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Exemplo de humanidade e de compaixão para o mundo


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Garotinha dá exemplo de compaixão e solidariedade em bilhete escrito à sua professora




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Em dias em que o noticiário anda repleto de notícias difíceis de ser digeridas, o ato singelo de uma criança foi capaz de ganhar os tabloides e encher o coração de muita gente de esperança em dias melhores. A professora Taciana Ferreira Martins compartilhou nas redes sociais a foto do bilhete escrito por uma aluna, com uma mensagem que dá exemplo de compaixão e solidariedade.

Segundo a professora, ela recolhia uma pequena contribuição dos estudantes para fazer ovinhos de chocolate, quando recebeu o bilhete com o recadinho da aluna:

“ Tia, três reais são meus e os outros três são para alguma criança que não tiver dinheiro para pagar ”, dizia o texto da menina.





Ao G1, a professora detalhou a situação: “ Ela disse “tia, lê no bilhete ”. É toda tímida. Guardei o papelzinho em um canto, continuei anotando os nomes das crianças na lista. Depois, quando abri, vi aquele bilhete. Nossa, foi muito emocionante!”

O caso aconteceu na Escola estadual Dona Leonina Nunes Maciel, localizada na pequena Cruzília, Sul de Minas Gerais.

A postagem da professora sobre ato singelo da aluna comoveu os internautas pelo Brasil. Sim, ainda dá pra acreditar na bondade das pessoas!








Lula : O Brasil precisa de Marielles, paz, democracia e solidariedade; veja a mensagem




O fotógrafo Eduardo Matysiak registrou o ato na Santos Andrade, em Curitiba. Todas as fotos acima são dele.

Da Redação

Nesta quinta-feira, 14/03, faz um ano que a vereadora Marielle Franco, do PSOL-RJ, e Anderson Gomes, o seu motorista, foram executados no Rio de Janeiro.

Em todo o Brasil ocorreram atos em memória de Marielle e Anderson e solidariedade aos seus familiares e amigos.

Um deles foi agora à noite em Curitiba, na Praça Santos Andrade, nas escadarias do histórico prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Em cartazes, faixas, a pergunta era uma só: Quem mandou matar Marielle?

De Curitiba, onde é preso político, o ex-presidente Lula mandou esta mensagem, lembrando desse um ano sem Marielle.




Postado em Viomundo em 14/03/2019



Os meninos João e Miguel precisam de ajuda para tratamento de saúde !



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Curta a página do Facebook dos meninos João e Miguel e veja como ajudar

https://www.facebook.com/amejoaoemiguel/


5 frases para nunca dizer a pais de crianças deficientes


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Mesmo que a intenção seja a melhor possível, algumas frases ditas com muita frequência para pais de crianças com deficiência magoam e até ofendem. A seguir, confira 5 exemplos que devem ser evitados e as respectivas dicas de como agir adequadamente:

1. “ Pais especiais recebem filhos especiais ”

Pode parecer um elogio, mas traz uma mensagem dúbia. O fato de ter um filho com deficiência não faz de ninguém uma pessoa melhor ou pior. A maneira com que os pais lidam com a situação, sim, podem transformá-los e levá-los a enxergar as coisas de outra forma. Por trás desse clichê, há a ideia de que esses pais “mereceram” uma criança com deficiência e, por isso, devem suportar todas as implicações que isso traz sem reclamar. O bordão minimiza o sofrimento e a luta dessas pessoas.

Quer dar uma palavra de apoio? Que tal substituir por “Vocês são os melhores pais que essa criança poderia ter”?

2. “ Você deve cuidar bem de si para cuidar melhor de seu filho ”

A frase é destinada especialmente às mães (reflexo de machismo). Embora haja uma parcela de verdade, soa ofensiva. Afinal, ninguém sabe o quão atribulada é a rotina dos pais. Além de muitas vezes exigirem cuidados diferenciados em casa, as crianças costumam frequentar fisioterapia, consultas médicas, fonoaudiólogo etc. Quem não gostaria de passar algumas horas se cuidando em vez de coordenar horas de terapia e outras coisas da família?

Se a intenção é ajudar a pessoa que está precisando de um tempo para si, não critique. Ofereça algumas horas do seu próprio tempo para cuidar da criança enquanto a mãe vai sair com amigos ou o pai quer cortar os cabelos (ou apenas quando eles querem tirar uma soneca). Essa colaboração será mais do que bem-vinda.

3. “ O que houve com o seu filho? ”

É um pecado mortal desejar saber o que se passa com a criança? Não. Só que, em algumas circunstâncias, os pais não têm todas as respostas. Há casos em que os diagnósticos demoram anos para terem uma conclusão. E, em português claro, esse tipo de informação não é da conta de ninguém. Aliás, é um direito dos pais proteger a privacidade do filho e que devem falar sobre o assunto apenas se tiverem razões apropriadas para isso.

Se você está perguntando por querer demonstrar seu interesse, o melhor, sempre, é mostrar que está à disposição para ouvir. Seus amigos têm um filho com uma deficiência e estão cheios de problemas? Deixe que desabafem, sem fazer perguntas.

4. “ Como você consegue? Deve ser muito difícil…”

Criar filhos não é fácil. Mas, a partir do momento em que alguém escolhe ser mãe ou pai, procura dar o seu melhor, independentemente de o filho nascer ou não com uma deficiência. Comparar uma criança a um fardo é de um tremendo mau gosto, insensibilidade e um engano: crianças sempre dão alegrias aos seus pais. E cada um se vira com o que tem e como pode, e isso não é da conta de ninguém.

Mais uma vez, vale a dica: se você está realmente preocupado com a rotina sobrecarregada dos pais de uma criança (qualquer uma, aliás), ofereça ajuda. Se os pais estão sem tempo de ir ao banco pagar uma conta, faça isso. Comprar mantimentos no mercado, tomar conta das crianças, levar o carro no mecânico… Qualquer coisa útil.

