A nova marcha e a nova farsa




Juremir Machado da Silva


Setores conservadores preparam uma nova Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

O clima anterior ao golpe de 1964 se repete como farsa.

As razões e os atores são os mesmos: medo do comunismo, suposta cubanização do país, combate à corrupção, mídia, parte da classe média manipulada, setores militares e fanáticos de extrema-direita oportunistas e radicais.

Os culpados por esse tipo de radicalização ideológica farsante são lacerdinhas como Lobão, Rodrigo Constantino, Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Merval Pereira, Demétrio Magnoli, Veja, O Globo, o quebrado O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Época e outros veículos menores. A tragédia se repete como comédia. Agora, só faz rir.

Um riso que não deixa de arrepiar.

A principal farsa dos novos golpistas é dizer que nunca houve tanta corrupção como atualmente.

Besteira. Há muita corrupção e ela deve ser combatida duramente. Mas o buraco é noutro lugar.

Corrupção?

É o que a direita sempre diz quando tem um pouco de esquerda no poder. Nesses casos, a direita torna-se honesta e faz crer que nos seus séculos de poder reinaram a transparência, a lisura, a honestidade e os valores republicanos.

O argumento da corrupção é um artifício para dissimular o verdadeiro problema, que é ideológico. A direita não combate a corrupção dos governos petistas, pois encontra o equivalente nos governos tucanos e outros. Combate é a política social de Lula e Dilma. A nova marcha será contra o Bolsa-Família, o ProUni, as cotas, o Minha Casa Minha Vida, as novas liberdades comportamentais, o afrouxamento da cultura repressiva e discriminatória a gays e outras minorias.

Nunca a ideologia esteve tão viva.

As marchas de 1964 voltam como quadros do Pânico na TV.

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A Corrupção na Ditadura Militar

Publicado em 02/12/2012 no blog Falandoverdades

Depois de muitas pesquisas, procura de arquivos, eis que nos deparamos com farto material que mostra a corrupção escancarada na Ditadura Militar que tem em seu círculo até hoje defensores falso moralistas elitizados que falam em nome de minorias ,vamos então abordar o tema.

Moralismo capenga

O combate à corrupção foi palavra de ordem durante a ditadura. Nos porões do regime, porém, a ilegalidade prevaleceu.

Por Heloisa Maria Murgel Starling

Combater a corrupção e derrotar o comunismo: esses eram os principais objetivos que fermentavam os discursos nos quartéis, às vésperas do golpe que derrubou o governo João Goulart, em março de 1964. A noção de corrupção dos militares sempre esteve identificada com uma desonestidade específica: o mau trato do dinheiro público. Reduzia-se a furto. Na perspectiva da caserna, corrupção era resultado dos vícios produzidos por uma vida política de baixa qualidade moral e vinha associada, às vésperas do golpe, ao comportamento viciado dos políticos diretamente vinculados ao regime nacional-desenvolvimentista.

Animado por essa lógica, tão logo iniciou seu governo, o marechal Castello Branco (1964-1967) prometeu dar ampla divulgação às provas de corrupção do regime anterior por meio de um livro branco da corrupção – promessa nunca cumprida, certamente porque seria preciso admitir o envolvimento de militares nos episódios relatados. Desde o início o regime militar fracassou no combate à corrupção, o que se deve em grande parte a uma visão estritamente moral da corrupção.

Essa redução do político ao que ele não é – a moral individual, a alternativa salvacionista – definiu o desastre da estratégia de combate à corrupção do regime militar brasileiro, ao mesmo tempo em que determinou o comportamento público de boa parte de seus principais líderes, preocupados em valorizar ao extremo algo chamado de decência pessoal.

Os resultados da moralidade privada dos generais foram insignificantes para a vida pública do país. O regime militar conviveu tanto com os corruptos, e com sua disposição de fazer parte do governo, quanto com a face mais exibida da corrupção, que compôs a lista dos grandes escândalos de ladroagem da ditadura. Entre muitos outros estão a operação Capemi (Caixa de Pecúlio dos Militares), que ganhou concorrência suspeita para a exploração de madeira no Pará, e os desvios de verba na construção da ponte Rio–Niterói e da Rodovia Transamazônica. Castello Branco descobriu depressa que esconjurar a corrupção era fácil; prender corrupto era outra conversa: “o problema mais grave do Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”.

