Mostrando postagens com marcador superação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador superação. Mostrar todas as postagens

Atleta que derrotou o câncer 5 vezes dá conselhos inspiradores para lidar com coronavírus


Resultado de imagem para joao saci crossfit

Yuri Ferreira

Durante a epidemia de coronavírus e a quarentena, talvez a gente se sinta um pouquinho triste e desmotivado. As notícias não parecem boas e o mundo em pânico não nos anima, e as vezes a gente precisa de um incentivo a mais para conseguir ultrapassar esses momentos sombrios que nos circundam.

O atleta João Carlos Costa, conhecido como João Saci, tem alguns conselhos para nos dar. Ele derrotou 5 vezes o câncer; a primeira quando ainda tinha 17 anos – motivo pelo qual ele perdeu uma perna. Campeão de natação e hoje competidor de Crossfit, Saci tem uma linda história de superação e deu algumas dicas para ultrapassar esses tempos sombrios.


João Saci começou sua carreira como atleta nas piscinas e depois passou para o Crossfit


“Situações de doença e epidemias como essas nos fazem perceber que o que estamos passando agora pode se tornar pequeno diante do sofrimento de outras pessoas e situações. Mesmo quando não estamos motivados, quando estamos a ponto de desistir, a força para vencer qualquer situação pode ser encontrada nos exemplos, no fato de olharmos para o lado e vermos exemplos de pessoas como nós que tiraram força da fraqueza e foram além dos próprios limites”, afirma.
Num intervalo de 15 anos, Saci batalhou cinco vezes contra o câncer. Depois de perder uma perna, ele também perdeu parte de um pulmão. Hoje, ele enxerga que é necessário ter calma e motivação para passar esse período. O atleta paraolímpico recomendou que coloquemos foco na mente e se utilize esse tempo para tocar novos projetos e ter foco em novos propósitos.

“Na época que tive câncer eu evitava ficar pensando nisso o tempo inteiro, evitava pesquisar a respeito da doença, senão ia ficar paranoico com todas as possibilidades do que poderia acontecer, já que as minhas chances de sobrevivência eram realmente mínimas. Fazia coisas para me distrair, como ler livros, jogar vídeo game, ver filmes. E hoje temos uma infinidade de outras opções no nosso celular. Colocar o foco da mente para longe do problema é importante para encontrar forças, seja para vencer o coronavírus, para vencer o câncer ou para vencer qualquer grande problema”, relata.

João, que escreveu o livro ‘Nascido para Vencer – Uma vida de Superações’, acredita que a crise pode nos levar a entender nosso propósito e recomenda a quarentena. Para Saci, é importante se preocupar com o outro e lembrar que, em breve, isso irá passar.

“É belo saber que você está fazendo isso pensando no bem do outro. Melhor afastar neste momento, porque senão o encontro pode não acontecer. Nos momentos de maiores angústias lembre-se do seu propósito que você suportará as dores do momento”, conclui Saci.





Todos nós temos um Coringa dentro da gente a ponto de explodir


Resultado de imagem para coringa



Luciano Cazz

O filme “O Coringa” expõe uma ferida que todos têm na alma. Na verdade joga na nossa cara todas as mazelas escondidas atrás dos sorrisos amarelos e das alegrias forjadas.

Nosso Coringa interno guarda todas as rejeições que sofremos durante a vida. De pais que nos abandonaram ou falharam no amor e proteção e de todos os familiares perversos. Rejeição das tantas paixões que nos desdenharam, dos grupos que nos excluíram e dos momentos em que não fomos escolhidos nem convidados. Nosso Coringa engole a seco todas as humilhações que suportamos dentro de casa ou na rua. Todas as risadas da nossa cara, todo deboche cruel. Ele segura no tranco das dores do bullying, que nada mais é do que pisotear em fraquezas ou defeitos para fazer graça como um patético Joker.
O CORINGA QUE VIVE DENTRO DE VOCÊ TEM NA MEMÓRIA CADA DETALHE DE TODOS OS ABUSOS QUE JÁ SOFREU.
Quando seu corpo foi violado pelo desejo do outro ou por tapas. Tem registrado todos os atentados de uma violência psicológica que não se entende nem se mede, mas que o seu Coringa jamais esquecerá. E, por mais que você acredite que tenha superado, lá no fundo, bem escondido no seu íntimo, ele sofre por todas as traições sofridas, por todas as confianças quebradas e os afetos que tentou dar, mas foram jogados no lixo. Ele guarda dolorosamente a forte sensação de impotência diante das frustrações da vida e até das injustiças sociais e políticas.

Ou talvez nem guarde tão bem assim. E deixe escapar na violência doméstica ou no ardiloso usufruto do poder. Nos vícios e promiscuidades. Na falsidade e nas mentiras. Nos julgamentos equivocados e nos destemperos exagerados. Nos egoísmos do dia a dia, nas corrupções diárias e na falta de empatia que impera em uma sociedade, cujo ego infla com a frustração do próximo. E, assim, não implodimos. Nos pequenos delitos, deixamos escapar um pouco do nosso Coringa, como um balão que a gente libera um pouco de ar para não estourar. Então, a gente pune o outro com maldades e sorridentes boicotes pela inveja que nos causa. Jogamos nele as nossas frustrações e o condenamos a um rótulo que é nosso. Competimos com todo mundo por troféu nenhum, atrás de uma autoafirmação do nosso Coringa, mesmo que em cima da infelicidade de quem a gente estima.