5. “ Só nos é dado aquilo com que conseguimos lidar ”

Isso supõe que a pessoa tem de enfrentar ou aprender a encarar a situação. A questão é: e se ela não puder lidar com isso? Ou, pior, e se essa frase for dita justamente no momento em que os pais desejam compartilhar suas angústias e pedir ajuda? Dizer algo assim pode fazer com que eles sintam que não podem discutir seus sentimentos e preocupações, porque eles “supostamente” devem saber lidar bem com as circunstâncias.

Quando a sua intenção é mostrar admiração por uma pessoa que cuida bem do filho ou filha, troque a frase acima por “Eu admiro seu esforço e dedicação”. É mais gentil.


Fonte: Juliana Endres, especialista em turismo/hotelaria, mãe de Isadora, 3 anos, que tem Síndrome de Williams; Leticia Gomes Gonçalves, psicóloga, doula, consultora em disciplina positiva, escritora no blog Conversa entre Marias e tia do Levy, 7 anos, que tem paralisia cerebral; Marley Galvão, jornalista, escritora no blog Mundo da Bela, mãe de Isabela, 6 anos, que tem paralisia cerebral; Monica Pessanha, psicopedagoga e psicanalista infantil e de adolescentes, de São Paulo (SP), e Sueli Adestro, coordenadora da equipe da área pedagógica do serviço de reforço escolar Tutores BR (UOL).


Postado em Pragmatismo Político em 15/09/2017



Gosto de risos fáceis, de abraços sinceros e de gente doida e feliz




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Marcel Camargo

Gosto mesmo é das pessoas doidas pela verdade, loucas para ajudar, malucas pelo bem estar do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.

A sociedade nos dita regras e normas de convivência, como se existissem manuais de como se portar perante os outros, como se houvesse homogeneidade naquilo que podemos ou não fazer, naquilo que devemos sempre sentir, em tudo o que é errado, inconveniente, e no que é o correto. Esquecem-se de que sentimentos não vêm com manuais, muito menos caráter. Esquecem-se de que não são as regras de etiqueta, mas sim o nosso comportamento com o próximo, que nos define a essência humana.

Existem pessoas extremamente polidas, bem vestidas, com um currículo acadêmico impecável, mas que não cumprimentam ninguém por onde passam. Existem indivíduos que vivem em missas e cultos religiosos, que ditam de memória qualquer versículo bíblico, que participam ativamente dos eventos das paróquias, mas que só sabem fofocar e criticar a vida dos outros. Não podemos confundir apenas o que vemos superficialmente com o que cada um possui dentro de si.

Por outro lado, há pessoas que são solidárias, acolhedoras, agradáveis, éticas, que nos abraçam com verdade, que nos orientam com propriedade, que nos ouvem em silêncio reconfortante, sem precisar se mostrar, brilhar, sem afetações. São os sorrisos mais sinceros e curativos que existem. Pessoas que nos curam a alma, que nos resgatam dos escombros emocionais, que nos guiam para longe do nosso pior, que são felizes e por isso não aborrecem ninguém.

São aquelas pessoas doidas, simplesmente porque não se ajustam às convenções impostas, caso tenham que perder aquilo que as define, caso tenham que se anular para se adequar à suposta normalidade de uma sociedade hipócrita, cujos discursos, em sua maioria, cheiram a mofo. Na verdade, são doidas pela verdade, são loucas para ajudar, são malucas pelo bem do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.

Se prestarmos atenção em tudo o que estamos perdendo, por conta de ficarmos dando importância a coisas inúteis, a momentos que devem ser deletados sumariamente e a pessoas desprezíveis, perceberíamos que falta muito pouco para sermos realmente mais felizes e tranquilos. Falta apenas caminhar junto das pessoas certas, guardando no coração somente o que nos fez melhores e nos desviando daquilo que não serve para nada, mas nada mesmo. É assim que deve ser e é de nós que isso depende, de mim e de você.



Postado em Conti Outra







Além da força de vontade e do apoio de pessoas maravilhosas, ele chegou lá através das políticas de inclusão social criadas pelo governo do Presidente Lula, o Sistema de Cotas e o Enem. E entrou em uma das muitas Universidades Federais criadas, também, por Lula : Do Pinheirinho, a maior ocupação da América Latina, à universidade



pedro cerqueira
Pedro Cerqueira entrou na UFABC


Em vez dos móveis convencionais, a sala da casa onde Pedro Cerqueira, 20 anos, mora desde o último Natal com os avós abriga um freezer e uma mesa tomada por guloseimas. A pequena mercearia foi improvisada por um motivo inédito na família: juntar dinheiro para o começo da vida universitária do jovem.

Aprovado em quatro universidades públicas, ele escolheu o curso de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, a 110 km de onde reside com a família em São José dos Campos, no interior paulista.

“A gente nem acredita que ele, filho de uma analfabeta e de um caminhoneiro, conseguiu tudo isso”, conta Maria Nunes da Silva, 60 anos, a avó que criou Pedro e a quem ele chama de mãe.

Quando não está no trabalho de faxineira, Maria faz pães para vender na mercearia. Seus clientes são moradores do bairro recém-inaugurado na cidade, o Novo Pinheirinho dos Palmares. As 1.461 casas de 46 m2 construídas numa área remota abrigam parte das famílias retiradas da maior ocupação urbana da América Latina, que ficou conhecida como Pinheirinho.

Foi lá que Pedro chegou aos oito anos e viveu até ser expulso em 2012, aos 16. Ele ainda se emociona quando fala daquela madrugada, quando acordou com helicópteros e bombas de gás lacrimogêneo durante a desocupação, comandada por 2 mil policias militares.

“Foi horrível. Com o tempo, a gente quer esquecer e vai deixando pra lá”, diz sobre as lembranças do Pinheirinho que tentou guardar na memória e numa câmera digital, que nunca mais mexeu.

