As feras togadas do STF



Por Leandro Fortes na revista CartaCapital:


Lembro-me de ter comentado muitas vezes, com autoridades do governo e parlamentares, inclusive, que a mim era inexplicável a precariedade das escolhas feitas pelo presidente Lula para as vagas do Supremo Tribunal Federal. Para mim, e tenho essa impressão até hoje, mudar o STF seria mudar o Brasil, digo, o Brasil arcaico, dominado pela Casa-Grande, pelos juízes distantes da realidade do povo e a serviço das mesmas elites predatórias oriundas do Brasil-Colônia.

Não sei se realmente influenciado pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ou, simplesmente, porque não percebeu a dimensão exata dessa necessidade, Lula chegou ao ponto de nomear um fanático religioso para o STF, Carlos Alberto Direito, justo quando o Brasil e o mundo começavam a discutir questões fundamentais de cidadania e saúde – como a união civil de homossexuais, o uso de células-tronco e o aborto de anencéfalos – combatidas, justamente, pela turma de cruzados católicos da qual Direito, já falecido, fazia parte.

O resultado desse processo errático de escolhas, ora vinculado a indicações de terceiros, ora pressionado por desastrosas opções partidárias e corporativas, teve seu ápice na indicação de Luis Fux, por Dilma Rousseff, cuja patética performance de candidato ao cargo na Suprema Corte tornou-se pública, recentemente.

O resultado é, na parte risível, esse show de egolatria de ministros amplamente compromissados com a audiência da TV Senado e os elogios de ocasião da turba de colunistas da velha mídia reacionária do País, ainda absorta em múltiplos orgasmos por conta das condenações do mensalão.

O chorume que desce deste entulho tóxico, contudo, não é nem um pouco engraçado.

No mensalão, para agradar comentaristas e barões da mídia, a maioria dos ministros se enveredou pela teoria do domínio do fato apenas para condenar José Dirceu e José Genoíno, troféus sem os quais dificilmente seria ovacionada nas filas dos aeroportos e nos restaurantes de Higienópolis. Condenaram dois cidadãos sem provas para tal.

Ato contínuo, a maioria dos ministros passou por cima da Constituição para agradar a mesma plateia e o STF avocou para si o direito de cassar mandatos parlamentares. Colocou em guarda, assim, a direita hidrofóbica e seus cães de guarda da mídia, certos de que com aliado tão poderoso o problema da falta de votos estará, enfim, resolvido.

Como em Honduras e no Paraguai.

Agora, o ministro Fux decide, monocraticamente, interditar uma votação soberana do Congresso Nacional. A pedido das bancadas do Rio e do Espírito Santo, derrubou a urgência aprovada pela maioria dos parlamentares para apreciar os vetos presidenciais sobre uma nova forma de distribuição dos royalties em contratos em andamento.

O Brasil precisa reagir a isso. Agora.

Postado no Blog do Miro em 18/12/2012


Lançando o Brasil às sombras






Por Luiz Carlos Orro, em seu blog:


No julgamento da AP 470 prevaleceram argumentos de ocasião, teorias jurídicas de ocasião, condenação sem provas cabais, inversão do princípio "in dubio pro reu", afastamento da presunção da inocência, enfim, um julgamento politico por ocasião das eleições.

Houve juiz com dupla função, de investigador e de julgador; houve a supressão de recurso a instância judiciária de nível superior para dezenas de réus aos quais não cabia a prerrogativa de fôro. 

Tais procedimentos são próprios de ditaduras, foram usados à larga na Inquisição; hoje são repudiados pelo Estado de Direito Democrático e pelas Cortes Internacionais, por violarem os direitos humanos, que inclui o direito a um julgamento justo, em que a condenação só pode advir da culpa provada nos autos. 

Como um aprendiz de feiticeiro entusiasmado, agora o STF resolve desdizer o que o Poder Constituinte, eleito pelo voto secreto e direto dos cidadãos/ãs, escreveu na Constituição em 1988 (art. 55, que afirma com clareza solar que a cassação de mandato parlamentar é ato privativo da Casa Legislativa). 

O princípio inscrito na Constituição é que somente os eleitos pelo povo podem cassar um eleito pelo povo para o Parlamento. Isso não foi revogado, está em pleno vigor, e suas excelências togadas estão a fazer tábula rasa da Lei Maior. 

Dessa forma deplorável o Supremo resolve se colocar acima dos demais Poderes da República Federativa do Brasil, alevantado por maciça campanha da mídia monopolizada, que hoje funciona como partido inorgânico da oposição conservadora, como também o foi contra Getúlio em 1954 e Jango Goulart em 1964. 

São os mesmos, as partes e os interesses, agindo em tempos distintos, a elite incomodada com governos que fazem pelo povo. Sim, o alvo é Lula, que pôs fim ao neoliberalismo privatizante e vende-pátria da era FHC e implementou massivas políticas públicas de elevação e distribuição de renda para milhões de brasileiros. 

O alvo é o governo Dilma, que pôs fim ao rentismo desenfreado, deu um tranco nas taxas de juros indecentes, salvaguardando a economia nacional, os empregos e a produção industrial e agropecuária. 

Isso é o que está em jogo: manter essa orientação econômica e social de Lula/Dilma ou voltar aos tempos bicudos do tucanato, juros altos, privatizações, governo só para os ricos. 

A praga da corrupção, em suas faces pública e privada, tem que ser combatida, não só hoje, mas sempre. Mas o que se vê hoje é o tema ser usado como mote da campanha contra o PT e a esquerda, a mesma agitação do pré 64. 

Fosse para valer as criminosas privatizações dos anos 90 não estariam incólumes; nem a compra da aprovação da emenda da reeleição de FHC em 1997; tampouco o mensalão precursor dos tucanos mineiros de 1998 estaria solenemente esquecido e fatiado nos escaninhos do Judiciário; nem o caixa 2 de partidos e empresas estaria rolando solto nas eleições. 

