Corte de cabelo 2015





iStock 000038546512 Small Cabelos Cacheados: cortes tendências para 2015













Conservadorismo e preconceito !


Presidenta Dilma é abraçada pelo povo ...






E o Brasil passou a odiar a corrupção...



Governo FHC, o governo mais corrupto da História do Brasil, segundo a própria Veja


Carlos Motta


Ocorre um fenômeno hoje no Brasil.


De repente, assim do nada, todos os agentes que há séculos se valeram, estimularam, se refestelaram, se envolveram até o pescoço, chafurdaram, se lambuzaram, e fizeram da corrupção o seu modo de vida, estão agora frontalmente contra ela, posando de paladinos na luta para exterminá-la da cultura brasileira.

Juízes, delegados, policiais, políticos, empresários em geral e donos de jornais em particular, jornalistas ... um mundo de gente se engajou na moda anticorrupção, e como prêmio tem seu nome estampado nos jornalões, naquelas que antigamente se chamavam de "letras garrafais".

Luzes, câmera, ação! 

O Brasil está sendo passado a limpo, anunciam os neoarautos da moralidade pública!

Não sobrará pedra sobre pedra, diz a presidenta!

Seus opositores, porém, tentam a todo custo mostrar que eles, sim, são os responsáveis por essa tremenda depuração - eles, os homens de bem.

Escândalos são divulgados diariamente, como se houvesse uma máquina construída exatamente para isso - torná-los públicos com a regularidade e precisão de um relógio suíço.

Na verdade, o Brasil afunda na hipocrisia.

Prender corruptos é algo que deveria ter sido feito há muito tempo, desde sempre.

Mas o fato é que desde sempre a corrupção está entranhada na sociedade brasileira, faz parte do dia a dia de todos nós, desde o cidadão comum que tem preguiça ou teme não passar num exame de motorista e acaba comprando uma nova carteira de habilitação, até o empresário que suborna um servidor público para obter alguma facilidade para o seu negócio.

O Brasil sempre foi corrupto - assim como praticamente todos os demais países.

O problema todo é que somente há poucos anos, exatamente quando se iniciou o ciclo dos governos do PT - esses mesmos governos acusados de serem os mais corruptos da história, quiçá até de terem introduzido a execrável prática no país - é que a corrupção começou a ser combatida como deve, por meios institucionais, como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

O que se vê hoje é 90% tentativa de desestabilizar o governo Dilma, demonizar o PT, principalmente, do que uma ação séria contra a corrupção. 

A principal consequência desse espetáculo de hipocrisia que os jornalões apresentam diariamente será paralisar o governo, e, assim, atrasar as medidas econômicas, políticas e sociais necessárias para o desenvolvimento do Brasil.

Mas é claro que é isso mesmo que querem os nossos cruzados pela ética e moralidade...


Postado no blog Crônicas do Motta em 20/11/2014


Resgatando a criança interior



"Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus".

 Mateus 18:3 
Paulo Tavarez


O que fizemos com a nossa criança interior? Onde foi parar aquela alegria de viver? Por que tornei-me um adulto chato, rancoroso, exigente e preocupado? 

A sociedade se orienta pela disciplina, premia com elogios aquela criança comportada, quieta e introvertida enquanto pune a curiosa, alegre, extrovertida e bagunceira, com isso, estimula ações pedagógicas repressoras, voltadas para uma padronização. 

O discurso de seriedade e obediência foi amplamente aceito, transformou-se em um modelo a ser seguido e hoje faz parte do senso comum. Tudo isso por que ninguém quer lidar com a leveza, a descontração e o desprendimento que são tão comuns na infância. 

Quando não estamos atuando de forma coercitiva com nossos filhos, criamos espaços para que eles não nos incomodem, pois raramente nos damos o trabalho de entrar em seus territórios, preferimos esperar que cresçam dentro desse isolamento e não percebemos que isso cria abismos que culminam em conflitos de gerações. 

