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Feliz Dia do Professor !



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AOS MESTRES



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Professores e alunos repudiam comentário racista exibido na Globo







Redação Pragmatismo em 15/01/2016

Comunidade acadêmica e alunos e professores de escola pública repudiam comentário racista de Alexandre Garcia, exibido na Globo-DF. 

Jornalista afirmou que os cotistas que entram na Universidade de Brasília (UnB) não possuem méritos e estão lá por "pistolão", muito embora estudos comprovem que os cotistas vêm tendo desempenho melhor do que os não cotistas


Um comentário do jornalista Alexandre Garcia, ex-porta-voz da ditadura militar, num noticiário local da Globo em Brasília provocou imensa revolta entre alunos e professores da rede pública, bem como na comunidade acadêmica.

Garcia afirmou que os alunos cotistas da Universidade de Brasília entrariam pelas costas na universidade pública, sem ter, na sua avaliação, mérito para estudar nas instituições federais de ensino superior. Estariam lá por “pistolão”, segundo disse o jornalista.

No entanto, diversos estudos do Ministério da Educação já comprovam que os alunos cotistas vêm tendo desempenho acadêmico superior ao de não-cotistas.

“Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho, ajuda. A tradução disso é cota. Aí põe lá um monte de gente… só 67%, você viu aí, passaram por mérito. Estão aprendendo como é a vida, a concorrência, sem nenhuma humilhação de receber empurrãozinho. O mérito é a base”, disse o jornalista.

No passado, Garcia já havia causado polêmica, ao dizer que o Brasil não era racista até inventarem a Lei de Cotas (relembre aqui). Ele seguia o raciocínio de Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, que escreveu o livro “Não somos racistas”, para tentar evitar que o Brasil adotasse políticas de ação afirmativa, que existem nos Estados Unidos há mais de 50 anos.

Pela tese de Garcia, atrizes da própria Globo, como Thais Araújo e Sheron Menezzes, só sofreram ataques racistas recentemente porque “inventaram” a Lei de Cotas.

O comentário de Garcia provocou indignação e revolta na professora Flávia Helen, que atua na rede pública do Distrito Federal e prepara alunos para o vestibular.


Confira, abaixo, seu desabafo:






Leia, ainda, o artigo do estudante João Marcelo, que estuda na UnB:

A abominação ética em Alexandre Garcia

João Marcelo

Os comentários de Alexandre Garcia nos telejornais da TV Globo são sempre um festival de impropérios, invariavelmente de cunho elitista. Porém, sua declaração recente em que acusa os alunos ingressos à UnB pelo sistema de cotas de “não possuírem méritos para ingressar na Universidade” revela em sua personalidade um pendor de senhor de escravo, um calejamento próprio de uma classe dominante infecunda e profundamente perversa.

A Lei de Cotas nas universidades completou três anos no ano passado. Fruto da mobilização dos movimentos sociais, logrou colaborar no ingresso de mais de 111 mil alunos negros. Ao contrário do propalado pelos intelectuais da Casa Grande, sua efetivação não precarizou o ensino superior público: segundo dados científicos apurados na avaliação dos 10 anos da implementação do sistema de cotas na UnB, o rendimento dos estudantes cotistas é igual ou superior ao registrado pelos alunos do sistema universal. Outras análises, em dezenas de instituições como Uerj e UFG, coadunam com o diagnóstico.

Os argumentos contrários ao sistema de cotas carregam o signo de uma ideologia que fez com que o País vivesse o colonialismo, a escravidão e a própria ditadura. Está no DNA da classe dominante brasileira buscar impedir à emancipação dos oprimidos, por esses constituírem ameaça ao seu domínio. Para esse fim, ocultam os saqueios e opressões que os povos colonizados foram e são submetidos, ao mesmo tempo em que procuram domesticar o imaginário dos oprimidos a partir de mentiras repetidas à exaustão nos meios de comunicação em massa.