A declaração de Castello foi feita meses depois de iniciados os trabalhos da Comissão Geral de Investigações. Projetada logo após o golpe, a CGI conduzia os Inquéritos Policiais-Militares que deveriam identificar o envolvimento dos acusados em atividades de subversão da ordem ou de corrupção. Com jurisdição em todo o território nacional, seus processos obedeciam a rito sumário e seus membros eram recrutados entre os oficiais radicais da Marinha e da Aeronáutica que buscavam utilizar a CGI para construir uma base de poder própria e paralela à Presidência da República.

O Ato Institucional n.º 5, editado em 13 de dezembro de 1968, deu início ao período mais violento e repressivo do regime ditatorial brasileiro – e, de quebra, ampliou o alcance dos mecanismos instituídos pelos militares para defender a moralidade pública. Uma nova CGI foi gerada no âmbito do Ministério da Justiça com a tarefa de realizar investigações e abrir inquéritos para fazer cumprir o estabelecido pelo Artigo 8º. do AI-5, em que o presidente da República passava a poder confiscar bens de “todos quantos tenham enriquecido, ilicitamente, no exercício de cargo ou função pública”.

Para agir contra a corrupção e dar conta da moralidade pública, os militares trabalharam tanto com a natureza ditatorial do regime como com a vantagem fornecida pela legislação punitiva. Deu em nada. Desde 1968 até 1978, quando foi extinta pelo general Geisel, a CGI mancou das duas pernas. Seus integrantes alimentaram a arrogante certeza de que podiam impedir qualquer forma de rapinagem do dinheiro público, através da mera intimidação, convocando os cidadãos tidos como larápios potenciais para esclarecimentos.

A CGI atribuiu-se ainda a megalomaníaca tarefa de transformar o combate à corrupção numa rede nacional, atuando ao mesmo tempo como um tribunal administrativo especial e como uma agência de investigação e informação. Acabou submergindo na própria mediocridade, enredada em uma área de atuação muito ampla que incluía investigar, por exemplo, o atraso dos salários das professoras municipais de São José do Mipibu, no Rio Grande do Norte; a compra de adubo superfaturado pela Secretaria de Agricultura de Minas Gerais e as acusações de irregularidades na Federação Baiana de Futebol. Entre 1968 e 1973 os integrantes da comissão produziram cerca de 1.153 processos. Desse conjunto, mil foram arquivados; 58 transformados em propostas de confisco de bens por enriquecimento ilícito, e 41 foram alvo de decreto presidencial.

Mas o fracasso do combate à corrupção não deve ser creditado exclusivamente aos desacertos da Comissão Geral de Investigações ou à recusa de membros da nova ordem política em pagar o preço da moralidade pública. A corrupção não poupou a ditadura militar brasileira porque estava representada na própria natureza desse regime. Estava inscrita em sua estrutura de poder e no princípio de funcionamento de seu governo. Numa ditadura onde a lei degradou em arbítrio e o corpo político foi esvaziado de seu significado público, não cabia regra capaz de impedir a desmedida: havia privilégios, apropriação privada do que seria o bem público, impunidade e excessos.

A corrupção se inscreve na natureza do regime militar também na sua associação com a tortura – o máximo de corrupção de nossa natureza humana. A prática da tortura política não foi fruto das ações incidentais de personalidades desequilibradas, e nessa constatação reside o escândalo e a dor. A existência da tortura não surgiu na história desse regime nem como algo que escapou ao controle, nem como efeito não controlado de uma guerra que se desenrolou apenas nos porões da ditadura, em momentos restritos.

Ao se materializar sob a forma de política de Estado durante a ditadura, em especial entre 1969 e 1977, a tortura se tornou inseparável da corrupção. Uma se sustentava na outra. O regime militar elevou o torturador à condição de intocável: promoções convencionais, gratificações salariais e até recompensa pública foram garantidas aos integrantes do aparelho de repressão política. Caso exemplar: a concessão da Medalha do Pacificador ao delegado Sérgio Paranhos Fleury (1933-1979).

A corrupção garantiu a passagem da tortura quando esta precisou transbordar para outras áreas da atividade pública, de modo a obter cumplicidade e legitimar seus resultados. Para a tortura funcionar é preciso que na máquina judiciária existam aqueles que reconheçam como legais e verossímeis processos absurdos, confissões renegadas, laudos periciais mentirosos. Também é necessário encontrar gente disposta a fraudar autópsias, autos de corpo de delito e a receber presos marcados pela violência física. É preciso, ainda, descobrir empresários dispostos a fornecer dotações extra-orçamentárias para que a máquina de repressão política funcione com maior precisão e eficácia.

