Serra deu R$ 34 milhões à Editora Abril





Do portal R7:

Um levantamento feito junto ao Diário Oficial do Estado de São Paulo mostra que o ex-governador José Serra, quando ocupava o cargo, pagou cerca de R$ 34 milhões ao longo de um ano ao Grupo Abril, responsável pela publicação da revista Veja. 

A pesquisa feita pelo jornalista Altamiro Borges em 2010, no jornal Correio do Brasil, revela que o dinheiro era transferido do governo paulista para o grupo por causa da assinaturas de revistas.

Parte do dinheiro foi destinado para a compra de cerca de 25% da tiragem da Nova Escola e injetou alguns milhões nos cofres de Roberto Civita, o empresário que controla a Editora Abril. 

Além disso, na época, o tucano também apresentou proposta curricular que obrigava a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições do Guia do Estudante, outra publicação do grupo. 


Postado no Blog do Miro em 29/04/2012

Aquecimento global: pai da “hipótese Gaia” se retrata de seu alarmismo


Richard Jakubaszko




James Lovelock, pai da “hipótese Gaia”, se retrata de seu alarmismo.

James Lovelock, criador da hipótese ambientalista segundo a qual a Terra formaria um só organismo “vivo” apelidado “Gaia”, admitiu em entrevista à MSNBC que foi “alarmista” a respeito de “mudança climática”.

À guisa de desencargo de consciência, comentou que também outros ambientalistas famosos, como Al Gore, caíram no mesmo erro.

Um dos pais fundadores do ambientalismo hodierno, Lovelock tem esperança de que a suspirada “mudança climática” ainda aconteça, mas lamentou que não virá tão rápido quanto ele anunciava.

Em 2006, em artigo no jornal inglês “The Independent”, Lovelock escreveu que “antes do fim deste século bilhões de homens terão morrido e os poucos casais que sobrevivam ficarão no Ártico, onde o clima ainda será tolerável”.

Agora, em entrevista telefônica com a MSNBC, reconheceu que estava “extrapolando demais”.

Parafraseando os argumentos dos cientistas objetivos, explicou:

– “O problema é que não sabemos o que é que o clima vai fazer. Há 20 anos nós achávamos que sabíamos. Isso nos levou a escrever alguns livros alarmistas – o meu inclusive – porque parecia evidente, porém não aconteceu”.

– “O clima está fazendo suas trapaças habituais. Em verdade, não há muita coisa acontecendo ainda, quando nós deveríamos estar num mundo a meio caminho da fritura”.

– “O mundo não se aqueceu muito desde o milênio. Doze anos é um tempo razoável ... ela [a temperatura] manteve-se praticamente constante, quando deveria ter ido aumentando”. 

Em 2007, a revista “Time” incluiu Lovelock na lista dos 13 líderes e visionários “Heróis do Meio Ambiente”, onde também figuravam Al Gore, Mikhail Gorbachev e Robert Redford.

Interrogado se agora tinha virado um “cético” do aquecimento global, Lovelock respondeu à MSNBC: “Depende do que o Sr. entende por “cético”. Eu não sou um negacionista”.

Ele explicou que ainda acredita que a mudança climática esteja acontecendo, mas que seus efeitos serão sentidos num futuro mais longínquo do que se acreditava. “Teremos o aquecimento global, mas ficou adiado um pouco”, explicou.

“Eu cometi um erro”

Lovelock esclareceu que não se importava em dizer: “Tudo bem, eu cometi um erro”.

Na entrevista, ele insistiu que não tirava uma só palavra de seu livro base “Gaia: um novo olhar dobre a vida na Terra”, publicado em 1979. Mas reconheceu que no livro “A vingança de Gaia”, de 2006, ele tinha ido longe demais falando da Terra superaquecida no fim do século.

– “Eu deveria ter sido um pouco mais cauteloso, porém, teria estragado o livro”, brincou cinicamente.

Militantes ambientalistas só puderam concordar, embora desanimados, com o mea culpa de Lovelock.

Peter Stott, chefe do monitoramento do clima no Met Office Hadley Centre, da Inglaterra, disse que o guru foi alarmista demais prevendo que os homens seriam obrigados a viver no Ártico por causa do “aquecimento global”. Também concordou que o aquecimento dos últimos anos foi menor do que o previsto pelos modelos climáticos.

Keya Chatterjee, diretor internacional de política climática do grupo ambientalista WWF-EUA, disse em comunicado que estava “difícil não se sentir esmagado e ficar derrotista”, e sublinhou que a conversa alarmista não ajuda a convencer as pessoas.

