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Vi no Senado paixões sem compaixão




Dom Orvandil


Neste dia sentei-me estranhamente à frente da TV Senado para assistir a inquirição que os senadores e senadoras fizeram do jurista gaúcho-paranaense Luiz Edson Fachin.

Impressionei-me com a cultura do candidato a ministro do STF. É realmente um homem preparado para atuar na instância mais alta da justiça brasileira.

Fachin demonstrou capacidade para enfrentar as piores barbaridades provindas de senadores preconceituosos, maus e de tons golpistas.

Claro, muitos dos participantes daquele parlamento são pessoas capacitadas e comprometidas com o Brasil e sua democracia.

Impressionei-me com as enrolações e má fé do “senhozinho” Malta, do Espírito Santo. Trata-se de um desses membros conservadores de igreja evangélica, homofóbico e “apóstolo” do escárnio do povo brasileiro. O tom arrogante e autoritário que adotou num discurso vazio e sem conteúdo foi de afronta à cultura jurídica e humanista do dr. Fachin. Impressionante como um ser humano faz questão de ser ridículo no abuso da falta de capacidade. 

Mas o espetáculo de grosserias correu por conta do “seu” Aloysio Nunes de São Paulo, com sua falta de compostura ao ouvir o futuro ministro de costas para ele. Seu tom ao ser o primeiro a perguntar foi de arrogância e de conteúdo paupérrimo e sem sentido, tirado de letra pelo grande jurista. 

O “seu” Aloysio tem uma cara de quem nunca sabe onde e porque está. Isso foi ainda mais contundente diante da sabedoria do dr. Fachin. Tanto que derrotado logo saiu, talvez nem mesmo ele saiba para onde. Lamento que o senador por São Paulo envergonhe tanto seus eleitores e nosso País. 

Mas o pior foi o senador vergonha de Goiás, o “seu” Ronaldo Caiado. Esse deu show de desrespeito, de machismo e de afronta democrática.

O “seu” Ronaldo, aqui em Goiás muito conhecido dos sindicalistas e trabalhadores rurais como jagunço que frequentou universidade, que se acha dono do Estado, como se fosse uma de suas propriedades rurais e que todos sãos seus escravos, ganhou o prêmio no espetáculo das bobagens e desrespeitos.

O “seu” Caiado, cujo jeito de ser deve ser bem explicado pela psiquiatria e pela psicanálise, ultrapassou o tempo da fala, urrou contra as senadoras em demonstração de machismo ou de impotência masculina, ofendeu países latino americanos e lideranças a cujos pés e história jamais chegará com seu rancor e seu ódio. 

Caiado, de posse de uma cara doentia emocionalmente e de uma histeria sem limites, se aproveita sempre das oportunidades dadas por um povo que o escolheu mal para representar Goiás para atacar a democracia e demonstrar medo venenoso dos avanços sociais e das reformas, teme ser expulso das terras usadas para enriquecer e para escravizar trabalhadores, matar indígenas e pisar em direitos dos verdadeiros produtores de alimentos.

O “seu” Caiado, que adora repetir que é médico ortopedista, defende caninamente os interesses coloniais de predadores sociais e rurais, em insistentes malversações do poder parlamentar, que ele usa de modo faccioso e fanático.

A falta de respeito do “seu” Ronaldo com o Estado de Goiás e com este povo estende-se à América Latina quando ofende a memória de Simon Bolivar e de Hugo Chaves.

O ruralista metido a médico adora encher a boca espumante de ódio para dizer que tudo o que se pretende em termos de justiça social nos campos e em termos de reforma agrária é bolivariano e chavista.

Ora, a quem o raivoso pretende amedrontar com suas aleivosias? 

Simon Bolívar, cujo rastro o ciumento e odioso Caiado jamais pisará por ser indigno, apesar de nascer aristocrata foi um dos maiores protagonistas da história latino-americana. Isso o demonstrou ao comandar as revoluções de independência da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. 

Diferentemente de “seu” Ronaldo, que não sente nada além da sede de matar trabalhadores rurais e indígenas, recebeu excelente educação de seus tutores e conheceu a cultura humanista em profundidade.

Eis a diferença, enquanto o “seu” Caiado, com sintomas psicóticos explícitos e de marcas ignorantes, o grande Bolívar, que ele não sabe direito quem foi, foi estudioso de filosofia e literatura Greco-romana e iluministas. As mesmas que Marx estudou.

Ao estudar em fontes humanistas e conhecer as causas evolucionárias de independência de colônias massacradas por impérios gananciosos, apreciados por atrasados como o “seu” Caiado, Simón Bolívar se tornou brilhante humanista e farol da liberdade latino americana. Só cães sem raça latem contra ele e tentam morder sua biografia de estadista e líder da liberdade. 

Bolívar lutou pela independência dos povos e sonhou com uma Pátria Latino America, bem antes da União das Repúblicas Soviéticas Socialistas com Lênin, enquanto o “seu” Caiado sonha com bois, muitos bois e escravos pobres e miseráveis assaltados por gente como ele. 

Ah, mas o “seu” Ronaldo, médico ortopedista, odeia a causa de Bolívar e a quer longe de nosso povo. O “seu” Caiado quer as trevas e não a luminosidade inteligente.