Darcy Ribeiro, fundador da UnB e um dos maiores antropólogos brasileiros, teve ocasião de asseverar que o maior problema do Brasil é sua elite. Segundo ele, as elites brasileiras se apropriam unicamente do poder para usurpar à riqueza nacional, condenando seu povo ao atraso e a penúria (ver O livro dos CIEPS, 1986:98). Por isso, carregamos a inglória posição de terceiro país mais desigual do mundo.

Alexandre Garcia é um conhecido bajulador das hostes oficias. Foi aliado de Ernesto Geisel e porta-voz do ditador João Batista Figueiredo. Foi exonerado após posar seminu numa revista masculina. Apoiou a candidatura de Maluf no Colégio Eleitoral. Foi um dos artífices da cobertura global que favoreceu a ascensão de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. É, pois, co-participe da tragédia social, política, econômica e ideológica da sociedade brasileira.

A TV Globo, que abriga essa triste figura, é a principal aliada de todas as causas abomináveis patrocinadas pela elite contra o povo brasileiro. Sustentou o golpe de 1964, franqueou amplo apoio ao regime militar, deu sustentação aos governos conservadores após a redemocratização. Seu jornalismo sempre perseguiu os movimentos sociais e lideranças populares, cuja expressão mais retumbante foi o herói da pátria Leonel de Moura Brizola.

Quando insulta os alunos da rede pública egressos pelo sistema de cotas, o jornalista vê nisso paternalismo e esmola. É compressível. Quem ascendeu na carreira com favores e migalhas dos plutocratas só pode enxergar nos outros os vícios que carrega. 

Felizmente, o povo brasileiro não permitirá que a direita apátrida coloque suas mãos sujas de sangue em seus direitos mais caros, para a tristeza do jornalista e seus correligionários.


Postado no Pragmatismo Político em 15/01/2016









A primeira ...





Professores


Redação do Momento Espírita


Você recorda o nome de sua primeira professora?

Pois é, quase nunca lembramos. Mas, com certeza, recordamos dos nomes dos nossos professores universitários.

E não é pelo fato da proximidade de nossa formatura. Nós os lembramos pelo cabedal de conhecimentos, pela experiência e segurança, dentro de sua área de atuação.

Nós os recordamos porque partilharam das nossas lutas mais árduas, a fim de conseguirmos o tão ambicionado diploma.

Nós os lembramos porque estiveram conosco nas pesquisas e nas orientações particulares.

Também porque foram, muitas vezes, os que nos conduziram aos nossos primeiros estágios, ensaiando-nos para a carreira profissional.

Alguns nos orientaram em nossas teses e monografias, a fim de alcançarmos as especializações que almejávamos.

Temos razão em recordá-los e com gratidão. Entretanto, de nada adiantaria todo o conhecimento e a experiência deles na universidade, se não tivéssemos chegado até lá.

E somente chegamos até lá porque em nossa infância, alguém de extrema dedicação nos abriu a possibilidade da leitura, desvendando-nos o alfabeto.

Alguém que teve paciência suficiente para nos ensinar a decifrar os códigos da escrita. Que tomou da nossa mão e foi traçando os contornos das vogais e consoantes, a fim de que aprendêssemos a escrever.

Essa criatura foi nossa primeira professora. Enquanto brincávamos ou descansávamos após as horas da escola, ela se debruçava sobre livros à cata de contos e histórias para melhor ilustrar o ensino, no dia seguinte.

Enquanto nós dormíamos, ela estava criando e confeccionando materiais com suas mãos habilidosas. Eram personagens, gravuras, painéis para compor a próxima aula.

Tudo para que o estudo nos parecesse atraente e a escola nos conquistasse.

Crescemos. Hoje, quando lemos com fluência, até em outros idiomas, possivelmente nem nos recordamos das dificuldades dos primeiros momentos.

Após tantas conquistas e tantos anos passados, é bom nos lembrarmos da nossa primeira professora, aquela que descobriu a terra propícia da nossa riqueza interior e a despertou.