O caso, que foi chamado de “Massacre do Pinheirinho” por diversas organizações de defesa dos direitos humanos, teve repercussão na imprensa internacional. A Anistia Internacional denunciou a operação por diversas violações, como expulsão forçada, uso da violência e prisões indevidas.

Fome e dinheiro no semáforo

Naquele ano da desocupação, morando em alojamentos e mudando de endereço praticamente a cada mês, Pedro fez de tudo para não abandonar o ensino médio. A preocupação da avó era mantê-lo ocupado. “A gente via muita coisa errada na rua, onde a gente morou. Eu queria que ele fosse um menino bom, que ficasse longe disso”, explica Maria.

Foi assim que ela conseguiu uma vaga num curso técnico gratuito para Pedro. A dedicação do aluno rendeu um contrato de trabalho: por dois anos, ele atuou na Embraer, fabricante de aviões, como parte de um programa para incentivar estudantes.

Ao fim dessa jornada, Pedro ouviu falar, pela primeira vez, sobre universidade pública e seguiu a orientação de buscar um cursinho gratuito. Foi aceito no CASD, mantido por alunos do ITA (Instituto Tecnológico Aeroespacial). Ainda assim, era difícil crer que chegaria mais longe: “Eu acreditava que pobre nunca poderia frequentar uma universidade”, diz Pedro.

Na primeira semana de cursinho, ele quis desistir. Foi então que Ana Esteves, colega de turma, entrou em ação. “Ele tinha muita dificuldade em coisas muito básicas na área de Exatas, eu ficava até chocada, mas fiz de tudo pra ajudar”, conta Ana, que acabou de ser aprovada no curso de Serviço Social na Unesp, depois de dois anos de cursinho.

Estar presente nas aulas já era um desafio para Pedro. Sem dinheiro para pagar a passagem, ele pedia ajuda no semáforo. “Eu ia com a mochila, pintava o nome do cursinho na testa e pedia qualquer contribuição. Não era nada legal… Mas muitos me ouviam e me ajudavam.”

Durante as aulas noturnas, ele lidava ainda com outra adversária: a fome. “Eu percebi que ele estava faltando às aulas. Numa conversa, Pedro me disse que não tinha o que comer em casa, que tinha problemas de moradia e que não sabia se chegaria ao fim do curso”, conta Bárbara Camargo, professora de Redação.

Sensibilizada, ela passou a ajudá-lo financeiramente, além de reforçar o ensino. “Eu jamais vou permitir que um aluno desista de um sonho por causa de uma necessidade biológica, como é a fome”, justifica.

Pedro retribuiu e tirou nota 860 na redação do Enem. A maioria dos participantes conseguiu entre 501 e 600, segundo o Ministério da Educação.

A exceção 

O avô de Pedro, Brasilino Gomes Ferreira, 69 anos, fica pensativo quando indagado sobre o desempenho do neto. Foi ele que construiu o barraco de madeira e lona que abrigou a família nos primeiros anos de Pinheirinho. Em dias de tempestade, a vizinhança toda corria para lá.

“O nosso barraco aguentava a força do vento e da chuva. A gente tinha que segurar o telhado pra não voar, outros seguravam a lona pra não rasgar. Mas sempre aguentou os trancos”, relembra Basílio.

Hoje, os avós sonham em ver o neto formado, trabalhando e ajudando as pessoas. “Ele é muito prestativo”, emenda Maria.

Pedro diz que, por ser negro, de escola pública e de baixa renda, enxergou no sistema de cotas a possibilidade de romper com o ciclo da pobreza, e mudar de vida. “Eu não sei definir as cotas. Não é uma vantagem, nem um benefício, ou mérito. Mas me ajudou bastante, eu senti que eu tinha chance de entrar na universidade se estudasse muito”, detalha.

“Estamos diante de uma exceção”, analisa Paulo Jorge Leitão Adeodato, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco e especialista em mineração de dados na área de educação.

Com base nas informações coletadas pelo Enem, Adeodato está em fase de conclusão de uma pesquisa sobre os fatores determinantes para um bom desempenho no exame. A análise parcial mostra que, em escolas onde a renda média dos pais é acima de R$ 2.500, o fator mais importante para o sucesso é a escolaridade do pai.

“A mãe é uma constante, não importa a escolaridade. Ainda que ela seja analfabeta, ela sempre vai cobrar e apoiar o estudo dos filhos”, afirma Adeodato.

O resultado se encaixa no papel que Pedro atribui à avó. “Ela sempre me educou muito bem. Ela mostrava que não precisava fazer mal nenhum, me ensinava a ser correto, honesto, mais humilde e corajoso.”

Quando teve contato com a Filosofia, Pedro reconheceu os ensinamentos da avó: “A Filosofia faz a gente pensar um pouco. Ela tira a gente da ignorância e leva a gente ter sabedoria. É por aí que eu quero seguir.”



Postado em Diário do Centro do Mundo em 04/03/2017



E agora ajudem o menino Chico







Pais de menino com doença rara doam R$ 40 mil pra garota com mesma doença, porque ela está esperando há mais tempo



João Rabay


Quando um grupo de mais ou menos duzentos policiais de Santo André, na Grande São Paulo, apostou no bolão da Mega da Virada, todos sonhavam em mudar de vida. O grande prêmio não veio, mas ter ganho a quadra foi o suficiente para ajudar uma garotinha de 12 anos.

Isabela Diringer nasceu com gastrosquise, uma má-formação que faz com que o intestino se desenvolva saindo da parede abdominal. Por causa disso, a menina precisa se alimentar por meio de um cateter, é internada frequentemente e seu desenvolvimento físico e mental corresponde ao de uma criança de 6 anos.




Mas há uma luz no fim do túnel: médicos ingleses desenvolveram um outro tipo de cirurgia, que, segundo eles, tem 92% de chances de acabar com os problemas. Só que o tratamento, incluindo os custos de viagem, custa cerca de 500 mil reais, totalmente fora da realidade da família.

