de Jair Bolsonaro é um imperativo democrático



Larissa Ramina 

Escrito em colaboração com Carol Proner, jurista


A tragédia nacional vivida durante o governo Jair Bolsonaro não se limita à tentativa de golpe de Estado que culminou no 08 de janeiro, embora esta represente o ápice simbólico de um projeto político que sempre flertou com a ruptura institucional.

O que se viveu entre 2018 e 2022 foi um processo sistemático de corrosão das bases materiais e imateriais da democracia e da soberania, um ataque deliberado ao tecido social, aos direitos fundamentais, à ciência, à cultura, às instituições e aos bens ambientais que compõem o patrimônio comum do Estado brasileiro. E não nos esqueçamos que foi a Operação Lava Jato, desastrosamente conduzida, que pavimentou o caminho para a ascensão de um governo de extrema-direita, com discurso autoritário e revisionista, que logo seria taxado de genocida por líderes internacionais diante do colapso sanitário e civilizatório imposto ao país.

A destruição ambiental, adotada como agenda de governo, não foi apenas consequência do negacionismo negligente — foi resultado de um conjunto de atos deliberados: desmonte dos órgãos de fiscalização, perseguição a servidores, estímulo aos garimpeiros ilegais, deslegitimação de tratados internacionais ambientais, flexibilização de normas que protegiam biomas inteiros.

A Amazônia ardeu, literalmente, diante da cumplicidade estatal. Povos originários foram abandonados à própria sorte, expostos ao avanço da mineração, da contaminação e das doenças. A omissão criminosa que resultou na morte de centenas de Yanomami é apenas um dos exemplos mais brutais de um governo que atacou a própria ideia de humanidade.

A violência contra a população negra se intensificou em meio a políticas de segurança baseadas na lógica do extermínio, enquanto discursos racistas e discriminatórios foram normalizados. Mulheres, comunidades LGBTI e populações vulneráveis foram alvos preferenciais de um governo que tratava direitos fundamentais como obstáculos ideológicos. O feminicídio disparou; a misoginia deixou de ser vício privado e tornou-se retórica de Estado.

Na educação, o ataque foi igualmente profundo: universidades públicas foram demonizadas, pesquisadores humilhados, bolsas cortadas, instituições científicas sucateadas. Gerações de futuros médicos, engenheiros, professores e cientistas tiveram suas trajetórias interrompidas. O apagão intelectual — planejado e celebrado por figuras do governo — comprometeu a produção de conhecimento e restringiu a autonomia nacional nas áreas de tecnologia, inovação e política científica.

Na saúde, o desmonte foi ainda mais dramático. A expulsão dos médicos cubanos deixou centenas de municípios sem atendimento básico, sobretudo comunidades indígenas e ribeirinhas. O SUS, patrimônio civilizatório brasileiro, foi atacado em seu financiamento e em sua capacidade operacional. E então veio a pandemia: uma gestão marcada pela sabotagem cotidiana das medidas sanitárias, pelo negacionismo, pelas campanhas contra a vacinação e pela recusa deliberada em adquirir imunizantes no momento adequado. Centenas de milhares de vidas foram sacrificadas à ideologia, à incompetência e ao cálculo político.

A cultura sofreu com censura velada e explícita: eliminação do Ministério da Cultura, editais barrados, artistas perseguidos, bibliotecas destruídas, museus abandonados. A produção audiovisual entrou em colapso diante da asfixia promovida pela máquina estatal.

Como quantificar tamanha destruição? Quanto valem as árvores derrubadas, as vidas perdidas, os filmes que não foram produzidos, os cursos que não se concretizaram, os talentos desperdiçados? Quanto vale a honra nacional manchada por um presidente subserviente a interesses estrangeiros, que sabotou o Itamaraty, alinhou-se ao que há de mais autoritário no cenário global e expôs o Brasil ao ridículo perante a comunidade internacional? Quanto vale uma soberania entregue voluntariamente diante de outras potências, inclusive por meio da submissão a agendas extraterritoriais?