Aquela que nos ensinou os sons precisos das letras e como uni-las, a fim de formar palavras. Aquela que nos forneceu as noções básicas das operações aritméticas, a fim de que pudéssemos entender as noções de quantidade, pesos, medidas.

Se você tem hoje filho na escola e se emociona quando ele chega em casa, cantando uma pequena canção ou contando uma história, lembre: há uma criatura muito especial que se dedica de forma muito particular a ensinar-lhe muitas coisas, todos os dias.

Por isso, da próxima vez que seu filho olhar para uma placa ou painel de propaganda, em plena rua e começar a soletrar, tentando unir as letras para formar palavras e você o olhar com orgulho, não deixe de lembrar do tesouro precioso que é a escola.

Mais do que isso, não esqueça de agradecer, de vez em quando, à professora, por essas pequenas grandes conquistas do seu filho.



Quanto vale um professor?



Nara Rúbia Ribeiro

Na era do culto às celebridades, do elogio à desinteligência, da ânsia pelo fútil, do aplauso ao vazio, quanto vale um professor? Nada. Talvez menos que nada. Talvez seja um número negativo, uma subtração ao padrão de mundo que a maioria almeja.

Eu me considero uma eterna aluna da vida, uma estagiária da existência; e tive muitos mestres. Ainda os tenho. Daquilo que tenho aprendido, muito devo àqueles que, em sala de aula, transmitiram-me seus conhecimentos. Contudo, devo confessar que a postura dos meus verdadeiros mestres diante da vida foi o que sempre mais me ensinou.

Muitos dos meus professores ilustravam em seu currículo, de diversas formas, o ideário de suas vidas. Eles se viravam com seus baixos salários, lutando por melhor remuneração e melhores condições de trabalho. Eles tinham a audácia de se rebelar contra os ditames de nossos dias: contra a coisificação do homem e a tentativa capitalização das almas, negando-se a pactuar com a transformação dos outros em meros números, em objetos estatísticos que podem ou não nos auferir alguma vantagem patrimonial.

Sempre estudei em escola pública. Já tive aula em que o professor ditasse toda a matéria, pois o giz havia acabado. Já vi professor fazer vaquinha entre os colegas para comprar remédio de preço módico para o filho. Tive a oportunidade de ver a merenda negada ao professor, posto que o Ministério da Educação a distribuía, foi o que alegaram, apenas “para os alunos”.

Hoje, o professor, por mais que se desdobre, por mais que se dedique, por mais que tenha a sua carreira como prioritária, ganhará sempre pouco. Caso se valha apenas da docência, não terá patrimônio, não terá status, não será celebrado, não terá holofote dos veículos de comunicação. E, neste país, ainda prevalece a crença de que quem é celebridade é tudo. De que o bom profissional não é o honesto e probo, o bom é o rico.

Isso é, implicitamente, ensinado aos nossos filhos. Ser bem sucedido é ter espaço na MTv, é ser badalado por revistas de fofocas, é ser visto de “Camaro amarelo”. Bonito é ser fotografado entre as celebridades. Ser grande é ser famoso, conhecido, não importa se para isso a pessoa tenha que “ordenhar” alguém em reality transmitido nacionalmente. Que importa se o cantor só fala uma frase na música inteira e a frase é de baixo calão? Ele é rico e famoso, e é isso o que importa.

Muitos andam preocupados com a crise econômica, mas quem anda se ocupando da crise dos valores? Quem anda se dedicando ao conhecimento, à busca por novas leituras do mundo, à quebra, à ruptura do modelo desumano de sociedade que criamos? Quem se dedica a questionar padrões e a não cotejar o conformismo? Quem, além dos profissionais da Educação?

Por isso, quando vejo um professor sangrando ao legitimamente lutar por um direito seu, a minha alma sangra junto. Mas a ignorância que nos sangra não é capaz de drenar os nossos sonhos. Sabemos que o culto à celebridade, bem como o elogio à ignorância, não se sustenta se iluminado pela razão, uma vez acordada a sensibilidade de cada um.