Hoje, no seu ódio irracional e bestial, o “seu” Caiado, que só entende de ossos dos sem terra, dos indígenas e dos posseiros mortos, mais uma vez ofendeu o chavismo venezuelano, no esforço próprio dos vendidos para defender o imperialismo em prejuízo de nossa América Latina. 

Ora, quem é o ortopedista Caiado, aquele que ama os ossos dos perseguidos assassinados, perto da sagrada memória do grande Hugo Chávez, cuja morte é suspeitíssima?

Hugo Chávez é o grande herói venezuelano que ousou peitar o imperialismo ao canalizar os lucros do petróleo de seu País na elevação da qualidade de vida de seu povo, por quem e com quem lutou até a morte, ao contrario dos governos anteriores capachos dos Estados Unidos, que o entregaram em troca de concentração de riquezas e de renda enquanto o povo morria de fome e na miséria. 

O “seu” Ronaldo Caiado, o que ama ossos dos feitos defuntos feudais, prefere muito mais o regime dos que enriquecem enquanto o povo empobrece. Por isso odeia Hugo Chávez e mente contra a democracia venezuelana, que se centra na emancipação popular, sem as máscaras dessa falsa democracia brasileira que permite vultos do atraso como o médico amante de ossos dos pobres.

O “seu” Caiado, ex-amigo e companheiro do seu comparsa Demóstenes Torres, que o denunciou, pena que tudo barrou nas bravatas do corrupto, fez um papelão no Senado, cuja Comissão de Justiça que ele não integra, se reuniu para examinar um dos candidatos mais preparados, indicados pela Presidenta Dilma.

Enquanto a Nação assistia pela TV Senado argumentos sérios e apoios incontestáveis ao dr. Luiz Edson Fachin, o “seu” Ronaldo Caiado passava papel de cão envenenado de ódio. 

Creio que Fachin logo percebeu o quanto é fácil argumentar e desconstruir bobagens sem base, frutos de uma mente recheada de chifres de bois e de ossos dos indígenas e dos posseiros perseguidos por ruralistas gananciosos.

De um lado a paixão que comanda escravos e mata Zumbis. Aliás, a palavra paixão tem no grego a mesma significação para loucura. A palavra “pathos” de onde deriva patológico, define bem os sentimentos desvairados dos que odeiam e babam de desejo de eliminar as fontes que geram sociabilidade e fraternidade sem injustiças, como o “seu” Caiado. 

De outro lado, a esperança em uma justiça com compaixão e amor ao próximo, parece-me que bem sinalizada pelo futuro ministro Luiz Edson Fachin.


    Dom Orvandil


Editor do blog Cartas e Reflexões Proféticas, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central da Igreja Anglicana e professor universitário.



Postado no Brasil247 em 13/05/2015




Terceirização : Deputados Federais, em vermelho, votaram contra o trabalhador e Deputados Federais, em azul, votaram a favor do trabalhador !




Guilherme Franco, na revista Fórum:


A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem (8) o texto-base do projeto de lei 4.330/04, que regulamenta a atividade de terceirização no país. Dos 463 deputados presentes na sessão, 324 votaram sim ao PL, contra 137 votos pelo não e duas abstenções. Os petistas foram os que mais criticaram a regulamentação, enquanto os peemedebistas foram os que mais apoiaram a aprovação do projeto.

Além do PT, PCdoB e PSOL votaram contra a proposta e, assim como os movimentos sociais, consideram o PL um retrocesso dos direitos trabalhistas conquistados em diversas lutas do movimento sindical. O projeto de lei regulamenta todos os contratos de terceirização no setor privado e em empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

Um acordo entre as lideranças partidárias e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou a votação das emendas e dos destaques que visam modificar o texto aprovado, o que deve ocorrer a partir de terça-feira da próxima semana.

Os partidos que orientaram seus políticos a votarem a favor foram: PSDB, PSD, PR, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PPS, PV e o bloco composto por PMDB, PP, PTB, PSC, PHS e PEN. Já o Pros e o bloco formado por PRB, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL e PTdoB liberaram as bancadas.

Confira como votou cada deputado:

PCdoB

Alice Portugal BA – Não
Aliel Machado PR – Não
Carlos Eduardo Cadoca PE – Sim
Chico Lopes CE – Não
Daniel Almeida BA – Não
Davidson Magalhães BA – Não
Jandira Feghali RJ – Não
Jô Moraes MG – Não
João Derly RS – Não
Luciana Santos PE – Não
Orlando Silva SP – Não
Rubens Pereira Júnior MA – Não
Wadson Ribeiro MG – Não

Total PCdoB: 13

PSOL

Cabo Daciolo RJ – Não
Chico Alencar RJ – Não
Edmilson Rodrigues – PA Não
Ivan Valente SP – Não
Jean Wyllys RJ – Não