Somos todos palhaços de um mundo de aparências. Que finge ser politicamente correto na bolota redonda e vermelha na ponta do nariz, porque, por trás da maquiagem colorida das nossas personalidades virtuais, somos todos sozinhos em nossos sentimentos verdadeiros e amargos no reconhecimento que não temos e negamos às pessoas quando sofremos pelo sucesso do outro e desejamos, secretamente, mesmo que por um momento, o seu pior.
O SORRISO DO CORINGA DESMASCARA UMA SOCIEDADE QUE DISSIMULA FELICIDADE, ENTRETANTO, VIVE INSATISFEITA, DEPRESSIVA OU ANSIOSA.
Que só quer falar sem saber escutar, receber sem saber dar. Saber mais, ter mais, ser mais mesmo que de mentira. Que sofre ao ajudar o próximo e finge que não vê as qualidades alheias. No momento da virada do filme, o Coringa não se liberta do desespero, aprisiona-se. Ele perde o controle sobre a dor para a loucura da verdade humana. A frieza é uma culpa gigantesca que tomou conta de tudo. Ele não tem contraponto e se perde no “não sentir.” Então, pisar nos outros é afrouxar a corda em volta do próprio pescoço, porque a dor que a gente causa é a mesma que desesperadamente queremos nos livrar. Da mesma forma que o narcisismo é o retorno de uma interpretação extremamente feia que temos de nós mesmos.

Segundo Freud a psique se forma em cima do conflito. Mas se o Coringa dentro da gente é natural e inevitável como fazer para não enlouquecer?

Os instintos não de desfazem. Um dia, de uma forma ou de outra, virão à tona. Então, para não implodir e aliviar seu Coringa, procure subterfúgios sadios. Uma luta, um hobby, a arte ou uma religião. A natureza. Viaje! Faça terapia. Procurar razões para gargalhar de verdade. Diga os nãos que calou, os sins que se acovardou. Ou quem sabe tudo isso junto, mas deixe os outros em paz. Pare de fazer, de quem não tem culpa nenhuma, o seu tapete para esconder por debaixo todas as suas frustrações. Encare-se no seu espelho e foque em esvair-se dos rancores escondidos na sua alma.
PERDOE AQUELES QUE SE DEIXARAM LEVAR POR SUA PRÓPRIA LOUCURA E LHE FIZERAM MAL. MAS, MAIS DO QUE ISSO, PERDOE-SE!
Por não ter se defendido, por sua ingenuidade. Perdoe-se por não ter dito: Não! Por ter baixado a cabeça. Por todas as vezes que chorou em vez de reagir e que alimentou o seu Coringa engolindo sapos. Neste mundo torto, foi a maneira que você encontrou de sobreviver. Mesmo assim, afasta-se de quem lhe subestima, como o Coringa não fez, com sanidade.

E caso se identifique com o monstro, principalmente, no momento em que ele vinga o bullying, não se preocupe nem sinta culpa, é só um pouco da pressão saindo, pois ele está em você, mas você está no controle. E, só assim, aceitando e controlando o seu Coringa interno, que você é um ser pleno.

E quem sabe em um futuro não muito distante, o sistema respeite mais a nossa humanidade e, então, em uma civilização mais evoluída e madura, seremos capazes de conciliar melhor os instintos biológicos com os deveres sociais, com menos recalques e mais respeito à expressão individual, e, por conseguinte, tirar a máscara do palhaço para, finalmente, sermos bons de verdade. Como de fato somos.






3 hábitos tóxicos que nos tornam tremendamente infelizes


Resultado de imagem para a vida não consiste em receber as boas cartas do jogo



Nem sempre as pessoas tóxicas, os maus momentos ou as adversidades nos causam infelicidade. Em muitas ocasiões, mais do que imaginamos, a infelicidade nasce das nossas ações, por meio de hábitos tóxicos que repetimos sem pensar porque se transformaram em parte da nossa rotina. Além disso, em vez de analisá-los e transformá-los, optamos por culpar a sorte enquanto mergulhamos na amargura.

Está claro que ser feliz o tempo todo é impossível. No entanto, é factível manter um certo equilíbrio e bem-estar emocional. Isso é simples quando tudo está bem. O problema surge quando aparecem os obstáculos ou temos que computar um retrocesso, algo que acontece com muita frequência. Por inércia, continuamos mantendo estes hábitos tóxicos, e por definição, quanto mais os executarmos mais difícil será “escapar” deles. Transformaram-se em um círculo vicioso no qual nos sentimos presos.

Não são as dificuldades que nos levam pelo caminho da amargura, e sim os nossos hábitos.

Hábitos tóxicos : ladrões de energia

Muitos de nós nos sentiremos identificados com os hábitos tóxicos que mencionaremos a seguir. É curioso porque fazem parte da nossa vida, sem nos darmos conta do tanto que nos influenciam negativamente. Um destes costumes tão humanos é o de desejar aquilo que não temos. 

Subestimamos aquilo que possuímos, desejamos mais e mais. Perceber que não precisamos de nada mais para sermos felizes é o que evitará que sintamos desgosto e tristeza.

Da mesma forma, ocorre a situação contrária: o estancamento emocional. Uma circunstância na qual não vamos para a frente, mas também não vamos para trás. Ficamos na famosa zona de conforto que nos prende, impedindo-nos de crescer e progredir, avançar e de nos sentirmos realizados. Por que não saímos dela? É por medo? O que nos causa tanta insegurança? Ser sincero consigo mesmo e refletir sobre isso nos permitirá dar um fim a uma situação na qual nos sentimos prisioneiros em nossa própria prisão.

Outro dos hábitos tóxicos que colocamos em prática é o do piloto automático.

Aquele momento das nossas vidas em que não prestamos atenção no presente, não o saboreamos. Avançamos sem nos deter para pensar no que estamos fazendo. É como se caminhássemos por um bosque, sem parar para contemplar a paisagem maravilhosa que se mostra ao nosso redor. Nos afastamos da realidade, não aproveitamos o aqui e agora, e perdemos um grande prazer.