Os danos do governo Bolsonaro são profundos, multidimensionais e de longa duração. Afetam o meio ambiente, a saúde, a educação, a cultura, a economia, o prestígio internacional, a democracia e a própria ideia de pertencimento coletivo. A tentativa de golpe de Estado foi apenas o ponto culminante de um projeto autoritário que vinha sendo construído dia após dia.

Por isso, quando se decretou a prisão preventiva, tecnicamente fundamentada pela cautela penal frente à provável tentativa de fuga, não se tratou de um ato de perseguição política, mas de um gesto necessário para restaurar a legalidade e reafirmar que nenhum líder está acima das instituições.

A responsabilização de Jair Bolsonaro como líder da trama golpista, muito em breve fundamento de sua prisão, não reparará as florestas destruídas, não devolverá as vidas perdidas para a COVID-19 ou para a violência, não reverterá integralmente o desmonte da educação e da ciência. Representa, antes, um marco simbólico e prova de funcionamento das instituições de justiça a favor da democracia, da soberania e do futuro do país.

Fazer justiça, neste caso, é mais que punir um indivíduo: é restaurar a confiança na ordem constitucional e reafirmar a dignidade de um país inteiro que sofreu profundamente. A prisão – ainda que preventiva – de Jair Bolsonaro inaugura não apenas um novo capítulo político, mas um compromisso com a memória, a verdade e a responsabilidade — condições essenciais para que o Brasil volte a caminhar de pé, com coragem e soberania.


Larissa Ramina Professora de Direito Internacional da UFPR, Membro da ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia







Viver com qualidade e buscar a felicidade





A religião é o equilíbrio da nossa vida, realmente ela nos equilibra. Procure ter uma religião.

O importante é você viver bem. As outras pessoas não são mais importantes do que você; temos que ser nós mesmos dentro da religião.

Nunca procure ser radical. Respeite e não seja respondão. Você sabe o erro da outra pessoa; às vezes, na chatice dela, é o ciúme que está imperando.

Temos que aprender a respeitar a nós mesmos e mostrar esse respeito aos nossos filhos.

Ser filho não é uma obrigação, assim como ser pai ou mãe também não é; é uma questão de amor. Temos que enfrentar as nossas dificuldades com amor, adquirindo experiência nos nossos erros.

Eu errei muito para chegar no que sou hoje.

A minha vida é gostosa, não lamento. Na minha frente está o meu futuro; atrás, o meu passado, lembrando-me para que eu não erre.

10 Dicas de bem-estar, para ser feliz

1º. Domine a língua. Diga menos do que pensa. Cultive uma voz baixa e suave. O modo de falar impressiona mais do que o que se fala.

2º. Pense antes de fazer uma promessa e depois não a quebre, nem dê importância ao quanto lhe custa cumpri-la.

3º. Nunca deixe passar uma oportunidade para dizer uma coisa meiga e animadora a uma pessoa ou a respeito dela.

4º. Tenha interesse nos outros, em suas ocupações, em seu bem-estar, seus lares e família. Seja sempre alegre com os que riem e lamente com os que choram. Haja de tal maneira que as pessoas com quem se encontrar sintam que você lhes dispensa atenção e lhes dá importância.

5º. Seja alegre, conserve para cima os cantos da boca. Esconda suas dores, desapontamentos e inquietações sob um sorriso. Ria das histórias boas e aprenda a contá-las.

6º. Conserve a mente aberta para todas as questões e discussões. Investigue, mas não argumente. É próprio das grandes mentalidades discordar e ainda conservar a amizade do seu oponente.

7º. Deixe as suas virtudes, se as tiver, falarem por si mesmas e recuse-se falar das faltas e fraquezas dos outros. Condene os murmúrios. Faça uma regra de falar só coisas boas dos outros.

8º. Tenha cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e críticas não valem a pena e frequentemente magoam quando menos se espera.

9º. Não faça questão das observações más a seu respeito; viva de modo que ninguém as acredite.

10º. Não seja excessivamente zeloso dos seus direitos. Trabalhe, tenha paciência, conserve-se calmo, esqueça-se de si mesmo e será recompensado.

