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Merval e Sardemberg caluniam Blogueiros que entrevistaram Lula


Sardemberg e Merval


Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania:


Qualquer pessoa que a natureza tenha dotado de um mísero neurônio ficará intrigada com os textos e comentários que a grande mídia publicou sobre a entrevista que o ex-presidente Lula concedeu a blogueiros na última terça-feira (8/4). Quem são os blogueiros que essa mídia critica sem dar nomes? Por que não diz quem são? Qual é a razão desse mistério todo?

Além de distorcer as palavras de Lula ou até de inventar coisas que ele não disse, a mídia ainda vem caluniando esses blogueiros. Que calúnias? As de sempre, de que eu, por exemplo, digo aquilo que digo porque sou “financiado” pelo governo federal.

Não há grande jornal ou telejornal que não tenha divulgado algum texto atacando os blogueiros. Em geral, com ironias, dizendo-nos “amigos” de Lula, como no caso da colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde, casada com um marqueteiro com extensa folha de serviços prestados ao PSDB e que, há anos, dedica-se a atacar o PT todo dia.

Antes de prosseguir, um esclarecimento: infelizmente, não sou “amigo” de Lula; sou, apenas, um admirador e eleitor. Defendo o ex-presidente desde 1989. Neste blog, defendo desde 2005, quando criei a página. Nunca escondi isso de ninguém. Mas ser amigo é outra coisa.

Não frequento a casa de Lula, não tomo uma cachacinha ou fumo um havana com ele. Não tenho nem mesmo seu telefone pessoal. Gostaria, mas não tenho esses privilégios.

Aliás, posso garantir que, na entrevista que Lula concedeu a blogueiros, nenhum deles pode se dizer seu “amigo” no sentido literal.

Mais grave, porém, é quando a mídia calunia. A mesma Eliane Cantanhêde e a mesma Folha de São Paulo distorceram a fala de Lula sobre a situação do país.

Ao responder a uma pergunta sobre a razão dos protestos de rua, Lula disse que ainda não foi possível fazer tudo que precisa ser feito, mas que Dilma vai ter que ver como melhorar ainda mais o país. A mídia distorce tudo e diz que Lula criticou o governo Dilma ao dizer que “poderíamos estar melhor”.

A Folha escreveu essa distorção em editorial e a colunista em sua coluna, contígua aos editoriais do patrão.

Poderia ficar citando, um a um, essa extensa fila de colunistas e editoriais da grande mídia que atacaram os blogueiros com ironias ou até com calúnias, mas devido à repercussão da entrevista acho ocioso.

Enfim, direito de criticar todo mundo tem. Até distorcer a fala de Lula aos blogueiros, como fizeram tantos veículos, não requer muito gasto de tempo porque a entrevista pode ser assistida por quem tiver interesse na verdade e, assim, essas distorções terão sido inúteis. Já para quem não se preocupa com os fatos, mas sim com as versões, não adianta dizer nada porque vai acreditar só no que quer.

Mais grave, porém, é o que fizeram os comentaristas da Globo Merval Pereira e Carlos Alberto Sardemberg na rádio CBN. Ambos acusaram os blogueiros que entrevistaram Lula de terem as opiniões que têm por serem financiados pelo governo federal.

Ouça, abaixo, a calúnia sobretudo de Sardemberg.


Epa! Que história é essa? Não posso falar pelos outros companheiros que estiveram comigo na entrevista. Porém, que eu saiba nenhum dos que estavam ali recebe financiamento do governo federal para dizer o que pensa.

Sim, talvez algum dos entrevistadores tenha publicidade oficial em seu site assim como a Globo ou a Folha têm… Mas e daí? A Secom federal tem normas muito claras para anunciar em qualquer veículo. Ter um anúncio do Banco do Brasil ou da Petrobrás quer dizer que aquele blogueiro diz o que diz por causa dessa publicidade?

Ora, o governo de São Paulo gasta uma montanha de dinheiro com a Folha de São Paulo ou com a Globo ou com a Abril ou com o Estadão. E daí? Está comprando esses veículos para que ataquem tão obsessivamente o PT?

Sardemberg e Merval foram longe demais. Mesmo que algum dos blogueiros que entrevistaram Lula receba alguma publicidade oficial, como afirmar que é por isso que tem a opinião que tem sobre o governo federal, sobre Lula, sobre o PT?

Eu, por exemplo, nunca recebi um tostão do governo federal. Nem publicidade. Nadinha. E se recebesse seria legítimo. Ninguém teria o direito de me acusar de dizer o que digo devido àquele contrato de publicidade.

Sei que a grande maioria dos blogueiros que entrevistaram Lula está na mesma situação que eu. Mas, repito, mesmo que alguém daquele grupo tenha alguma publicidade oficial em seu site isso não autoriza ninguém a dizer que essa publicidade é que manda no que diz. Essa acusação é crime de calúnia, de difamação, de injúria. Causa danos morais e materiais.

Não conversei com os amigos blogueiros, mas essa conversinha entre Merval e Sardemberg me parece criminosa.