Buscar a aprovação dos demais também é um hábito muito tóxico. Nunca faremos nada porque temos vontade, e sim porque será melhor visto pelos demais.

Também não podemos nos esquecer de algo que muitas vezes deixamos em segundo ou terceiro plano. Estamos nos referindo a nossa alimentação e também ao nosso sono. Comer mal, não manter uma dieta saudável, terá uma clara repercussão negativa em nosso humor: não teremos o nível de energia necessário e contaremos com uma autoestima prejudicada. Da mesma maneira, dormir o suficiente é importante para render no trabalho e para nos sentirmos melhor.

O pior dos hábitos tóxicos : fazer-se de vítima

Deixamos para o final um dos hábitos tóxicos que mais repercutem em nossas relações. Fazer-se de vítima é, para muitas pessoas, um recurso para conseguir atenção, entre outros privilégios. No entanto, este costume leva implícitas muitas outras práticas que fazem com que mergulhemos em uma realidade bastante adversa.

Fazer-nos de vítimas faz com que nos mantenhamos presos a todas as emoções negativas que teríamos que tentar soltar. No entanto, precisamos delas para causar pena e não nos sentirmos responsáveis pelo que está acontecendo conosco. Fechar os olhos, abraçar a negatividade, fará com que tenhamos apenas ira e ressentimento em nossos corações.

Negar a realidade : uma rua sem saída

Relacionado com isso está o terrível hábito de negar a realidade. Quando esta não é a que gostaríamos de observar, simplesmente lhe damos as costas e a negamos. No entanto, fazer isso não evitará que ela esteja presente. Seguirá existindo por mais que não queiramos vê-la, e sem dúvida, nos machucará de forma forte e violenta em um determinado momento.

O hábito de se fazer de vítima costuma estar acompanhado da tendência a culpar os demais. Nós jamais seremos os responsáveis pelo que acontece e, mesmo que este seja o caso, tentaremos fazer com que sejamos vistos como mártires. Por exemplo, se reprovarmos uma matéria na escola nunca seremos os culpados por não termos estudado o suficiente ou por não estarmos concentrados; a culpa foi do professor que fez uma prova muito difícil.

Transformar-nos em vítimas não nos permitirá aprender sobre as experiências passadas para poder enfrentar a vida.

Em conclusão, existem muitos hábitos tóxicos que mantemos em nosso dia a dia e dos quais precisamos nos desprender para nos sentirmos bem. Sem dúvida o último deles – fazer-se de vítima – é o mais complicado de abordar. Não ter a capacidade de ser autocrítico e de aceitar nossos erros impedirá que sejamos conscientes de todos estes costumes que incluímos em nossa rotina e que fazem com que nos sintamos mal com nossas vidas.









Além da força de vontade e do apoio de pessoas maravilhosas, ele chegou lá através das políticas de inclusão social criadas pelo governo do Presidente Lula, o Sistema de Cotas e o Enem. E entrou em uma das muitas Universidades Federais criadas, também, por Lula : Do Pinheirinho, a maior ocupação da América Latina, à universidade



pedro cerqueira
Pedro Cerqueira entrou na UFABC


Em vez dos móveis convencionais, a sala da casa onde Pedro Cerqueira, 20 anos, mora desde o último Natal com os avós abriga um freezer e uma mesa tomada por guloseimas. A pequena mercearia foi improvisada por um motivo inédito na família: juntar dinheiro para o começo da vida universitária do jovem.

Aprovado em quatro universidades públicas, ele escolheu o curso de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, a 110 km de onde reside com a família em São José dos Campos, no interior paulista.

“A gente nem acredita que ele, filho de uma analfabeta e de um caminhoneiro, conseguiu tudo isso”, conta Maria Nunes da Silva, 60 anos, a avó que criou Pedro e a quem ele chama de mãe.

Quando não está no trabalho de faxineira, Maria faz pães para vender na mercearia. Seus clientes são moradores do bairro recém-inaugurado na cidade, o Novo Pinheirinho dos Palmares. As 1.461 casas de 46 m2 construídas numa área remota abrigam parte das famílias retiradas da maior ocupação urbana da América Latina, que ficou conhecida como Pinheirinho.

Foi lá que Pedro chegou aos oito anos e viveu até ser expulso em 2012, aos 16. Ele ainda se emociona quando fala daquela madrugada, quando acordou com helicópteros e bombas de gás lacrimogêneo durante a desocupação, comandada por 2 mil policias militares.

“Foi horrível. Com o tempo, a gente quer esquecer e vai deixando pra lá”, diz sobre as lembranças do Pinheirinho que tentou guardar na memória e numa câmera digital, que nunca mais mexeu.

O caso, que foi chamado de “Massacre do Pinheirinho” por diversas organizações de defesa dos direitos humanos, teve repercussão na imprensa internacional. A Anistia Internacional denunciou a operação por diversas violações, como expulsão forçada, uso da violência e prisões indevidas.

Fome e dinheiro no semáforo

Naquele ano da desocupação, morando em alojamentos e mudando de endereço praticamente a cada mês, Pedro fez de tudo para não abandonar o ensino médio. A preocupação da avó era mantê-lo ocupado. “A gente via muita coisa errada na rua, onde a gente morou. Eu queria que ele fosse um menino bom, que ficasse longe disso”, explica Maria.

Foi assim que ela conseguiu uma vaga num curso técnico gratuito para Pedro. A dedicação do aluno rendeu um contrato de trabalho: por dois anos, ele atuou na Embraer, fabricante de aviões, como parte de um programa para incentivar estudantes.