Dia desses o vizinho Paraguai acordou com a deposição do Presidente Lugo, eleito pelo povo e apeado do cargo em golpe branco, via Parlamento, numa carreira impressionante. Na terra brasilis, é de se abrir o olho e de se perguntar: até onde irão? Até quando? Pode-se perceber quando se inicia o rasgo do tecido constitucional, difícil é ter certeza da profundidade que o corte atingirá. 

Democratas: 2014 já começou, com a grave, gravíssima substituição da clareza do texto Constitucional e da independência dos Poderes pelas sombras lançadas sobre o país, em que um poder supremo se coloca acima dos demais e da própria Constituição.

Rompeu-se a normalidade democrática. 

E tem gente boiando na onda, achando isso bacana. 



Postado no Blog do Miro em 18/12/2012
Imagens inseridas por mim

Amanhã apaixone-se !





Sorrir faz bem ! Natal


Natal Engraçado


NATAL

Luis Fernando Veríssimo 

Natal é uma época difícil para cronistas. Eles não podem ignorar a data e ao mesmo tempo não há mais maneiras originais de tratar do assunto. Os cronistas, principalmente os que estão no métier há tanto tempo, que ainda usam a palavra métier – já fizeram tudo que havia para fazer com o Natal. 

Já recontaram a história do nascimento de Jesus de todas as formas: versão moderna (Maria tem o bebê numa fila do SUS), versão coloquial (“Pô, cara, aí Herodes radicalizou e mandou apagá as pinta recém-nascida, baita mauca”), versão socialmente relevante (os três reis magos são detidos pela polícia a caminho da manjedoura, mas só o negro precisa explicar o que tem no saco) versão on-line (jotace@salvad.com.bel conta sua vida num chat sitc), etc. 

Papai Noel, então, nem se fala. Eu mesmo já escrevi a história do casal moderno que flagra o Papai Noel deixando presentes sob a árvore de Natal, corre com o Papai Noel e não conta nada da sua visita para o filho porque querem criá-lo sem qualquer tipo de superstição várias vezes. Poucos cronistas estão inocentes de inventar cartas fictícias com pedidos para o Papai Noel: patéticas (paz para o mundo, bom senso para os governantes), políticas (“Só mais um mandato e eu juro que acerto, ass. Fernando”) ou práticas (“Algo novo para escrever sobre o Natal, por amor de Deus!”). 

Já fomos sentimentais, já fomos amargos, já fomos sarcásticos e blasfemos, já fomos simples, já fomos pretensiosos – não há mais nada a escrever sobre o Natal! Espera um pouquinho. 

Tive uma idéia. Uma reunião de noéis! Noel Rosa, Noel Coward e Papai Noel. Acho que sai alguma coisa. Noel Rosa, Noel Coward e Papai Noel estão reunidos... onde? Na mesa de um bar? Papai Noel não frequenta bares para não dar mau exemplo. Pelo menos não com a roupa de trabalho. No Pólo Norte? Noel Coward, acostumado com o inverno de Londres, talvez agüentasse, mas Noel Rosa congelaria. Não interessa onde é o encontro. Uma das primeiras lições da crônica é: não especifica. Noel Rosa, Noel Coward e Papai Noel estão reunidos em algum lugar. Os três conversam. 

Noel Rosa – Ahm... Sim... Hmm... 

Noel Rosa diz o quê? 

Noel Rosa – E então? 

Noel Coward e Papai Noel se entreolham. Papai Noel cofia a barba. Ninguém sabe, exatamente, o que é “cofiar”, mas é o que Papai Noel faz, enquanto Noel Coward olha em volta com evidente desgosto por estar em algum lugar. Preferia estar em outro. A todas essas eu penso em alguma coisa para eles dizerem. 

Noel Roas (tentando de novo) – E aí? 

Papai Noel – Aqui, na luta. 

Noel Coward – What? 

Esquece. Não há mais nada a escrever sobre o Natal. 

Salvo isto, se dão vênia: que seu Natal em nada lembre o da Chechênia.

Que suas meias se encham de metais vis desde que não sejam guaranis. 

Que sob a árvore enfeitada o grande embrulho com seu nome seja... 

Meu Deus, a Paola pelada! 

Que em nenhum momento do rebu alguém faça piada com o tamanho do peru. 

Que em alegre bimbalhada os sinos anunciem ao mundo que está saindo a rabanada. 

E cantem os anjos, a capela que o Cristo vai nascer assim que acabar a novela.


Os Reis Magos: parte 02


Os Reis Magos: parte 02





 


 


Transição Planetária de 21/12/2012





Assista, vale a pena, a este precioso vídeo sobre a Transição Planetária de 21/12/2012:




Postado no Site Somos Todos Um



Um Fim de Ano Iluminado





Se você acha que o final do ano é uma época muito chata, não está sozinho. Ao contrário das luzes espalhadas pelas casas e ruas, e das propagandas cheias de sorriso e confraternização, muitas pessoas sentem-se apagadas e tristonhas, com uma verdadeira angústia relacionada ao mês de dezembro. Devem ter seus motivos, mas não precisa ser assim! E neste ano, você precisa mesmo vibrar no mais alto, na frequência deste novo tempo que está prestes a se desenrolar frente aos nosso olhos, tão cansados de medo e de dor. Podemos ser felizes e fazer os outros felizes? SIM! 

Separamos algumas dicas preciosas para que você entre na sintonia da Luz que irá nos inundar depois da terceira semana de dezembro. 

Festas e Confraternizações 

O melhor presente que pode dar aos outros é estar presente. E estar presente não significa comparecer, quer dizer entregar-se. Abrace com vontade, encostando o coração no coração do outro; olhe nos olhos enquanto conversa; importe-se com as dores de sua tia, que só tem esse assunto. Mas faça isso, de verdade.