Total PSOL: 5

PT

Adelmo Carneiro Leão MG – Não
Afonso Florence BA – Não
Alessandro Molon RJ – Não
Ana Perugini SP – Não
Andres Sanchez SP – Não
Angelim AC Não
Arlindo Chinaglia SP – Não
Assis Carvalho PI – Não
Assis do Couto PR – Não
Benedita da Silva RJ – Não
Beto Faro PA – Não
Bohn Gass RS – Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP – Não
Chico D Angelo RJ – Não
Décio Lima SC – Não
Enio Verri PR – Não
Erika Kokay DF – Não
Fabiano Horta RJ – Não
Fernando Marroni RS – Não
Givaldo Vieira ES – Não
Helder Salomão ES – Não
Henrique Fontana RS – Não
João Daniel SE – Não
Jorge Solla BA – Não
José Airton Cirilo CE – Não
José Guimarães CE – Não
José Mentor SP – Não
Leo de Brito AC – Não
Leonardo Monteiro MG – Não
Luiz Couto PB – Não
Luiz Sérgio RJ – Não
Luizianne Lins CE – Não
Marco Maia RS – Não
Marcon RS – Não
Margarida Salomão MG – Não
Maria do Rosário RS – Não
Merlong Solano PI – Não
Moema Gramacho BA – Não
Nilto Tatto SP – Não
Odorico Monteiro CE – Não
Padre João MG – Não
Paulão AL – Não
Paulo Pimenta RS – Não
Paulo Teixeira SP – Não
Pedro Uczai SC – Não
Professora Marcivania AP – Não
Ságuas Moraes MT – Não
Sibá Machado AC – Não
Toninho Wandscheer PR – Não
Valmir Assunção BA – Não
Valmir Prascidelli SP – Não
Vander Loubet MS – Não
Vicente Candido SP – Não
Vicentinho SP – Não
Waldenor Pereira BA – Não
Weliton Prado MG – Não
Zé Carlos MA – Não
Zé Geraldo PA – Não
Zeca Dirceu PR – Não
Zeca do Pt MS – Não

Total PT: 61

DEM

Alberto Fraga DF – Sim
Alexandre Leite SP – Sim
Carlos Melles MG – Sim
Efraim Filho PB – Sim
Eli Côrrea Filho SP – Sim
Elmar Nascimento BA – Sim
Felipe Maia RN – Sim
Hélio Leite PA – Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP – Sim
José Carlos Aleluia BA – Sim
Mandetta MS – Sim
Misael Varella MG – Sim
Moroni Torgan CE – Não
Onyx Lorenzoni RS – Sim
Osmar Bertoldi PR – Sim
Pauderney Avelino AM – Sim
Paulo Azi BA – Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende TO – Não
Rodrigo Maia RJ – Sim

Total DEM: 19

PDT

Abel Mesquita Jr. RR – Sim
Afonso Motta RS – Sim
André Figueiredo CE – Sim
Dagoberto MS – Sim
Damião Feliciano PB – Não
Deoclides Macedo MA – Sim
Félix Mendonça Júnior BA – Sim
Flávia Morais GO – Sim
Giovani Cherini RS – Sim
Major Olimpio SP – Sim
Marcelo Matos RJ – Não
Marcos Rogério RO – Não
Mário Heringer MG – Sim
Roberto Góes AP – Sim
Sergio Vidigal ES – Sim
Subtenente Gonzaga – MG Não
Weverton Rocha MA – Sim
Wolney Queiroz PE – Não

Total PDT: 18

PEN

André Fufuca MA – Sim
Junior Marreca MA – Sim

Total PEN: 2

PHS

Adail Carneiro CE – Sim
Carlos Andrade RR – Sim
Diego Garcia PR – Não
Kaio Maniçoba PE – Sim
Marcelo Aro MG – Sim

Total PHS: 5

PMDB

Alceu Moreira RS – Sim
Baleia Rossi SP – Sim
Cabuçu Borges AP – Sim
Carlos Henrique Gaguim TO – Sim
Carlos Marun MS – Sim
Celso Jacob RJ – Sim
Celso Maldaner SC – Sim
Celso Pansera RJ – Sim
Daniel Vilela GO – Sim
Danilo Forte CE – Sim
Darcísio Perondi RS – Sim
Dulce Miranda TO – Sim
Edinho Bez SC – Sim
Edio Lopes RR – Sim
Eduardo Cunha RJ – Art. 17
Elcione Barbalho PA – Sim
Fabio Reis SE – Sim
Fernando Jordão RJ – Sim
Flaviano Melo AC – Sim
Geraldo Resende MS – Sim
Hermes Parcianello PR – Não
Hildo Rocha MA – Sim
Hugo Motta PB – Sim
Jarbas Vasconcelos PE – Sim
João Arruda PR – Não
João Marcelo Souza MA – Sim
José Fogaça RS – Sim
Josi Nunes TO – Sim
Laudivio Carvalho MG – Sim
Lelo Coimbra ES – Sim
Leonardo Picciani RJ – Sim
Leonardo Quintão MG – Sim
Lindomar Garçon RO – Sim
Lucio Mosquini RO – Não
Lucio Vieira Lima BA – Sim
Manoel Junior PB – Sim
Marcelo Castro PI – Sim
Marcos Rotta AM – Sim
Marinha Raupp RO – Não
Marquinho Mendes RJ – Sim
Marx Beltrão AL – Sim
Mauro Lopes MG – Sim
Mauro Mariani SC – Sim
Mauro Pereira RS – Sim
Newton Cardoso Jr MG – Sim
Osmar Serraglio PR – Sim
Osmar Terra RS – Não
Pedro Chaves GO – Sim
Rodrigo Pacheco MG – Sim
Rogério Peninha Mendonça SC – Sim
Ronaldo Benedet SC – Sim
Roney Nemer DF – Sim
Saraiva Felipe MG – Sim
Sergio Souza PR – Sim
Silas Brasileiro MG – Sim
Soraya Santos RJ – Sim
Valdir Colatto SC – Sim
Veneziano Vital do Rêgo PB – Sim
Vitor Valim CE – Não
Walter Alves RN – Sim
Washington Reis RJ – Sim

