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Filho pergunta a pai se seria mais amado caso fosse branco



O menino Guilherme Bregunci, de 9 anos, fez uma carta para o seu pai com uma pergunta ingênua, mas que mostra o impacto do racismo. “Você e toda minha família iam gostar mais de mim se eu fosse branco?”, escreveu a criança. Ele é filho adotivo de Gustavo e Karina Bregunci e irmão de Henrique, de 7 anos, e Felipe, de 5.

“Ser seu pai é motivo de orgulho para mim. Amo você do jeito que é”, respondeu o pai. Ele contou a história nas suas redes sociais e publicou: “O racismo machuca a alma. Reduz o indivíduo. É covarde e cruel. Você já conversou sobre racismo com seus filhos? Alguma vez se preocupou em orientá-los? Não perca mais tempo: aproveite o domingão para deixar para o mundo uma geração melhor que a nossa”.

A família mora em Belo Horizonte.

Veja, no final da página, foto da carta escrita por Guilherme.
Ser seu pai é motivo de orgulho para mim. Amo você do jeito que é. Amo seu cabelo, seus olhos, seu nariz, sua boca, seu corpo, sua cor! Amo tudo em você. Se mudar algo, você deixará de ser o meu Gui. E quero você do jeitinho que é. Não aceite nunca que alguém menospreze sua cor! O nome disso é racismo e já conversamos várias vezes: racismo é crime! Continue sendo essa criança fantástica. Continue querendo ajudar e dividindo o que você tem”, escreveu o pai em resposta.

Veja abaixo a carta de Guilherme.



Carta de Guilherme a seu pai




Filho pergunta a pai se seria mais amado caso fosse branco



O menino Guilherme Bregunci, de 9 anos, fez uma carta para o seu pai com uma pergunta ingênua, mas que mostra o impacto do racismo. “Você e toda minha família iam gostar mais de mim se eu fosse branco?”, escreveu a criança. Ele é filho adotivo de Gustavo e Karina Bregunci e irmão de Henrique, de 7 anos, e Felipe, de 5.

“Ser seu pai é motivo de orgulho para mim. Amo você do jeito que é”, respondeu o pai. Ele contou a história nas suas redes sociais e publicou: “O racismo machuca a alma. Reduz o indivíduo. É covarde e cruel. Você já conversou sobre racismo com seus filhos? Alguma vez se preocupou em orientá-los? Não perca mais tempo: aproveite o domingão para deixar para o mundo uma geração melhor que a nossa”.

A família mora em Belo Horizonte.

Veja, no final da página, foto da carta escrita por Guilherme.
Ser seu pai é motivo de orgulho para mim. Amo você do jeito que é. Amo seu cabelo, seus olhos, seu nariz, sua boca, seu corpo, sua cor! Amo tudo em você. Se mudar algo, você deixará de ser o meu Gui. E quero você do jeitinho que é. Não aceite nunca que alguém menospreze sua cor! O nome disso é racismo e já conversamos várias vezes: racismo é crime! Continue sendo essa criança fantástica. Continue querendo ajudar e dividindo o que você tem”, escreveu o pai em resposta.

Veja abaixo a carta de Guilherme.



Carta de Guilherme a seu pai




Vacinem as crianças ! Quem ama cuida . . .

 









Vacinem as crianças ! Quem ama cuida . . .

 









A fome volta no Brasil

 


 

 



 


A fome volta no Brasil

 


 

 



 


A " ira santa " dos pais do bebê contra o descaso da empresa aérea e outros descasos . . .

 

Thaméa Danelon e Deltan Dallagnol





Por Lenio Streck

Cena 1

O procurador Dallagnol, depois de conseguir transferir 42 vezes seu processo no CNMP e vê-lo prescrito, decidiu continuar na política, desta vez oficialmente. Sim, agora oficialmente. Declarou-se nu o rei que sempre andara peladinho por aí. Pintou e bordou durante anos na República de Curitiba. Avisamos e denunciamos que ele usava o MP para seu interesse próprio e quejandices políticas. Transgrediu várias vezes a legislação do MP, inclusive na saída. Fez tudo isso e foi ao cinema.

Cena 2

A procuradora Thaméa Danelon, ex-comandante da “lava jato” de São Paulo, faz política, diariamente, sem sair do MP. Atira de dentro. Segue os passos de Deltan. Sim, Thaméa virou comentarista política de uma rede de TV. Deita cátedra. Embora a lei diga que ela, além de MP, só poderia lecionar, enveredou por outro caminho. O que dirá o CNMP? Ah: parece que, nas suas folgas, é comentarista do blog do Alan, aquele que está foragido no Isteites.