Converse sobre coisas positivas: abençoe; elogie; conte como se sente; a chave é falar sobre o quem se é, não sobre o que se tem, ou o que se faz; não critique: nem antes, nem durante, nem depois do encontro.

Ilumine: sua presença presente e positiva pode servir de farol para os outros. Irradie sua Luz, não poupe brilho, nem se amedronte; "o ambiente está carregado." Ah, é? Conte uma história engraçada, puxe uma canção, tire seu pai para dançar; felicidade é luz em forma de ação.

Presentes

Pense nas pessoas e não nos presentes. O valor de algo é relativo ao seu ponto de vista. Assim, escolha presentes para a alma e o coração. Um CD que você mesmo gravou com as músicas preferidas de alguém; uma coisa qualquer que tenha feito com as suas mãos e tenha a sua energia; aqueles biscoitos deliciosos que só você sabe fazer; uma foto que está em seu celular, de um momento feliz com os amigos.

Separe coisas suas e dê de presente. Por que esperar que sua filha cresça para ganhar o anel? Para que esperar que seu sobrinho se forme para receber sua coleção de carrinhos? Aquele vinho está guardado há tanto tempo, que vai acabar por azedar! Abra-o! Hoje, agora, entregue com alegria!

E que tal limpar sua casa, retirando tudo o que não usa mais? Faça lindos embrulhos e dê a alguém que não conheça, se não tem alguém íntimo para oferecer. Já imaginou a cara do garçom que o serve todos os dias, ao receber um livro? Ou a senhora da copa, ganhando um perfume? Melhor ainda! Um pacote de camisetas usadas para um morador de rua!

Mensagens 

Nesta época, é comum cumprimentar as pessoas. Faça isso, espalhando Luz! Coloque na sua assinatura de emails, uma bênção ou mensagem carinhosa.

Escreva mensagens em letra manuscrita. Há quanto tempo você não usa uma caneta?

Grave um vídeo no seu celular com uma mensagem para os seus amigos!

Faça desenhos ou selecione imagens especiais para distribuir. Uma boa ideia é tê-las perto de você e entregá-las a quem for encontrando. Uma caixinha de maravilhas dentro de sua bolsa ou mochila.

Escreva cartas para as "pessoas-problema" de sua vida, pedindo desculpas e se desculpando. Sua vida irá se transformar, depois dessa atitude.

Entregue-se e integre-se: este final de ano, não é como qualquer outro. Seja Luz!




Somos um grupo de Trabalhadores da Luz com o objetivo de participar na ascensão planetária e construir o veículo interdimensional, de acesso à quinta dimensão. As informações que compartilhamos vêm de nossos irmãos pleiadianos, com quem temos contato através de canalizações.




Postado no blog Somos Todos Um em Dezembro/2012

Carta a um historiador de um tempo futuro





Lula Miranda

Distinto historiador, remeto-lhe essa missiva, em formato de crônica, numa última e extemporânea tentativa de comunicação, pois o diálogo com meus contemporâneos tornou-se impossível. Sinto-me, nos dias de hoje, como que pregando num deserto. Todos os corações e mentes estão ou anestesiados pela alienação e indiferença ou tomados pela paixão da ideologia e do partidarismo – ouvidos já não escutam, olhos já não veem, cérebros já não pensam. Os que não têm a visão embaçada pelas paixões, pelo preconceito ou pelos seus próprios interesses pessoais, partidários e/ou de classe, parecem estar hipnotizados pelas reiteradas mentiras, intrigas e manipulações veiculadas diuturnamente pela TV, pelos rádios, pelos jornais e revistas desse país. As instituições, bastante comprometidas, apodrecem em silêncio, nas sombras. Não tenho mais, pois, a quem recorrer.

Sei que a história é sempre contada pelos vencedores, mas ouso passar-lhe, sub-reptícia e humildemente, a visão de um perdedor (sinto-me esmagado e derrotado pela infâmia e pela ignomínia desses tempos de anomia e lassidão).

Sei também que os historiadores analisam, em seu trabalho de pesquisa, os jornais e revistas publicados no período estudado. Por isso, aqui vai uma advertência: não faça isso ao se debruçar sobre o período que engloba os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff.

Os jornais diários e as revistas semanais mentiram e mentem. Mentiram e mentem de modo desavergonhado, reiteradamente. Mentiram, distorceram, carregaram nas tintas, exerceram uma crítica capciosa e propugnaram uma moral seletiva. Manipularam os fatos de modo constrangedor, inacreditável, inaceitável. De sorte que, se alguém me contasse, estando eu aí no seu papel de historiador, ou até mesmo de mero observador dos fatos, eu também não acreditaria.

Aviso-lhe, pois: não acredite no que está escrito nas páginas de diários como a "Folha de S. Paulo", "O Estado de S. Paulo" ou "O Globo". Não acredite piamente no que dizem jornalistas como Merval Pereira, Dora Kramer, Eliane Cantanhêde, Ricardo Noblat, dentre tantos. São prepostos de eminências pardas. Seus patrões são sabujos dos poderosos que ganharam como "prêmio" da ditadura militar esses verdadeiros impérios das comunicações. E se aprazem na condição de vigias e zeladores do status quo.

À opinião dos jornalistas citados procure ao menos contrapor a de outros mais isentos, qualificados e ponderados como Mauro Santayana (sim, aquele mesmo que escrevia os discursos do ex-presidente Tancredo Neves), Mino Carta, Luis Nassif, Bob Fernandes e Paulo Moreira Leite – esses são, asseguro-lhe, mais isentos e equidistantes. Por via das dúvidas, consulte Jânio de Freitas – um dos últimos dignos. Mas se quiser testemunho de alguns intelectuais, e não de homens da imprensa, leia os textos de Cândido Mendes e do professor Jose de Souza Martins, definitivos.