A credibilidade das hipóteses ambientalistas está efetivamente caindo cada vez mais baixo.


Publicado originalmente no blog:


em 29/04/2012.

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO:

Ah! É assim, é? "Errei, me adescurpem". 

E quem vai arrumar essa merreca ambientalista toda, espalhada como lixo pelo planeta inteiro? Quem vai indenizar os prejuízos? Vai ficar por isso mesmo? Dever-se-ia iniciar um novo período de inquisição. Inquisição nesses cabras da peste! Às fogueiras com todos eles! Teremos bastante CO2 para alimentar as lavouras do planeta, e produzir alimentos para todos! 

Alguém aí ainda tem dúvidas?


Postado no blog Richard Jakubaszko em 29/04/2012

Obs.: Acho que devemos cuidar do planeta e mudar nossos hábitos ruins para
termos mais verde, água e ar mais puros e assim melhorar nossa qualidade de
vida, bem como estaremos preservando a natureza e os animais.




Bóris Casoy volta a mostrar seu preconceito latente


Por DiAfonso*

Palavras do Bóris Casoy [transcrição de áudio]:

O fato de as cotas terem sua constitucionalidade avalizada pelo STF não significa que o programa seja correto. Ao contrário, é um erro grave que, a pretexto de compensar crueldades históricas praticadas pelo Brasil escravocatra [sic], acaba incentivando o racismo latente na sociedade brasileira. A questão do acesso à universidade nada tem a ver com cor, raça ou etnia. É uma questão social e econômica, produto do lixo que é o ensino público aqui no Brasil. O que deve determinar ou não a entrada na universidade é, simplesmente, o mérito! [ver vídeo abaixo]

O âncora Bóris Casoy não tem idoneidade para falar de negro, de índio, de racismo, de cotas raciais ou de qualquer tema que esteja relacionado ao respeito pelo outro. Basta lembrar o seu lastimável comportamento no episódio envolvendo honrados trabalhadores. Para quem não se lembra, Bóris teceu comentários humilhantes sobre as sinceras felicitações de Ano Novo, dadas por dois garis [aqui]

Cabe, ainda, ressaltar as contradições na fala do apresentador. Se a questão do acesso à universidade está ligada a fenômenos socioeconômicos e se a educação pública é um lixo [nisso deve-se concordar com ele, não nesses termos], então por qual razão evocar o MÉRITO para o ingresso no ensino superior? Acaso, as "crueldades históricas praticadas pelo Brasil escravocatra [sic]" a que se refere o jornalista não deixaram um rastro de intolerância e preconceito na alma dos que têm a cor branca - a cor das elites?

A partir das contradições de sua palavras, Bóris apenas ratifica um preconceito que ele mesmo traz dentro de si, como ficou claro no caso dos garis.

Quem sabe um dia - quando o Brasil superar os problemas sociais e de exclusão que ainda precisam ser erradicados - não precisemos mais de cotas para negros, índios, pobres ou quem quer que seja?

Quem sabe, também, não precisemos mais de nefastos seres ancorando um telejornal como Bóris Casoy?

Vamos à luta [Como dizia Gonzaguinha]!


Artigo com base na postagem sobre Bóris, no Blog O Cachete, do Cumpadi Giovani de Morais.

*Editor-geral do Terra Brasilis.

Postado no blog Terra Brasilis em 28/04/2012

Vale tudo: a mulher careca e o desrespeito disfarçado de diversão




Não se falou em outra coisa desde ontem, ao menos nas redes sociais: Babi Rossi, a assistente de palco que teve seus cabelos raspados ao vivo em um programa humorístico. Algumas pessoas se divertiram, outras se indignaram, outras se indignaram com a indignação alheia. E, assim se estabeleceu aquele ciclo de opinião que já nos acostumamos a ver. formado e disseminado com argumentos bastante utilizados.