Ser nada a uma geração onde o vazio é aplaudido de pé, remar contra o mar da mediocridade do mundo é uma glória sem preço. Em tempos como o nosso, ser menos é mais.


Postado no Conti Outra em 30/04/2015


Beto Richa, o espancador de professores





Uma boa frase está repercutindo no Twitter:

“Em protesto pela intervenção militar você é tratado com educação. Em protesto pela educação você é tratado com intervenção militar.”

Os manés que tiram selfies com PMs em manifestações anti Dilma deveriam, daqui por diante, guardar na mente a selvageria com que foram tratados os professores grevistas no Paraná.

Professor ontem e hoje



Juremir Machado da Silva

Dia do professor. Eu sou um deles. Professor universitário. Adoro o que faço. Fico impressionado com a renovação de nossas energias. A cada semestre, tudo recomeça. Patinamos um pouco. E lá vamos nós. Depois de algum tempo de férias, bate a saudade dos alunos, das aulas, da rotina escolar.

Há muitos mitos em torno da vida de professor.

É certo que ser professor de universidade e ser professor de ensino fundamental ou médio, principalmente em certos lugares, é muito diferente.

O primeiro mito é que os alunos de antes eram melhores.

Em quê?

Em alguns matérias, com certeza. Em latim? Em cultura geral? O aluno de hoje tem acesso a uma carga de informações jamais vista. Em 1980, uns dez por cento dos alunos chegavam a curso de jornalismo falando inglês. Essa proporção hoje é muito maior. Durante muito tempo, a universidade esteve restrita às elites. Havia um saber padrão trazido de casa.

Hoje o ensino está mais democrático. Isso abre espaço para alunos com formação de base mais deficiente. Em contrapartida, as tecnologias da informação despejam todo tipo de conteúdo em cima de todos e suprem lacunas como nunca antes.

Mudaram os métodos e certos conteúdos. O que se precisa saber?

O ensino de antigamente era baseado na decoreba.

Inteligente era quem tinha uma excelente memória.

Quem falava três línguas era considerado gênio.

Quem sabia a lista dos imperadores romanos era um “cabeção”.

Não funciona mais assim. A memória artificial acabou com a importância da memória natural. Importante é ter boa cultura e saber procurar.

Outro mito se refere à suposta falta de respeito dos alunos.

No popular, aluno bate em professor.

Antigamente professor batia em aluno.

A sala de aula era o reduto de um mestre autoritário, despótico, ditador, um tirano que punia com palmatória e, depois dela, com castigos e humilhações: colocava atrás da porta, de joelhos, em cima do grão de milho, expulsava da sala de aula, usava palavras duras, insultava, berrava, pisoteava.

Eu vi isso em sala de aula. Eu fui para trás da porta. Eu vi meus colegas de joelhos no canto da sala. Eu vi um colega no grão de milho. Eu vi um aluno com chapéu de burro. Na semana da pátria, aluno desfilava como soldado. Não podia errar o passo. Marchava como um soldadinho da ditadura.

O aluno era adestrado por professores tirânicos.

Exagero? Foi na pré-história? Não. Há menos de 50 anos quase tudo isso ainda existia. O professor não podia ser questionado. É possível que, em certas situações atuais, o aluno não possa ser questionado e humilhe o professor.

Estamos em busca do equilíbrio.

Na minha experiência de professor só tenho encontrado alegria: alunos carinhosos, afetivos, gentis, inteligentes, questionadores e amigos.

Sempre pode ter algum diferente. São jovens, na flor da idade, cheios de energias, de dúvidas, de tantas coisas para ver e fazer. Eu os entendo.

O mundo mudou.

O professor de antigamente não era um tirano por querer. Refletia o seu tempo. A família também era assim. O pai era o chefe autoritário da família. Articulava carinho com despotismo. Impunha-se como um rei furioso.