Ao nos confrontarmos, portanto, com as crianças, queremos agir de forma repressora, impulsionados por esses modelos estabelecidos - os mesmos que nos ensinaram - dessa forma, queremos que se comportem como nós, adultos, e esse é maior equívoco, pois criamos mecanismos que atuam na desconstrução de comportamentos que julgamos inadequados no convívio com eles e o resultado é que desde a mais tenra idade a criança sofre com proibições e freios de toda espécie. 

Todo esse conjunto de procedimentos acabou criando uma sociedade de androides, uniformizada, que vive totalmente dissociada da própria natureza; uma espécie de ser humano que perdeu a completa conexão com a própria alma e vive sob os comandos de um programa que desconhece, cumprindo funções programadas, buscando o seu lugar dentro de um quadro social de controle, consequentemente, grande parte da humanidade vive totalmente inconsciente desta condição de servidão. 

O filósofo Jean Paul Sartre errou ao postular que a existência precede a essência; é exatamente o contrário, nossa essência se perdeu, foi completamente subjugada por um existência escrava de regras e modelos impostos, que nos ajustam de forma perversa aos imperativos do mundo. 

Poucos consideram a possibilidade de entrar no universo infantil e buscar uma interação mais profunda com a realidade enxergada e vivida por eles, poucos julgam relevante o estado de perfeita harmonia com o Todo que expressam, preferem pensar a criança como um estágio de inocência, sem perceberem que ostentam uma inocência (ou ignorância) muito maior do próprio Ser. 

Na verdade, todos nós, em algum momento, fomos violentados por preceitos educacionais, tirados à força de um mundo onde éramos felizes e estávamos descobrindo, de forma natural e gradativa, qual era o nosso papel nesse espetáculo da existência. 

A nota triste, de toda essa história, é que continuamos, como adultos, reproduzindo o mesmo comportamento de nossos pais e mestres, seguindo uma cartilha que teima em não se renovar e com isso a roda-viva permanece dentro da mesma dinâmica distorcida. 

Resgatar o nosso espírito brincalhão, alegre e descomprometido, é algo que passa pela libertação de uma criança interior que vive presa por condicionamentos impostos pela educação. 

Não podemos culpar os pais ou o mundo externo pelo estrago feito em nossa consciência, cada um ofereceu aquilo que acreditava ser o melhor, é preciso capitular, sair da condição de vítima e buscar um novo encontro consigo mesmo. 

É preciso nascer de novo, olhar o mundo sem as complicações criadas pelo medo, deixar de julgar, classificar, separar, agir no automático, não encarar a vida como uma luta, sair desse combate e simplesmente voltar a brincar. 

Jesus nos convida a agirmos como crianças, pois sabe que esse mundo é uma ilusão, deveria ser tratado com um gigantesco playground, pois nada daquilo que podemos conceber como realidade deve ser levado muito a sério. No hinduísmo, existe uma palavra que traduz de forma extraordinária esse conceito: Leela. 

Leela significa brincadeira, representa teatro da existência, simplesmente, porque trata a vida como uma encenação, algo que somos coagidos a participar. 

A vida deveria ser tratada com menos seriedade, nada daquilo que tanto valorizamos é real, trata-se de uma simples experiência, uma ilusão, a realidade está muito além dos fenômenos materiais, a realidade está na essência não na existência. 

A realidade é uma criança que vive a nossa espera, querendo brincar. 



Postado no site Somos Todos Um


Falem do SUS… Turista dá à luz por acaso nos EUA e recebe a conta: R$ 2,4 milhões




Fernando Brito


A classe média deslumbrada, que quer comprar enxoval de bebê nos EUA – como os juízes que reclamam de não poder comprar ternos em Miami – deveria prestar atenção na terrível matéria publicada hoje em O Globo e ver aonde a gula da medicina privada pode chegar.


A turista canadense Jennifer Huculak-Kimmel, grávida, viajou com o marido para passear no Havaí. Prudente, fez um seguro-saúde com a empresa Blue Cross.