Nos seus comentários, faz duras críticas ao STF e elogia DD e Moro. Usa a sua legitimidade pública de membro do MP para fazer apreciações político-morais. E comenta sobre Ciro Gomes. Um procurador da República deve falar sobre isso? Alguém quer saber?

Ora, o membro do MP é agente político do Estado. Para quem não sabe, possui as garantias de um juiz. E os mesmos vencimentos. Por qual razão ele pode ter as “prerrogativas públicas” de um deputado, por exemplo? Ou de um jornalista? Mesmo de um advogado, ainda que de acusação, agindo estrategicamente? Eis a pergunta de um milhão de megahertz. Imaginem um juiz transformado em comentarista político de uma grande rede. Dando palpite sobre o agir de Ciro Gomes… Pois é. Membros de instituições do Estado têm de agir institucionalmente em nome do Estado. Parece óbvio. Ou não?

Cena 3

Uma criança de cinco meses é mantida “refém” em um voo da Gol por três horas, sem comida e sem fraldas, no meio de trocentas pessoas, calor e os desconfortos inerentes à espécie. Descontentes, ao descerem, os pais vandalizam o balcão. Imaginem o grau de indignação dos pais, que agiram, por óbvio, sob violenta emoção logo após lenta e agonizante provocação da vítima, a companhia aérea.

Casal de fotógrafos captura a beleza surpreendente de crianças afro em fotos únicas



Na série “AfroArt” eles celebram a versatilidade do cabelo afro e sua beleza inata. O objetivo desta série é ilustrar a história do passado real dessas pessoas, celebrar a glória do aqui e agora e até mesmo ousar prever o futuro.



Regis e Kahran são um casal de artistas que há mais de 10 anos trabalham com centenas de crianças, famílias e marcas. Eles são obcecados por uma narrativa visual única.

Os dois se conheceram justamente por conta de sua paixão compartilhada de preservar momentos preciosos. Eles se apaixonaram perdidamente um pelo outro e, no processo, criaram algo lindo: o CreativeSoul Photography

O casal é especializado em fotografia de estilo de vida, com uma narrativa visual autêntica. O trabalho deles é único e possui uma abordagem holística.

Os fotógrafos já trabalharam na Teen Vogue, CNN, revista Glamour, Vogue Italia, Black Enterprise, BET.com, BBC News, e muito mais.

Na série “AfroArt” eles celebram a versatilidade do cabelo afro e sua beleza inata. O objetivo desta série é ilustrar a história do passado real dessas pessoas, celebrar a glória do aqui e agora e até mesmo ousar prever o futuro.

“Com esta série, pretendemos capacitar crianças de cor a abraçar seus cachos naturais e a pele em que estão. Esta série viral ganhou atenção mundial e foi apresentada na BBC News, CNN, CBS News, Teen Vogue, Glamour Brasil e mais.”, diz o site dos fotógrafos.

O trabalho incomparável desses artistas tem como resultado imagens surreais que mostram a beleza única desses jovens e crianças e suas culturas. Confira!


by CreativeSoul Photography

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Para saber mais sobre os artistas, acesse o site.




Casal de fotógrafos captura a beleza surpreendente de crianças afro em fotos únicas



Na série “AfroArt” eles celebram a versatilidade do cabelo afro e sua beleza inata. O objetivo desta série é ilustrar a história do passado real dessas pessoas, celebrar a glória do aqui e agora e até mesmo ousar prever o futuro.



Regis e Kahran são um casal de artistas que há mais de 10 anos trabalham com centenas de crianças, famílias e marcas. Eles são obcecados por uma narrativa visual única.

Os dois se conheceram justamente por conta de sua paixão compartilhada de preservar momentos preciosos. Eles se apaixonaram perdidamente um pelo outro e, no processo, criaram algo lindo: o CreativeSoul Photography

O casal é especializado em fotografia de estilo de vida, com uma narrativa visual autêntica. O trabalho deles é único e possui uma abordagem holística.

Os fotógrafos já trabalharam na Teen Vogue, CNN, revista Glamour, Vogue Italia, Black Enterprise, BET.com, BBC News, e muito mais.

Na série “AfroArt” eles celebram a versatilidade do cabelo afro e sua beleza inata. O objetivo desta série é ilustrar a história do passado real dessas pessoas, celebrar a glória do aqui e agora e até mesmo ousar prever o futuro.

“Com esta série, pretendemos capacitar crianças de cor a abraçar seus cachos naturais e a pele em que estão. Esta série viral ganhou atenção mundial e foi apresentada na BBC News, CNN, CBS News, Teen Vogue, Glamour Brasil e mais.”, diz o site dos fotógrafos.