Um deles, simplista e rasteiro, menciona a medonha categoria das: “vagabundas ambiciosas que fazem tudo por dinheiro e mostram o corpo em qualquer lugar”. Também chamadas de “mulheres que não se valorizam”. É por ele – justamente por ser simplista e rasteiro – que começo.
Babi Rossi. Cena do programa "Pânico na Band" do dia 22/04/2012, Rede Bandeirantes.
O incômodo não é exatamente a mulher pelada. Não é a bunda, não são os peitos. Não precisa defender que as pessoas andem abotoadas até o pescoço e cobertas até os dedinhos dos pés e, nem obrigá-las a sair com porções generosas de corpo pra fora. O que incomoda é a pessoa que se “expõe”. Estou pegando ojeriza ao termo porque ele aparece com frequência nos discursos moralistas, do raivoso ao condescendente. Aquele “ai meu bem, você é tão bonita, devia se valorizar mais” ou“essa roupa não está à sua altura”.
A pessoa deixa de ser, aos olhos de seus críticos, corpo para ser carne. Vendida aos pedaços,“os peitos da Fulana”, “as coxas da Beltrana”, “adivinhe de quem é este bumbum”. Como dizem, tanto faz se a assistente de palco tem cabelo ou não, está lá a bunda.
“Foi combinado”, “ela se sujeitou a isso”, todos já tivemos essa conversa antes. A participação da moça no açoug… ops! programa, é expressão da liberdade ou da sujeição a um sistema de valores cretino, que bota preço (baixo, por sinal) em partes do corpo e prega etiquetas, em geral pouco lisonjeiras, todas com prazo de validade baixíssimo?  Se é combinado e a “atração” não topa participar ela vai dar a lugar a outra na fila, que sabemos que anda bem rápido. E ninguém quer perder a vez. Já fiquei em emprego ruim porque precisava dele e, não vamos aqui hierarquizar ou classificar ocupações, porque elas atendem a várias necessidades humanas. Dinheiro, vaidade, aceitação, prestígio, realização pessoal, não vou estabelecer o que vale mais, você vai?
gravura francesa do século XIX, “La Belle Hottentot”
Se a moça concordou, então vale tudo? Vale virar piada, vale comer barata, vale degustar olho de cabra e milkshake de minhoca? Percebam como é antiga essa discussão e como ainda não deixamos de ter sushis eróticos metafóricos nas nossas telas. Ainda somos brindados por cenas grotescas e violentas veiculadas por canais de televisão abertos, concessões públicas. Fica patente então que para essas pessoas, agraciadas com o nada modesto direito de tocar um canal de televisão efaturar com isso, a televisão pública é uma piada e seu público é palhaço.
Se não foi combinado, então o que dizer? “Ela estava lá mesmo, estava sujeita a isso estando no programa”, “ela merece, essas moças são vagabundas loucas pra aparecer”, “o pessoal curte assistir então eles mostram na TV, oras”. Fica difícil, na verdade, defender de forma consistente o “entretenimento” de natureza aviltante, sobretudo esse que já se tornou um clássico dominical: a exposição da mulher como entretenimento “para a família” e quase nunca como a produtora do entretenimento. É disso que se trata, diversão aviltante, porque se não é indigna para a pessoa em frente às câmeras, certamente o é para quem está em frente à tela. As pessoas estão sendo chamadas de imbecis pelos profissionais que ganham (muito) dinheiro para “divertir” a audiência e se preocupam com a mulher pelada na televisão, “olha só que indecente, que pouca vergonha esse bando de vadia sem roupa!”.
Acho significativo que esse tipo de coisa aconteça tendo uma mulher como personagem principal. Outro homem teve seu cabelo raspado no mesmo programa, mas não riu de nervoso. A moça vive da aparência dela e foi tosquiada sob gargalhadas e interjeições como “que horror!”. Diferente da mulher que raspa seu cabelo em casa, voluntariamente, ou da mulher que raspa seus cabelos em função de uma quimioterapia. Sobretudo no segundo caso, essa pessoa não vai ouvir gargalhadas em volta em meio ao barulho da maquininha, não vai ser comparada ao Predador.