Total PMDB: 61

PMN

Dâmina Pereira MG – Sim
Hiran Gonçalves RR – Sim

Total PMN: 2

PP

Afonso Hamm RS – Sim
Aguinaldo Ribeiro PB – Sim
Arthur Lira AL – Sim
Beto Rosado RN – Sim
Cacá Leão BA – Sim
Conceição Sampaio AM – Sim
Covatti Filho RS – Sim
Dilceu Sperafico PR – Sim
Dimas Fabiano MG – Sim
Eduardo da Fonte PE – Sim
Esperidião Amin SC – Sim
Ezequiel Fonseca MT – Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Guilherme Mussi SP – Sim
Iracema Portella PI – Sim
Jerônimo Goergen RS – Sim
Jorge Boeira SC – Não
José Otávio Germano RS – Sim
Julio Lopes RJ – Sim
Lázaro Botelho TO – Sim
Luis Carlos Heinze RS – Sim
Luiz Fernando Faria MG – Sim
Marcelo Belinati PR – Não
Marcus Vicente ES – Sim
Mário Negromonte Jr. BA – Sim
Missionário José Olimpio SP – Sim
Nelson Meurer PR – Não
Odelmo Leão MG – Sim
Paulo Maluf SP – Sim
Renato Molling RS – Sim
Ricardo Barros PR – Sim
Roberto Balestra GO – Sim
Roberto Britto BA – Sim
Ronaldo Carletto BA – Sim
Sandes Júnior GO – Sim
Simão Sessim RJ – Sim
Toninho Pinheiro MG – Sim

Total PP: 37

PPS

Alex Manente SP – Sim
Arnaldo Jordy PA – Não
Carmen Zanotto SC – Sim
Eliziane Gama MA – Não
Hissa Abrahão AM – Sim
Marcos Abrão GO – Sim
Moses Rodrigues CE – Não
Raul Jungmann PE – Sim
Roberto Freire SP – Sim
Rubens Bueno PR – Sim
Sandro Alex PR – Sim

Total PPS: 11

PR

Aelton Freitas MG – Sim
Alfredo Nascimento AM – Sim
Altineu Côrtes RJ – Sim
Anderson Ferreira PE – Sim
Bilac Pinto MG – Sim
Cabo Sabino CE – Não
Capitão Augusto SP – Sim
Clarissa Garotinho RJ – Não
Dr. João RJ – Sim
Francisco Floriano RJ – Sim
Giacobo PR – Sim
Gorete Pereira CE – Sim
João Carlos Bacelar BA – Não
Jorginho Mello SC – Sim
José Rocha BA – Sim
Lincoln Portela MG – Não
Luiz Cláudio RO – Sim
Luiz Nishimori PR – Sim
Magda Mofatto GO – Sim
Marcio Alvino SP – Sim
Maurício Quintella Lessa AL – Sim
Miguel Lombardi SP – Sim
Milton Monti SP – Sim
Paulo Feijó RJ – Sim
Remídio Monai RR – Sim
Silas Freire PI – Não
Tiririca SP – Não
Vinicius Gurgel AP – Sim
Wellington Roberto PB – Sim
Zenaide Maia RN – Abstenção

Total PR: 30

PRB

Alan Rick AC – Sim
André Abdon AP – Sim
Antonio Bulhões SP – Não
Beto Mansur SP – Sim
Carlos Gomes RS – Sim
César Halum TO – Sim
Cleber Verde MA – Sim
Fausto Pinato SP – Sim
Jhonatan de Jesus RR – Sim
Jony Marcos SE – Não
Marcelo Squassoni SP – Sim
Márcio Marinho BA – Não
Roberto Sales RJ – Sim
Ronaldo Martins CE – Não
Rosangela Gomes RJ – Sim
Tia Eron BA – Sim
Vinicius Carvalho SP – Sim

Total PRB: 17

PROS

Ademir Camilo MG – Não
Antonio Balhmann CE – Sim
Beto Salame PA – Não
Domingos Neto CE – Sim
Dr. Jorge Silva ES – Sim
Givaldo Carimbão AL – Sim
Hugo Leal RJ – Sim
Leônidas Cristino CE – Sim
Miro Teixeira RJ – Não
Ronaldo Fonseca DF – Sim
Valtenir Pereira MT -Sim

Total PROS: 11

PRP

Alexandre Valle RJ – Sim
Juscelino Filho MA – Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG – Sim

