Tabaré Vázquez: “Política, filosofia e cultura devem primar sobre a economia”



"Para uns, semear medo traz benefícios eleitorais; para outros, é um bom negócio. O resultado é uma sociedade que esteriliza o espaço público” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Felipe Prestes

A uma plateia de médicos, o colega de profissão e ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez constatou que vivemos em um tempo “fronteiriço”, ainda impossível de ser compreendido, chamado por muitos de pós-modernidade, o qual gera novas patologias, como a sensação de vazios, a obsessão por segurança e por saúde, o consumo massificado e o individualismo exagerado. “Incerteza, insegurança e desproteção deveriam figurar entre as patologias das grandes cidades em nosso tempo. Para uns, semear medo traz benefícios eleitorais; para outros, é um bom negócio. O resultado é uma sociedade que esteriliza o espaço público”, disse em sua participação no 7º Fórum Político da Unimed-RS, nesta sexta-feira (22), no Teatro do Bourbon Contry, em Porto Alegre.
Para Tabaré, neste tempo a reflexão deve predominar sobre questões técnicas. “A política, a filosofia, a cultura devem primar neste tempo. Não podemos nos submeter à economia”. Citando o escritor francês do século XV François Rabelais, complementou: “A ciência sem consciência é a ruína da alma”.
Ele disse ainda que a sociedades devem ser encaradas como seres vivos, que também sofrem patologias. Além disto, considera que o “imobilismo social” e o “apego ao passado” devem ser considerados enfermidades. Por outro lado, Vázquez ressaltou que as utopias já são parte deste passado. “Se algo está claro neste tempo é que as utopias épicas e os relatos heroicos já saíram de moda”.
"Utopias épicas e relatos heroicos já saíram de moda", disse Tabaré Vázquez durante evento em Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sobre o individualismo, o ex-presidente exemplificou mostrando que boa parte dos líderes de maio de 68 esqueceram das velhas ideologias e foram buscar a salvação pessoal por meio da yoga, do tai chi chuan, etc. “Onde ficou a revolução? O homem novo? O socialismo”, questionou.
América do Sul é a região que pior distribui riqueza, diz ex-presidente
Tabaré Vázquez começou sua palestra falando mostrando dados que mostram a situação precária em que ainda vive boa parte dos moradores de grandes cidades no mundo e, em especial, na América Latina. “Nosso subcontinente não é a região mais pobre do mundo, pelo contrário, temos muitas riquezas naturais. Mas somos a que pior distribui entre seus habitantes”, disse.
Ele defendeu o desenvolvimento sustentável, mas, principalmente, que as sociedades se desenvolvam homegeneamente, que todos os cidadãos sejam beneficiados pelo desenvolvimento. “O desenvolvimento sustentável é a única alternativa”, disse. Tabaré afirmou que um dos meios para efetuar a justiça social é a questão tributária, tirando mais de quem tem mais e distribuindo, por meio da seguridade social e de investimentos sociais.
Saúde e educação são eixos principais para melhora da qualidade de vida, argumentou Tabaré Vázquez | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Vázquez defendeu que os dois eixos principais para melhorar a qualidade de vida e dos serviços públicos devem ser saúde e educação. Em seu governo no Uruguai, ele relatou que sistematizou a saúde pública e privada, de modo que se complementem. “A sociedade não acaba no Estado”, afirmou.
No campo da educação, fez defesa veemente do Plan Ceibal, pelo qual o Uruguai deu um computador a cada aluno da escola pública do país e a cada professor. “Quando resolvemos dar um computador para cada criança, apareceram uns fenômenos para criticar”. Vázquez acredita que planos como este são um modo de dar igualdade de condições. “Esta talvez seja uma das melhores formas de distribuir a riqueza”.

Postado no blog Sul21 em 25/06/2012

Das Vantagens de Ser Bobo


por Clarice Lispector


O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." 

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. 

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. 

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. 

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" 

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! 

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. 

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem. 

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! 

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo. 

Postado no blog DoLadoDeLá em 24/06/2012



Tadinhos... É judiaria...




Um casal de idosos estavam à noite no quarto escuro:

- Meu velho, dá pra você abrir a porta que eu estou que não me aguento de calor disse a mulher.
- Minha velha, não vai dar porque eu estou com um frio danado nos pés. Respondeu o marido.
- Vai, meu velho. Se você não abrir a porta eu não vou conseguir dormir e vou te perturbar a noite inteira. Ameaçou a esposa.
Diante das fortes ameaças o homem resolveu fazer alguma coisa.
Ele abriu a porta do guarda roupas e perguntou:
- E agora minha velha? Está melhor?
- Ah! Agora sim!...Agora tá fresquinho! Obrigada! Agradeceu a mulher.


Edilson Rodrigues Silva



O médico atendeu aquele o paciente idoso e muito rico, na verdade ele era uma das maiores fortunas do país. O paciente, sob orientação do aplicado médico, pediu a ele que, no mais absoluto sigilo, ele colocasse nele o melhor aparelho de audição que houvesse no mercado. Imediatamente, o médico entrou em contato com um colega seu que trabalhava em New York, nos Estados Unidos. Esse lhe indicou um aparelho que havia sido projetado e fabricado pela NASA. Era o que havia de mais avançado em tecnologia para surdos.
Depois de um tempo o homem voltou ao médico para fazer o acompanhamento e o médico dele perguntou:

- E aí, Seu Lucas, o senhor está gostando do aparelho? 

- Eu adorei! Ele é maravilhoso. Respondeu afirmativamente o feliz milionário. 