Portanto, prezado historiador, pode registrar aí em suas anotações de campo: o governo do presidente Lula não foi o mais corrupto governo da história do Brasil. Não foi. Isso é uma deslavada mentira. Daquelas que, estratégica e ardilosamente, repetem inúmeras vezes, na tentativa de que sejam perpetradas, como se verdade fora.

Repito, enfaticamente, com a intenção de desconstruir/desfazer uma ignomínia, uma injúria, uma injustiça: é mentira!

Ao contrário, ele, presidente Lula, reaparelhou a Polícia Federal, criou a CGU e contratou mais auditores para o Tribunal de Contas da União do que qualquer outro governo. Pode pesquisar: a PF nunca atuou tanto e prendeu tanta gente (inclusive gente da alta sociedade e do próprio partido do presidente). Observe o aumento do contingente de policiais federais nesse governo. Sim, há corruptos e corruptores em todos os partidos e classes sociais. Hipocria à parte, esse mal é como um câncer que se alastra por toda a sociedade. É preciso combatê-lo. O governo Lula fez isso. O governo Dilma, idem.

O prezado historiador deve estar tecendo conjecturas a respeito da credibilidade desse meu depoimento. Não estou certo? Deve estar verificando, em suas fontes de consultas, quem foi esse tal de Lula Miranda. Quais os seus interesses em defender o governo? Estaria defendendo interesses próprios, privados, decerto – você deve estar pensando. Pode pesquisar à vontade. Não tenho e nunca tive cargo no governo. Nunca frequentei a intimidade de palácios. Não tenho nenhuma relação, pessoal ou profissional, com presidente(s), tampouco com nenhuma autoridade desses governos. Deles nunca recebi benefício ou favor.

Não, não sou pobre. Tampouco sou negro. Por que então defenderia um governo que é pródigo em políticas públicas voltadas para inclusão de negros e pobres? – seguiria indagando você. Meus filhos, sequer os tive, veja bem, tamanha a minha amargura com esses tempos em que vivemos, ou os filhos das companheiras que tive, ou mesmo sobrinhos, não cursaram universidade sob os auspícios do louvável ProUni. Ninguém da minha família recebe bolsa-família.

Sou, meu prezado arqueólogo dos fatos, talvez para seu espanto, um membro da tal "elite branca". Um autêntico "pequeno burguês". Estudei em boas escolas. Cursei as melhores faculdades. Comi, desde sempre, em bons restaurantes, bebi as melhores bebidas. Pude adquirir e ler os melhores livros; viajar; conhecer novas paisagens e culturas. Sou, portanto, um dos poucos privilegiados desse país.

Mas não posso – em absoluto! – associar-me com os que desejam um país só para uns poucos. Não posso compactuar com a mentira, com a injustiça e com o linchamento de um homem de bem e de um governo voltado a atender os interesses dos mais pobres. A exemplo dos abolicionistas de outrora – sim, talvez seja apenas um idealista, não nego – sonho com a libertação desse povo escravizado do meu país. Sim, pois a escravidão não acabou, ao contrário do que diz a História. O povo segue escravizado por privações e interdições de seus direitos mais básicos e essenciais – primários até. Ela, a escravidão, persistiu por muito tempo, diga-se, e ainda resiste dissimulada, sob outras roupagens e nomenclaturas.

É bem verdade que homens do partido do presidente cometeram erros – erros que foram, entretanto, estrategicamente superestimados e supervalorizados, alçados à condição de "escândalos". Foram erros – condenáveis, decerto – porém erros que esses mesmos jornalistas e políticos que aí estão, e que agora a esses outros julgam e sumariamente condenam, sempre cometeram ou compactuaram, e com a mais plena e total desenvoltura.

Sim, vivemos numa sociedade de hipócritas. A lógica é simples: os donos do poder sempre operaram o jogo político de modo sujo e, registre-se, foram eles mesmos que fizeram as regras desse jogo – claro, em benefício próprio. Quando os neófitos parlamentares e dirigentes do Partido dos Trabalhadores, de modo equivocado, decerto, tentaram fazer a luta política com as mesmas armas, jogar seguindo as mesmas inconfessáveis regras, aí eles não permitiram. Pois só a eles era permito jogar e usufruir a lassidão ou, digamos, "frouxidão" moral dessas regras. Só a eles era permitido o exercício dos "podres poderes". E por que diabos afinal eles iriam mudariam as regras de um jogo que foi feito na medida para eternizá-los no poder, para subjugar a maioria aos interesses de uma minoria?!

Apesar de ser um tanto "romântico" e "ingênuo" não lhe remeterei essa mensagem dentro de uma singela garrafa lançada ao mar. Por precaução, e por via das dúvidas, ainda hoje a enviarei, para publicação em alguns websites da blogosfera espalhando-a assim na internet. Não que ainda nutra a esperança de ser compreendido pelos homens de meu tempo, mas apenas, como disse, por precaução, já que o registro digital estaria supostamente imune às intempéries e à sordidez dos homens.

Insisto: não acredite, sem questionar, no que está escrito nos livros ou periódicos dessa época, e no que muitos lhe disserem, quase em uníssono.

O Partido dos Trabalhadores, ou o atual governo, não é composto por bandidos, não é uma quadrilha. O PT não é nenhuma "gangue partidária" – como chegou a insinuar certo histriônico e intempestivo ministro do Supremo. Procure estudar a história desse partido, a sua luta incansável na organização dos trabalhadores e dos movimentos sociais, e de massas, nesse país. Essa história eles não podem ter conseguido apagar completamente. Isso ainda deve estar registrado em algum lugar. Eles não conseguirão transformar bandidos em heróis e homens públicos decentes e dedicados em bandidos, assim num piscar de olhos. Não se pode, impunemente, transformar mentiras em verdades.