Foi por isso que os pais de Isabela criaram uma campanha de financiamento coletivo para custear a cirurgia. Conhecendo a história da família – Gláucia Marina Diringer, mãe de Isa, é cabo da PM -, os policiais decidiram, de forma unânime, doar os 3 mil reais recebidos da loteria para ajudar a menina.


Policiais entregam comprovante a doação


Você achava que essa história estava boa? Então veja isso:

A doação dos policiais foi mais uma em meio a uma corrente de bondade! Quando faltavam 40 mil reais para fechar o valor que Isa precisava para poder finalmente viajar para Inglaterra, os pais de Chico, de 4 anos, repassaram o valor. Mas Chico não é um menino qualquer: é alguém que sofre do mesmo problema. A diferença? “O Chico está nessa luta há 4 anos. A Isa já está há 12“.

Se isso não é ser maior, não sabemos o que é. Agora a família do Chico precisa de contribuições para também ele ser recompensado e poder ter a vida que ele (e seus pais) merecem. Para conhecer sua história e contribuir, siga o link do Vai Chico.


Isa e Chico


O #VaiChico tem até camisetas estilosas, com a imagem do menino, para espalhar a palavra por aí.








Postado em Hypeness






É assim que acontece a bondade




“Se te perguntarem quem era essa que às areias e aos gelos quis ensinar a primavera…”: é assim que Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos e areias nada sabem sobre primaveras.. Pois eu desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como ensiná-la?

Seria possível ensinar a beleza de uma sonata de Mozart a um surdo? Como, se ele não ouve? E poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar cores e formas a quem não vê? Há coisas que não podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das palavras. 

Os cientistas, os filósofos e os professores são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que podem ser ensinadas. Coisas que são ensinadas são aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo: eu acho possível desenvolver uma psicologia da solidariedade. Acho também possível desenvolver uma sociologia da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da solidariedade… 

Mas o saberes científicos e filosóficos da solidariedade não ensinam a solidariedade, da mesma forma como a crítica da música e da pintura não ensina às pessoas a beleza da música e da pintura. A solidariedade, como a beleza, é inefável – está além das palavras.

Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A solidariedade pertence a uma classe de pássaros que só existem em voo. Engaiolados, esses pássaros morrem.

A beleza é um desses pássaros. A beleza está além das palavras. Walt Whitman tinha a consciência disso quando disse: “Sermões e lógicas jamais convencem. O peso da noite cala bem mais fundo a alma…”. 

Ele conhecia os limites das suas próprias palavras. E Fernando Pessoa sabia que aquilo que o poeta quer comunicar não se encontra nas palavras que ele diz; antes, aparece nos espaços vazios que se abrem entre elas, as palavras. Nesse espaço vazio se ouve uma música. Mas essa música – de onde vem ela se não foi o poeta que a tocou?

Não é possível fazer uma prova sobre a beleza porque ela não é um conhecimento. Tampouco é possível comandar a emoção diante da beleza. Somente atos podem ser comandados. “Ordinário! Marche!”, o sargento ordena. Os recrutas obedecem. Marcham. À ordem segue-se o ato. Mas sentimos que não podem ser comandados. Não posso ordenar que alguém sinta a beleza que estou sentindo.

O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras.

Mas há coisas que não estão do lado de fora. Coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera…

Sim, sim! Imagine isso: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes – lembre-se da história da Bela Adormecida! Elas poderão acordar, brotar. Mas poderão também não brotar. Tudo depende… 

As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas… De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam. Nos jardins há pragas: tiriricas, picões…

Uma dessas sementes é a “solidariedade”. A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora, ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos. Se ela fosse uma entidade do mundo de fora, poderia ser ensinada e produzida. 

A solidariedade é uma entidade do mundo interior. Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz. A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente…

Veja o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”. O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade.

A solidariedade é como um ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: “Seja solidário!”. A solidariedade acontece como um simples transbordamento: as fontes transbordam… Da mesma forma como o poema é um transbordamento da alma do poeta e a canção, um transbordamento da alma do compositor…

Já disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna mais humanos. É um sentimento estranho, que perturba nossos próprios sentimentos. A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro.

Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que eu compre um pacotinho de suas balas. Eu e a criança – dois corpos separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável esse sentimento imaginado se aloja junto aos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles. 

O que sinto não são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre. Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade.

Acho que esse é o sentido do dito de Jesus de que temos de amar o próximo como amamos a nós mesmos. A solidariedade é uma forma visível do amor.

Pela magia do sentimento de solidariedade, meu corpo passa a ser morada de outro. É assim que acontece a bondade.

Mas fica pendente a pergunta inicial: como ensinar primavera a gelos e areias? Para isso as palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra dos poetas.

Ensinar solidariedade? Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e, principalmente, na solidão…
“O menino me olhou com olhos suplicantes.
E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes…”.

Rubem Alves, no livro “As melhores crônicas de Rubem Alves” 



Postado no Conti Outra


Esta menina de 6 anos já está fazendo a diferença e tornando o Mundo melhor


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Brasileira de 6 anos troca presentes e festa em buffet para comemorar aniversário em comunidade carente

Redação Hypeness


As crianças, quando fazem aniversário, já esperam desde cedo reunir os amigos e ganhar uma festa. A menina Alana não foge à regra, exceto por um detalhe: ela quis comemorar o aniversário na favela. A ideia não era ter um cenário diferente, mas se unir às crianças pobres e dividir com elas um pedaço de bolo.

A menina comemorou seis anos de vida no dia 25 de outubro na favela Cidade de Deus, região do lixão de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, após insistir com os pais de que esta seria a decisão certa para a sua festa, dispensando o buffet onde havia sido a comemoração anterior.