Eu vi um pai obrigar o namorado a casar com a sua filha, com um revólver na cabeça do rapaz, por ter descoberto que eles andavam tendo relações sexuais.

Muitos sentem saudades desse tempo idílico do autoritarismo e de violência. É mais difícil ser pai e professor nestes tempos atuais de negociação e de limites à autoridade. O respeito agora deve ser recíproco. O diálogo se impõe.

Um professor hoje só se faz respeitar pela competência, pela capacidade de dialogar, pela arte de transmitir saber e por ser capaz de ouvir e discutir.

Pela disciplina autoritária ninguém mais se faz admirar ou respeitar.

Só vale a hierarquia do convencimento, do envolvimento, da competência.

Aprender não é sofrer. É sentir prazer. Nem tudo pode ser divertido. Mas nada precisa ser feito na base dos castigo e das reprimendas raivosas.

Impor limites é, antes de tudo, limitar o poder da disciplina arbitrária.

Ser professor é maravilhoso. Um desafio que se renova com o tempo.

Nossas escolas foram durante a maior do tempo excludentes. Só agora os não brancos começam a entrar realmente em certos cursos antes reservados, sob a suposta cobertura do mérito, para os filhos dos donos do poder. Era a reprodução da desigualdade por meio da meritocracia dissimulada. Não havia igualdade de preparação. Em consequência, não havia igualdade de disputa.

E, grosso modo, ainda não há.

Mas uma fresta se abriu com as cotas.

O mundo universitário está ficando mais colorido.

O universo escolar está mais complexo.

Só os simplistas juram que o passado era melhor.

Melhor para quem?

O melhor presente para os heroicos professores é salário melhor.

Quem diz que o salário não é o principal, manipula, mente, falseia. O professor é tudo. É a base de todas as outras profissões baseadas em educação formal. Os salários no ensino fundamental e médio continuam ínfimos.

Não dá para pagar mais?

Dá. Mas para isso a sociedade precisa redefinir as suas prioridades.

Postado no blog Juremir Machado da Silva em 14/10/2013


Minha homenagem ao Professor !





Republicando esta postagem de outubro de 2012,
rendo homenagem aos Professores, deste país, que sonha ser grande, mas que ainda não aprendeu a engrandecê-los, valorizando-os com salário digno e melhorias necessárias nas escolas.

Professor = Educação = Desenvolvimento 



Professor

Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação. Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas etárias do ser humano.

Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos. Armado de pouquíssimos recursos materiais,postou-se de peito aberto, levando flechadas federais, estaduais, municipais.

Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada. 

Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios. 

Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se. 

Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil. 

Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter. 

Para um ser assim tão especial, 
só um nome poderia identificá-lo:

P R O F E S S O R 



(Ivone Boechat)













Ações de graça em 2012



Victoria Soto foi enterrada rodeada de flores e lágrimas, uma professora que, junto com seus colegas, num país onde são desvalorizados, demonizados e acusados de serem culpados de quase tudo, deu sua vida para salvar seus estudantes, os filhos de todos. Não só o fez frente às balas de um louco, mas da loucura de um país inundado de armas e que desde seus mais altos poderes afirma que é legítimo disparar e matar para resolver conflitos e disputas cá e lá no estrangeiro. O artigo é de David Brooks.

Em meio a matanças, furacões, crises fiscais onde políticos escolhidos por ricos debatem que nada devem os mesmo ricos a suas sociedade enquanto passam a conta para os mais vulneráveis, no meio da histeria das ruas decoradas de luzes para que não se veja o obsceno lucro em nome de Cristo, ou seja, no meio de tudo que anula esta luz nestes dias mais obscuros do ano, nos salvam - às vezes literalmente - infinitas ações de graça. 

Jovens do Occupy Wall Street, religiosos, bombeiros, veteranos de guerra, policiais, artistas e músicos continuam aparecendo em zonas devastadas pelo furacão Sandy para ajudar desconhecidos a limpar os escombros, apoiar-los na sua desolação, ressuscitar as vidas quase afogadas pelas águas e ventos. Insistir que suas vozes sejam escutadas pelos políticos, distraídos por desastres inventados como o precipício fiscal. 