Se por algum acaso, dedicado historiador de tempos futuros, quando essa mensagem chegar a suas mãos, e se vocês, homens de tempos avançados, já tiverem inventado, por essas remotas e incertas paragens, a fabulosa máquina do tempo, por favor, de posse desse meu relato faça a viagem de volta a esse "passado-presente", onde as sombras insistem em sepultar a luz, e venha nos ajudar a escrever uma outra história.

Invoco seu testemunho isento, meu prezado historiador, pois retroceder assim, de uma forma tão brusca, a um passado sombrio, perder todas as conquistas realizadas a duras penas, será um triste fim, será – agora sim, arrisco-me a dizer – o fim da história.

Não permitirei que apenas as mentiras e o testemunho de velhacos se perpetuem nas páginas da história. Desculpe-me se fui por demais prolixo e me estendi demasiado nesse meu relato, é que a situação assim exige.



Lula Miranda

Lula Miranda

Lula Miranda é poeta, cronista e economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média


Postado no blog Brasil 247 em 13/12/2012




Isto a mídia tupiniquim não mostra ! Lula fazendo parte de uma grande transformação de Mundo com o fim do capitalismo selvagem !



Na França, Lula e Hollande lançam o “anti-consenso de Washington”


Por Luis Nassif no Luis Nassif online

É um desses paradoxos da história. Enquanto é achincalhado em seu próprio país, em Paris, junto com o presidente francês François Hollande, Lula lança o que será considerado, provavelmente, o mais importante manifesto sobre a governança global desde o “Consenso de Washington”, que marcou a vida das nações nas últimas décadas. É o ‘anti-consenso de Washington”, que deverá servir de base para a reaglutinação da social democracia em nível global.

Mesmo antes da queda do Muro de Berlim, a social democracia estava em crise profunda, desarticulada, sem princípios de ação.

Ontem, em Paris, no “Fórum pelo Progresso Social, o crescimento como saída para a crise”, o Instituto Lula e a Fundação Jean Jaurès, do Partido Socialista francês soltaram documento conjunto para a primeira convocação de fundações políticas e institutos progressistas do mundo inteiro, visando propor uma nova governança global.

Com o manifesto, Lula e François Hollande passam a encabeçar a primeira iniciativa mundial, visando criar um contraponto de governança global ao “consenso de Washington” – que forneceu as bases para o modelo neoliberal que se tornou praticamente hegemônico nas últimas décadas.

Os termos do documento provavelmente marcarão a história da globalização com o mesmo impacto provocado pelo “ Consenso de Washington” no início dos anos 90.

O documento é objetivo, ao afirmar que “a globalização divide ao invés de unir”. Diz que a crise internacional agrava a concorrência entre países e sociedades e atinge principalmente os mais vulneráveis.

A crise afeta todos os países, adia decisões contra o aquecimento global. A falta de uma ação planejada, continua, pode levar a um ponto de não-retorno.

O manifesto propõe uma nova governança global, que minimize os conflitos que permita que “cada nação realize o modelo de sociedade que escolheu”. E os poderes públicos “devem garantir que todos tenham oportunidades de desenvolver suas capacidades individuais”.

Depois, chama a atenção para as mudanças estruturais que estão ocorrendo:

“Mas um novo mundo está em gestação para responder aos desafios sociais, ambientais e políticos da globalização. A sociedade civil mundial se tornou uma realidade tangível. Políticas públicas inovadoras e outros modos de governar surgem em todos os continentes, particularmente nos países emergentes e em desenvolvimento. As instâncias multilaterais também estão se reconfigurando. A constituição do G20 reflete a mudança dos equilíbrios mundiais, mas seu impacto ainda limitado ilustra a dificuldade dos governos de chegarem a um acordo e de agir de forma concreta”.

E termina com uma conclamação histórica:

“Fazemos uma conclamação em defesa da confiança na capacidade humana de se reinventar e do poder criador de nossa sociedade-mundo, para sair definitivamente da crise e construir as bases de um futuro harmonioso que possa ser compartilhado por todos”.

DECLARAÇÃO CONJUNTA DA FUNDAÇÃO JEAN JAURÈS E DO INSTITUTO LULA

A globalização é um imenso desafio com o qual se confronta a humanidade.

Ela tem um poder formidável de mudança para todas as sociedades: a mudança econômica, com a intensificação das trocas; a mudança cultural, pois essas trocas possibilitam a circulação de ideias e a transformação das práticas culturais e de costumes; a mudança política, já que a emergência de preocupações partilhadas exige uma vontade comum de agir e de superar conjuntamente as dificuldades.

No entanto, a globalização, da forma que ocorre atualmente, está longe de satisfazer as aspirações que legitimamente suscita.

A crise econômica internacional agrava a concorrência entre os países e as sociedades. Ela atinge os mais vulneráveis, particularmente os trabalhadores e os jovens. Ela afeta a todos os países, os que estão em recessão e os que estão em crescimento. Ela conduz governos a adiar as decisões necessárias para prevenir o aquecimento global, sendo que a exaustão e a degradação dos recursos naturais corre o risco de atingir um ponto de não-retorno devido à falta de uma ação planejada de forma conjunta.

Sejamos claros: hoje, a globalização divide ao invés de unir.

Isoladas, as políticas de austeridade mostraram seus limites para encontrar a saída da crise. A retomada ainda não esta garantida, ao mesmo tempo em que os direitos econômicos e sociais estão ameaçados. É imprescindível que sejam adotadas políticas de crescimento. Somente assim a globalização poderá garantir o respeito à coesão social e ao meio ambiente.

Uma nova governança é necessária para, de um lado, regular os conflitos entre as nações e garantir a paz e, de outro, permitir que cada nação realize o modelo de sociedade que escolheu. Os poderes públicos devem garantir que todos tenham oportunidades de desenvolver suas capacidades individuais. Devem também trabalhar em prol da perenidade do meio ambiente para as gerações futuras.