O trabalho incomparável desses artistas tem como resultado imagens surreais que mostram a beleza única desses jovens e crianças e suas culturas. Confira!


by CreativeSoul Photography

Será que é preciso uma receita e várias alopatias para todos os sintomas humanos?




Patricia Tavares*

Agosto de 2017 escrevi isso, cada dia mais atual.

Será que é preciso uma receita e várias alopatias para todos os sintomas humanos?

No outro dia li uma matéria sobre o aumento do diagnóstico de TDH em crianças ("Número de crianças diagnosticadas com TDAH aumentou 66 por cento em 10 anos nos EUA"), o quanto aumentou de forma absurda as estatísticas, e muitos especialistas questionando a veracidade do transtorno em tantas crianças, o quanto aumenta a cada ano, que isso não é possível...

Que ótimo, não sou só eu a pensar assim.

Dentro desta discussão muito frutífera vem à tona sobre o que é realmente esse transtorno, e que hoje em dia basta uma criança ser um pouco mais agitada, fora de alguns padrões, dar algum "tipo de problema" na escola ou na família, que pronto, dá Ritalina, DIAGNÓSTICO RÁPIDO, sem se questionar o que existe em torno do comportamento dessa criança, a causa desse comportamento ter se alterado.

Uma sociedade doente, onde pais trabalham cada vez mais horas, ficam mais tempo distantes dos filhos e quando os encontram não têm tempo ou paciência para mais nada, onde cada dia cresce as atividades e estímulos para criança, cursos e mais cursos, com objetivos específicos e muitas responsabilidades em torno de crianças ainda tão pequenas.

Fiz uma especialização em Terapia Familiar Sistêmica, minha monografia foi a "Criança como paciente identificado", na maioria das vezes, os pais ou algum outro fator externo a criança, escola, algum acontecimento, faz com que a criança altere seu comportamento, e isso é normal, previsível, não anormal. É preciso ler mais, termos mais conhecimento, antes de queremos "consertar" o ser humano, ainda mais uma criança, que é tão influenciada por esse mundo doido e por nós adultos cheios de questões.

Atenção, essas drogas são muito fortes, é lógico que em alguns casos são indicadas, e precisam ser muito bem monitoradas pelos médicos.

Precisamos ser criteriosos, hoje existe nomenclatura demais, cada dia surge um transtorno diferente, uma patologia da moda, a indústria farmacêutica cresce e todos se tornam cada vez mais doentes...
 
Ninguém mais pode sentir uma tristeza pois é chamado de depressivo e medicado, não há mais tempo nem espaço para termos os nossos lutos, "sentir" está excluído, não existe espaço, sem ter uma nomenclatura, está com "Transtorno bipolar", "compulsivo"/ "obsessivo", "Síndrome do Pânico", etc... e por aí vai..., vamos tomar cuidado...

Eu sou do tempo onde um médico só, examinava tudo e tinha maior critério, e cuidado para receitar uma droga, agora o Rivotril, Lexotan, etc... são receitados e tomados como maracujá, a pessoa não consegue dormir dois dias, Rivotril?! Céus, onde vamos parar?!

Eu prefiro ter muito cuidado com "Diagnóstico" e muito respeito ao que o Ser Humano está vivenciando, as dores que são justificáveis, e precisamos ter um tempo para vivenciarmos sim, algumas situações como perda de emprego, separação, morte de ente querido, recuperação de uma doença, atualmente tudo o que ocorreu com essa pandemia avassaladora, etc... É preciso ter um tempo, um espaço para sentir a dor, para elaborar o sentimento que está vivenciando.

Falo para os meus pacientes, antes da alopatia, tentarem as homeopatias que praticamente não tem efeito colateral e podem ser tomadas por muito tempo sem causar dependência. (Terapêutica Floral, Yoga, Fitoterapia, Reiki, Acupuntura etc...)

Mas quando a pessoa realmente precisa da alopatia naquele momento, aconselho a tomar e quando for melhorando conversar com o médico para diminuir. E junto com alopatia fazer terapia e iniciar um tratamento mais natural que visa o integral, pois as alopatias, o que fazem é suprimir sintomas, e que as vezes é muito necessário para certos pacientes, com certas deficiências, transtornos de fato.

Os outros tratamentos que citei, visam cuidar do todo, da raiz daquele problema, daquela doença, ou até fazer algo paralelo, para que possamos visar o cuidado com o corpo-mente-espírito, porque antes de qualquer mal se manifestar no corpo, se manifesta no espírito, ainda que muita gente não acredite e não entenda. Muitos livros já foram escritos e muitos especialistas já acreditam e temos resultados significativos.