Enquanto isto, em outra esquina, num povoado de Connecticut não tão longe destas cenas já se concluiram os ritos fúnebres das vinte crianças e seis adultos assassinados por armas obtidas ilegalmente. Victoria Soto foi enterrada rodeada de flores e lágrimas, uma professora que, junto com seus colegas, num país onde são desvalorizados, demonizados e acusados de serem culpados de quase tudo, deu sua vida para salvar seus estudantes, os filhos de todos. Não só o fez frente às balas de um louco, mas da loucura de um país inundado de armas e que desde seus mais altos poderes afirma que é legítimo disparar e matar para resolver conflitos e disputas cá e lá no estrangeiro. 

Minha irmã deu sua vida para salvar seus estudantes, e se isto não é força e heroísmo real não sei o que é, disse Carlee no funeral, ao qual assistiu Paul Simon e que cantou “Sounds of Silence”, a canção favorita de Soto. 

O ato de Soto não é um ato isolado. Todos os dias, professores se dedicam a duas coisas que de certa maneira são somente uma: a tarefa humana mais nobre de compartilhar luz e o resgate das vidas. Se não fosse por esta escola, eu estaria morto, comentou um estudante latino para Sarah, professora e agora assessora de escolas públicas em Nova Iorque. Não era a primeira vez que havia escutado isto: vários jovens nascidos com um futuro anulado e descartado, debaixo de suspeita permanente por serem jovens e negros ou latinos, ou só por serem pobres, o disseram de várias maneiras ao passar dos anos.

Milhões de estudantes, todos anônimos (alguns depois se tornam famosos) são resgatados todos os dias por professores aqui e em todo o mundo. 

Os professores se dedicam ao exercício humano mais nobre: passar o fogo de Prometeu, a maçã de Eva, a consciência e sabedoria humana coletiva e acumulada à próxima geração. Obviamente não o fazem por remuneração, por fama, nem por ambição (essa profissão é inútil para tudo isto), mas sim por ser o trabalho essencial da civilização. Mas ao estar entre o universal e o particular, entre a totalidade e o estudante, também são às vezes os que com um conselho, com um abraço, um poema ou com seus corpos salvam a outro ser humano. Nada disto está nos exames padronizados, não há qualificações para registrá-lo, um empresário da educação que saiba, ou possa, gerar instruções para tudo isto.

Acaba de passar por aqui talvez uma das expressões supremas da educação no mundo: a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, coroa do Sistema Nacional de Orquestras Infanto-juvenis da Venezuela. Centenas de milhares, já têm que ser milhões, de jovens anônimos, quasi todos de bairros populares, de repente são resgatados pela música clássica universal, para, por sua vez, resgatar-nos a todos através de sua luz sonora.

Enquanto isto, numa esquina de Nova Iorque, Leo, que trabalha em assuntos de segurança nas escolas públicas (teve uma semana intensa depois do ocorrido em Connecticut) sai para comer algo em uma das milhares pizzarias comuns nesta cidade. Alí lhe oferecem um combo econômico: um pedaço de pizza e um suco por só US$2,75. Leo vê que traz 8 dólares e decide que, como tem dinheiro suficiente, vai pagar para outros dois. Verdade?, pergunta o outro cliente, Leo diz que sim e o deseja um feliz Natal. Faz o mesmo com o seguinte, que já tinha sua nota de 5 dólares para pagar, e este lhe agradece lhe entregando a nota, dizendo-lhe que o use com os seguintes; um dos próximos tinha uma nota de 10 para o seu pedido, aceita o presente de Leo, e entrega a nota para convidar os próximos. E todos estes também aceitaram o presente, mas deram mais notas,para o mesmo, para presentear os próximos. Leo ficou mais de meia hora assim, um atrás do outro, para finalmente acabar com a fila da generosidade.