A corrupção quebra o princípio da confiança, o elo que permite ao cidadão se associar para interferir na vida de seu país, e ainda degrada o sentido do público. Por conta disso, nas ditaduras, a corrupção tem funcionalidade: serve para garantir a dissipação da vida pública. Nas democracias – e diante da República – seu efeito é outro: serve para dissolver os princípios políticos que sustentam as condições para o exercício da virtude do cidadão. O regime militar brasileiro fracassou no combate à corrupção por uma razão simples – só há um remédio contra a corrupção: mais democracia.



Heloisa Maria Murgel Starling é professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais e co-autora de Corrupção: ensaios e críticas (Editora da UFMG, 2008).

Saiba Mais – Bibliografia:

FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2001.

GASPARI, Elio. Coleção As Ilusões Armadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

RIBEIRO, Renato Janine. A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.


Postado no Blog Juremir Machado da Silva em 17/03/2014


Linda campanha sobre Síndrome de Down e a felicidade



Uma mãe enviou uma carta à CoorDown, uma organização nacional de apoio a pessoas com Síndrome de Down, perguntando como seria a vida de seu filho, que nasceria com a síndrome. A resposta, criada pela agência Saatchi & Saatchi é esse vídeo lindo, que celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down, em 21 de março:



Postado no site O Lado Bom do Mundo em 17/03/2014

Verdadeiro desmonte de um alienado de Oxford







Maquiagem definitiva
















Médicos Sem Fronteiras traz realidade de campos de refugiados para Porto Alegre


Débora Fogliatto
O Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, recebe a partir desta sexta-feira (14) instalações que representam uma realidade muito distante daquela dos frequentadores do parque. A exposição Campo de Refugiados no Coração da Cidade, da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) apresenta tendas de moradia e medicina em tamanho real, com a proposta de aproximar os moradores da cidade dos 45,2 milhões de refugiados e deslocados internos do mundo.
Conflitos violentos, perseguições étnicas e religiosas são os principais motivos que levam pessoas a abandonarem seus lares e procurarem abrigos em campos. Atualmente, o número de refugiados no mundo é de mais de 16 milhões, enquanto os deslocados internos – aqueles que também deixam seus lares, mas ficam dentro do próprio país – chega a quase 29 milhões.
Que situação tão difícil essas pessoas enfrentaram para quererem sair de seus países, abandonar seus lares? É o que se questiona a médica Carolina Batista, diretora da unidade médica de MSF no Brasil, que já esteve em missões em países como Somália, Camarões, Quênia, Síria, Guiné e Bolívia, entre outros: “Eu via aquelas pessoas chegando com os pés em carne viva, após caminharem dias no deserto, quando trabalhei na Somália. E pensava: o que leva pessoas a saírem dos seus lares e passarem por situações como essas?”
A exposição se propõe a buscar entender a realidade dessas pessoas, de forma bastante didática. Ao chegar à mostra, os visitantes recebem um dos quatro cartões em que consta um nome e um parágrafo com a história de uma pessoa. Os mediadores então apresentam os espaços, fazendo o público se imaginar naquelas situações: uma das tendas, por exemplo, fornecida pela organização, é feita de lona, e nela são colocados colchões finos para que as pessoas suportem as baixas temperaturas. É em lugares como esse que moram milhares de refugiados sírios no Líbano, Iraque e Jordânia.
Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Tenda mostra tratamento para desnutrição, com boneca em réplica de balança para bebês | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Seguindo pelo “campo”, os visitantes – que recebem as instruções em grupos  de dez a vinte pessoas – passam por uma latrina e por uma espécie de tanque, no qual água vinda de poços ou caminhões-pipa pode ser armazenada e distribuída em compartimentos de dez ou quinze litros. Em algumas situações, um desses galões é dado para famílias inteiras dividirem durante o dia, tanto para cozinharem quanto para tomarem banho e beberem. Nas tendas seguintes, são descritos os trabalhos de MSF relacionados à triagem de doenças, vacinação, desnutrição e psicologia.
Diretora de MSF no Brasil: “É fundamental que a gente possa ser um pouco porta-voz”
Carolina Batista, diretora da unidade médica de MSF no Brasil, é também uma das pessoas a fornecer explicações sobre a tenda em que são apresentadas as unidades que tratam de crianças com desnutrição. E é exatamente com isso que ela, formada pela Universidade Federal Fluminense, especialista em medicina tropical pela Universidade de Basel, na Suíça, e com mestrado em saúde internacional, mais trabalhou. “Isso não é uma bactéria ou um parasita, é a falta de alimento que faz com que as pessoas cheguem a situações muito graves. E você vê o impacto que tem na vida das delas, às vezes em uma ou duas semanas uma criança que você achava que não podia sobreviver já está sorrindo e brincando”, comenta.
Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Carolina Batista recrutou para MSF em 2007 | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
A realidade que ela vivenciou em Guri’el, na Somália, em 2007, em sua primeira missão, era a de uma população de deslocados internos devastada pela fome, por epidemias e por conflitos civis. “Aquilo me marcou muito porque ali não havia nenhuma estrutura mínima, o único hospital era o de MSF. E isso por outro lado mostrava a importância de MSF estarem lá, porque essas vidas não teriam alternativa, essas mães não têm alternativa de onde levar seus filhos”, afirma. E ela acredita que essa seja também a relevância da existência dessa exposição, que busca informar e conscientizar sobre as realidades dos refugiados. “É importante porque tem como objetivo trazer para perto a realidade de milhões de pessoas que passam por isso. É fundamental que a gente possa ser um pouco porta-voz desses mais de 16 milhões de refugiados no mundo”, diz Carolina.
A organização, que atua em mais de 70 países, não realiza apenas serviços de tratamento de doenças e desnutrição, mas também fornece condições básicas de saneamento, conforme é registrado na exposição. Embora não seja a especialidade de MSF, a instalação de tanques de água e latrinas é fundamental para a saúde das populações em campos de refugiados. “Condições sanitárias são pré-requisitos para se ter uma boa vida e saúde, então também temos que nos envolver nisso. Imagina ter milhares de pessoas juntas, que muitas vezes já estão doentes, imagina se não tivessem acesso à água limpa, isso teria um impacto muito negativo na vida delas”, explica a médica.
Carolina entrou na faculdade de medicina com o objetivo de participar da organização, e atualmente continua indo a cerca de duas missões curtas por ano, mesmo com o cargo administrativo de diretora. Em 2011, quando assumiu a função, passou um mês auxiliando feridos de guerra na Líbia, e no ano passado esteve em Camarões. Agora, ela acompanha a exposição pelas cidades brasileiras por onde passa, mostrando ao público um pouco da realidade que conheceu. “Precisamos lembrar que refugiados não são imigrantes que estão tranquilos em suas casas e decidem ir para países melhores. São pessoas que muitas vezes vão embora sem nenhum pertence. São situações que chamam atenção pela falta de esperança das pessoas, que não tem alternativa além de sair, se deslocar”, destaca.