E nós profissionais da psicologia precisamos nos perguntar a quem estamos servindo? Aos Seres Humanos, a alguns Médicos, ao mercado farmacêutico? Às empresas, que querem ver a pessoa funcionando a qualquer custo?

Eu sei muito bem para que serve o meu "Saber" e sou fiel a isso, não me submeto a nenhum mercado, porque sou profissional, mas sou Ser Humano. Eu não atuo para consertar pessoas.


*Patricia Tavares (Psicóloga Clínica)





Será que é preciso uma receita e várias alopatias para todos os sintomas humanos?




Patricia Tavares*

Agosto de 2017 escrevi isso, cada dia mais atual.

Será que é preciso uma receita e várias alopatias para todos os sintomas humanos?

No outro dia li uma matéria sobre o aumento do diagnóstico de TDH em crianças ("Número de crianças diagnosticadas com TDAH aumentou 66 por cento em 10 anos nos EUA"), o quanto aumentou de forma absurda as estatísticas, e muitos especialistas questionando a veracidade do transtorno em tantas crianças, o quanto aumenta a cada ano, que isso não é possível...

Que ótimo, não sou só eu a pensar assim.

Dentro desta discussão muito frutífera vem à tona sobre o que é realmente esse transtorno, e que hoje em dia basta uma criança ser um pouco mais agitada, fora de alguns padrões, dar algum "tipo de problema" na escola ou na família, que pronto, dá Ritalina, DIAGNÓSTICO RÁPIDO, sem se questionar o que existe em torno do comportamento dessa criança, a causa desse comportamento ter se alterado.

No mundo, mais de 1 milhão de crianças órfãs pela pandemia de covid-19




Um milhão e meio de crianças perderam pais, avós ou cuidadores para Covid-19

Estudo publicado na revista 'The Lancet' é o primeiro a tratar do efeito das perdas sobre a formação de crianças e adolescentes

Guilherme Venaglia e Leonardo Lopes da CNN, em São Paulo

Um estudo divulgado pela revista científica "The Lancet" nesta segunda-feira (19) aponta que cerca de 1,5 milhão de crianças perderam pais, avós ou outras pessoas responsáveis por seus cuidados diretos em razão da Covid-19. Trata-se do primeiro estudo global sobre o tema diante da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o levantamento, o Brasil figura como um dos países em que proporcionalmente essa ocorrência é maior, com 130 mil crianças que perderam o principal responsável pelos seus cuidados, o que equivale a duas crianças a cada mil.

Esse índice só é menor que o registrado no Peru (10 a cada mil), na África do Sul (cinco a cada mil) e no México (três a cada mil). Das 1,5 milhão de crianças, em torno de um milhão perderam o pai e/ou a mãe. Outras 500 mil crianças perderam uma outra pessoa, como um avô, que vive no ambiente familiar e fazia parte desse cuidado.

O levantamento segue critérios científicos, como a revisão por pares. Os pesquisadores responsáveis alertam que "crianças que perderam um parente ou cuidador estão arriscadas a sofrerem de efeitos adversos de curto e longo prazo sobre a sua saúde, segurança e bem-estar, como o aumento do risco de doenças, abusos físicos, violência sexual e gestação na adolescência".

"Os pesquisadores pedem a adoção de uma ação urgente para responder o impacto das perdas de cuidadores como parte dos programas de combate à Covid-19", afirma a "The Lancet". "A cada duas mortes por Covid-19 no mundo, uma criança foi deixada para trás para enfrentar a morte de um parente ou cuidador", diz Susan Hills, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e uma das pesquisadoras que lideraram o estudo.

Pesquisadora pede vacinação e auxílio financeiro às famílias

Lucie Cluver, professora da Universidade da Oxford e da Universidade de Cape Town na África do Sul, diz que os governos devem se inspirar em medidas semelhantes adotadas em países mais afetados por doenças como a Aids e o Ebola.

A especialista sugere esforços adicionais para vacinar os cuidadores de crianças, em especial idosos que estejam com a responsabilidade de fazer esse cuidado, e dar suporte às famílias que ficarem responsáveis por ajudar os jovens que perderam seus pais e responsáveis.
"Nós precisamos apoiar as famílias estendidas ou adotivas a cuidarem dessas crianças, com ajuda de custos, programas de auxílio à parentalidade e acesso à educação. Precisamos vacinar os cuidadores das crianças -- especialmente os cuidadores avôs e avós. E precisamos responder rápido, porque a cada 12 segundos uma criança perde seu cuidador pela Covid-19", afirma Cluver.