- E a família também gostou? Perguntou o médico.

- Eu não contei para ninguém da minha família e, acho que não vou contar. Está sendo divertido mudar o testamento todo dia. Respondeu o milionário.


Edilson Rodrigues Silva




Um idoso estava de quatro sobre a grama e, desesperadamente ele procurava alguma coisa.
- O senhor está passando bem? Perguntou a mocinha.
- Sim eu estou bem. Eu só estou procurando a minha bala de caramelo.

- Uma bala de caramelo! Não se preocupe eu tenho aqui algumas balas e inclusive tem algumas de caramelos. O senhor pode deixar de procurar.

- Mas essa bala que eu perdi é especial.

- Especial! Ora o que pode ter de tão especial numa bala de caramelo.

- A minha dentadura. 


Edilson Rodrigues Silva


O que se esconde por trás do golpe no Paraguay?






" Paraguay: detrás del retorno de la mafia de Stroessner, la inteligencia norteamericana "   
                                             Jean-Guy Allard no ISLAmía




" É o neocolonialismo, agora faminto pelo controle direto ou indireto das riquezas do século 21: petróleo, terras, água doce, biodiversidade.



Um Paraguai alinhado a Washington, portanto, traz grandes vantagens potenciais a interesses políticos, econômicos, diplomáticos e militares estadunidenses."

                                                                           
                                                                   Luis Carlos Azenha no Viomundo




De fato, ainda falta muito para o povo paraguaio se liberte das garras das classes dominantes. A queda de Lugo pode significar um retrocesso na correção de forças do continente, uma vez que abre espaço para que as forças direitistas voltem assumir o executivo. Mais do que isso, representa uma ruptura no ensaio latinoamericano de dar respostas significativas ao neoliberalismo e a crise capitalista. Que as vontades das urnas sejam respeitadas! Pelo bem da democracia."   
                                             
                                                                  Gustavo Menon no Brasil de Fato






" A ruptura democrática no Paraguai, para nós que com ele dividimos uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo ou uma fronteira por onde trafega intensa relação comercial é ameaçadora porque nos afeta diretamente. Bem como aos demais países da região.

Por o Paraguai ter uma economia minúscula, os EUA poderão despejar dólares em seus cofres de forma a ter como sustentar o regime de força que acaba de ser instalado e que já começa a promover censura – no mesmo dia da deposição de Lugo, o “presidente” biônico do país mandou a tevê estatal censurar as manifestações de apoio ao presidente deposto."

                                                                  Eduardo Guimarães no Cidadania


Sorrir faz bem !


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Charge do Duke




Lanche com photoshop !


McDonald’s assume: maquia lanche nas fotos

Lanche ‘real’ vendido nas lojas versus o sanduíche que aparece no comercial

Por que os lanches do McDonald’s parecem mais apetitosos e maiores nas fotos que estampam as lanchonetes e os comerciais de TV? A diretora de marketing do McDonald’s no Canadá, Hope Bagozzi, postou um vídeo no YouTube, respondendo à pergunta de um internauta.
O vídeo está abaixo, em inglês. Para resumir: o lanche que aparece nos comerciais não é o mesmo vendido em lojas. Usa-se os mesmos ingredientes, mas é montado por um ‘personal stylist’ (sim, isso existe), com hambúrguer, picles, queijo, etc., milimetricamente dispostos para aparecer bem diante das câmeras. “A ideia é mostrar todos os ingredientes.”
Depois de fotos com tratamento de luz especial, o lanche ainda passa por uma rodada de Photoshop “para torná-lo mais apetitoso”, explica ela. Ou seja, além de ser outro lanche, a rede assume: há maquiagem para induzir o consumidor a comprar.
Postado no blog  Aldeia Gaulesa em 20/06/2012

Maconha estatal é coisa de maluco?




Nós, brasileiros, deveríamos ficar quietinhos e apenas ver no que vai dar a proposta de legalização do comércio "regulado e controlado" de maconha anunciada pelo governo do Uruguai.

Nem se trata de ser a favor ou contra a iniciativa do presidente José "Pepe" Mujica. Até porque não temos nada a ver com isso, e nossa opinião pouco importa. Eles são uruguaios, que se entendam.

Dê certo ou dê errado, seremos observadores privilegiados de uma experiência que será necessariamente pedagógica, tanto por seu ineditismo quanto pela urgência em buscarmos alguma solução para a tragédia absoluta que se tornou o tráfico de entorpecentes.

As consequências do modelo americano de combate aos narcotraficantes nós já conhecemos. A linha dura e a guerra sem fim também não dependem de nossa opinião: simplesmente não funcionam.

O Brasil descriminalizou o porte de maconha, assim como diversos outros países. Mas nossa polícia e o judiciário continuam empilhando usuários em nossas prisões.

Muitos saem delas direto para o crime organizado. Nosso modelo, portanto, também não funciona.

O projeto uruguaio, a ser enviado ao Congresso, prevê a criação de estabelecimentos autorizados a vender a droga e cadastrar os consumidores habilitados a comprá-la.

Não se trata de liberar a venda, portanto. A abordagem é basicamente de saúde pública, voltada para dependentes que ainda não foram destruídos pelo crack.

Caso algum oportunista entre nós pretende incluir o Uruguai em seu roteiro de férias por motivos inconfessáveis, só pode estar viajando.

Se maconha estatal é coisa de maluco, veremos. De camarote.

por Marco Antonio Araújo

Postado no blog O Provocador em 21/06/2012
Obs.; Imagem inserida por mim.