Mas um novo mundo está em gestação para responder aos desafios sociais, ambientais e políticos da globalização. A sociedade civil mundial se tornou uma realidade tangível. Políticas públicas inovadoras e outros modos de governar surgem em todos os continentes, particularmente nos países emergentes e em desenvolvimento. As instâncias multilaterais também estão se reconfigurando. A constituição do G20 reflete a mudança dos equilíbrios mundiais, mas seu impacto ainda limitado ilustra a dificuldade dos governos de chegarem a um acordo e de agir de forma concreta.

As respostas às questões colocadas pela globalização não se afirmarão espontaneamente. Elas se construirão pelo diálogo, pelo debate das opiniões dos estudiosos e pela mobilização dos atores e dos povos, no sentido mais amplo.

É por isso que, a partir deste fórum que se reuniu em Paris nos dias 11 e 12 de dezembro, lançamos um chamado para as outras fundações políticas e institutos progressistas do mundo inteiro: vamos constituir a iniciativa “Fundações pelo Progresso Social”. Fiéis à nossa vocação e à nossa missão, vamos nos reunir periodicamente para debater, escutar, propor. Vamos fazer emergir convergências e consensos; vamos nos unir para ter uma influência nos destinos do mundo.

Os riscos que atualmente ameaçam a humanidade são grandes demais para nos focarmos apenas em uma gestão de curto prazo destes problemas.

Fazemos uma conclamação em defesa da confiança na capacidade humana de se reinventar e do poder criador de nossa sociedade-mundo, para sair definitivamente da crise e construir as bases de um futuro harmonioso que possa ser compartilhado por todos.

Postado no blog O Escrevinhador em 13/12/2012

Vamos recordar o nascimento do Amor entre nós : Jesus nasceu




Adriano de Araújo

Era próximo do ano 60 d.C., mais ou menos 27 anos após a crucificação de Jesus, quando o apóstolo Paulo escreveu essa Epístola sobre o amor.

Ele escreveu muitas cartas aos seus irmãos em Cristo, escrevia e escrevia no sentido de incentivar e orientar os primeiros cristãos nos inúmeros núcleos que havia implantado para o estudo e divulgação do Evangelho, ou da boa nova, que convidava todos os homens, mulheres de todos os povos e raças a conhecer e implantar o reino de Deus em seus corações, esse reino era o reino do amor pleno, sincero e imortal.

O texto iluminado do convertido de Damasco é uma pérola dos primeiros cristãos. Assim como Pedro, Tiago, Lucas e tantos outros, compreenderam que o mais importante de todos os ensinamentos de Jesus era o amor. E amor através da dedicação irrestrita ao semelhante, ao próximo, amando-o como a si mesmo. 

Assim as casas de atendimento, que eram denominadas “Casas do Caminho”, atendiam irrestritamente miseráveis, mendigos, idosos, crianças abandonadas, órfãos e todos aqueles que buscavam a ajuda e o serviço dos seguidores do Cristo, numa demonstração inconteste de que não é fora da igreja que não há salvação, mas fora da caridade não há salvação, caridade que é o amor em ação, em benefício do semelhante, do irmão, do amigo e do inimigo inclusive. 

O texto maravilhoso dispensa comentários. Que possamos meditar, ler, reler e lutarmos como o Paulo lutou para conquistar a maior e mais importante virtude que nos eleva verdadeiramente ao status de discípulos do Mestre. 

Parte do texto foi musicado esplendidamente pelo saudoso Renato Russo, e muitos jovens conhecem a letra graças a esse lindo recurso musical. 

Costumo dizer a informação gera transformação e só com transformação chegaremos à condição de seres mais amorosos e evoluídos. Usemos o exemplo da lagarta que se fecha em seu casulo, morrendo enquanto lagarta para renascer borboleta e alçar os céus em beleza, cores e esplendor. 

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.” 

Um feliz Natal, que o amor de Jesus esteja conosco sempre. 

Postado no blog Ribeirão Preto Online em 11/12/2012 


Nota 

Minha Agenda do Bem 

1 - Médicos Sem Fronteiras

Ong internacional que leva ajuda humanitária através de cerca de 30 mil profissionais de diferentes áreas para mais de 60 países, atuando diariamente em situações de desastres naturais, fome, conflitos, epidemias e doenças. Entre no site e saiba como colaborar.


2 - Para doar valores e ajudar a população da Somália



3 - Doação de Medula Óssea

São 70 centros para transplantes de medula óssea e 20 para transplantes com doadores não-aparentados: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), INCA, Hospital das Clínicas Porto Alegre, Casa de Saúde Santa Marcelina, Boldrini, GRAAC, Escola Paulista de Medicina - Hospital São Paulo, Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Hospital AC Camargo, Fundação E. J. Zerbini, Hospital de Clínicas da UNICAMP, Hospital Amaral Carvalho, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio Libanês.

4 - Adoção e Apadrinhamento Afetivo de Crianças

Instituto Amigos de Lucas



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e-mail secretaria@amigosdelucas.org.br 

5 - CVV - Centro de Valorização da Vida 

Composto somente por voluntários, o CVV, busca, diariamente, valorizar a vida e escutar os outros. 

www.portaldovoluntario.com.br











O sentido do Natal




Fernando Guedes de Mello

O Natal não tem um sentido em si mesmo. O sentido do Natal é aquele que as pessoas lhe atribuíram ao longo dos séculos. 

A bem da verdade, Jesus não nasceu na noite de 24 para 25 de dezembro. Os pesquisadores dos relatos sobre o seu nascimento, contidos nos evangelhos canônicos e apócrifos, são inclinados a situar o seu nascimento na Primavera e não no Inverno. Se o evangelho de Lucas está certo sobre a noite do nascimento de Jesus, não haveria pastores nos campos, como consta de sua narrativa (Lc.2,8), caso o acontecimento tivesse se dado durante o Inverno do Hemisfério Norte.