Mais de um milhão de crianças perderam pais
 ou avós na pandemia

Brasil é um dos países onde mais crianças ficaram órfãs em decorrência da covid-19. Pesquisadores afirmam que o número real de menores afetados no mundo deve ser ainda maior.

Cerca de 1,1 milhão de crianças no mundo perderam ao menos um dos pais ou avós responsáveis por elas em consequência da pandemia de covid-19, estima um estudo publicado na revista científica The Lancet nesta terça-feira (20/07).

Em relação à população total, o número de menores de 18 anos nessa situação é particularmente alto no Brasil, onde 2,4 crianças a cada mil foram afetadas, atrás apenas do Peru (10,2), da África do Sul (5,1) e do México (3,5).

Segundo estimativas do levantamento, mais de 113 mil crianças ficaram total ou parcialmente órfãs em consequência da covid-19 no Brasil, sendo que 25,6 mil perderam a mãe, mais de 87,5 mil perderam o pai, e 13 crianças perderam tanto o pai quanto a mãe para a doença. Além disso, 17 mil perderam um dos avós que cuidavam delas, e 69 perderam os dois.

O estudo destaca que muitas vezes os avós, frequentemente os mais vulneráveis à covid-19, fornecem apoio prático, psicossocial ou financeiro para os netos. No Brasil, o segundo país do mundo com mais mortes por covid-19, atrás dos Estados Unidos, 70% das crianças recebem esse apoio financeiro, apontam os pesquisadores, indicando que muitas podem ter perdido esse suporte durante a pandemia.

Se considerados ainda avós ou parentes mais velhos que vivem no mesmo lar mas não são os principais responsáveis pelas crianças, o número total de menores afetados chega a mais de 1,5 milhão no mundo. O número de crianças que perderam o pai seria de duas a cinco vezes maior que o daquelas que perderam a mãe, segundo os pesquisadores, liderados por Seth Flaxman, do Imperial College de Londres.

Consequência trágica e negligenciada

"Como a maioria das mortes por covid-19 ocorre entre adultos, e não entre crianças, a atenção tem sido concentrada, compreensivelmente, nos adultos. Entretanto, uma consequência trágica do grande número de mortes de adultos é que um grande número de crianças pode perder seus pais e responsáveis para a covid-19", diz o estudo.

A pandemia vista pelos olhos de crianças


 

"Como a covid-19 pode levar à morte dentro de poucas semanas, famílias têm pouco tempo para preparar as crianças para o trauma que experimentam quando um progenitor ou responsável morre", destacam os pesquisadores.

Entre as consequências para as crianças órfãs ou que perdem um responsável por elas, o estudo aponta riscos de problemas de saúde mental e física, de vulnerabilidade econômica e de abusos sexuais. Tais experiências, por sua vez, aumentam os riscos de suicídio, gravidez na adolescência e doenças, afirmam.

Em comunicado sobre o estudo, os Institutos Nacionais da Saúde (NIH, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, afirmam que as crianças órfãs são uma consequência significativa, até então negligenciada, da pandemia. Segundo os NIH, a análise mostra que o apoio psicossocial e financeiro a essas crianças deve ter um papel central na resposta à pandemia.

Metodologia e subnotificação

Para o estudo, os pesquisadores fizeram cálculos usando dados como taxas de natalidade e mortes por covid-19 de 21 países, que responderam por 76,4% dos óbitos por covid-19 no mundo entre março de 2020 e abril de 2021: Argentina, Brasil, Colômbia, Inglaterra e País de Gales, França, Alemanha, Índia, Irã, Itália, Quênia, Malawi, México, Nigéria, Peru, Filipinas, Polônia, Rússia, África do Sul, Espanha, EUA e Zimbábue.

Os pesquisadores destacam que os números apontados no estudo são apenas estimativas – e o número real de crianças afetadas provavelmente é ainda maior.

Os cientistas apontam ainda que não foi possível levar em conta nas estimativas famílias formadas por dois pais ou duas mães, devido à falta de dados nos países analisados.




Brasil tem 1 órfão por covid a cada 5 minutos: 'Pensamos que crianças não são afetadas, 
mas é o oposto'

Susan Hillis, pesquisadora de doenças infecciosas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, é líder do estudo que mostrou que há 1,5 milhão de órfãos da pandemia pelo mundo, e que o Brasil é o segundo país mais afetado pelo problema. "Se você parar agora e contar até 12, é o tempo que basta para haver um novo órfão por covid-19 no mundo."