Busque o bem-estar em suas escolhas e cultive a felicidade todos os dias. (Mestre Espiritualista Florêncio Antonio Lopes)


Nosso endereço: Rua Mariana Junqueira, 1205 – centro – Ribeirão Preto - SP, fone/zap: 16 99168-1450

Amor Entre os Povos
amorentreospovos1@gmail.com






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Se sua casa está cheia de plantas, isso diz algo que talvez você nunca tenha percebido sobre você


O que suas plantas dizem sobre você? Pesquisadores apontam algo que muita gente prefere ignorar 


Antes de virar decoração, planta costuma entrar na casa como uma pequena decisão de cuidado: alguém passa por uma feira, uma floricultura ou recebe uma muda de presente e pensa “vou levar”.

Quando percebe, a sala já tem vários vasos, a varanda ganhou vida e o cantinho do café virou mini jardim. Para a psicóloga Cibele Santos, esse cenário diz muito mais sobre o dono da casa do que sobre moda ou tendência de decoração.


Ela explica que cultivar plantas funciona como uma forma discreta de autocuidado: é um jeito diário de pausar, observar e se conectar tanto com a natureza quanto com as próprias emoções.

o regar, trocar a terra ou só reparar nas folhas novas, a pessoa cria pequenos rituais que ajudam a desacelerar o ritmo mental.

“As plantas reduzem a sensação de tensão, ajudam a aliviar o estresse e interferem diretamente no estado emocional”, comenta Cibele.


Pesquisas em psicologia ambiental já mostram que ambientes com plantas tendem a ser percebidos como mais acolhedores e agradáveis, e que quem convive com elas costuma relatar mais disposição e bem-estar ao longo do dia.

Não é só uma questão estética: ver um broto surgindo depois de dias de cuidado traz uma sensação concreta de recompensa, como se o esforço estivesse “aparecendo” na frente dos olhos.

O modo como cada pessoa monta seu espaço verde também revela traços de personalidade. Há quem transforme o apartamento em uma sala cheia de vasos, pendentes e folhagens grandes.

Outros preferem poucas espécies, mas muito bem escolhidas, quase como peças de coleção. Tem ainda quem se apegue a uma única planta, cuide dela por anos e acompanhe cada mudança.

Segundo Cibele, essas preferências refletem necessidades emocionais e até momentos de vida: “Tem gente que busca abundância, outras pessoas querem algo mais contido e fácil de manejar”.


De acordo com a psicóloga, quem se empolga em cultivar várias espécies diferente costuma demonstrar um bom nível de inteligência emocional.

Manter plantas saudáveis exige paciência, constância e atenção a detalhes: perceber quando o vaso precisa de mais luz, notar que a folha amarelou, ajustar a rega, testar um novo local da casa.

Tudo isso envolve percepção, autocontrole e capacidade de lidar com frustrações quando algo não dá certo — habilidades muito ligadas ao equilíbrio interno.

O comportamento de conversar com plantas ou dar nomes a elas, que às vezes vira motivo de piada, é visto pela especialista como um sinal de vínculo afetivo, não de estranheza.

Muita gente fala “essa aqui é a mais teimosa”, “essa cresce rápido”, “essa sofreu, mas se recuperou”.

Para Cibele, essa forma de interação pode trazer conforto, sensação de companhia e até um pouco de humor para o dia a dia. É uma maneira leve de expressar cuidado e ternura em meio à rotina corrida.


Esses vínculos também ajudam a destacar como as plantas funcionam quase como um termômetro emocional.

Casas em fases tranquilas, em que a pessoa está conseguindo manter uma rotina minimamente organizada, costumam ter plantas mais bem cuidadas, vasos limpos, folhas podadas.

Em períodos de muito cansaço ou sobrecarga, às vezes os vasos acumulam folhas secas, a rega atrasa, uma ou outra espécie não resiste. Para muitos, perceber isso é um alerta: “se até minhas plantas estão ficando de lado, talvez eu também esteja me deixando de lado”.