Para conseguir convencer os pais, a bióloga Gisseli Giraldelli e o microempresário Nei Santos, Alana disse que faltava uma celebração entre seus amigos da evangelização porque, segundo ela, “eles não têm aniversário”. A família faz visitas regulares de assistência social à região por conta do trabalho voluntário do grupo espírita de que fazem parte.

Feito o acordo, Alana dispensou presentes em troca de doação de alimentos e materiais, como bolos, refrigerante, cachorro-quente, brinquedos infláveis e outros itens gostosos e divertidos, todos dados por amigos. A organização ainda contou com a ajuda de 100 voluntários. Todo o esforço rendeu um enorme parabéns à menina, acompanhada de 520 pessoas do bairro.

A história inspiradora de Alana nos mostra não somente o quanto é bom ser criança, mas o quanto é bom fazer e compartilhar o bem através de ações tão simples.

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Postado no site Hypeness





Lula : um espírito iluminado que veio para nos ensinar sobre Democracia e Solidariedade Humana !













"Chorava escondido para pacientes não verem", diz médica brasileira em Gaza



Liliana esteve em Gaza em 2012 e retornou à região no início do mês


Há dois anos, a médica brasileira Liliana Mesquita Andrade esteve na Faixa de Gaza e cuidou de várias crianças. Desta vez, durante o conflito mais violento entre Israel e Palestina nos últimos anos, foram poucas.

“Infelizmente, as crianças são a parte mais frágil da guerra. Já chegavam mortas ou quase mortas”, conta a anestesista, de 39 anos.

Pacientes cobertos por poeira, pessoas morando no hospital por medo de voltar para casa e trabalhar com o barulho de bombas são imagens que marcaram a experiência da médica no conflito – que somou 50 dias de combate e deixou mais de 2,2 mil mortos.

“Na primeira noite no hospital ouvi explosões, senti as coisas tremerem”, afirmou à BBC Brasil por telefone, da Faixa de Gaza, onde está desde o dia 7 de agosto.

“Você tem que chorar escondido, porque os pacientes não podem ver que está com medo. Comecei a rezar e pedir que as coisas se acalmassem.”

Mas, em meio ao conflito, Liliana teve um reencontro emocionante: passou uma tarde com um menino de 4 anos que havia atendido em 2012, quando a criança foi atingida por bombas. “Nunca achei que fosse revê-lo. É muito gratificante, não tem dinheiro no mundo que pague.”

Leia abaixo trechos da entrevista:

BBC Brasil – Foram 50 dias de combate e o conflito mais violento desde 2007. O que mais te marcou?

Liliana Mesquita Andrade - A coisa que mais me impressionou não foi a questão propriamente médica, mas ver milhares de pessoas morando no hospital porque o consideravam um lugar mais seguro. Na época que cheguei aqui tinha 2 mil pessoas no hospital, mas não pacientes. Eram pessoas morando nas instalações do hospital, no estacionamento, no jardim, nas escadas.

Também vi muitas crianças que haviam perdido toda a família e outras extremamente feridas, lesões muito diferentes. Por exemplo, recebi uma menina com uma fratura no fêmur na raiz da coxa devido às explosões. A energia necessária pra gerar uma fratura daquela é uma coisa extremamente rara, só mesmo num contexto muito violento.

Essa criança chegou no hospital suja, completamente suja daquela poeira cinzenta de desmoronamento que tem aqui, no Iraque, na Síria. Eles chegavam ou com poeira cinza ou com poeira negra, de fuligem, queimadura. Você não tem tempo nem para perguntar o que houve: tem que agir rápido, porque o tempo que perde conversando pode custar a vida do paciente.

BBC Brasil – Você sentiu medo?

Liliana Mesquita Andrade - Por mais que você venha em um misto de coragem, desprendimento, amor ao próximo e amor à medicina, você tem medo também. Na primeira noite no hospital ouvi explosões, senti as coisas tremerem. Tive que chorar sozinha, porque você não pode demonstrar que está com medo, principalmente para o paciente. Você começa a rezar e pedir para que o cessar-fogo chegue e que as coisas se acalmem.

BBC Brasil – Como você se protegia?

Liliana Mesquita Andrade - O que era recomendado era que ficássemos sempre juntos e dentro do hospital. O centro cirúrgico é um lugar muito fechado, não tem janela, e a gente está tão concentrado na gravidade do paciente que às vezes nem ouvia as explosões.

Na casa tinha um quarto de segurança, com uma localização mais central. Quando tinha bomba a gente ia para lá e ficávamos todos juntos.

BBC Brasil – O bloqueio afetava seu trabalho e sua vida?

Liliana Mesquita Andrade - Claro que no auge da guerra pode ter ficado mais difícil, mas não a nível de prejudicar o atendimento. Nem sempre as condições eram 100%, mas tinha o suficiente para dar para o paciente.

Só a nossa locomoção ficava prejudicada. Tinha que sair todo mundo junto e voltar junto, sempre num carro identificado pelo Médicos Sem Fronteiras, sem ser blindado. Era proibido sair da casa, o tempo todo era casa-hospital, hospital-casa.

BBC Brasil – Como foi a decisão de ir para a Faixa de Gaza em meio ao conflito?

Liliana Mesquita Andrade - Foi a decisão mais difícil que tive que tomar. Eu ia para o Afeganistão, é minha 8ª missão no Médicos Sem Fonteiras, mas me pediram para trocar e acabei vindo pela segunda vez para a Faixa de Gaza. Estou nas férias, tenho trabalho no Brasil, mas me programo todo ano pra vir.

Minha família estava extremamente preocupada. Minha irmã pediu pra eu não vir porque já perdemos nossos pais e nosso irmão caçula. Não foi fácil. Mas eu sou muito católica e acho que Deus acaba sempre protegendo todo mundo que faz esse tipo de trabalho.

Estudei pra aliviar o sofrimento, como anestesista. Não importa onde você esteja, você tem que ajudar. Independentemente se é aqui, no Brasil, no Iêmem, no Paquistão, você tem que ajudar.