Mariana Sanches e Matheus Magenta, BBC

A covid-19 evoluiu rapidamente nos corpos de Thiago e Antonielle Weckerlin (ou Nielle, como era conhecida). Casados por 13 anos, ambos acabariam intubados na mesma UTI de Ponta Grossa, no hospital do Coração Bom Jesus. Primeiro morreu Thiago, numa madrugada de março de 2021, pouco antes de completar 35 anos. Onze dias depois, sem sequer ter chegado a saber que ficara viúva, morreria Nielle, aos 38 anos. "Nossa querida Nielle não resistiu e agora foi encontrar com Thiago e Jesus no céu", dizia um post de luto da igreja evangélica que a família frequentava na cidade.

O casal, enterrado lado a lado, deixou quatro filhos, dois meninos e duas meninas. As crianças, com idades entre 1 e 11 anos, agora vivem com familiares que dizem ter condições financeiras de sustentá-los. Ainda assim, amigos e familiares arrecadaram R$ 70 mil em um esforço para ajudar o futuro delas.

As quatro crianças são parte dos mais de 113 mil menores de idade brasileiros que perderam o pai, a mãe ou ambos para a covid-19 entre março de 2020 e abril de 2021. Se consideradas as crianças e adolescentes que tinham como principal cuidador os avós/avôs, esse número salta para 130 mil no país. Globalmente, a cifra ultrapassa 1,5 milhão de órfãos, de acordo com um estudo publicado na última terça-feira, 20/7, no periódico científico Lancet.

"Se você parar agora e contar até 12, é o tempo que basta para haver um novo órfão por covid-19 no mundo", afirmou à BBC News Brasil a cientista que liderou o estudo, Susan Hillis, pesquisadora de doenças infecciosas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Hillis, ela mesma mãe adotiva de 11 filhos, se esforça para confrontar uma ideia que se disseminou desde o início da pandemia de que crianças não são afetadas pela covid-19. De acordo com a cientista, a magnitude no número de órfãos expõe exatamente o oposto, mas autoridades de diferentes países e a sociedade em geral têm ignorado — ou agido de modo lento demais — para ajudar esses menores de idade em situação tão extrema.

Para além da tragédia emocional, muitas famílias perderam pais ou mães que eram as principais fontes de renda da casa. Hillis defende que haja inclusão imediata desses menores de idade em programas de transferência de renda, para combater a vulnerabilidade financeira e social que vem junto com a orfandade. Essa seria uma necessidade especialmente verdadeira no Brasil, onde a maior parte dos órfãos, 87,5 mil, perdeu o pai, historicamente o responsável pelo sustento financeiro do lar.

Órfãos da pandemia: o desafio de criar as crianças que perderam os pais para a Covid


No Congresso brasileiro, onde Thiago e Nielle foram homenageados por um deputado federal do Paraná, tramitam diversos projetos de lei para beneficiar com assistência social órfãos da covid-19. O governo federal já anunciou que planeja pagar uma pensão para órfãos já inscritos em programas sociais, algo em torno de 68 mil menores de idade, segundo estimativas.

Mas nenhuma dessas propostas de auxílio saiu do papel ainda. "Nossos dados são muito claros em mostrar que o Brasil é o segundo país com maior número de órfãos, atrás apenas do México", afirma Hillis. "Só posso dizer que existe um chamado urgente para que o país previna mortes e se prepare para proteger as crianças que vão precisar."


Susan Hillis, especialista em doenças infecciosas e líder de pesquisas de orfandade, é mãe adotiva de 11 crianças
 Foto: Divulgação CDC

Leia a seguir os principais trechos da entrevista da pesquisadora à BBC News Brasil feita por videochamada.

BBC News Brasil - O artigo que a senhora coassina afirma que a orfandade é uma epidemia escondida dentro da pandemia de covid-19. Qual é a importância de conhecermos esses números?

Susan Hillis - Sabemos por epidemias e pandemias anteriores, como a da gripe espanhola de 1918, ou a pandemia de HIV/AIDS ou a epidemia de Ebola, que toda vez que há pandemias que matam um grande número de adultos, isso significa que há um grande número de crianças que ficaram órfãs pela morte de um ou de ambos os pais. Dessa vez, no entanto, me parece que ficamos tão chocados e consumidos pela urgente necessidade de combater as mortes — que realmente ocorrem principalmente entre adultos —, que presumimos que isso significa que as crianças não são afetadas.

E, na verdade, é exatamente o oposto disso. As crianças são altamente afetadas quando os adultos que morrem são seus pais ou avós, as pessoas que mantêm suas casas e que cuidam delas.

BBC News Brasil - A magnitude desses números surpreenderam?