Em cada broto novo, há um lembrete de que mudanças levam tempo. Em cada folha que cai, um recado sobre limites e ciclos naturais.

Para quem cultiva esse hábito, ter muitas plantas em casa acaba revelando um traço importante: a disposição para cuidar — do ambiente, dos outros e, principalmente, de si mesmo.

















Motorista critica vaga reservada “colorida” e acaba expondo algo que nem ele mesmo percebeu na gravação


Vídeo de motorista indignado em estacionamento gera revolta e milhões de visualizações


Um vídeo gravado em um estacionamento e divulgado nas redes sociais virou exemplo perfeito de como falta de informação pode virar cena de vergonha pública em poucos segundos.

Nas imagens, um homem filma uma vaga sinalizada para pessoas neurodiversas e, sem saber do que se trata, parte para o ataque como se estivesse diante de um “privilegio” voltado à comunidade LGBT+.

Visivelmente alterado, ele aponta para a pintura no chão e reclama em voz alta, chamando a iniciativa de “desgraça” e emendando a frase: “Isso é PT”. A associação equivocada mistura política, preconceito e desconhecimento.


O resultado foi uma enxurrada de críticas, memes e comentários irônicos de internautas, que destacaram o total desconhecimento do homem sobre o termo “neurodiversidade” e sobre o objetivo real da sinalização.

A vaga, na verdade, é destinada a pessoas neurodiversas — um grupo que inclui autistas, pessoas com TDAH, dislexia e outras condições neurológicas que impactam a forma como o cérebro processa informações, estímulos e rotinas.


Em muitos casos, indivíduos neurodiversos podem ter maior sensibilidade a barulho, luz, aglomeração ou desorganização, o que torna deslocamentos em locais movimentados mais desgastantes do que para a maioria das pessoas.

Esse tipo de vaga segue a mesma lógica das áreas reservadas para idosos, gestantes ou pessoas com deficiência: não é “privilégio”, é uma tentativa de reduzir barreiras e oferecer um mínimo de acessibilidade.


Ficar mais perto da entrada, evitar longas caminhadas em ambientes confusos e diminuir o tempo de exposição a estímulos intensos faz diferença concreta no dia a dia dessas pessoas.

Ao transformar uma medida de inclusão em motivo de ataque e chacota, o homem do vídeo acabou expondo algo bem maior que sua opinião sobre política: expôs como muita gente critica o que não entende.

A tal vaga não tem qualquer relação com orientação sexual ou identidade de gênero; é uma política de respeito a condições neurológicas reconhecidas e que, goste alguém ou não, existem e exigem adaptação do espaço público.





Viver com sentido






Minimalismo consciencial não é foto de prateleira vazia, é respiração mais funda. É tirar peso do caminho para que a vida volte a caber no peito. Quando diminuímos o barulho das urgências e dos rótulos, cresce o espaço para o que realmente nos move: serenidade, estudo de si, vínculos verdadeiros, serviço silencioso. Não se trata de negar a matéria, e sim recolocar cada coisa em seu lugar, com calma e critério. O essencial ganha contraste quando o supérfluo se aquieta.

O que realmente importa

No fundo, quase todo mundo busca três coisas: paz, sentido e bons encontros. O resto costuma ser cenário. Dinheiro, status e produtividade são úteis até certo ponto, mas viram distração quando passam a ditar nosso valor. Minimalismo, aqui, é um “basta” sereno às pressas e às comparações. É a coragem de perguntar: “Se ninguém soubesse, ainda valeria?”. Quando a resposta é “sim”, estamos mais perto do eixo.

A regra do suficiente

Suficiente não é miséria, é medida justa. É ter o que sustenta dignidade, estudo, afeto e obra — sem sobras que pedem atenção o tempo todo. Muda a pergunta: em vez de “quanto posso ter?”, passamos a “quanto me faz bem cuidar?”. Objetos, tarefas e promessas deixam de ser troféus e voltam a ser ferramentas. O que não serve à lucidez, agradecemos e liberamos, sem drama.

