Policiais expulsam TV Globo !


Acusada de cobertura tendenciosa contra a greve no Rio, TV Globo é obrigada a deixar manifestação sob vaias e xingamentos. Veja o vídeo:




Uma equipe da Rede Globo foi expulsa por policiais de uma manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (12).
A equipe iria fazer a cobertura do evento de policiais militares e bombeiros, que reivindicam por melhores salários e a liberação dos líderes do movimento grevistas que foram presos. 
Repórteres e cinegrafistas saíram de Copacabana sob vaias, gritos de “Fora Globo” e acusados de fazer cobertura tendenciosa, a favor do governo, sobre a greve que acontece no Rio.

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Centenas gritam "vergonha" em Puerta del Sol a maioria da Espanha apoia Garzón





61% da sociedade espanhola acredita que o juiz Baltasar Garzón é vítima de perseguição.

Por Redação de El País [10.02.2012 15h02]


Tradução de Idelber Avelar

Várias centenas de pessoas se convocaram de forma improvisada na Puerta del Sol para protestar contra a expulsão de Baltasar Garzón da carreira judicial. Entre acusações bem duras contra os juízes da Suprema Corte, o grito mais repetido pelos manifestantes foi o de “vergonha”. No protesto, estavam representadas várias associações de vítimas do franquismo. Na verdade, ao estilo das mães da Praça de Maio que davam várias voltas em torno a um monólito todas as quintas-feiras durante a ditadura argentina, vários grupos de pessoas, com cartazes reclamando justiça e fotos de algumas vítimas da repressão franquista, davam voltas à estátua de Carlos III no centro da Puerta del Sol.

A indignação contra os juízes do Supremo foi crescendo na medida em que mais gente ia se concentrando na praça. Os oradores vincularam, a todo momento, o caso das escutas de Gurtel com a investigação da repressão franquista. “Provoca indignação que um juiz que destapa o caso seja, pelo menos até agora, o único condenado por Gurtel. Parece que neste Judiciário os juízes independentes que queiram acabar com a corrupção incomodam”, apontava um dos oradores, membro da Plataforma contra a impunidade.

“Chega de máfia judicial”, gritava o público. “Depuração dos juízes franquistas” ou “fora franquistas do Tribunal Supremo”. “Temos memória, queremos justiça”. Os cartazes levados por muitos dos manifestantes também iam na mesma linha: “Espanha ao revés, corruptos e fascistas julgam o juiz”. “Escondem seus crimes botando Garzón pra fora”.

 61% afirma que Garzón é vítima de perseguição

A condenação a 11 anos de inabilitação ao juiz Baltasar Garzón por parte do Tribunal Supremo não é compartilhada nem compreendida por parte de uma ampla maioria da sociedade espanhola. A decisão do Supremo, que implica a expulsão do magistrado da carreira judicial, não foi recebida como um veredito justo, e sim como a culminação de uma perseguição contra ele. Uma pesquisa de urgência da Metroscopia, realizada nesta quinta-feira para El País, constata que só 36% considera que havia motivos suficientes para julgá-lo, enquanto que 61% afirma que Garzón “está sendo objeto de uma perseguição”.

Ante a sentença que o considera prevaricador por autorizar gravações das conversas na prisão dos indiciados da trama Gurtel com seus advogados, 65% dos pesquisados opina que um juiz deve poder interceptar estas conversas se considera que o que dizem extrapola o estrito direito à defesa. A tese contrária é compartilhada por 30%.

A decisão tomada pelo Supremo é só a primeira das três que recairão sobre o ex-magistrado, processado também porinvestigar os crimes do franquismo e por supostos pagamentos irregulares recebidos por cursos em Nova York. Uma enorme maioria (77%) afirma que não pode ser considerado um delito interrogar judicialmente os crimes cometidos pelo lado franquista na Guerra Civil. Só 18% dos consultados aponta que Garzón deve ser condenado.

Os processos abertos contra o juiz pelas escutas de Gurtel, os crimes franquistas e as supostas cobranças irregulares danificaram muito a opinião dos cidadãos sobre a justiça espanhola em geral – para 65%, ela piorou – e sobre o Supremo em particular – 62% tem agora uma opinião pior sobre ele.