Total PRP: 3

PSB

Adilton Sachetti MT – Sim
Átila Lira PI – Não
Bebeto BA – Não
Fabio Garcia MT – Sim
Fernando Coelho Filho PE – Sim
Flavinho SP – Sim
Glauber Braga RJ – Não
Gonzaga Patriota PE – Sim
Heitor Schuch RS – Não
Heráclito Fortes PI – Sim
Janete Capiberibe AP – Não
João Fernando Coutinho PE – Sim
José Reinaldo MA – Sim
Jose Stédile RS – Não
Júlio Delgado MG – Sim
Keiko Ota SP – Sim
Leopoldo Meyer PR – Sim
Luciano Ducci PR – Sim
Luiz Lauro Filho SP – Sim
Luiza Erundina SP – Não
Maria Helena RR – Não
Marinaldo Rosendo PE – Sim
Pastor Eurico PE – Sim
Paulo Foletto ES – Sim
Rodrigo Martins PI – Sim
Stefano Aguiar MG – Sim
Tadeu Alencar PE – Não
Tenente Lúcio MG – Sim
Tereza Cristina MS – Sim
Vicentinho Júnior TO – Sim

Total PSB: 30

PSC

Andre Moura SE – Sim
Erivelton Santana BA – Sim
Gilberto Nascimento SP – Sim
Irmão Lazaro BA – Sim
Júlia Marinho PA – Sim
Marcos Reategui AP – Não
Pr. Marco Feliciano SP – Não
Professor Victório Galli MT – Sim
Raquel Muniz MG – Sim
Silvio Costa PE – Sim

Total PSC: 10

PSD

Alexandre Serfiotis RJ – Sim
Átila Lins AM – Sim
Cesar Souza SC – Sim
Danrlei de Deus Hinterholz RS – Não
Delegado Éder Mauro PA – Abstenção
Diego Andrade MG – Sim
Evandro Rogerio Roman PR – Sim
Fábio Faria RN – Sim
Fábio Mitidieri SE – Sim
Fernando Torres BA – Sim
Francisco Chapadinha PA – Sim
Goulart SP – Sim
Herculano Passos SP – Sim
Heuler Cruvinel GO – Sim
Irajá Abreu TO – Sim
Jaime Martins MG – Sim
Jefferson Campos SP – Sim
João Rodrigues SC – Sim
Joaquim Passarinho PA – Sim
José Carlos Araújo BA – Sim
José Nunes BA – Sim
Júlio Cesar PI – Sim
Marcos Montes MG – Sim
Ricardo Izar SP – Sim
Rogério Rosso DF – Sim
Rômulo Gouveia PB – Sim
Sérgio Brito BA – Sim
Sergio Zveiter RJ – Sim
Sóstenes Cavalcante RJ – Não
Walter Ihoshi SP – Sim

Total PSD: 30

PSDB

Alexandre Baldy GO – Sim
Alfredo Kaefer PR – Sim
Antonio Imbassahy BA – Sim
Arthur Virgílio Bisneto AM – Sim
Betinho Gomes PE – Sim
Bruna Furlan SP – Sim
Bruno Covas SP – Sim
Caio Narcio MG – Sim
Célio Silveira GO – Sim
Daniel Coelho PE – Sim
Delegado Waldir GO – Sim
Domingos Sávio MG – Sim
Eduardo Barbosa MG – Sim
Eduardo Cury SP – Sim
Fábio Sousa GO – Sim
Geovania de Sá SC – Não
Giuseppe Vecci GO – Sim
Izalci DF – Sim
João Campos GO – Sim
João Castelo MA – Sim
João Gualberto BA – Sim
João Paulo Papa SP – Sim
Lobbe Neto SP – Sim
Luiz Carlos Hauly PR – Sim
Mara Gabrilli SP – Não
Marco Tebaldi SC – Sim
Marcus Pestana MG – Sim
Mariana Carvalho RO – Sim
Miguel Haddad SP – Sim
Nelson Marchezan Junior RS – Sim
Nilson Leitão MT – Sim
Nilson Pinto PA – Sim
Otavio Leite RJ – Sim
Paulo Abi-Ackel MG – Sim
Pedro Cunha Lima PB – Sim
Pedro Vilela AL – Sim
Raimundo Gomes de Matos CE – Sim
Ricardo Tripoli SP – Sim
Rocha AC – Sim
Rodrigo de Castro MG – Sim
Rogério Marinho RN – Sim
Rossoni PR – Sim
Samuel Moreira SP – Sim
Shéridan RR – Sim
Silvio Torres SP – Sim
Vitor Lippi SP – Sim

Total PSDB: 46

PSDC

Aluisio Mendes MA Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Sim

Total PSDC: 2

PSL

Macedo CE Não

Total PSL: 1

PTB

Adelson Barreto SE – Sim
Alex Canziani PR – Sim
Antonio Brito BA – Sim
Arnaldo Faria de Sá SP – Não
Arnon Bezerra CE – Sim
Benito Gama BA – Sim
Deley RJ – Não
Eros Biondini MG – Não
Jorge Côrte Real PE – Sim
Josué Bengtson PA – Sim
Jovair Arantes GO – Sim
Jozi Rocha AP – Sim
Luiz Carlos Busato RS – Sim
Nelson Marquezelli SP – Sim
Nilton Capixaba RO – Sim
Paes Landim PI – Sim
Pedro Fernandes MA – Não
Ricardo Teobaldo PE – Sim
Ronaldo Nogueira RS – Não
Walney Rocha RJ – Sim
Wilson Filho PB – Sim
Zeca Cavalcanti PE – Não

Total PTB: 22

PTC

Brunny MG – Não
Uldurico Junior BA – Não

Total PTC: 2

PTdoB

Luis Tibé MG – Sim
Pastor Franklin MG – Sim

Total PTdoB: 2

PTN

Bacelar BA – Não
Christiane de Souza Yared PR – Não
Delegado Edson Moreira MG – Sim
Renata Abreu SP – Sim