Ao fim dessa jornada, Pedro ouviu falar, pela primeira vez, sobre universidade pública e seguiu a orientação de buscar um cursinho gratuito. Foi aceito no CASD, mantido por alunos do ITA (Instituto Tecnológico Aeroespacial). Ainda assim, era difícil crer que chegaria mais longe: “Eu acreditava que pobre nunca poderia frequentar uma universidade”, diz Pedro.

Na primeira semana de cursinho, ele quis desistir. Foi então que Ana Esteves, colega de turma, entrou em ação. “Ele tinha muita dificuldade em coisas muito básicas na área de Exatas, eu ficava até chocada, mas fiz de tudo pra ajudar”, conta Ana, que acabou de ser aprovada no curso de Serviço Social na Unesp, depois de dois anos de cursinho.

Estar presente nas aulas já era um desafio para Pedro. Sem dinheiro para pagar a passagem, ele pedia ajuda no semáforo. “Eu ia com a mochila, pintava o nome do cursinho na testa e pedia qualquer contribuição. Não era nada legal… Mas muitos me ouviam e me ajudavam.”

Durante as aulas noturnas, ele lidava ainda com outra adversária: a fome. “Eu percebi que ele estava faltando às aulas. Numa conversa, Pedro me disse que não tinha o que comer em casa, que tinha problemas de moradia e que não sabia se chegaria ao fim do curso”, conta Bárbara Camargo, professora de Redação.

Sensibilizada, ela passou a ajudá-lo financeiramente, além de reforçar o ensino. “Eu jamais vou permitir que um aluno desista de um sonho por causa de uma necessidade biológica, como é a fome”, justifica.

Pedro retribuiu e tirou nota 860 na redação do Enem. A maioria dos participantes conseguiu entre 501 e 600, segundo o Ministério da Educação.

A exceção 

O avô de Pedro, Brasilino Gomes Ferreira, 69 anos, fica pensativo quando indagado sobre o desempenho do neto. Foi ele que construiu o barraco de madeira e lona que abrigou a família nos primeiros anos de Pinheirinho. Em dias de tempestade, a vizinhança toda corria para lá.

“O nosso barraco aguentava a força do vento e da chuva. A gente tinha que segurar o telhado pra não voar, outros seguravam a lona pra não rasgar. Mas sempre aguentou os trancos”, relembra Basílio.

Hoje, os avós sonham em ver o neto formado, trabalhando e ajudando as pessoas. “Ele é muito prestativo”, emenda Maria.

Pedro diz que, por ser negro, de escola pública e de baixa renda, enxergou no sistema de cotas a possibilidade de romper com o ciclo da pobreza, e mudar de vida. “Eu não sei definir as cotas. Não é uma vantagem, nem um benefício, ou mérito. Mas me ajudou bastante, eu senti que eu tinha chance de entrar na universidade se estudasse muito”, detalha.

“Estamos diante de uma exceção”, analisa Paulo Jorge Leitão Adeodato, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco e especialista em mineração de dados na área de educação.

Com base nas informações coletadas pelo Enem, Adeodato está em fase de conclusão de uma pesquisa sobre os fatores determinantes para um bom desempenho no exame. A análise parcial mostra que, em escolas onde a renda média dos pais é acima de R$ 2.500, o fator mais importante para o sucesso é a escolaridade do pai.

“A mãe é uma constante, não importa a escolaridade. Ainda que ela seja analfabeta, ela sempre vai cobrar e apoiar o estudo dos filhos”, afirma Adeodato.

O resultado se encaixa no papel que Pedro atribui à avó. “Ela sempre me educou muito bem. Ela mostrava que não precisava fazer mal nenhum, me ensinava a ser correto, honesto, mais humilde e corajoso.”

Quando teve contato com a Filosofia, Pedro reconheceu os ensinamentos da avó: “A Filosofia faz a gente pensar um pouco. Ela tira a gente da ignorância e leva a gente ter sabedoria. É por aí que eu quero seguir.”



Postado em Diário do Centro do Mundo em 04/03/2017



4 lições que “ Procurando Dory ” pode ensinar : olhar psicológico



perda de memória


Josie Conti


A temática da aceitação do diferente e da inclusão do deficiente sempre é uma constante entre educadores e psicólogos, entretanto, a realidade mostra que a teoria só tem resultados efetivos quando é aplicada de forma multifatorial.

Não basta estimular, é preciso amar. Não basta amar, é preciso acreditar. Não basta acreditar, é preciso realmente aceitar e, só então, os progressos virão no tempo possível.

Assim aconteceu com a peixinha Dory que na animação “Procurando Dory”- (Finding Dory, 2016-Disney•Pixar), dirigida por Andrew Stanton e Angus MacLane, mostra um percurso de reencontro com sua família, consigo mesma, e com o seu valor e potencialidades.


573fee0a1a00008800c293b2


Treze anos após o estrondoso sucesso de “Procurando Nemo” e um ano depois de Marlin encontrar Nemo na lógica da animação anterior, Dory começa a ter pequenos “flashbacks” sobre sua família de origem. A vivência dessas memórias a impede de continuar como está e uma busca por eles é inevitável: ela sente saudades, muitas saudades.

Desta vez, Nemo e Marlin entram como coadjuvantes da história, mas nunca como figuras menos importantes uma vez que eles, apesar das dificuldades, amam e acreditam em Dory.

Então surgem as perguntas, contidas na sinopse original do filme, e que serão respondidas pela nova história: O que ela consegue se lembrar? Quem são seus pais? E onde ela aprendeu a falar Baleiês?