No metro e nas ruas aqui, todos os dias se oferecem presentes, alguns resgatam do esquecimento, outros são para esquecer o que não é belo. Dois músicos, um com guitarra, outro com banjo, oferecem melodias das montanhas Appalachia; num vagão um trio de Puebla apresenta a música das montanhas do outro lado da fronteira, um chinês mostra os ecos de suas montanhas num tipo de harpa, enquanto um homem com óculos escuros toca Jimi Hendriz, um pianista toca Beethoven, uma banda de metais marchinhas natalinas mescladas com um pouco de jazz.

Alguns destes são atos heroicos, outros são pequenos ainda que às vezes capacitam, preparam e até convocam a novos feitos magníficos (nunca se sabe). Outros são para compartilhar beleza, para expressar solidariedade, para dançar um pouco, para fazer latir um coração.

São ações de graça que apesar de tudo prometem nova luz.

Tradução: Caio Mello

Postado no blog Carta Maior em 31/12/2012
Trechos grifados por mim







Dia dos Professores


Recebi a seguinte mensagem carinhosa de minha amiga carioca, a Professora Glória Moraes, exemplo de abnegação:
Aos meus colegas, pelo Dia dos Professores,
Não queria ser professora, mas meu pai me impôs como se cursar o Instituto de Educação fosse servir à Pátria. Não me propus a educar crianças, dar-lhes limites, pois tenho a convicção de que esta é uma das funções da família, cabendo ao professor prepará-las para compreender o mundo. No curso Normal, li Paulo Freire e eu me encantei quando me dei conta de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Que ninguém educa ninguémninguém educa a si mesmo, mas que nós nos educamos e nos formamos mediados por nossas relações, com os outros e com o mundo.
Depois, já no Ensino Superior, tive o privilégio de ter grandes mestres e eles me mostraram que não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino, e que aprender a pensar era antes de tudo saber questionar nossas certezas. Que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Em ambiente elitizado, como é o da Economia, eu me convenci de que a teoria sem a prática vira ‘verbalismo’, assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade. Mas não queria ser professora, e eu me formei disposta a conhecer ainda mais o mundo.
E andei por muitos caminhos, e me dei conta de que me movia como uma educadora, porque como me ensinou Paulo Freire, primeiro, “a gente se move como gente”. E creio que ninguém ignora tudoNinguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, aprendemos sempre. E eu me dei conta de que a educação sozinha não transforma a sociedade, mas sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção.
Foi um longo caminho, e creio que muito há a percorrer. Procurando diminuir a distância entre o que digo e o que sinto; entre o que transmito e o que penso; ganho a vida como professora. Com todos os percalços dessa profissão, em País em que a sociedade não valoriza o conhecimento e o saber. Não! Não é o “governo”, este “ente abstrato” que desvaloriza a profissão. Somos nós, as famílias, nós que constituímos isto que se convencionou chamar sociedade que deixamos que o conhecimento e a curiosidade sobre os nossos semelhantes, sobre os nossos vizinhos, sobre a natureza e sobre o mundo se desvanecessem. Sucumbimos sob a pressão dos padrões de consumo e de comportamento e do que se convencionou chamar de entretenimento. Nossos filhos, em grande parte, não sentem o prazer de aprender.
Sinto um gosto de solidão às vésperas do Dia dos Professores. É como se a tristeza batesse à minha porta, pedindo para entrar. Gosto de ensinar quando me percebo capaz de apresentar um jeito diferente de se olhar o mundo, e gosto de aprender. Pode ser sobre um autor novo, sobre um tempero que faz uma comida ser mais saborosa, sobre a agilidade de minhas gatinhas tentando abocanhar um pássaro, sobre uma nova planta que floresce em meu jardim.
Durante muitos anos acreditei que a humanidade se movimentava pela curiosidade. Mas perdi a inocência, pois a ingenuidade não combina com a idade. Mas não quero perder a alegria, pois ela não chega apenas no enco ntro do achadomas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura,  fora da boniteza e da alegria.
Com toda licença, do Professor Paulo Freire, a quem tantos textos tomei emprestado, que consigamos trabalhar com alegria e esperança. Bom descanso no Dia dos Professores!
Meu carinho,
Glorinha Moraes.
Postado no blog Outas Mídias em 14/10/2012

Paulo Freire: Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação e contra a dominação econômicca


 

“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo.

Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê.

Não posso ser professor a favor simplesmente do homem ou da humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa.

Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.

Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.

Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura.Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza.

Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.”

(Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia, São Paulo, Paz e Terra, 2011)

Postado no blog Educação Política em 13/05/2012


Triste sina a da nossa educação!

 

  by Luiz Afonso Alencastre Escosteguy. 




 


Bem dizem os sábios que uma imagem vale mais que mil palavras. É o caso dessa aí em cima. Bastaria por si só, não fossem os espíritos de porco soltos pelo mundo. E me pego a ter que escrever ao menos algumas quantas coisas sobre o que ela representa. E sem selecionar ordem de importância, pois todas o são.
Como sou geminiano, e acreditei no Bauman quando ele disse que sou “líquido”, contrario meus dizeres para desdizer que, sim, há algo mais importante dentre tudo na imagem: o produto de 40 anos de uma deliberada construção de inversão de valores. Vejamos alguns, dentre milhares:
1) Não que eu defenda que o de “antigamente” seja mais ou melhor do que o “atual”. Não é isso. Mas antigamente havia, na educação, a preocupação com o respeito aos “professores”, aos “mais velhos” e aos “próprios pais”. Careta, eu sei, falar disso hoje em dia. Mas a verdade é que tudo começou com a introdução de que “respeito” não significava “senhoria”. Ou vice versa.
Daí para que professor@s passassem a ser chamad@s de tios e tias foi um pulo. E não faltaram psis para aparecerem na televisão defendendo que tudo isso significava uma “aproximação” entre pais e filhos, entre professores e alunos… etc. Toda uma nova psicologia foi “desenvolvida” tendo como foco – apesar das negativas dos que apareciam na tv e escreviam nos jormais – a liberdade. Filhos são livres desde que nascem e não podem sofrer qualquer constrangimento. Na esteira do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – surgiram os oportunistas da vez, amparados por uma mídia interessada em desenvolver uma geração acrítica, pronta para consumir tudo o que lhes fosse anunciado.
Chegamos ao cúmulo de ter lei que penaliza pais que dão “palmada” nos filhos. Um monte de psicólogos e pedagogos (e que acabam fazendo da psicologia, da pedagogia e da astrologia espécies do mesmo gênero e muito próximas, a chutologia…), impõe, sob os auspícios já citados, modismos que nos levaram a
2) que os filhos se impussessem perante os pais, agora enfraquecidos e que nada podem fazer. Não tendo como reagir, pais ajudam filhos a se tornarem agressivos. Não é à toa o aumento do número de casos de alunos agredindo professores. Pais vão às escolas cobrar dos professores ao invés de antes cobrar dos filhos. Se engana quem pensa que a imagem de 2011 é apenas uma charge…
3) Professores acuados e mal pagos podem fazer o quê? Nada! Boa parte se desestimula e não faz mais do que “cumpri tabela” em sala de aula. E o círculo vicioso dá mais uma volta, diminuindo mais ainda a qualidade do ensino e a capacidade do sistema de formar agentes críticos…
4) E aí aparecem os defensores dos “direitos humanos” para se juntar a horda.
5) O resultado, antes que isso se torne um texto demasiado longo – e sabemos que uma das coisas desenvolvidas nos últimos anos foi a incapacidade de leitura -, é que somos, hoje, uma sociedade permissiva onde o único valor é “o meu valor”. Vivo conforme a minha vontade e não mais de acordo com valores sociais. Daí que somos campões em muitas coisas ruins…
É uma pena… Triste sina a da nossa educação!

Postado no Blog O Chato