A semana 6×1

Um jeito simples de dar corpo a essa visão: seis dias para cultivar a consciência e um para cuidar da matéria.

Seis dias para o que nutre: leitura que eleva, silêncio, práticas simples, conversa longa, presença com quem amamos, pequenos atos de ajuda.

Um dia para contas, consertos, arrumações e planejamento objetivo.

Não é regra rígida, é bússola. Quando a alma governa a agenda, a matéria rende mais e preocupa menos. Surpreende ver quanta coisa se resolve quando a mente está menos ocupada em provar algo a alguém.

Atenção como a nossa melhor moeda

Atenção é vida canalizada. O minimalismo consciencial começa onde repousamos o olhar. Notícia demais, opiniões demais, telas demais — tudo isso rouba o fio da conversa que precisamos manter com nós mesmos. Em vez de vigiar o mundo inteiro, escolhemos vigiar o coração: o que me deixa leve? O que me enrijece? O que me torna mais disponível para servir? Quando a atenção se purifica, as escolhas ficam mais simples.

Relações sem máscara

Menos gente, mais presença. Não é exclusão, é qualidade. Conversas com pausa, escuta sem ansiedade de responder, encontros sem a vitrine do desempenho. Relações enxutas têm menos ruído e mais verdade. Pedem limites claros, pedidos honestos de perdão e gratidão dita em voz alta. É impressionante como um círculo menor, cuidado com carinho, amplia nossa confiança no mundo.

Trabalho que vira obra

Trabalhar todo mundo trabalha; transformar trabalho em obra é outra coisa. Obra é o que, ao final do dia, deixa um rastro limpo dentro de nós. Nem sempre paga mais, às vezes demanda mais paciência, mas devolve uma alegria que salário nenhum compra. O minimalismo consciencial nos convida a escolher menos metas e mais direção: terminar o que começamos, abrir o que faz sentido, deixar ir o que já cumpriu seu papel.

O gosto da simplicidade

Simplicidade é um sabor: o da comida feita sem pressa, do quarto arejado, do livro lido sem interrupções, do andar sem fones, do riso que não precisa de plateia. Não exige cenário perfeito. Exige presença. À medida que nos afinamos com esse gosto, perdemos o medo de desapontar expectativas alheias. E a vida, generosa, devolve tempo — tempo bom, de qualidade, que antes estava escondido debaixo do excesso.

Pequenos ritos, grandes viradas

Um momento de silêncio ao amanhecer. Uma página de leitura que nos melhora. Uma ajuda concreta, mesmo pequena. Uma conversa sem telas. Um agradecimento antes de dormir. Não precisam ser muitos ritos, precisam ser verdadeiros. Feitos com constância, eles rearrumam por dentro o que parecia impossível por fora.

Quando falta coragem

Haverá dias de recaída, compras por ansiedade, promessas demais, pressa que retorna. Não tem problema. Minimalismo consciencial não é perfeição, é recomeço. É notar a deriva e fazer meia-volta com gentileza. O caminho amadurece na soma dos retornos, não na ausência de tropeços.

Conclusão

Minimalismo consciencial é arte de abrir espaço para a vida real. Menos ruído, mais música. Menos vitrine, mais casa.

A semana 6×1 ajuda: seis dias dedicados ao que somos, um dia para o que temos.

Com atenção mais limpa, relações mais verdadeiras e trabalho que se torna obra, a existência ganha contorno de serviço, beleza e paz. O restante se ajeita, porque encontra o seu tamanho. E a alma, enfim, respira.