BBC Brasil – Reencontrou alguém que já tinha conhecido em Gaza?

Liliana Mesquita Andrade - Reencontrei uma criança que há dois anos tinha sido vítima de um explosão e tinha queimaduras no rosto, na mão, nos braços. Tratei dela em um projeto de cirurgia plástica reconstrutora. A cada dois ou três dias precisava de anestesia e eu tinha muito contato com ele. No meu último dia ele, que não falava uma palavra de inglês, olhou pra mim e falou I love you, Lili.

Quando cheguei aqui a primeira coisa que perguntei foi sobre ele. Me falaram que continuava fazendo tratamento, ele ainda tem muitas queimaduras. E ele veio me visitar. Foi a maior surpresa. Comecei a chorar e ele ficou todo envergonhado. Ele lembrava de mim, veio direto no meu colo. O pai disse que ele se recusa a fazer novas cirurgias, porque já sofreu muito, e a família está muito preocupada.

Dei lápis de cera pra ele, brincamos. Essa foi a única tarde em que realmente tive férias. Ao final, perguntei: “Still love me?” E ele falou “I love you” outra vez. É muito gratificante, não tem dinheiro no mundo que pague isso.

BBC Brasil – Como foi a reação ao cessar-fogo?

Liliana Mesquita Andrade - Estávamos todos muito ansiosos pelo cessar-fogo e eu chorei muito, fico até emocionada de falar com você. Parecia final de Copa do Mundo. A alegria deles foi igual à final de Copa no Brasil.

BBC Brasil – Falando em Brasil, é possível fazer alguma comparação entre a situação de Gaza e a do Rio, que muitos consideram uma “guerra urbana”?

Liliana Mesquita Andrade - Ao mesmo tempo em que estava tendo bombas aqui, minha irmã saiu do trabalho um dia no Rio, foi pegar minha sobrinha numa rua em que havia uma favela próxima e estava fechada. Haviam colocado fogo num ônibus, ninguém podia passar. Brinquei com ela: quem está mais em risco, você no Rio, por causa dos traficantes, ou eu na Faixa de Gaza?

BBC Brasil – Você voltaria para a Faixa de Gaza?

Liliana Mesquita Andrade – Com certeza.


Postado no blog Diário do Centro do Mundo em 31/08/2014


O lado bom do mundo : professora doa rim à aluna e salva a própria vida também





Um ato de solidariedade salvou duas vidas, em uma escola infantil de Fleetwood, na Pensilvânia, EUA.



A professora substituta Cindy Santos (foto) doou um rim a uma das suas alunas, Katelyn Ernst, de 5 anos (foto).


A menina é portadora de uma doença rara chamada síndrome hemolítico-urémico, que acelera a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue, entupindo o sistema de filtragem dos rins. Ela fazia 10 horas por dia de hemodiálise.

O sofrimento levou a família a criar uma página de apoio à menina no Facebook.

A professora Cindy viu o apelo e o tipo de dador procurado. Ela era doadora compatível e não pensou duas vezes.  Cindy se inscreveu como possível dadora. 

Durante os exames pré-operatórios a professora descobriu que também sofria de uma doença rara, responsável pelas fortes dores de estômago que muitas vezes sentia: a síndrome congestiva pélvica.

E pasme: uma forma de tratamento passava exatamente pela remoção de um dos rins. 

A cirurgia de transplante acabou se tornando um forma de cura para as duas norte-americanas. 

Cindy acredita que o fato de ter sido colocada na turma de Katelyn, meses atrás, não aconteceu por acaso: "Foi Ele que me pôs ali. É, sem dúvida, intervenção divina". 


Postado no site O Lado Bom do Mundo em 05/06/2014


Os sinos dobram por todos nós, Miruna


miruna

Miguel do Rosário

A carta abaixo, de Miruna Genoíno, é um testemunho lindíssimo sobre solidariedade e sobre o bem que ela pode trazer ao mundo. É um documento de inocência ainda mais emocionante por vir de um espírito tão atormentado, de uma filha que vê o pai sendo massacrado por uma mídia e um Judiciário corrompidos pelos interesses baixos da política. Por um momento, todos fomos Miruna, porque – como no poema de John Donne – nenhum homem é uma ilha.

“Cada homem é uma partícula de um continente, uma parte da terra. Se um torrão desta terra é arrastado para o mar, o continente fica diminuído, como se fosse a casa de teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano”.

Por isso, Miruna, não precisa agradecer. Não pergunte por quem os sinam dobram. Eles não dobram apenas para seu pai, o nobre Genoíno, nem por todos os heróis que lutaram na ditadura e na democracia contra as arbitrariedades. Os sinos dobram por ti, Miruna. Os sinos dobram por todos nós. Essa pequena vitória de sua família, é também nossa.

A VIDA E SUAS ESCOLHAS

Será que eu teria tido coragem de lutar como eles lutaram?

Alcançamos o valor da multa em dez dias de campanha familiar. Essa é uma vitória que tem um significado enorme dentro de nossa incansável luta em busca de verdadeira justiça para José Genoino.

por Miruna Kayano Genoino, especial para Rede Brasil Atual publicado 20/01/2014 

Brasília – Quando eu tinha por volta de 13, 14 anos, comecei a ter consciência de tudo o que meu pai e minha mãe tinham feito na época da ditadura. Abriram mão de família, amigos, conforto, estabilidade e entraram em clandestinidade, fuga, medo, prisão e tortura porque não duvidaram um minuto sobre de que lado estavam: o de quem lutava pela liberdade para todos. Apesar de ser para mim claro o fato de que tinham lutado por algo sem dúvida muito importante, sempre me vinha à mente uma pergunta: será que se eu vivesse naquela época, teria tido coragem de fazer tudo isso? Será que eu teria tido essa força? Será?