Total PTN: 4

PV

Evair de Melo ES – Sim
Evandro Gussi SP – Sim
Fábio Ramalho MG – Sim
Leandre PR – Sim
Victor Mendes MA – Sim
William Woo SP – Sim

Total PV: 6

Solidariede

Arthur Oliveira Maia BA – Sim
Augusto Carvalho DF – Sim
Augusto Coutinho PE – Sim
Aureo RJ – Sim
Benjamin Maranhão PB – Sim
Carlos Manato ES – Sim
Elizeu Dionizio MS – Sim
Expedito Netto RO – Sim
Ezequiel Teixeira RJ – Sim
Genecias Noronha CE – Sim
Laercio Oliveira SE – Sim
Lucas Vergilio GO – Sim
Paulo Pereira da Silva SP – Sim
Zé Silva MG – Sim

Total Solidariedade: 14




De fato, o rei está nu, mas de gravata



beatriz barata




Juremir Machado da Silva


Em 1775, enquanto a massa passava fome, a rainha perdia a cabeça pela primeira vez.

A segunda seria definitiva.

– Se não tem pão, que comam brioches – disse.

O rei, quando a massa se revoltou, perguntava-se:

– Por que estão agindo dessa maneira?

No Rio de Janeiro, a massa foi às ruas urrar contra aumentos nas passagens de ônibus. Pouco depois, a filha do “rei dos ônibus”, deu de barato e casou-se usando um vestido de R$ 3 milhões.

Três dias depois, a turba quebrou o bairro chique do Leblon.

Um observador teria exclamado:

– Por que estão agindo assim? Não vejo nexo nisso tudo.

O Brasil vem gritando há mais de um mês: o rei está nu. Mas nem todos querem ouvir. Nem ver. Há uma diferença entre pornografia e obscenidade. Toda pornografia é obscena. Nem toda obscenidade é pornográfica. A pornografia é a obscenidade gratuita ou com interesse comercial. Pode-se estar nu vestindo terno e gravata. Os deputados federais e senadores estão nus. Renan Calheiros vive pelado e mãos nos bolsos para proteger seus ganhos. Até Joaquim Barbosa, presidente do STF, vem sendo desnudado. O mais incrível é que, quanto mais o Brasil enxerga a pornografia por trás das fatiotas, mais os nossos representantes tentam fingir que não é com eles.

A nudez maior, obscena, mostra tudo da crise de representatividade que abala o país. Os eleitos, embora votados, não conseguem mais representar a população, ou parte dela, que lhes joga na cara o desprezo sentido. A regra do jogo democrático consiste no reconhecimento pelo todo do escolhido pela parte. Quando o todo já não consegue reconhecer a legitimidade do eleito pela parte, o sistema está nu ou apodrecendo. Os seus formalismos não conseguem esconder as imperfeições do conteúdo. Os vereadores de Porto Alegre foram desnudados pelos jovens que se instalaram na Câmara de Porto Alegre. Se não se faz omelete sem quebrar os ovos, não se passa por uma crise de representatividade e de legitimidade sem excessos. Na política, porém, a ordem dos fatores, vale repetir, pode alterar o produto. Os indignados brasileiros estão dizendo faz tempo que não suportam mais os excessos dos eleitos. No extremo, responde-se a excesso com excesso.

Qual o pior excesso? Os mais conservadores perderam o equilíbrio, saudosos dos tempos em que podiam silenciar seus oponentes no grito. Nos tempos atuais o que se exige é transparência: nudez total dos negócios públicos. Os jovens que se manifestam nas ruas querem levantar o véu, tirar a cobertura, revelar, descobrir aquilo que sempre é escondido por razões técnicas, políticas ou simplesmente sem explicação. Toda relação dos entes públicos com empresas privadas deve ser divulgada em todos os seus detalhes. O resto é pornografia. Renan Calheiros na presidência do Senado é um ato pornográfico chocante. Henrique Eduardo Alves na presidência da Câmara de Deputados é pornografia barata. A impossibilidade de se fazer uma reforma política já por consulta popular é indecente e resulta dos bacanais dos nossos representantes, que se misturam em todas as posições.

O rei está nu. O rei é político. Mas não é sem políticos que se resolverá o problema. A solução passa por mostrar todos pelados até que a bandalheira seja compreendida na sua profundidade ou na sua superficialidade escatológica. O discurso moralista quer cobrir as vergonhas políticas com folhas de parreira e reformas superficiais. O Brasil só vai sair da crise de legitimidade e de representatividade quando toda a pornografia política estiver exposta em praça pública, a começar pelas relações incestuosas com empresas de ônibus. O falso moralismo precisa virar moralidade.

A pornografia maior é um vestido de R$ 3 milhões com o dinheiro das passagens de ônibus.


Postado no blog Juremir Machado da Silva em 19/07/2013
Imagens inseridas por mim


Pena que o Povo se deixe manipular pela Globo e a elite e cogitam este homem para a Presidência do Brasil !





Veja abaixo Joaquim Barbosa nu e cru !

Não está em questão o mérito da questão discutida(?). É o modo de ser despótico do Presidente do STF que mais salta aos olhos: destemperado e tirânico.