Hillis - Eu acho que foi surpreendente para a maior parte do mundo pelo simples fato de que não temos pensado nisso. No entanto, nosso estudo deixa claro que agora é a hora de nos concentrarmos em um grupo de crianças que está em crise e que continuará a crescer à medida que a pandemia progride. Descobrimos que em pouco mais de um ano, a cada 3 milhões de mortes por pandemia, havia mais de 1,5 milhão de crianças que perderam a mãe, o pai ou seu cuidador primário (normalmente os avós). Isso é muito traumatizante para as crianças.

O tamanho do grupo de crianças em sofrimento é chocante e a velocidade com que ele aumenta é de tirar o fôlego. O extremo da situação fica claro quando você pensa que muitas vezes, em poucos dias ou semanas, a pessoa que contraiu covid-19 está morta, o que deixa muito pouco tempo para que os familiares possam preparar esses filhos para o que é o futuro de uma vida sem mãe ou uma vida sem pai ou uma vida sem a avó que cuidava de você o tempo todo, todos os dias, que fazia a lição de casa com você, que lavava o seu cabelo, que estava ali para te ouvir quando você precisava de apoio psicossocial, que pagava suas mensalidades na escola. Então, estamos mesmo preocupados com essas crianças e, ao mesmo tempo, temos esperança porque aprendemos com pandemias anteriores o que funciona para ajudar e apoiar órfãos e crianças vulneráveis ​​e suas famílias nessas circunstâncias.

BBC News Brasil - O número de órfãos agora é comparável com algo que vimos na história recente da humanidade?
 
Hillis - Mais do que comparações históricas, há duas imagens muito simples e que traduzem de uma forma muito clara o tamanho da nossa tragédia. A cada 12 segundos, uma criança ao redor do mundo perde os pais ou um dos avós cuidadores por covid-19. Pense nisso: se você parar agora e contar até 12, é o tempo que basta para haver um novo órfão. Dito de outra forma, a cada dois adultos que morrem pela pandemia no mundo, uma criança é deixada para trás lamentando a perda de sua mãe ou de seu pai ou avó ou avô que o criava. Isso traduz a urgência de agirmos todos juntos e agora.

Órfãos da Covid: projeto ajuda crianças e jovens que perderam
 a família para o coronavírus


BBC News Brasil - Como os governos deveriam agir em relação a esses órfãos? E a sociedade, em geral?

Hillis - Há vários níveis de ação. Do ponto de vista das famílias, apesar dos lockdowns e restrições de movimento que o mundo todo tem experimentado, é preciso usar o momento para fortalecer o relacionamento com parentes que moram perto, e até mesmo aqueles que não moram perto, por meio de plataformas de videochamadas, porque são esses parentes que provavelmente terão que intervir e ajudar caso o pai ou o avô cuidador morra. E, especialmente para uma doença que mata tão rapidamente, eles precisam estar a postos.

Já em relação a governos e à sociedade civil, esse é o momento para que todos os níveis administrativos se engajem em três estratégias. Em primeiro lugar, precisamos prevenir as mortes desses pais, e certamente a essa altura sabemos como fazer isso. É preciso acelerar e garantir a equidade da distribuição das vacinas e enquanto isso não acontece e a imunização segue indisponível em muitos países, temos que seguir adotando aquelas medidas de saúde pública: uso de máscara, distanciamento social, higiene apropriada das mãos. Isso é essencial para impedir que esses pais contraiam a doença e morram.

A segunda estratégia é preparar para essas perdas. Há evidências claras de que crianças que crescem em orfanatos têm um risco aumentado de atrasos cognitivos permanentes. Isso está longe de ser o melhor que podemos fazer, como sociedade, por uma criança órfã. Então precisamos preparar parentes das famílias delas ou mesmo formar rapidamente famílias substitutas e adotivas que possam dar um lar para as crianças que precisam e precisarão deles. E não são poucas. Vamos pegar apenas o caso da cidade de Nova York. Ali, descobrimos que uma em cada quatro crianças que perderam um dos pais ou o responsável precisa de uma vaga em orfanato porque não tem outra opção. É preciso olhar para a possibilidade de famílias alternativas. Obviamente, isso deve sempre começar com os parentes e, quando isso não for possível, é preciso um lar substituto seguro e amoroso.

E a terceira estratégia é a proteção social. É central falarmos de proteção a essas crianças, porque sabemos que aquelas que crescem sem uma mãe ou um pai para zelar por elas correm maior risco de exposição à violência sexual, física e emocional. Há um risco aumentado de muitas outras vulnerabilidades sociais, como a interrupção dos estudos. Então, fica claro que precisamos trabalhar juntos para garantir que os pais ou cuidadores adotivos possam construir uma coesão familiar, que essas crianças sigam tendo oportunidades de permanecer na escola e precisamos assegurar seu fortalecimento econômico, inscrevendo-os em programas de transferência de renda, já que órfãos também acabam em situações econômicas altamente vulneráveis ​​quando quem falece de covid-19 é também o chefe de família.