Postado no Blog Revista Fórum em 10/02/2012

Entenda porque é tão importante ingerir fibras regularmente






No passado, as fibras chegaram a ser “jogadas para escanteio” na hora de formular dietas saudáveis. Justificativa usada na época: elas nem são digeríveis pelas secreções gastrointestinais e o valor nutricional é pouco relevante. Atualmente, a situação é exatamente oposta. As fibras são altamente recomendadas por médicos para a perfeita operação das funções digestivas. 



As fibras presentes nos alimentos vegetais podem existir de duas formas: insolúvel ou solúvel. Embora essas duas frações atuem no nosso organismo de maneira diferente, ambas trazem benefícios à nossa saúde.



A fração insolúvel é encontrada nos cereais (farelos de um modo geral), hortaliças, frutas (especialmente nas cascas) e leguminosas. Este tipo de fibra atua principalmente na parte inferior do nosso intestino (intestino grosso), aumentando o volume fecal e fazendo com que haja a produção de fezes mais macias. Por isso, elas estão relacionadas à prevenção de prisão de ventre e de doenças como diverticulite e câncer de cólon.


Já a fração solúvel é encontrada principalmente em alimentos como a aveia, cevada, frutas cítricas (bagaço), maçã (casca), goiaba e em certas gomas. Este tipo de fibra atua principalmente na parte superior do trato gastrointestinal, mais especificamente no estômago e no intestino delgado, onde ocorre a digestão e absorção dos nutrientes. A ação dessas fibras nesses dois órgãos promove vários efeitos.

Fibra e a prevenção de doenças

Estudos recentes e mais aprofundados chegaram a relacionar a ocorrência de certas enfermidades (doença cardiovascular, câncer de cólon, diabetes...) a dietas pobres em fibras. Além disso, pesquisadores da relação entre os alimentos e a saúde já conhecem bem as propriedades que tornam as fibras fundamentais para normalizar a função gastrointestinal, prevenindo a constipação (intestino preso).

Nas últimas décadas, pesquisadores observaram que regiões onde é comum a dieta baseada em alimentos ricos em fibras (cereais integrais, verduras, frutas e legumes) a incidência de doenças gastrointestinais, como prisão de ventre, diverticulite, diverticulose, hemorroidas e câncer de cólon é bem pequena. Já nos países com intenso avanço tecnológico, onde o consumo de alimentos de origem animal e alimentos refinados supera o consumo daqueles ricos em fibras, o avanço dessas moléstias é cada vez mais frequente.

Especialistas estimam que uma dieta ideal consiste em cerca de 85% de alimentos vegetais e apenas 15% de alimentos de origem animal. Eles acreditam que tal proporção reduziria a incidência de muitas enfermidades comuns em países desenvolvidos. Tal dieta seria inevitavelmente rica em fibra proveniente de grãos integrais e de produtos à base de farelo, frutas, verduras e leguminosas e, obviamente, seria muito mais pobre em gorduras. Este tipo de dieta provocaria uma redução significativa na incidência do câncer e das doenças cardiovasculares que, em conjunto, respondem por cerca de 70 a 80% das mortes prematuras em sociedades desenvolvidas.

Em resumo, os principais benefícios do consumo de fibras são:

Lipídios
- Redução do colesterol total
- Redução do LDL colesterol (mau colesterol)
- Aumento do HDL colesterol (bom colesterol)
- Redução dos triglicerídios

Glicose
- Redução da hiperglicemia (controle do diabetes)
- Aumento da sensibilidade do músculo à insulina

Pressão sanguínea
- Redução da pressão sistólica e diastólica

Controle de peso
- Redução da ingestão de energia e gorduras
- Aumento da sensação de saciedade
- Alguma perda da energia consumida

Problemas intestinais
- Alívio da prisão de ventre
- Prevenção de doenças como diverticulite, câncer de cólon e síndrome do intestino irritado.