Porque os Felicianos não nos representam



Por Leticia Perez (*)


marcosfeliciano Há três semanas o Brasil vive um turbilhão de manifestações civis, organizadas por cidadãos que decidiram tomar para si a validade democrática de livre expressão. O fato que mobilizou esse número enorme de pessoas foi a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Como já amplamente publicado em toda a imprensa, o parlamentar declarou-se em seu perfil no Twitter adepto do racismo, da misoginia e da homofobia. Segundo ele, a Africa é amaldiçoada, as mulheres não deveriam ser livres e trabalhar porque isso “ameaça” a família. 

Dentre tantas pérolas e idiotices deste senhor, a última da semana foi dizer que até a sua chegada na CDHM a mesma comissão era administrada pelo Satanás. Isso a despeito do decoro parlamentar e do suposto respeito pela sua vice, que está há três anos lá.

Mas o Feliciano não nos representa apenas por isso (como se fosse pouco!). 

Ele não nos representa porque ele incita a discórdia, fomenta o preconceito, alimenta o machismo e dissemina um pensamento que é a antítese do mundo em que vivemos. 

Ele também não nos representa, porque é parte de um pensamento que é perigoso e pode levar o Brasil à revisitar tempos recentes e obscuros que desejamos esquecer.

A democracia é feita de contrastes, de pensamentos divergentes e de ideias que se discutidas em alto nível, elevam o pensamento político e trazem benefícios ao país. 

A sociedade civil está conectada e tem um poder de articulação gigante que tende a crescer. As pessoas se reúnem por ideias e juntas vão para as ruas exigir do Estado que as ouça e faça o seu trabalho como deve ser feito. Não é fácil entender isso. 

O discurso de alguns é sempre pela desqualificação da legitimidade destes movimentos, mas isso não é mais uma ameaça. 

O povo na rua em uníssono propalando palavras de ordem e exigindo do poder público as respostas sobre os seus temas é mais forte e, certamente, vai produzir efeito na administração pública.

Sejam 2, 5, 10 ou milhares o valor é o mesmo. E, se caso a polícia militar e seu contingente resolver “interferir” com repressão e tropas de choque, então teremos governantes coniventes com o que se está dizendo, incompetentes, inaptos para a democracia, inescrupulosos e covardes. É assim no caso Feliciano e sua polícia legislativa e é assim no caso Fortunati.

(*) Cidadã brasileira

Foto: Câmara dos Deputados


Postado no blog RS Urgente em 04/04/2013

Nota:

Fortunati é o atual prefeito de Porto Alegre que está enfrentando muitos protestos e passeatas do povo, a cada semana surge mais um motivo para estes protestos.

 Cito alguns motivos: ceder espaços públicos para a Coca-Cola fazer sua publicidade; retirar, apressadamente, pessoas de suas casas para dar lugar às obras da Copa; cortar árvores para aumentar espaço para carros; ceder benesses para o Grupo de Empresas da RBS ( filial da Tv Globo ).  

Os protestos, nesta semana, são por causa do aumento abusivo da passagem de ônibus que passou para R$ 3,05.



Nazijornalismo




Leandro Fortes

A violência do CQC contra o deputado José Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo. Isso porque o programa apresentado por Marcelo Tas, no comando de uma mesa onde se perfilam três patetas da tristeza a estrebuchar moralismos infantis, não é uma coisa nem outra.

Não é um programa de humor, porque as risadas que eventualmente desperta nos telespectadores não vem do conforto e da alegria da alma, mas dos demônios que cada um esconde em si, do esgoto de bílis negra por onde fluem preconceitos, ódios de classe e sentimentos incompatíveis com o conceito de vida social compartilhada.

Não é jornalismo, porque a missão do jornalista é decodificar o drama humano com nobreza e respeito ao próximo. É da nobre missão do jornalismo equilibrar os fatos de tal maneira que o cidadão comum possa interpretá-los por si só, sem a contaminação perversa da demência alheia, no caso do CQC, manipulada a partir dos interesses de quem vê na execração da política uma forma cínica de garantir audiência.

A utilização de uma criança para esse fim, com a aquiescência do próprio pai, revela o grau de insanidade que esse expediente encerra. 

O que se viu ali não foi apenas a atuação de um farsante travestido de jornalista a fazer graça com a desgraça alheia, mas a perpetuação de um crime contra a dignidade humana, um atentado aos direitos humanos que nos coloca, a todos, reféns de um processo de degradação social liderado por idiotas com um microfone na mão.

A inclusão de um “repórter-mirim” é, talvez, o elemento mais emblemático dessa circunstância, revelador do desrespeito ao ofício do jornalismo, embora seja um expediente comum na imprensa brasileira. 

Por razões de nicho e de mercado, diversos veículos de comunicação brasileiros têm lançado, ao longo do tempo, mão dessa baboseira imprestável, como se fosse possível a uma criança ser repórter, ainda que por brincadeira.

Jornalismo é uma profissão de uma vida toda, a começar da formação acadêmica, a ser percorrida com dificuldade e perseverança. Dar um microfone a uma criança, ou usá-la como instrumento pérfido de manipulação, como fez o CQC com José Genoíno, não faz dela um repórter – e, provavelmente, não irá ajudá-la a construir um bom caráter. É um crime e espero, sinceramente, que alguma medida judicial seja tomada a respeito.