Por acaso – e possivelmente por uma infecção urinária contraída durante a gravidez – ocorreu um inesperado estouro de bolsa e ela teve de fazer um parto prematuro.

Até aí, algo infelizmente não muito raro e perigoso para mãe e bebê.

Mas o “original” veio depois, quando recebeu a conta da internação que, como é comum quando o prematuro tem muitos problemas, durou dois meses.

A “notinha” era de “apenas” US$ 950 mil, ou R$ 2,4 milhões.

E, claro, o tal seguro saúde não a cobriu, alegando que não fez seguro para a criança.

Deixando de lado o drama pessoal da mãe e de sua criança, é o caso de perguntar que tipo de sistema de saúde é este?

Mercantilismo total. Extorsão sobre uma criança e uma mãe fragilizados.

É isso o que queremos para o Brasil?

Mesmo para quem pode pagar – e paga, bem caro – por um parto, ainda mais numa situação de emergência, será que podemos deixar que a saúde e a vida das pessoas sejam submetidas a isso?

Claro que uma UTI neonatal é cara, mas chegar-se ao ponto de cobrar R$ 40 mil por diária?

Pesquisem e vejam como a coisa anda por aqui. Não chega a isso, claro, mas não vai ser difícil achar preços de R$ 4 ou 5 mil por dia, sem contar a equipe de médicos…

Um sistema de saúde que chega a isso não é de saúde, mas de completa doença social.

Será que isso não escandaliza os nossos médicos, que sabem que estes valores são subsidiados pelos contribuintes, pois despesas médicas são dedutíveis no Imposto de Renda?

É fácil chamar de escravos os médicos cubanos que vêm trabalhar por salários modestos. Difícil é chamar de mercenários quem faz coisas como estas com um criança recém-nascida, prematura, em sério risco de morte.

Podem achar que são deuses. Mas só podem mesmo ser demônios, os que fazem isso.



Postado no blog Tijolaço em 20/11/2014


Esquilo esperto leva câmara GoPro e ...









Interestelar já tem um lugar garantido nas listas de melhores filmes do ano




Interestelar é possivelmente um daqueles filmes especiais que irão amadurecer bastante após as revisões, e especialmente com o passar do tempo. 

E justamente por isso, desde já, é preciso reforçar que é uma completa perda de tempo entrar em discussões sobre “qual sci-fi é o melhor”, assim como aconteceu no ano passado com o lançamento do badalado Gravidade, de Alfonso Cuáron.

Em Interestelar, o planeta Terra foi vítima de uma praga que atingiu a agricultura e causou fome e miséria ao redor do planeta. A sobrevivência se torna uma luta contra o relógio e não existe esperança do governo solucionar o problema. Prova disso é que as crianças são educadas para acreditarem que o homem nunca pisou na lua e que a NASA é uma fábrica de mentiras tão como Hollywood.

Cooper (McConaughey) é um ex-piloto que mora com seu sogro (John Lithgow) e seus dois filhos, mas tem pesadelos diários que o fazem ter certeza que ainda há algo no mundo para ele fazer. Um senso de urgência o que o cega para as coisas realmente importantes. Sua oportunidade surge num belo dia, e ele se descobre no meio de uma expedição para procurar um novo planeta para assegurar a sobrevivência da humanidade.

Originalmente, o plano era que Steven Spielberg dirigisse o longa-metragem. Tanto que existem muitos detalhes comuns para o universo “Spielbergiano”, como uma relação conflituosa entre pai-filhos (provavelmente, na versão original o conflito era todo entre pai e filho, e não com pai e filha), além do desejo de se encontrar e fazer algo pelo mundo. 

No entanto, Jonathan Nolan e seu irmão reescreveram o projeto após a desistência do Midas da indústria e deram início a um projeto ambicioso sobre questões relacionadas à ciência e fé. Já que citei Gravidade (que realmente se apoia muito na reconquista da fé pela sua protagonista) em Interestelar existe uma motivação constante em desvendar os “fantasmas”, em encontrar as respostas.