Fonte: Saúde Plena


Postado no Blog Vou de Blog

Ato médico aprovado, a vergonha para os médicos éticos



Aprovado na última quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça do Congresso do Senado Federal, o texto do relator Antônio Carlos Valadares estabelece uma hierarquia entre a medicina e as outras profissões da área da saúde, condicionando à autorização do médico o acesso aos serviços de saúde.
Biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, acupunturistas, nutricionistas, fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos, optometristas, terapeutas ocupacionais, biólogos e outros profissionais da saúde não podem mais exercer cargos de chefia e direção em núcleos multidisciplinares de saúde, mas apenas de direção administrativa de serviços. A própria filosofia e prática multidisciplinar, que já vem engatinhando no SUS, em tentativas sempre derrubadas pelas políticas médicas corporativistas, entra num retrocesso sem parâmetros na história.
O Conselho Federal de Medicina, que articula desde 2002 a aprovação do Ato Médico, acredita que a necessidade de regulamentação da profissão é fundamental já que há dois mil anos, quando foi fundada, não existiam outros profissionais de saúde e, assim, todos os diagnósticos e prevenções estavam sob controle dos médicos. Os primeiros textos do Ato Médico reivindicavam que a aplicação de simples injeções fosse exclusividade dos médicos, por exemplo. A regulamentação da profissão é um direito dos médicos, mas as reivindicações estapafúrdias deixam claro que é apenas uma briga de mercado, uma tentativa de bloqueio corporativista contra o crescimento das outras profissões e não a favor da medicina.
O cerco aos profissionais de saúde não-médicos foi longe, e mesmo depois de tantos remendos, ainda apresenta problemas. No artigo 4º da PL aprovada, o diagnóstico nosológico se transforma em exclusividade dos médicos e atrapalha diretamente o exercício de outros profissionais de saúde, como os psicólogos, que agora não podem mais diagnosticar sinais e sintomas das doenças.
Fisioterapeutas que atendem pacientes com problemas respiratórios ficarão literalmente segurando o balcão na mão até a chegada do médico: a “definição da estratégia ventilatória inicial” passa a ser uma exclusividade médica.
As enfermeiras brasileiras continuam de bandeja na mão diante da aprovação do Ato Médico, que propõe um modelo falido de atendimento à saúde, centrado no atendimento clínico, medicamentoso, intervencionista e hospitalocêntrico, ou seja, tudo aquilo que enriquece médicos e corporações privadas de saúde. A prestação de serviços desse modus operandi aos cidadãos é o que temos visto diariamente estampando capas de jornais. Os médicos estão sobrecarregados, há sobra de clientes pobres, a briga é por clientes de alto padrão e os argumentos caem como luva para uma sociedade que foi aculturada à mitomania médica.
Aprovado o Ato Médico e posto em prática, vamos ter falta de médicos no SUS e excesso de médicos em clínicas privadas de fonoaudiologia, fisioterapia, casas de parto, brincando de chefes sabe-se lá com que ideias de poder. A desvalorização dos outros profissionais de saúde, que vieram crescendo na área privada mais rapidamente do que na pública, vai supervalorizar a figura do médico no atendimento público. Um grande golpe em que a classe médica será a única beneficiada.
A competência médica não está em cheque, nunca esteve, os médicos sempre tiveram e sempre terão o seu lugar na sociedade; o choque é entre a visão corporativista, fechada, que não dialoga com a saúde de maneira multidisciplinar e as novas formações, muitas delas nem tão novas, que não vêem a saúde apenas como ausência de doença, mas sob conceitos mais amplos. O que faz falta atualmente nos hospitais públicos é a presença maior de outros profissionais de saúde, eles serviriam para, no mínimo, desafogar as filas, mas obviamente não é invertendo a lógica que se encontrará a solução do caminho do meio.
Os psicólogos e nutricionistas, por exemplo, não estão reivindicando receitar medicamentos, mas defendendo o direito de muitos cidadãos de curarem seus transtornos emocionais sem entupir-se de medicamentos e aumentar as filas das cirurgias desnecessárias. As categorias atingidas não estão reivindicando poder sobre a saúde das pessoas e muito menos sobre suas doenças, seus pesares, mas é exatamente isso que o Ato Médico significa: um maior poder dos médicos, como se já não fosse grande o bastante, sobre nossa saúde e principalmente nossas doenças, quando nos tornamos extremamente vulneráveis.
Tenho conversado com vários amigos médicos e nenhum deles é a favor do Ato Médico, todos eles trabalham em conjunto com outros profissionais de saúde, encaminham pacientes para psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e nenhum deles acha graça da síndrome da sexta-feira à noite, quando os médicos plantonistas recebem nos hospitais pessoas que não têm doença alguma, apenas carência, dor de solidão.
Meus amigos médicos éticos pensam que é preciso melhorar o acesso a outras categorias, ampliar vagas nos hospitais e maternidades para outras categorias e não o contrário. Eles sabem que muitos de seus colegas se chateiam com as carências da sexta-feira à noite e são capazes de receitar remédios para dormir, irresponsavelmente, apenas para não encaminhar a um outro profissional melhor habilitado. De qualquer maneira não há nos hospitais plantonistas de outras áreas e, com a aprovação do Ato Médico, a tendência do quadro não é melhorar.
O momento não é bom para centralizar a saúde ainda mais nas mãos dos médicos. Como temos visto aqui nessa coluna, as parteiras e enfermeiras obstetras têm feito muita falta dentro dos hospitais para diminuir o vergonhoso número de cesarianas no país. O Ato Médico vai contra o desenvolvimento de uma medicina humanizada, que é necessariamente rica em multidisciplinaridade. Por vaidade da corporação e reserva de mercado as mulheres não podem contar com uma assistência digna no trabalho de parto, sendo rotineiramente encaminhadas, com as desculpas mais estapafúrdias e sem base científica, diretamente para a cirurgia de extração de bebês, mais rápida e mais rentável e também mais arriscada para a saúde da dupla mãe-bebê.
Por estudarem demais as tecnologias, os procedimentos, as químicas dos remédios e menos a fisiologia do corpo humano e sua estreita relação com hormônios e sintomas comportamentais, os pediatras são os maiores incentivadores de desmames precoces. A maior parte dos bebês nascidos no Brasil já sai do hospital com uma receita de leite artificial. Não é costume desse profissionais, médicos pediatras, encaminhar as parturientes para os bancos de leite, locais em que elas teriam acesso a informações de qualidade, técnicas de pega, atendimento ou encaminhamento à atenção física e psicológica adequada por outros profissionais de saúde.
O Ato médico é, sem dúvida e em primeiro lugar, uma ação corporativista e de reserva de mercado, mas é também uma dor narcísica, uma impossibilidade emocional da categoria de colocar em prática um relacionamento igualitário com outros pares da saúde e em prol do ser humano, em benefício da vida. O Ato Médico é uma traição ao juramento da profissão, por isso envergonham-se dele todos os médicos éticos.
Cláudia Rodrigues, jornalista, terapeuta reichiana, autora de Bebês de Mamães mais que Perfeitas, 2008. Centauro Editora. Blog: Buenaleche.
Postado no Blog Sul21 em 10/02/2012