Hoje percebo que em alguns momentos da vida não temos escolha quanto a tomar essa ou aquela decisão, quando tudo em que acreditamos está em risco, seja, como naquela época, a liberdade, seja, como agora, a justiça para uma pessoa honesta, como meu amado pai, José Genoino Neto. Ao longo de mais de oito anos de martírio e sofrimento, foram muitas as situações de desespero, de angústia e de muita, muita solidão.

E por isso, quando de repente percebemos pequenos espaços de luz e força que vão se abrindo e se construindo por meio de atitudes generosas de tantas pessoas, o alívio e a emoção são sentimentos que ocupam totalmente tudo aquilo que pensamos e vemos acontecer nessa trilha tão difícil que temos percorrido nos últimos tempos.

Gostaria de mencionar uma grande amiga que no dia 15 de novembro levou meus filhos para passear, dispondo de seu tempo para nos ajudar a lidar com toda a perseguição que estávamos sofrendo na casa sitiada pela mídia. Com seu pequeno gesto, poupou duas crianças de 7 e de 5 anos, de presenciar o momento em que o avô saiu de casa para ser preso injustamente.

Aquele gesto, de dar carinho e acolhimento para meus filhos, quando eu apenas podia ser filha, e não mãe, vai marcar sempre minha vida e meu coração, porque mostra que mesmo em meio a tanta desgraça, sempre existe o lado da humanidade pura, bondosa, generosa, e capaz de acolher, verdadeiramente.

Esse gesto pequeno, individual, pode ser comparado ao que estamos vivendo agora, com a multa imposta a meu pai em decorrência de sua condenação injusta. No primeiro momento de desespero, pelo valor solicitado, tão enormemente distante de nossas possibilidades, já surgia um primeiro site que se dispôs a unir muita gente e assim iniciar uma primeira arrecadação para meu pai. E ainda que aquele site não tenha seguido em frente por questões técnicas, acredito profundamente que foi uma ação que nos deu força para prepararmos o segundo site que possibilitou a arrecadação do valor total da multa.

Foram muitas doações, muitas. Pessoas que dedicaram parte de seu tempo para enviar a nós R$ 10, R$ 20, R$ 50, R$ 100 reais, às vezes mais, R$ 1.000, R$ 5.000… e mensagens, muitas mensagens, de carinho e solidariedade.

Aposentados, desempregados, professores, advogados, secretárias, jornalistas, dentistas, bordadeiras, gente, muita gente, que quis de alguma maneira, mostrar que estão conosco, que sabem que apenas assim poderíamos pagar esta enorme multa, porque José Genoino nunca acumulou riqueza material, nunca, ainda que alguns tenham tido coragem de condená-lo por corrupção. Sua riqueza é apenas de ideias, de sonhos, de esperança, de verdade e de justiça – que um dia, de alguma forma, acreditamos que chegará.

Essa campanha foi criada pela mulher e pelos filhos de José Genoino. Nós mesmos elaboramos e escrevemos cada uma das palavras que aparecem no site. Nós mesmos mandamos os e-mails a amigos e familiares contando sobre o início desse pedido de ajuda. Nós mesmos fomos em busca de tentar compreender e organizar toda a burocracia necessária para que tal arrecadação desse certo.

E com a ajuda de amigos queridos, que nunca deixaremos de agradecer, fomos lendo os e-mails um a um, cadastrando cada pessoa, respondendo cada mensagem, ainda que, pela forma familiar de ação, esteja acontecendo em uma velocidade nem sempre compreendida por um mundo sempre recheado de grandes grupos administrando eficazmente grandes gestões e situações. Nossa resposta não é automática, mas sim manual, e foi feita por outras tantas pessoas especiais que também dedicaram seu tempo e sua alma, para permitir que a campanha funcionasse.

Alcançamos o valor da multa em dez dias de campanha familiar. Essa é uma vitória que tem um significado enorme dentro de nossa incansável luta em busca de verdadeira justiça para José Genoino. Em nome dele, que está impedido de falar publicamente, precisamos agradecer com toda a intensidade possível a todas essas pessoas que tornaram esse momento de vitória possível.

A você, que contribuiu. A você que divulgou o site. A você que respondeu os emails. A você que nos informou. A você que escreveu honestamente sobre nós. A você que são tantos vocês, nosso agradecimento por não terem tido nenhuma dúvida de que sim, quando chega o momento de dificuldade, vocês são daquele grupo de pessoas que têm coragem de lutar por algo que é verdadeiro e no qual acreditam. De verdade.

Obrigado, sempre.

Miruna Genoino, em nome da família Genoino

Brasília, 19 de janeiro de 2014.

(Observação: Em breve divulgaremos o total arrecadado e as resoluções práticas quanto a possíveis excedentes.)

Nota da Redação: Nos últimos dez dias, Miruna Kayano Genoino, junto com os irmãos Ronan e Mariana, a mãe Rioco Kayano e um grupo de apoiadores, mantiveram uma mobilização para arrecadar recursos e poder pagar dentro do prazo, que expira nesta segunda (20), a multa de R$ 667 mil determinada pelo Supremo Tribunal Federal, como parte da condenação na Ação Penal 470. A defesa do ex-deputado considerou o valor injustificável e passível de contestação. A família, com apoio de amigos e do Partido dos Trabalhadores, conseguiu alcançar no último sábado o valor necessário para cumprir a determinação. O feito tem forte significado político, ao demonstrar o representativo contingente de pessoas que contestam a forma e o conteúdo do julgamento STF. No ano passado, quase 22 mil pessoas haviam assinado a carta de solidariedade intitulada Estamos Aqui, com o mesmo objetivo. E na noite deste domingo Miruna enviou à RBA este artigo-agradecimento.


Postado no blog Tijolaço em 20/01/2014




Ações de graça em 2012



Victoria Soto foi enterrada rodeada de flores e lágrimas, uma professora que, junto com seus colegas, num país onde são desvalorizados, demonizados e acusados de serem culpados de quase tudo, deu sua vida para salvar seus estudantes, os filhos de todos. Não só o fez frente às balas de um louco, mas da loucura de um país inundado de armas e que desde seus mais altos poderes afirma que é legítimo disparar e matar para resolver conflitos e disputas cá e lá no estrangeiro. O artigo é de David Brooks.