Mas, para além disso, ficam as lições que Dory nos deixa através de suas jornada:

1- Se a limitação é real é preciso entendê-la e falar sobre ela para que as outras pessoas também entendam e possam ajudar

Dory entende que não consegue guardar informações por muito tempo e que, poucos segundos após ouvir algo, já se esquece. A memória recente é responsável pela capacidade de reter, por alguns segundos, um número limitado de informações. São aquelas informações que nós guardamos por alguns segundos apenas para fazer escolhas ou tomar decisões. Para Dory, não conseguir guardar essas informações fazia com que ela se perdesse em caminhos e no fluxo de seus pensamentos o tempo todo.

2- A aceitação é necessária para que se possam encontrar alternativas e se adaptar ao meio

Uma vez que Dory, sua família e amigos, sabem exatamente quais são suas dificuldades, é possível elaborar estratégias para que ela possa ser “ajudada” a se lembrar. A animação deixa claro o quanto o emocional está envolvido na retenção de memórias que não se perdem (memórias de longo prazo) e como alguns estímulos podem desencadear as lembranças.

“Minha mãe gosta de conchas roxas” 

“Siga as conchas e chegará em casa”

Em ambas as frases há associação emocional: a figura amada da mãe é associada às conchas assim como conchas são associadas a “voltar para casa”, caso tenha se perdido.


DORY


3 - Valorizar as habilidades que são mais desenvolvidas em quem sofre de alguma deficiência

Assim como cegos possuem o tato e a audição mais apurado, a animação mostra que Dory desenvolveu uma capacidade de se adaptar às situações de dificuldade. Ela é simpática, ela fala com todos, ela procura ajuda, e, em um momento em que Marlin (pai de Nemo) reflete, depois de ter sido injusto com ela, percebe que ela é ousada e valente, pois ela é capaz de achar formas criativas e loucas de continuar.

Dentro de Dory existe a estrutura de ter sido amada e estimulada em seus potenciais quando pequena. Ela sabe que deve continuar e não desistir nunca.

“Tenho certeza de que você vai se lembrar”

“Você nunca vai se esquecer de nós”


dory-nemo-620360


4 - Saber que nossa família é quem amamos

Dory está com Marlin e Nemo, mas descobre que falta algo e que precisa encontrar sua família. Quando encontra sua família, percebe que não pode viver sem Marlin e Nemo e imediatamente se lembra deles. A família está onde nosso coração está e Dory sabe bem disso. Família é quem amamos e quem nos ama, é quem cuida de nós e com quem nos preocupamos e cuidamos. Família são aqueles que nos ajudam a superar nossas dificuldades e enfrentar o mundo e, com um olhar diferente, seguir.


960


Nota importantes para quem ainda vai assistir:

Prestem muita atenção no curta de alguns minutos que passa antes do filme começar. Ele também fala de superação de dificuldades de um filhote chamado Piper que inicia sua jornada de independência: é belíssimo.


piper-newpiperonbeach_conceptart.pub16.101-h_2016


E não saiam do cinema antes de ver os créditos… tem um extra no final com o “Geraldo”! 

Aproveitem !


Postado em Conti Outra em 02/07/2016










Sem o movimento das mãos, blogueira faz maquiagens incríveis





Blogueira de maquiagens no Youtube com mais de 35 mil fãs, Jordan Bone recebe diariamente uma pergunta "O que há de errado com as suas mãos?". Cansada de explicar a sua história individualmente para os seus fãs, ela decidiu revelá-la com o mundo.

Em um vídeo emocionante, Jordan explica que se tornou tetraplégica há dez anos após sofrer um acidente de carro gravíssimo. Em decorrência de sua deficiência, ela acabou perdendo, também, os movimentos das mãos.

Apaixonada por maquiagem, a blogueira relatou que tinha muita dificuldade de conseguir se produzir no início, mas que, aos poucos, foi começando a descobrir novas maneiras de como fazer sua make. Segundo ela, com o acidente, ela perdeu muito e não gostaria de perder sua identidade também. 

— Minhas mãos não se mexem há dez anos, mas eu me ensinei uma nova maneira de fazer minha própria maquiagem. Então, se algo está atrapalhando seu caminho, talvez isso signifique que você deve tentar um novo caminho. Explore suas opções! O jeito mais óbvio nem sempre é o melhor para você.

Jordan mostrou que é possível alcançar seus objetivos mesmo se existem problemas que pareçam te impedir. Além disso, a blogueira ainda deixou uma baita lição de vida para seus fãs.

— Eu não sei pelo que você está passando agora, mas saiba que todos os dias existe algo pelo que vale a pena viver. Saiba que você vale muito, saiba que você é sensacional. Eu tenho muitos desafios na minha vida e a minha deficiência é apenas um deles, mas sei que a vida vai melhorar e me recompensar.






Postado no Mulher

Superação : jovem sem braços toca piano e guitarra !


Durante um ultrassom, o médico de apontou a Simone que
seu bebê tinha algo que ele não conseguia identificar




Postado em R7 em 27/03/2015


Pessoas com deficiência : felizes ?!



Resultado de imagem para Prefeitura Municipal de Curitiba, lançou a campanha “Somos Felizes”, cujo vídeo (por sinal, incrível!) merece ser visto.~




“Somos iguais, iguais a você. Somos felizes, você pode crer” – assim nos conta uma das campanhas mais bonitas desse final de ano. A “Somos Felizes” vem lembrar os mais distraídos que as pessoas com deficiência são iguais a todas as outras, enfrentam dificuldades como elas e, acima de tudo, merecem o mesmo respeito. Uma mensagem simples, mas sempre fundamental.