Chegue a 1:20 minuto no vídeo e veja se a moça acha graça de verdade. “Ela tem o espírito do programa, é muito corajosa”, repete o apresentador galhofeiro. No momento 2:30 minutos, a moça chora. Assobios, gritos, gargalhadas. A partir de 4:07 minutos, um apresentador raspa a cabeça com ar contrariado, que também pode ser falso, mas as risadas da trupe só recomeçam depois que anunciam que a moça vai se ver no espelho após o intervalo comercial.
Ao longo da História os cabelos raspados têm um simbolismo pouco positivo, de modo geral. Isso se acentua mais ainda quando os cabelos são femininos. Mulheres adúlteras tinham sua cabeça raspada, loucos, doentes e prisioneir@s também, assim como amantes de soldados alemães na Segunda Guerra Mundial.
A cabeça raspada significava a infâmia, o escárnio, a vergonha. Muitas bruxas eram retratadas carecas e as mulheres acusadas desse crime também tinham seus cabelos cortados. Os cabelos são a característica identificadora da pessoa. Raspá-los significa privá-la de parte da sua identidade, nivelar, igualar a outras. Quando o ato não é voluntário, o golpe para a auto-estima pode ser alto. Em ‘O Primo Basílio’, romance de Eça de Queirós, Luísa tem seus longos cabelos raspados em função de uma doença e a cena descreve o sofrimento de Jorge, o marido, a cada tesourada. Quando Luísa acorda do torpor, o diálogo é o seguinte:
— Cortaram-me o cabelo… — murmurou tristemente.
— É para te fazer bem — disse-lhe Jorge, quase tão agonizante como ela. — Cresce logo. Até te vem melhor.
Ela não respondeu; duas lágrimas silenciosas correram-lhe pelos cantos dos olhos.

Anúncio de exibição de Saartjie Baartman, século XVIII.

Saartjie Baartman nasceu em uma aldeia sul-africana, por volta da década de 1780. Órfã, tornou-se escrava de fazendeiros holandeses. Em 1810, viajou para a Inglaterra, depois de ser convencida de que ficaria rica se apresentando às pessoas interessadas em conhecerem-na. Ela foi chamada de “Vênus Hotentote” e mostrada em feiras,freakshows, para uma audiência escandalizada com suas características físicas incomuns naquele contexto: o grande acúmulo de gordura em suas nádegas (uma condição chamada de esteatopigia) e o tamanho de seus pequenos lábios, bastante visíveis, como se fosse um “avental” escondendo a vulva.
Aparentemente ela não permitia que seus órgãos genitais fossem vistos, e utilizava um tecido cobrindo a região, mas a visão de seu corpo evocava um misto de espanto, indignação e aludia a supostas características sexuais. Não era à toa o apelido pelo qual ficou conhecida. Sociedades abolicionistas se manifestaram contra seu aprisionamento e exibição. Alguns argumentos eram que, em meio à proibição da escravidão, ela era considerada uma posse. Outros afirmavam que as exibições degradantes (nas quais ela deveria se movimentar, andar, sentar, levantar conforme lhe fosse solicitado), que ocorriam com seu consentimento, haviam sido obtidas sob coação.
Saartjie foi vendida a um francês e exibida em condições piores na França, pagando uma quantia extra os visitantes podiam tocá-la. Ela foi estudada e retratada por cientistas e pintores. Quando o interesse de visitantes e estudiosos diminuiu, tornou-se alcoólatra e se prostituiu, morrendo em 1815 de pneumonia, varíola ou sífilis. Seu cérebro e seus genitais foram conservados e exibidos (!!!) no Museu do Homem em Paris até 1974. Em 1994, o presidente sul-africano Nelson Mandela, solicitou ao governo francês que os restos mortais de Saartjie fossem repatriados. O pedido foi atendido somente em 2002. Seu nome foi dado a umcentro de apoio a mulheres e crianças vítimas de violência.
O caso de Saartjie tornou-se icônico por resumir a um só tempo a condição da população escrava, dos negros, dos povos colonizados, dos africanos e das mulheres. A Panicat Babi Rossi não é a nova Saartjie. Tem muito mais poder de escolha que a jovem sul-africana jamais teve, mas mais de duzentos anos as separam e o corpo feminino continua sendo alvo de controle, escárnio e condenação.
[+] Meus dois tostões sobre a panicat por Marjorie Rodrigues.
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Agradeço a Triana Ballesta, Liliane Gusmão, Camila Gläser, André Taffarello e Talita R. da Silva pela leitura e pelos comentários do texto. Agradeço também a tod@s debatedor@s da lista pelas observações a respeito do infame caso dos cabelos raspados.

Deh Capella

Sou bibliotecária, mãe, feminista, leitora, musical, curiosa. Baby, we were born to run.




Postado no blog Blogueiras Feministas em 24/04/2012

Luz de outono


Veja as imagens produzidas pelos fotógrafos Fabiano do Amaral e Pedro Revillion nos primeiros dias de outono, em Porto Alegre.

foto: Fabiano Amaral
foto: Fabiano Amaral
foto: Pedro Revillion
foto: Pedro Revillion

Postado no blog Fotocorreio no site Correio do Povo em 10/04/2012

"Tarso Genro elegeu-se governador com os votos dos professores!"