O fascismo dos "meninos do Rio"


                        Por Gilson Caroni Filho, no sítio Carta Maior:

O que há em comum entre uma moradora de rua agredida a socos e pontapés no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, por três homens de classe média que a acusam de quebrar o retrovisor do carro e Vítor Suarez da Cunha, jovem estudante brutalmente espancado ao tentar proteger um mendigo que apanhava de cinco delinquentes no bairro Jardim Guanabara, na Ilha do Governador? Ambos foram vítimas de um estrato social que tem como traço ideológico funesto a recusa da cidadania.

Em menos de uma semana, a violência de um segmento incapaz de distinguir o público e o privado, que tem na venalidade uma de suas marcas, que trata a rua como prolongamento da casa e do quintal, desconhece direitos sociais e políticos, menospreza a condição humana dos que não pertencem à sua geografia social, reiterou, em pontos do estado do Rio de Janeiro, o caráter fascista que lhe é inerente.

Para eles, a liberdade se reduz ao ato de escolher entre várias marcas do mesmo produto e a felicidade é o fim de semana em família esvaziando shopping centers, o consumo do Natal e o réveillon em uma boate "superluxo". A protegê-los, vigias, olhos eletrônicos, cães de guarda, grupos de extermínio e a polícia violenta que conhecemos, protetora de “gente de bem”. Quando se lançam em busca das ilusões perdidas, dão início a uma busca feroz, mostrando uma força ideológica assustadora.