Talvez você não saiba, mas, segundo dados da ONU, aproximadamente 15% da população mundial possui algum tipo de deficiência. Apesar disso, nem assim a sociedade parece ter se acostumado a lidar com essa realidade e continua exercendo várias formas de exclusão a quem possui uma deficiência, seja por excesso – se preocupando demais e agindo como se essas pessoas fossem incapazes de fazer qualquer coisa -, ou por falta de respeito, violando direitos fundamentais desses cidadãos. Afinal, quem nunca viu alguém se aproveitando de uma vaga de estacionamento destinada a pessoas com deficiência?

Para levar a sociedade a refletir sobre a forma como encara quem tem algum tipo de deficiência, o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba, lançou a campanha “Somos Felizes”, cujo vídeo (por sinal, incrível!) merece ser visto. A criação leva a assinatura da agência CCZ*WOW.

O dançarino Edy Style é quem conduz o vídeo, mostrando cenários encantadores e convidando o espectador a conhecer um pouco mais do cotidiano das pessoas com deficiência, que, só no Brasil, são mais de 45 milhões.





Postado no site Hypeness 


A vida que você escolheu


vida9


Vicente Carvalho

Só existe uma deficiência: a atitude negativa. Essa é a frase inicial que norteia todo o restante deste brilhante vídeo chamado A vida que você escolheu, escrito e produzido pelo mineiro Renato Cabral, onde mostra em poucos minutos, histórias de superação, de pessoas que enfrentam o próprio limite para viver bem e ser feliz, “porque mais importante que chegar, é a vontade de partir”.

A descrição do vídeo feita por Renato já diz muito do que você vai encontrar: 

“Acredito que cada um quando nasce ganha uma lâmpada mágica e, lá dentro, três milagres geniais: um passado para ser lembrado, um corpo pra viver o presente e sonhos para criar um futuro. Alguns, durante essa jornada, se lembram de retribuir essa graça com algo além de gratidão, um presente de volta, um bem para o universo. Este filme é o meu jeito de dizer obrigado. Este é o presente que deixo ao mundo pela vida que ganhei e pela que escolhi viver.” 

Assista e reflita:




Postado no site Hypeness


Se desejas





Toda melhora parece distante.

Toda superação surge como sendo quase impossível. 

Pediste, porém, o berço terrestre, no exato lugar em que te cabe aprender e reaprender.

Não olvides, por isso, que o domínio da lição não dispensa a vontade.

Recebeste no lar muitos daqueles que te não alimentam a simpatia.

No entanto, se desejas, podes transformar toda aversão em amor, desde que te decidas a ajudá-los com paciência.

Sofres o chefe insano, a crivar-te de inúmeros dissabores.

Contudo, se desejas, podes convertê-lo em amigo, desde que te disponhas a auxiliá-lo sem pretensão.

Padeces dura condição social, renteando o infortúnio.

Todavia, se desejas, podes transfigurar a subalternidade em elevação, desde que te eduques, para que a vida te use em plano mais alto.

Trazes o órgão enfermo, a cercar-te de inibições. Entretanto, se desejas, podes aproveitá-lo, na própria sublimação, em nível superior.

Ainda hoje, é possível encontres sombras enormes...

O obstáculo dos que te não compreendem, a palavra dos que te insultam, o apontamento insensato ou as lágrimas que a prova redentora talvez te venha pedir.

Mas podes usar o silêncio e a oração, clareando o caminho...

Declaras-te sem trabalho, amargando posição desprezível, mas, se desejas, podes ainda agora começar humilde tarefa, conquistando respeito e cooperação.

Acusam-te de erros graves, criando-te impedimentos, mas, se desejas, podes tomar, em bases de humildade e serviço, a atitude necessária à justa renovação.

Sentes-te dominado por esse ou aquele hábito vicioso, que te exila no desapreço, mas, se desejas, podes reaver o próprio equilíbrio, empenhando energia e tempo no suor do trabalho digno.

Afirmas-te na impossibilidade de socorrer os necessitados, mas, se desejas, podes efetuar pequeninos sacrifícios domésticos em favor dos outros, de modo a que tua vida seja uma bênção na vida de teus irmãos.

Para isso, porém, é preciso não esquecer os recursos singelos que tanta gente deixa ao olvido...

O minuto de tolerância.

O esquecimento de toda injúria.

O concurso anônimo.

A bondade que ninguém pede.

O contacto do livro nobre.

A enxada obediente.

A panela esquecida.

O tanque de lavar.

A agulha simples.

A flor da amizade.

O resto de pão.

Queixas-te de necessidade e desencanto, fadiga e discórdia, abandono e solidão, mas, se realmente desejas, tudo pode mudar...


Emmanuel   -  Francisco Cândido Xavier
Reunião pública de 23/11/59
Questão nº 843
Do livro "Religião dos Espíritos"


Cientistas lançam nova colher para pessoas com Parkinson



Um grupo de cientistas da Liftlabs desenvolveu uma colher que ajuda a reduzir em 70% os efeitos dos tremores de portadores de Doença de Parkinson na hora de se alimentarem. 

No vídeo é possível ver a diferença causada pela colher, que tem bateria recarregável, pode ser lavada e é pequena para ser carregada com o portador.



Postado no site O Lado Bom do Mundo em 18/12/2013

4 vídeos que vão te fazer dançar e ver que a vida é maravilhosa !





Veja quatro videos de pessoas que estão batalhando contra o câncer e mesmo assim encontram a alegria de viver! 
E você, já parou pra dançar e celebrar a vida hoje?










Postado no site O Lado Bom do Mundo em 05/12/2013

A inspiração que cria possibilidades : conheça a história de mulheres que com criatividade mostram um novo ângulo para sua deficiência


Resultado de imagem para Cristina Stefens sem as pernas

Muito se fala em moda inclusiva e sabemos muito bem que grandes marcas ignoram completamente as necessidades de consumo das pessoas com deficiência.