Não existem repórteres-mirins, como não existem médicos-mirins, advogados-mirins e engenheiros-mirins.

Existem, sim, cretinos adultos.

E, a estes, dedico o meu desprezo e a minha repulsa, como cidadão e como jornalista.


Postado no blog O Escrevinhador em 28/03/2013
Imagem inserida por mim


Aqui você encontra maiores detalhes, como o vídeo do cqc



CQC submete Genoino a sessão de tortura psicológica




Eduardo Guimarães


O humor deveria servir para elevar o espírito do homem. Não sei se o humorismo é uma criação divina ou se alguém, algum dia, inventou essa verdadeira forma de arte. Seja quem for que o inventou, porém, não foi pensando em humilhar ou torturar ou em oferecer um instrumento de vingança aos pobres de espírito.

Alguns, como os “humoristas” do programa da TV Bandeirantes CQC, confundem ridicularizar pessoas com fazer humor. Ridicularia e humorismo, porém, não são a mesma coisa. Contudo, antes de abordar a tortura psicológica que eles vêm impondo a um ser humano, farei uma digressão inevitável.

Houve época em que os condenados por aquilo que diziam ser “justiça” – mas que, muitas vezes, não passava de instrumento de tortura usado por um grupo político, social, religioso ou étnico contra outro –, além de ir para o cárcere eram exibidos em praça pública em sessões de humilhação.

No momento em que escrevo, tenho na mente uma canção, “Geni e o Zepelim”, composta e cantada por Chico Buarque. Fez parte do musical Ópera do Malandro, do mesmo autor, lançado em 1978, e do álbum, de 1979, bem como do filme, de 1986 – todos com o mesmo nome.

A Ópera do Malandro conta, entre outras, a história de Geni, um travesti hostilizado na cidade.

O comandante de um dirigível (Zepelin) militar investe contra aquela cidade e decide destruí-la. Porém, apaixona-se por Geni. Sabendo disso, a mesma cidade que fustigava o travesti passa a lhe pedir que interceda por ela junto ao agressor.

Geni, então, usa de seu poder recém-adquirido sobre o militar e salva a cidade, que, na volta à rotina, volta a insultar e a humilhar quem a salvou.

A canção de Chico Buarque eclodiu durante a ditadura militar e teve tal relevância que seu refrão “Joga pedra na Geni” passou a ser usado contra pessoas ou ideias que, em determinadas circunstâncias políticas, viram alvo de execração pública.

A civilização, porém, acabou com as torturas (físicas ou morais) contra aqueles que infringem as leis. Em sociedades civilizadas, a pena de restrição de liberdade e de direitos vários se basta.

A tortura psicológica, a execração pública a que está sendo submetido um homem que entregou sua vida à causa da democracia e que por ela foi torturado fisicamente, portanto, não se coaduna com sociedades civilizadas, mas coaduna-se com o juízo farsesco que condenou José Genoino por “corrupção ativa”.

Só em um país em que pessoas são mandadas para a cadeia sem provas uma tortura mental como a do CQC pode ser aceita.

Pobre Genoino. É um homem sem posses. Tudo o que amealhou em termos de bens pessoais em sua vida parlamentar – atividade na qual a quase totalidade de seus pares no Congresso que o detratam, enriqueceram a olhos vistos – foi uma casa modesta num bairro modesto em São Paulo.

Condenado por “corrupção ativa”. Pobre Genoino. É de revirar o estômago.

Mas admiro a coragem dele. Poderia se recolher ao recesso do lar, à espera da execução da pena que poderá ter que cumprir porque, neste país de homens e mulheres avessos a se sacrificarem por uma causa, poucos entre os que enxergam a injustiça que está sendo cometida ao menos dirão publicamente que se recusam a aceita-la.

Sou dos que não aceitam e, mesmo sem ter como fazer alguma coisa, faço questão de dizer, em alto e bom som, que o que está sendo feito contra Genoino é uma ignominia.

E nem me refiro à condenação injusta e revoltante que lhe foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal sob provas “tênues”. Refiro-me à tortura característica de regimes ditatoriais e medievais a que vem sendo submetido por seres amorais como os torturadores da Band.

Solidarizo-me com Genoino pelo linchamento moral que sofreu. Antes de tudo, ele é um ser humano que, mesmo condenado pela justiça, a civilização deveria impedir que fosse torturado, sendo a penalização exclusiva na forma da lei a única admissível. Força, portanto, companheiro. Você não está só.

PS: o CQC usou uma criança para humilhar Genoino. Que grande exemplo de cidadania esse menino recebeu. Aprendeu a tripudiar, a humilhar, a mentir e a ignorar os direitos e os sentimentos de um semelhante. Terá uma longa carreira na mídia que gerou a ditadura anterior, a qual não se limitou a torturar Genoino psicologicamente como fez o CQC.

Se tiver estômago, assista, abaixo, a uma legítima sessão de tortura. A uma punição extrajudicial que se choca com o próprio conceito de civilização. Do contrário, pule o vídeo e, logo abaixo, poderá ouvir a obra imorredoura de Chico Buarque: “Geni e o Zepelin”.


A tortura de Genoino pelo CQC 





Geni e o Zepelin


Postado no blog da Cidadania em 27/03/2013