Yeda Crusius impõe sua visão de piso no governo Tarso 

Perco os amigos, mas não perco a coerência.
O acordo do Ministério Público com o governo para o pagamento do piso do magistério é uma derrota da educação e do STF.
Uma derrota da lei.
A lei só perde no Brasil.
Ruralistas mudaram a lei para sair da ilegalidade no Código Florestal.
O piso que o governo pagará ao magistério é o piso defendido por Marisa Abreu e Yeda Crusius, o piso como salário abaixo do qual não pode ganhar, não o piso como básico sobre o qual incidem vantagens.
O PT detonou Marisa e Yeda por causa dessa tese.
O STF derrubou essa tese.
Disse que piso é básico.
O que governo fará agora é que Yeda tentou e não conseguiu: dará um abono para quem ganha abaixa do piso nacional.
E poderá faturar, em ano eleitoral, que está pagando o piso.
Já está em manchete de jornais.
A deputado Manuela D’Ávila já saudou a vitória da educação.
A ideia vai pegar.
Assim: governo do RS passa a pagar o piso.
Por que, então, não dizer que errou ao criticar Yeda e Marisa?
O CPERS continua o mesmo.
Eu continuo o mesmo.
O PT mudou.
Quando?
Ao entrar no governo.
A noção de piso foi invertida.
Aquilo que se criticava em Yeda passou a ser defendido.
Assim caminha a humanidade!

Postado no blog Juremir Machado da Silva no site Correio do Povo em 28/04/2012

Globo sempre esteve na contramão do Brasil




Globo sempre esteve na contramão do Brasil, ao longo da história. Cotas, ProUni, Getúlio, Lula.

Por Antônio Mello, no Blog do Mello

Se a política de cotas nas universidades brasileiras e o ProUni estão levando milhares de jovens brasileiros às universidades, qual a posição da Globo? Confira editorial de ontem publicado no O Globo. Contra, é claro.

É uma tradição da Globo, que eles fazem questão de manter: tudo o que for popular, que leve a uma melhoria na condição de vida especialmente do mais pobre, O Globo é contra.

Rapidamente, só o que me vem à cabeça (quem se lembrar de mais, acrescente, à vontade, porque há muito):

  • Governo Getúlio Vargas – O governo do salário-mínimo, da legislação trabalhista. Povo a favor, Globo contra. Tanto que, após suicídio de Getúlio, carros de O Globo foram atacados.
  • Golpe de 1964 – Golpe foi contra reformas que beneficiariam o povo. Globo a favor do golpe.
  • Diretas Já – Povo nas ruas queria escolher pelo voto o presidente. Globo contra. Chegou a mostrar multidão na Praça da Sé exigindo Diretas Já, como se fosse apenas uma manifestação pelo aniversário de São Paulo.
  • Leonel Brizola – Povo a favor, Globo contra. Chegou a armar o caso Proconsult para tentar impedir a vitória do governador que vinha do exílio. Durante toda a vida de Brizola fez oposição sem tréguas a ele, e foi a causa principal de Brizola não ter conseguido ser presidente do Brasil.
  • CIEPs – O maior programa de educação popular jamais desenvolvido no Brasil. Povo a favor, Globo contra.
  • Governo do presidente Lula – Assim como o governo do presidente Vargas, o povo a favor, uma aprovação de quase 90%, mas O Globo contra.
  • Bolsa Família – Povo a favor, Globo contra.
  • Governo Dilma – o mesmo dos governos Vargas e Lula. Povo a favor, Globo contra.
  • Queda dos juros bancários – Povo a favor, Globo contra.

A Globo sempre foi a favor da remoção das favelas no Rio. Seu atual ideólogo, Ali Kamel, chegou a escrever sobre isso.

Como remover a Rocinha, por exemplo, é impossível, a Globo se rendeu (e por receber verbas milionárias do governo Cabral) ao programa das UPPs. Favelas ocupadas pela polícia (a solução do problema dos pobres é sempre a polícia para eles), com serviços legalizados, o que inclui pagamento de mensalidades da NET e Sky, de que a Globo é sócia, e vários “eventos sociais” (orquestra na favela, show na favela etc), em que a Globo fatura com sua empresa de eventos.

Sem contar que todo o projeto de UPPs é desenhado para a segurança da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016. Depois disso, podem apostar, a Globo volta a defender remoção e “porrada neles”.

Porque as Organizações Globo estão onde sempre estiveram, na contramão do Brasil e do povo brasileiro.

Postado no blog O escrevinhador em 26/04/2012