Em diversas cenas, Nolan faz questão de nos situar sobre nossa verdadeira importância no universo: diante a grandeza da nossa galáxia, até mesmo uma enorme nave espacial se torna um mosquito. Somos insignificantes e predestinados a sofrer pelas consequências de nossos excessos ou apenas pela nossa incompetência diante as decisões da natureza, do destino, da vida.

Por mais de uma vez, a câmera apresenta uma nave sendo representada praticamente por um pontinho que parece como uma formiguinha passeando num Cebolitos avantajado (no caso, o planeta Saturno). Para todos que costumam dizer que o cinema de Nolan peca pela frieza de seus personagens, eis uma boa resposta: não há motivos para ser diferente. Assim como acontece em Contatos Imediatos de Terceiro Grau, o roteiro apresenta um pai que abandona seus filhos por imaginar que possui uma “missão” maior do que o amor e questões familiares.

A insignificância humana fica ainda mais explícita na melhor parte do filme. Após discutirem sobre as consequências de seguirem determinada rota para investigar um sinal vindo de um planeta aquático, a equipe de cientistas descobre o que é um tsunami de verdade. 

Com um trabalho excepcional da equipe de som e efeitos visuais, essa sequência apresenta um enorme paradoxo: como pode um lugar tão tranquilo ser tão perigoso? A última cena nesse planeta responde a pergunta com o mesmo fato óbvio que o roteiro tenta nos dizer o tempo inteiro: estamos fadados à extinção.

Matthew McConaughey continua aproveitando o melhor momento de sua carreira. Depois do Oscar por Clube de Compras Dallas, uma participação genial em O Lobo de Wall Street, e protagonizar a série True Detective, o ator volta a trabalhar com ficção-científica depois de quase 20 anos do lançamento de Contato. Cooper é um personagem destinado a lidar com suas próprias insatisfações, ainda que isso signifique passar por cima do amor de seus filhos.

Para ele, o importante é se sentir útil. Poder fazer alguma coisa prática para o bem do mundo. McConaughey entende isso muito bem e dá intensidade para Coop nos momentos certos. É o bastante para dizer que temos mais uma atuação inesquecível de um dos atores mais requisitados dos últimos dois anos, e podemos até fazer pensamento positivo para possíveis indicações a prêmios.

Acompanhando o ator temos Anne Hathaway (numa espécie de sósia de Sandra Bullock em Gravidade, inclusive com um corte de cabelo semelhante), Michael Caine (que mesmo se mantendo na sua zona de conforto é capaz de nos emocionar e surpreender), Casey Affleck (apesar do curto tempo em cena, o seu personagem é um dos mais interessantes do filme. O seu olhar de rancor, de medo, de quem está simplesmente puto por ser incapaz de fazer algo pela sua família, é arrepiante), e Jessica Chastain (com leveza e naturalidade, ela é outra que se destaca positivamente nesse elenco. E nem parece se esforçar para isso).

Mais do que criar uma das principais obras cinematográficas de 2014, Christopher Nolan criou um daqueles filmes básicos para se conhecer um gênero.

Sem querer entrar na inevitável zona de comparações e cometer equívocos imperdoáveis classificando em ordem de importância, Interestelar garantiu o seu lugar num hall de obras como 2001, Solaris, Contato, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, dentre outros clássicos indispensáveis da história da ficção-científica.

Ao invés de perdermos tempo erguendo bandeiras e/ou revelando nossos fetiches por determinado diretor, é preferível somar todas essas referências e observar cada uma delas com outro olhar para compreender melhor as homenagens prestadas em Interestelar. 

Recomendo que todos vejam o filme com os olhos de quem está apenas prestes a embarcar numa jornada espacial, e que ao chegar em casa depois dessa viagem, você certamente terá muito o que refletir sobre sua própria vida, suas escolhas e sua família.





Postado no site Diário do Centro do Mundo em 17/11/2014