Foto: Robin Meldrum/MSF
Nashibaba, que vive no Sudão do Sul, é uma das pessoas atendidas por MSF cuja realidade é conhecida na exposição | Foto: Robin Meldrum/MSF
Histórias reais
No final do tour nada glamoroso, os visitantes descobrem que os cartões que receberam no início não são apenas histórias, mas sim descrições das vidas reais de refugiados e deslocados internos. Na manhã de sexta-feira, quando a exposição foi aberta, os monitores julgavam que houve mais visitantes em Porto Alegre do que na estreia em outras cidades brasileiras. Em um grupo de dez pessoas que terminava de ouvir as explicações, todas afirmaram estar tocadas pelo que ouviram, e cerca de metade foram se informar sobre como ajudar a organização, o que é possível ao final da mostra.
A aposentada Maria Euni Borges caminhava pela Redenção, como faz todas as manhãs, quando avistou as instalações e decidiu conferir a exposição. Ela julgou que as explicações foram muito detalhadas e acredita na importância da conscientização. “Eu perguntei o que era e me interesse pela possibilidade de ver como as pessoas vivem, nesses campos. Eu já li sobre isso, sabemos da dificuldade”, conta.
A exposição foi concebida na França e já passou por países como Estados Unidos e Austrália. O Brasil é o primeiro país da América do Sul a receber a mostra, que chega em Porto Alegre, onde fica até o dia 23, após São Paulo e Rio de Janeiro. Nos próximos meses, segue para Curitiba e Belo Horizonte.
 Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Postado no site Sul21 em 16/03/2014

Campos de refugiados pelo mundo 
Djabal

Iraque


Somália

Quênia

Jordânia

15/03/2014 : 20 anos do direito de resposta de Leonel Brizola contra a TV Globo ! E ela continua como sempre foi ...







Ator Sérgio Mamberti homenageia José Dirceu felicitando-o pelo aniversário