“Mas como, então, o Natal passou a ser comemorado no dia 25 de dezembro?”, pode alguém perguntar. 

É que no século IV, quando o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, em substituição aos cultos pagãos, havia a celebração de uma festa muito popular na religião do deus Mitra, que simbolizava a luz divina, exatamente nessa data.

Era quando o sol, após ter descido no ponto mais baixo na linha do horizonte (o Solstício de Inverno), reiniciava o movimento de ascensão em direção ao zênite. A decisão, pois, de celebrar o Natal nessa data foi política e visava esvaziar as comemorações do culto a Mitra. Com isso a Igreja absorvia toda a beleza da festa pagã que caracterizava-se por ser uma festa muito colorida e luminosa, como o é até hoje.

Não estamos propondo mudar o dia de comemoração do Natal. Mesmo porque ninguém saberia dizer qual é a verdadeira data do nascimento de Jesus. 

Do ponto de vista simbólico, o Solstício de Inverno, no Hemisfério Norte, representa a ocasião perfeita para sua celebração, que é quando a luz do Cristo que acabava de nascer começa também a brilhar sobre toda a humanidade.

Falamos no início sobre a importância de nós mesmos darmos sentido às festividades de Natal. Assim, o espírito de confraternização, de amor e reconciliação deve partir do coração de cada um de nós. 

O Natal terá o sentido que nós lhe emprestarmos. Houve um santo cristão que afirmou algo a esse respeito, quando disse que "de nada adianta Jesus ter nascido em Belém se o Cristo não nascer no coração de cada um de nós".

Portanto, vamos trabalhar nesse sentido, nesse e em todos os Natais.

Postado no blog Portal do Espírito


Tiro ao Lula


 