Em meio a matanças, furacões, crises fiscais onde políticos escolhidos por ricos debatem que nada devem os mesmo ricos a suas sociedade enquanto passam a conta para os mais vulneráveis, no meio da histeria das ruas decoradas de luzes para que não se veja o obsceno lucro em nome de Cristo, ou seja, no meio de tudo que anula esta luz nestes dias mais obscuros do ano, nos salvam - às vezes literalmente - infinitas ações de graça. 

Jovens do Occupy Wall Street, religiosos, bombeiros, veteranos de guerra, policiais, artistas e músicos continuam aparecendo em zonas devastadas pelo furacão Sandy para ajudar desconhecidos a limpar os escombros, apoiar-los na sua desolação, ressuscitar as vidas quase afogadas pelas águas e ventos. Insistir que suas vozes sejam escutadas pelos políticos, distraídos por desastres inventados como o precipício fiscal. 

Enquanto isto, em outra esquina, num povoado de Connecticut não tão longe destas cenas já se concluiram os ritos fúnebres das vinte crianças e seis adultos assassinados por armas obtidas ilegalmente. Victoria Soto foi enterrada rodeada de flores e lágrimas, uma professora que, junto com seus colegas, num país onde são desvalorizados, demonizados e acusados de serem culpados de quase tudo, deu sua vida para salvar seus estudantes, os filhos de todos. Não só o fez frente às balas de um louco, mas da loucura de um país inundado de armas e que desde seus mais altos poderes afirma que é legítimo disparar e matar para resolver conflitos e disputas cá e lá no estrangeiro. 

Minha irmã deu sua vida para salvar seus estudantes, e se isto não é força e heroísmo real não sei o que é, disse Carlee no funeral, ao qual assistiu Paul Simon e que cantou “Sounds of Silence”, a canção favorita de Soto. 

O ato de Soto não é um ato isolado. Todos os dias, professores se dedicam a duas coisas que de certa maneira são somente uma: a tarefa humana mais nobre de compartilhar luz e o resgate das vidas. Se não fosse por esta escola, eu estaria morto, comentou um estudante latino para Sarah, professora e agora assessora de escolas públicas em Nova Iorque. Não era a primeira vez que havia escutado isto: vários jovens nascidos com um futuro anulado e descartado, debaixo de suspeita permanente por serem jovens e negros ou latinos, ou só por serem pobres, o disseram de várias maneiras ao passar dos anos.

Milhões de estudantes, todos anônimos (alguns depois se tornam famosos) são resgatados todos os dias por professores aqui e em todo o mundo. 

Os professores se dedicam ao exercício humano mais nobre: passar o fogo de Prometeu, a maçã de Eva, a consciência e sabedoria humana coletiva e acumulada à próxima geração. Obviamente não o fazem por remuneração, por fama, nem por ambição (essa profissão é inútil para tudo isto), mas sim por ser o trabalho essencial da civilização. Mas ao estar entre o universal e o particular, entre a totalidade e o estudante, também são às vezes os que com um conselho, com um abraço, um poema ou com seus corpos salvam a outro ser humano. Nada disto está nos exames padronizados, não há qualificações para registrá-lo, um empresário da educação que saiba, ou possa, gerar instruções para tudo isto.

Acaba de passar por aqui talvez uma das expressões supremas da educação no mundo: a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, coroa do Sistema Nacional de Orquestras Infanto-juvenis da Venezuela. Centenas de milhares, já têm que ser milhões, de jovens anônimos, quasi todos de bairros populares, de repente são resgatados pela música clássica universal, para, por sua vez, resgatar-nos a todos através de sua luz sonora.

Enquanto isto, numa esquina de Nova Iorque, Leo, que trabalha em assuntos de segurança nas escolas públicas (teve uma semana intensa depois do ocorrido em Connecticut) sai para comer algo em uma das milhares pizzarias comuns nesta cidade. Alí lhe oferecem um combo econômico: um pedaço de pizza e um suco por só US$2,75. Leo vê que traz 8 dólares e decide que, como tem dinheiro suficiente, vai pagar para outros dois. Verdade?, pergunta o outro cliente, Leo diz que sim e o deseja um feliz Natal. Faz o mesmo com o seguinte, que já tinha sua nota de 5 dólares para pagar, e este lhe agradece lhe entregando a nota, dizendo-lhe que o use com os seguintes; um dos próximos tinha uma nota de 10 para o seu pedido, aceita o presente de Leo, e entrega a nota para convidar os próximos. E todos estes também aceitaram o presente, mas deram mais notas,para o mesmo, para presentear os próximos. Leo ficou mais de meia hora assim, um atrás do outro, para finalmente acabar com a fila da generosidade.

No metro e nas ruas aqui, todos os dias se oferecem presentes, alguns resgatam do esquecimento, outros são para esquecer o que não é belo. Dois músicos, um com guitarra, outro com banjo, oferecem melodias das montanhas Appalachia; num vagão um trio de Puebla apresenta a música das montanhas do outro lado da fronteira, um chinês mostra os ecos de suas montanhas num tipo de harpa, enquanto um homem com óculos escuros toca Jimi Hendriz, um pianista toca Beethoven, uma banda de metais marchinhas natalinas mescladas com um pouco de jazz.

Alguns destes são atos heroicos, outros são pequenos ainda que às vezes capacitam, preparam e até convocam a novos feitos magníficos (nunca se sabe). Outros são para compartilhar beleza, para expressar solidariedade, para dançar um pouco, para fazer latir um coração.

São ações de graça que apesar de tudo prometem nova luz.

Tradução: Caio Mello

Postado no blog Carta Maior em 31/12/2012
Trechos grifados por mim