Num tempo em que pessoas têm sua condição humana aviltada, morrendo como moscas, fatos como estes não podem, após algum tempo de exposição midiática, provocar, no máximo, bocejos. É preciso deixar de contentarmo-nos em sobreviver, de acreditar que "com a gente não acontece" ou, o que é pior, fazer da vítima o culpado. Recusar a indiferença, persistindo em chamar de acidente uma rotina de mortes e de mutilações, conhecida, anunciada e burocraticamente executada cotidianamente. Nas ruas do Leblon e do Jardim Guanabara, o que aconteceu foi um fato político. E como tal precisa ser combatido.

Como classificar o comportamento dos fascistas de "boa aparência”? Perversão? É pouco. Isto é sordidez, abjeção, cegueira de valores. Mais ainda: é sintoma de uma cultura que faz da sarjeta sua medida moral e que, pouco a pouco, destrói um legado histórico, construído com sacrifício de homens, de povos e de nações. O que está em jogo é a consciência de que a vida é um bem, cuja posse não temos o direito de negar a quem quer que seja. O que estamos esperando? Que a lei da oferta e da procura regule o mercado de massacres e extermínios?

A punição exemplar dos agressores, "gente de boa cepa", é fundamental para que não continuemos a ser uma sociedade moralmente idiotizada. A barbárie não pode continuar satisfazendo o apetite de quem faz do riso cínico a única saída para a impotência e a covardia. Os fascistas têm que saber que já não contam com o "jeitinho brasileiro" de lidar com o direito à vida e a dignidade física e moral de cada um. Do contrário, a certeza da impunidade continuará ampliando a lista de vítimas. Em um país democrático, não se confunde desejo de justiça com direito de vingança.

Vítor Suarez da Cunha, o jovem de 21 anos, que teve 63 pinos implantados no rosto, deu uma magnífica lição de vida, de solidariedade humana. Muitos escreverão sobre sua atitude, mas nenhum texto será capaz de traduzir sua coragem, seu amor ao próximo, sua consciência de cidadania. Ao afirmar que "faria tudo de novo se preciso fosse", torna-se um símbolo de que a luta política não só é possível como conta com bons combatentes.

Postado no Blog do Miro em 10/02/2012

A despedida do trema


Lucas, do K Blog

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio… A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O “dois pontos” disse que  sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C c….. que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I.
Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?
A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, “Kkk” pra cá, “www” pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou “tremendo” de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.

Postado no Blog Viomundo em 08/02/2012

O mundo precisa de mais pessoas como VITOR !



Vitor Não Pensa em Vingança

                   




por Antero Gomes

Assim que acordou da cirurgia de reconstituição facial, realizada no sábado, o estudante Vítor Suarez Araújo —que foi agredido por cinco jovens ao defender um morador de rua na Ilha do Governador, na última sexta-feira —quis logo saber o que havia acontecido com mendigo que ele ajudou a proteger. Sem demonstrar sentimentos de revolta ou raiva, Vítor se recupera da agressão sofrida com otimismo e só pensa em voltar para casa, segundo a mãe do rapaz.


— Meu filho perguntou se o morador de rua estava bem. E não quer saber de vingança ou revanchismo. Ele só quer melhorar logo para poder retomar sua vida — disse, emocionada, a assistente social Regina Suarez, que também busca informações sobre o paradeiro do morador de rua agredido:

— Gostaria que ele recebesse tratamento médico adequado, já que também foi espancado, e que servisse de testemunha no caso. Seria muito importante para nós!
Vítor teve implantadas oito placas de titânio e 63 parafusos na cabeça. Quando questionada sobre seu sentimento em relação aos jovens agressores que quase mataram seu filho, Regina demonstrou não sentir ódio:

— Quero que a justiça seja feita e que este caso não caia no esquecimento, mas não sinto ódio dos agressores.Tenho pena deles, porque são jovens com futuros promissores, mas que estragaram suas vidas.

Postado no Blog DoLadoDeLá em 08/02/2012