Creio que o esporte mais em evidência no Brasil é o tiro ao alvo. Esse esporte praticado por pessoas endinheiradas não acontece nos estandes de tiro, como deveria ser, mas nas páginas e nas telas de uma imprensa das mais reacionárias do mundo cujos proprietários representam o que há de mais atrasado no planeta, no que tange a seus princípios políticos e ideológicos, que leva esse segmento de direita a combater os políticos e as autoridades pertencentes ao campo da esquerda e que há dez anos ocupam a cadeira da Presidência da República e nomeiam os ministros de cada pasta ministerial.
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Como é visível e transparente a decadência política de partidos conservadores como o PSDB cujos aliados DEM e PPS são partidos quase nanicos e praticamente inexpressivos eleitoralmente, com exceção da vitória de ACM Neto em Salvador e que foi ao Palácio do Planalto pedir dinheiro à presidenta trabalhista Dilma Rousseff, a solução para enfrentar o Governo Federal e o Partido dos Trabalhadores (PT) foi transferir a responsabilidade de fazer oposição aos barões da imprensa, que controlam, com mão de ferro, o segmento econômico midiático privado.
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Hoje o Estadão, talvez o jornal mais à direita deste País, publica matéria em que envolve mais uma vez o presidente Lula com malfeitos. É uma oposição constante e feroz, a ter como consultores e associados membros doa Procuradoria Geral da República, que vazam informações contra o ex-mandatário trabalhista, que revolucionou o Brasil sem dar um tiro, sem reprimir qualquer movimento social e sem dar ordens à polícia para bater em trabalhadores, uma constante nos governos tucanos quando estiveram no Planalto, bem como fato comum no Estado de São Paulo controlado politicamente há quase 20 anos pelo PSDB, que de social democrata tem apenas o nome da sigla, além de ter um governador que recebe o Opus Dei no Palácio dos Bandeirantes.
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Eis que a direita, ao perceber que, por exemplo, que Lula não está envolvido com o escândalo dos irmãos Vieira e de Rosemary Noronha, como afirmaram categoricamente o delegado e a promotora que estão à frente do caso, a imprensa golpista passa o dia todo, nos canais de televisão, a repercutir o “novo” escândalo, incessantemente, como forma de macular o nome de Lula como o mentor do “mensalão” cuja existência ainda não foi comprovada, apesar do julgamento de exceção comandado pelo juiz torquemada Joaquim Barbosa, que se jacta de sua posição e tenta agora rasgar a Constituição ao determinar a perda de mandato de parlamentares e com isso atropelar o Poder Legislativo, que, constitucionalmente, é o que determina ou não a cassação de deputados e senadores.
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Jefferson, delator do "mensalão", não considera crível acusação de Valério a Lula.
É a busca sistemática por uma crise inconstitucional perpetrada pelo juiz Joaquim Barbosa e aqueles que o apoiam em sua cruzada insana, bem como “azeitada” também pelo procurador Roberto Gurgel, acusado de prevaricar em favor do bicheiro Carlinhos Cachoeira, do senador cassado, Demóstenes Torres, e do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, que, de viva voz, reconheceu que o bicheiro tinha certa influência na máquina estatal goiana
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Agora, o presidente mais popular da história do Brasil, que saiu do poder com quase 90% de aprovação, é acusado de dar o sinal para o PT realizar empréstimos junto a bancos como o Rural, e, por conseguinte, pagar uma mesada a parlamentares para que o governo, entre outras coisas, pudesse aprovar seus projetos. Um governo que, sobretudo, tinha maioria na Câmara, como tem hoje e agora, inclusive, no Senado. E não é somente isso. Seu assessor, Paulo Okamotto, que administra o Instituto Lula, é acusado de ameaçar de morte o empresário Marcos Valério, conforme matéria do Estadão. Um absurdo que, no decorrer dos dias, vai ser devidamente “esquecido” pela mídia, porque não há provas para dar continuidade jornalística a tamanha incongruência.
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O motivo da ameaça é proteger o envolvimento de Lula com o “mensalão”. O mesmo processo que condenou José Genoíno pelo fato de ser presidente do PT e José Dirceu pelo fato de ser ministro-chefe da Casa Civil, porque não existem provas da participação desses personagens em desvio de dinheiro público, até porque, por exemplo, a Visanet é empresa privada cujos empréstimos foram devidamente registrados e documentados, e mesmo assim a maioria dos juízes do STF resolveu apenar os réus, por intermédio do “domínio do fato” e da pressão da imprensa comercial e privada, que fez do “mensalão” uma novela de péssima qualidade e que, por sua vez, não serviu para ajudar os tucanos vencer as eleições, por exemplo, nas principais cidades de São Paulo, bem como o PT é o partido que teve mais votos nas eleições e vai governar as grandes cidades do País, a partir de 2013.
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O publicitário nascido no ninho do PSDB de Minas Gerais e que financiou as campanhas políticas de tucanos que habitam as montanhas mineiras, juntamente com o banqueiro Daniel Dantas, que recebeu dois habeas corpus em 48 horas do juiz condestável, Gilmar Mendes, um recorde mundial, que deveria constar no Guiness Book, transformou-se no X-9 ídolo da imprensa golpista, como o fora antes os arapongas Jairo e Dadá, que, segundo a CPMI, realizavam serviços de escuta clandestina para a dupla Carlinhos Cachoeira e Policarpo Jr., chefes da Veja, pasquim também conhecido como a Última Flor do Fáscio.
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Valério: estratégia é acusar para diminuir pena de 40 anos. (Foto: Eugénio Moraes/Futura Press)
Outro ídolo desse tipo de imprensa é o ex-deputado Roberto Jefferson, réu confesso, e que foi pego com a mão na botija. A imprensa fez campanha para que sua pena fosse diminuída, como se ele tivesse feito um acordo de delação premiada, o que, sobremaneira, não ocorreu. O próprio Jefferson, recentemente, afirmou que “delação premiada para se salvar é coisa de canalha” quando soube que Marcos Valério afirmou que o presidente Lula usou o “mensalão” para pagar despesas pessoais. Para o ex-deputado, as palavras de Valério “não são críveis”.
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É assim que a banda toca: desafinada, mas barulhenta. O negócio da imprensa, da PGR e do STF de oposição é envolver Lula de qualquer jeito, mesmo se tiver de confundir a sociedade e até mesmo mentir. O tiro ao Lula é o que importa, porque o trabalhista é o alvo a ser acertado, porque, para essa gente, ele não pode falar, nem apoiar candidatos, como o vitorioso Fernando Haddad em São Paulo, e muito menos disputar eleições. Esses propósitos são visíveis. Lula tem de ser, se possível, algemado em frente às câmeras de tevê e seu rosto filmado, quiçá, atrás das grades. Restou à oposição fracassada e sem projeto de País, a judicialização da política, a criminalização do PT e a demonização de Lula.
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Em futuro próximo, o alvo será a presidenta trabalhista Dilma Rousseff, que, para mim, inadvertidamente, tergiversa sobre a efetivação de um marco regulatório para as mídias. Não se deve, jamais, remediar com um sistema midiático historicamente golpista, que quer pautar a vida brasileira conforme seus ditames e interesses financeiros. O torquemada deputado Roberto Freire (PPS/SP?), aquele político que envergonha a esquerda e não consegue ser eleito síndico em Pernambuco, pretende que seja aberto “imediato inquérito” contra Lula. É o ódio dos ressentidos, dos rancorosos e dos derrotados. Freire é o típico político que congela seu rancor no freezer. Não há nada pior do que um ex-comunista que pula a cerca para servir à direita como um capataz, maldoso, ardiloso e feroz. É simplesmente lamentável..
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A matéria vazada para o Estadão é, na verdade, um fake. São informações requentadas. Quem acompanha o dia a dia da política sabe disso; sabe do que estou a falar. Os profissionais de imprensa política compreendem esse processo draconiano, inclusive os que militam na grande imprensa de direita e de negócios privados, até porque são eles que requentam e republicam esses pseudos “vazamentos”, que tem por finalidade desgastar o Governo Federal e macular a imagem de Lula.
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Gurgel e Claudia: atuação à frente da PGR contestada e considera não republicana.
Marcos Valério, o X-9, falou oficialmente à procuradora Cláudia Sampaio, que vem a ser a mulher do PGR Gurgel. Se, supostamente, tais informações são sigilosas e podem comprometer criminalmente o político mais importante do País, como podem ser “vazadas”, sendo que os autos do processo estão sob a responsabilidade dos procuradores Roberto Gurgel e Cláudia Sampaio. O que está a acontecer neste País? Somente um lado é investigado, denunciado, julgado e condenado? O jornalismo seletivo de uma imprensa conservadora somente dissemina e irradia manchetes contra o PT, o Governo Federal e o presidente Lula?
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A esquerda tem de se mobilizar, responder de pronto as acusações, muitas delas distorcidas e manipuladas pela imprensa, que, de forma surreal, assumiu a condição de oposição política e partidária ao Governo trabalhista e ao PT, sendo que os membros de tal oposição não disputam eleições, não são votados e, por seu turno, não são eleitos. Os programas de governo dessa gente são suas pautas elaboradas nas redações, que, indelevelmente, não visam compromisso algum com os interesses do Brasil e com o desenvolvimento de seu povo. Como seus candidatos não vencem as eleições, então, qual é a solução para a direita brasileira? Resposta: judicializar e criminalizar o processo político, e fazer do Brasil um grande Paraguai. A acusação a Lula é leviana, e a matéria do Estadão é requentada. 
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O tiro ao Lula vai sair pela culatra. É isso aí.


 Davis Sena Filho 


Postado no blog Contraponto em 11/12/2012
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