Dalton Campos Roque - Sensibilização Consciencial


Site oficial 1: https://consciencial.org



Livros impressos Clube de Autores - https://clube.consciencial.org



Seu livro publicado grátis - https://seulivropublicado.com.br

Todos os livros – Releases - https://consciencial.org/releases/

Resumos dos livros em vídeo - VideoLivros - https://videolivros.consciencial.org/

Resumo dos livros em áudio - LivroCast - https://livrocast.consciencial.org/





Músicas e a Lua



 

 


Mulheres estão se afastando de igrejas evangélicas neopentecostais nos Estados Unidos




Será que Michelle Bolsonaro vai provocar o mesmo êxodo aqui ao defender que as mulheres sejam submissas ao marido? Tomara


Michele na cozinha com o maquiador Augustin. Foto : Reprodução Instagram

 
Um movimento está em alta nos Estados Unidos de Donald Trump: mulheres evangélicas estão abandonando suas igrejas por falta de identificação com as ideias retrógradas dos pastores e líderes, a maioria deles associados ao discurso da extrema direita. A LGBTfobia, a defesa do patriarcado e o antifeminismo, sobretudo, têm afastado as mulheres cristãs do neopentecostalismo, segundo uma reportagem do RNS (Religion News Service).

As ex-vangélicas, como se autointitulam, se manifestam em canais do youtube e tiktok e em podcasts retratando a cultura evangélica como opressiva e doentia em relação às mulheres. O RNS ouviu a influenciadora Taylor Yoder, da Pensilvânia, que começou a questionar suas crenças depois de comparar as falas do pastor da igreja que frequentava desde criança com a realidade de ter amigos LGBTs no trabalho.

“Será que eu realmente acredito que essas pessoas merecem queimar no inferno?”, ela se perguntou. Quando sua família apoiou Donald Trump, Taylor percebeu que a mistura de religião com política não lhe agradava. “O que mais me incomoda é como a política se tornou tão intrinsecamente ligada à igreja. Isso transformou muitos evangélicos na minha vida em pessoas realmente desagradáveis.”

Hoje Yoder tem cerca de 240 mil seguidores no tiktok, onde mantém um perfil chamado skeptical heretic (herege cética, em tradução livre) e critica principalmente a intromissão da religião na política. Outra ex-vangélica, Amy Hawk, autora de O Efeito Judas: Como os Evangélicos Traíram Jesus em Busca de Poder, acredita que as mulheres estejam à frente de um movimento capaz de reformar o cristianismo protestante nos EUA.

“Acredito que Deus está avivando mulheres a se manifestarem. Deus está permitindo isso para que possamos ver a corrupção e nos afastarmos dela”, disse Amy. Após publicar o livro, ela passou a produzir vídeos argumentando, com a Bíblia em mãos, que apoiar Trump é antibíblico. Mulheres que abandonaram a igreja se identificam com o que Amy diz: “Muitas vêm até mim e dizem: ‘Obrigada, eu achei que estava ficando louca’."

Nos últimos dias, vimos duas mulheres bolsonaristas de Santa Catarina se digladiando porque uma delas, Julia Zanatta, prega que é preciso “baixar a cabeça” para Jair Bolsonaro e aceitar bovinamente a indicação de seu filho Carlos, que nunca morou no Estado, como candidato ao Senado. A outra, Ana Campagnolo, ou aceita baixar a cabeça ou vai acabar sendo expulsa do partido. Enquanto isso, num evento do PL Mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pregava a “submissão saudável” da esposa ao marido…

Ao mesmo tempo, no Congresso Nacional, os bolsonaristas conseguiam aprovar um projeto que dificulta às meninas o aborto legal em caso de estupro. Ou seja, empoderaram estupradores e pedófilos e desempoderaram mães e filhas, praticamente obrigando crianças a carregar no ventre o fruto de uma violência sexual. Maior misoginia do que essa, impossível.

Quantas mulheres, evangélicas ou não, aceitariam que suas filhas tivessem bebês de um pedófilo? Quantas aceitam, hoje em dia, ser submissas ao homem? E se elas não aceitarem essa submissão, o que pode acontecer? O discurso ultrapassado das igrejas fundamentalistas que Michelle Bolsonaro ecoa é extremamente nocivo à luta das mulheres num país campeão em feminicídios. É um discurso que se choca com a visão de igualdade entre gêneros que, pelo visto, até algumas bolsonaristas têm –até serem defenestradas, como aconteceu com Joice Hasselmann.

Será que o discurso misógino, antifeminista de Michelle será capaz de provocar um êxodo de mulheres das igrejas bolsonaristas? Tomara.