Nos últimos anos um grupo pequeno de confecções tem dado uma atenção especial para este nicho de mercado, mas ainda há muito que se trabalhar nesse setor, inclusive o preconceito.

E é nesse ponto que precisamos conhecer pessoas como Aimee Mullins, uma mulher inspiradora que joga fora todas as ideias que você pode ter sobre alguém que possui uma deficiência. 

Aimee nasceu sem os ossos da fíbula e teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho quando ela ainda era um bebê. Ela se dedicou ao atletismo e ficou conhecida por suas conquistas no esporte.

Mas e qual a sua ligação com a moda?




Em 1999 o estilista britânico Alexander Mcqueen a convidou para um desfile em Londres onde ele modelou uma prótese de madeira para ela, imitando uma bota longa. 

Durante o desfile a imprensa nem desconfiou que se tratava de uma prótese. Desde então, Aimee começou a ser perseguida pelos jornalistas, negando todas as entrevistas. 

Só voltou a cedê-las depois da atuação que fez no filme Cremaster Cycle, do Matthew Barney. No longa ela encarna vários personagens, o mais interessante um leopardo. Fez também o alter-ego feminino do Matthew Barney, vestindo botas de vidro, encaixadas na parte do joelho. 

A “cyber-musa”, como alguns dizem, fez presença na Revista People como uma das 50 mulheres mais belas do mundo.

Com uma voz influente na cultura de hoje, ela é regularmente convidada para compartilhar suas ideias em várias empresas e conferências mundiais, como TED e é uma defensora assídua de um novo pensamento sobre próteses.




Diferente de Aimee, a terapeuta ocupacional e pesquisadora clínica, Cristina Stefens teve uma de suas pernas amputada por esmagamento, e atualmente em seu canal do YouTube dá dicas para pessoas que sofreram amputamentos e para familiares. 

E foi através de uma brincadeira feita por um amigo, que ela resolveu construir em um de seus vídeos uma prótese para sua perna feita apenas de peças de Lego! É claro que a prótese não é usável, por questões de segurança. Mas mostra como, que com criatividade, uma deficiência pode ser vista como uma nova possibilidade.






Postado no blog Closet Online em 10/11/2013


Realizar um sonho não tem preço !



Projeto brasileiro coloca crianças deficientes em cenários de seus sonhos

Imagine se você não pudesse estar onde realmente gostaria, se seus sonhos fossem de alguma forma realmente impossíveis. Pensando em mudar este quadro, o fotógrafo João Fábio Matheasi (29 anos) promoveu uma série de fotos digna de aplausos. Tente imaginar como ficaram estas crianças quando realizaram seus sonhos!

Resultado de imagem para João Fábio Matheasi (29 anos


Resultado de imagem para João Fábio Matheasi (29 anos


JoãoMatheasi1


JoãoMatheasi7


JoãoMatheasi11


JoãoMatheasi14



Cia Ballet de Cegos Fernanda Bianchini


A imagem pode conter: 13 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e casamento









Universitária com Down se forma em Biologia: quer se especializar em genética


“Sonhar é preciso. É só acreditar que um dia o sonho se transforma em realidade”.

Washington Araújo

A frase está no convite de formatura de Amanda Amaral Lopes, de 24 anos, a primeira jovem com Síndrome de Down da Bahia a concluir um curso de nível superior.

Superando preconceitos e com o apoio da família, ela venceu mais uma etapa: colou grau nesta quinta-feira (23), em Vitória da Conquista, na Bahia.

E Amanda, que agora é diplomada em Biologia, pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), já faz planos para o futuro.

“O que quero é atuar na área de pesquisa científica, me especializar em genética”. Determinada e bastante focada na sua profissão, a jovem promete alçar voos mais altos.

“Sonho em trabalhar com Zan Mustacchi”, revela, referindo-se a um dos médicos geneticistas mais reconhecidos no Brasil e que atende pacientes com down há mais de 30 anos.

Amanda, a futura bióloga, que também já sofreu e ainda sofre preconceitos, diz que o importante é nunca desistir de seus objetivos.

“Se você ouvir um não, deve sempre seguir em frente”.

É sinal de que outras brilhantes conquistas ainda estão por vir.

Postado no blog Cidadão do Mundo em 24/05/2013

Aluno com deficiência física defende mestrado em Educação





O estudante da UFRGS Cláudio Luciano Dusik defendeu na manhã de hoje, 26, a dissertação “Tecnologia Virtual silábico-alfabético: tecnologia assistiva para pessoas com deficiência”, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Ele é o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.

No mestrado, Cláudio, que é formado em Psicologia e possui conhecimentos em Informática, foi instigado a lapidar um teclado virtual que utilizava.

O software foi então aperfeiçoado e permite agora que pessoas com diferentes limitações possam utilizá-lo, a partir de uma característica de adaptação.

Sob a orientação da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação detalha a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual - e relata cases de cinco usuários. O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitem do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.

Cláudio tem atrofia muscular espinhal (AME), doença genética que causa degeneração dos neurônios motores. Apesar disso, e com apenas o movimento de um dedo, ele utiliza o mouse para digitar e acessar a internet, com autonomia. Atualmente, atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.

O uso da cadeira de rodas não impediu o estudante de levar adiante sua pesquisa. Cursou todas as disciplinas de forma presencial e semipresencial. Nos deslocamentos de Esteio, onde mora, até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse vir à Faculdade de Educação.

A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, que acompanha os esforços e conquistas do filho, estava muito contente com seu pioneirismo. Para ela, ele é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo.

“Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado. É um exemplo para todas as pessoas com deficiência”, comentou Elza.

Ela também lembrou que ao enfrentar as barreiras, Cláudio provocou alterações nas vias públicas, na disponibilização de transportes e na acessibilidade aos locais de estudos.






Postado no Portal UFRGS em 26/03/2013






Olimpíadas 2012: Superação

O reboot de Blade Runner ao vivo no Estádio Olímpico





Por Cassio Zirpoli

Então, o que dizer de Oscar Pistorius? Com apenas onze meses foi submetido a uma cirurgia. Em 1987, o sul-africano teve as duas pernas amputadas na altura dos joelhos.
Havia nascido em Johannesburgo com uma alteração ortopédica raríssima, chamada de hemimelia fibular. Costuma ocorrer uma vez em cada 40 mil nascimentos.
Cresceu, estudou, tornou-se atleta. Com próteses produzidas com fibra de carbono, passou a correr, e muito. Quis competir nos 400 metros rasos na Olimpíada de Beijing, em 2008, mas o pleito foi rejeitado pelo Comitê Olímpico Internacional.
Acredite, o órgão alegou que as próteses poderiam resultar em uma vantagem, devido ao peso. Foi à justiça e ganhou a causa no Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAD). Só não conseguiu a marca mínima para a competição. Medalha de ouro nas Paraolimpíadas.
Esperou e perseverou, como tudo em sua vida. Alcançou a marca para 2012. Neste sábado, estreou na disputa, numa cena desde já antalógica, daquelas de cinema.
Inspirada em uma ficção como Blade Runner. Não por acaso, este é o seu apelido…


Garoto com Síndrome de Down se forma pela 2ª vez: ‘superamos o preconceito’


João Vitor tem 25 anos e relatou diversos casos de preconceito durante os anos de faculdade. Sua mãe contou também que ele já encaminhou alguns currículos para tentar um espaço no mercado de trabalho, embora ainda existam muitas barreiras

joão vitor síndrome down
Derrubando barreiras: a história de João Vitor, portador de Síndrome de Down e bacharel em Educação Física
A secretária Roseli Mancini comemora a segunda formatura do filho, João Vitor, que tem Síndrome de Down. No último sábado (19), ele colou grau no curso de Licenciatura em Educação Física, e em 2009 ele concluiu o bacharelado na mesma área. “Ele nasceu em São Paulo e quando completou dois meses de vida viemos morar em Curitiba. Aí começou nossa caminhada. Sem conhecer nada da cidade, fomos a procura de um tratamento, nos indicaram a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE). Hoje, depois de tanta luta, podemos comemorar e deixar para trás muitos ‘nãos’ e além de tudo, superamos o preconceito”.
João Vitor tem 25 anos e explicou que os preconceitos foram vários e relatou alguns casos. “Eu lembro bem de um caso que ocorreu na primeira faculdade. Estávamos em uma aula de atletismo e eu estava fazendo um movimento errado, e, ao invés da professora me corrigir, ela falou: “deixa ele”. Eu fiquei muito decepcionado e me perguntei porque ela teria agido daquela forma. Também não entendi que tipo de metodologia ela usava. Eu esperava que ela me ajudasse. Bastava ela ter me corrigido”.
Em outro caso relatado pelo jovem, o preconceito, segundo ele, veio de uma das colegas de classe. “Por parte dos colegas eu sempre tive que provar que era eu que fazia os trabalhos e os deveres. E um dia, uma das colegas falou que ela tinha feito o trabalho sozinha, sendo que eu também havia participado. Na verdade (…), ela me deixou tão pra baixo e deprimido que não tive reação na hora. Com isso, eu preferi sempre fazer os trabalhos e deveres sozinho”.
A mãe contou que o filho ficou na APAE até os dois anos e meio. “Quando percebi que lá não havia mais nada a acrescentar na vida do meu filho, tomei a decisão de colocá-lo em uma escola regular. E deu super certo (…), no início fui criticada por muitas pessoas pela minha ousadia, mas hoje posso comemorar o resultado – meu filho já têm duas faculdades”.
Ele passou no vestibular na primeira tentativa e concluiu o Bacharelado em Educação Física na Universidade Tuiuti, em julho de 2009. Em seguida, entrou no curso de licenciatura na mesma área e concluiu no final do ano passado. “Quando chegou o dia da colação de grau, mais uma vez, foi uma emoção sem igual, uma vitória indescritível”, confessou a mãe.
Roseli aconselha os pais que também têm filhos com Síndrome de Down e explica que o princípio de tudo é encarar a situação com normalidade. “Penso que os pais com filhos especiais, em primeiro lugar devem eles próprios não ter preconceitos, pois, muitas vezes, inconscientemente, eles têm, e isto dificulta o relacionamento com o externo. Devem acima de tudo optar por escolas regulares, sem medo do preconceito, pois só do lado de crianças normais, com parâmetros normais, os filhos poderão evoluir”.
“Estou feliz. Meu maior sonho a partir de agora é abrir uma academia voltada para o público com necessidades especiais, como eu, ou dar aula em escolas. Percebo que essas pessoas precisam de incentivo e de boa expressão corporal, coisas que foram essenciais na minha vida até agora. Por isso, quero fazer a diferença e abrir as portas para tentar dar mais qualidade de vida para esse público”, acrescentou João.
Roseli contou também que João Vitor já encaminhou alguns currículos para tentar um espaço no mercado de trabalho, mas afirmou que ele enfrenta barreiras diariamente. “O problema é que ainda existe muito preconceito. Mas não perdemos a esperança, estamos aguardando uma chance”, concluiu.

Postado no blog Pragmatismo Político em 24/05/2012