BBC News Brasil - Seu estudo mostra também que, no caso do Brasil, a maior parte das crianças perdeu o pai, e não a mãe. Por que isso acontece e que diferença isso faz para elas no futuro?

Hillis - Também ficamos impressionados ao verificar que o risco de perder o pai foi de duas a cinco vezes mais alto do que o de perder a mãe. Isso, no mundo todo. Um dos motivos centrais para essa diferença é que, frequentemente, os homens têm um número médio de filhos maior do que as mulheres. Os homens podem continuar sua vida reprodutiva até 70 anos ou mais e as mulheres normalmente interrompem abruptamente seus anos reprodutivos por volta dos 50. Então, acreditamos que esse fato — o número médio mais alto de filhos dos homens —, associado com um risco ligeiramente maior de morte por covid-19 no caso dos homens explica esse dado.

Em termos de consequências, a perda do pai em vez da mãe costuma trazer maior risco de vulnerabilidade econômica nas famílias, presumivelmente porque eles são muitas vezes o principal ganha-pão na casa. Outra evidência forte é que a perda do pai tende a aumentar o risco de exposição a abuso sexual. Isso é especialmente verdade no caso das meninas órfãs.








No mundo, mais de 1 milhão de crianças órfãs pela pandemia de covid-19




Um milhão e meio de crianças perderam pais, avós ou cuidadores para Covid-19

Estudo publicado na revista 'The Lancet' é o primeiro a tratar do efeito das perdas sobre a formação de crianças e adolescentes

Guilherme Venaglia e Leonardo Lopes da CNN, em São Paulo

Um estudo divulgado pela revista científica "The Lancet" nesta segunda-feira (19) aponta que cerca de 1,5 milhão de crianças perderam pais, avós ou outras pessoas responsáveis por seus cuidados diretos em razão da Covid-19. Trata-se do primeiro estudo global sobre o tema diante da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o levantamento, o Brasil figura como um dos países em que proporcionalmente essa ocorrência é maior, com 130 mil crianças que perderam o principal responsável pelos seus cuidados, o que equivale a duas crianças a cada mil.

Matéria " Empatia " é obrigatória em escolas dinamarquesas e tem resultados surpreendentes




As aulas de Empatia ocorrem diariamente nas escolas, e, durante pelo menos uma hora, estimulam os conceitos nas crianças de 6 a 16 anos.


Já não é novidade que o nível de ansiedade em crianças e adolescentes do Ensino Fundamental e Médio só aumenta em todo o mundo. A sociedade atual é repleta de motivos para ficarmos ansiosos, vivemos no automático e geralmente nem prestamos atenção no ambiente e nas pessoas em nossa volta.

Para reverter essa situação preocupante, a Dinamarca resolveu adicionar uma matéria no cronograma dos alunos das escolas, e, o resultado foi surpreendente. A nova matéria impactou diretamente na saúde e bem estar das crianças e das famílias, que crescem com esse benefício.

Foto: Reprodução

A disciplina ‘Empatia’ se tornou obrigatória para o currículo educacional das escolas do país em 1993. Como consequência, ano a ano, o índice de felicidade entre os dinamarqueses – adultos e crianças! – cresce mais.

Segundo o Relatório de Felicidade Mundial, há quase uma década, a Dinamarca está entre os três países com maior índice de felicidade do mundo. O documento, publicado pela ONU também analisa o grau de generosidade, suporte social e liberdade de expressão da população.

Foto: Reprodução

As aulas de Empatia ocorrem diariamente nas escolas, e, durante pelo menos uma hora, estimulam os conceitos nas crianças de 6 a 16 anos. Diversas atividades compõe o método de ensino, dentre elas, as rodas de conversa em que os alunos são incentivados a trazer questões pessoais para o grupo para receber a ajuda de todos para resolvê-las, dinâmicas que estimulam a cooperação, em vez da competição, e ‘brincadeiras’ que mostram, na prática, a importância de respeitar, celebrar e acolher as diferenças do outro.









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As aulas de Empatia ocorrem diariamente nas escolas, e, durante pelo menos uma hora, estimulam os conceitos nas crianças de 6 a 16 anos.


Já não é novidade que o nível de ansiedade em crianças e adolescentes do Ensino Fundamental e Médio só aumenta em todo o mundo. A sociedade atual é repleta de motivos para ficarmos ansiosos, vivemos no automático e geralmente nem prestamos atenção no ambiente e nas pessoas em nossa volta.