A mídia sempre toma cuidado ao acusar blogueiros. Não lhes dá nomes. Desta vez, porém, dois de seus caluniadores foram imprudentes ao darem nomes, ainda que indiretamente. Só quero ver como irão provar que o Eduardo Guimarães, por exemplo, foi subornado para ter as opiniões políticas que repete todo dia neste blog há quase uma década.



Lula, blogs e mentiras do Zero Hora




Luiz Carlos Azenha
 no blog Viomundo

O Tijolaço nos informa que o diário direitista gaúcho Zero Hora teve o seguinte a dizer sobre a entrevista do ex-presidente Lula a blogueiros: “O ex-presidente sentou-se à mesa com pessoas que não têm como oferecer a neutralidade reclamada. Seus ouvintes eram responsáveis por blogs assumidamente governistas, muitos dos quais sustentados por verbas oficiais.”

O Zero Hora, como se sabe, pertence à família Sirotsky, do Grupo RBS, parceiro comercial e ideológico das Organizações Globo (olhem na lista acima) no Sul do país.

Se tivesse feito o trabalho jornalístico que se requer de uma poderosa empresa jornalística, teria descoberto o óbvio: a grande maioria dos blogueiros que entrevistaram o ex-presidente Lula não recebe um tostão sequer de “verbas oficiais”. Basta consultar as informações divulgadas pela Secom, a Secretaria de Comunicação Social ligada à Presidência da República.

Da entrevista participaram Renato Rovai (Revista Fórum e Blog do Rovai), Altamiro Borges (Blog do Miro), Conceição Lemes (Viomundo), Fernando Brito (Tijolaço), Marco Weissheimer (Sul 21 e Carta Maior), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo) e Miguel do Rosário (O Cafezinho).

Posso estar errado, mas dos veículos acima citados só a Carta Maior constava da listagem mais recente a que tive acesso, numa proporção absolutamente compatível com a importância que o site tem para a esquerda brasileira e para o público de esquerda existente no país.

Portanto, além de mentir neste ponto - “muitos dos quais sustentados por verbas oficiais” -, o Zero Hora sonegou de seus leitores outra informação fundamental, se realmente pretendia debater financiamento oficial da mídia e independência editorial.

Sonegou o fato de que o Grupo RBS certamente está na lista dos maiores receptores de dinheiro público dentre, digamos, os 50 maiores grupos de mídia do Brasil, pois recebe dinheiro do governo federal, de governos estaduais e de prefeituras. Se pretendia debater honestamente o assunto, o Zero Hora deveria contar aos leitores quanto exatamente a RBS recolhe em “verbas oficiais”.

O que levaria os leitores a concluir: se o Zero Hora, com todo o dinheiro oficial recebido pelo Grupo RBS, pode se declarar “independente”, por que blogueiros que não recebem um tostão em dinheiro oficial não podem ser independentes? Teriam sido abduzidos pelo lulismo? Hipnotizados pelo petismo?

Por que sonegar dos leitores que os entrevistadores de Lula representam blogues de esquerda, que se contrapõem ao jornalismo de direita do Zero Hora? Ah, sim, porque na cabeça dos editores do diário gaúcho o Zero Hora paira sobre a sociedade, “neutro”. Não é conservador, nem de direita.

Se eventualmente elogiamos medidas do governo, o que nos custa a pecha de “governistas”, sem receber nada em troca, isso deveria ser elogiável: é demonstração de que colocamos convicções políticas adiante de interesses comerciais, algo muito raro no jornalismo de hoje. As convicções políticas da família Sirotsky, aliás, ficam absolutamente explícitas na linha editorial dos órgãos midiáticos do grupo RBS. Por que, então, deveríamos esconder as nossas? Isso não nos dá, nem a eles, o direito de distorcer, manipular ou mentir. Na entrevista de Lula foram tratados todos os temas importantes da conjuntura política atual, da Petrobras ao caso do deputado André Vargas, de Lula candidato à Copa do Mundo. Sem antipetismo doentio, sem pré-julgamentos e dando ao ex-presidente o direito de se expressar.

O Viomundo, como vocês sabem, tem como política não receber “verbas oficiais”, de governos de todas as esferas ou de empresas públicas.

Por que o Zero Hora não adota a mesma diretriz, que contribuiria para cortar os gastos públicos? Quantas creches e hospitais poderiam ter sido construídos com o dinheiro que o Grupo RBS embolsou até hoje em “verbas oficiais”?

Taí um exercício que os editores do diário gaúcho ficam devendo a seus leitores, assim como aos ouvintes e telespectadores do Grupo RBS: um debate honesto sobre o financiamento da mídia.

É óbvio que sabemos exatamente o motivo da chiadeira da família Sirotsky.

Ela se revolta com a perda do monopólio da informação, que até recentemente permitia ao grupo selecionar as notícias “existentes” ou não, os ângulos e as frases pinçadas de uma longa entrevista que permitiam empacotar a sua “versão” dos fatos.

Desculpem, mas a internet acabou com isso: entrevistas longas, em tempo real, ficam imediatamente disponíveis, na íntegra, em rede, permitindo a leitores/ouvintes/telespectadores que fiscalizem eles próprios as distorções, omissões e manipulações tão comuns na mídia corporativa (na mesma tarde da entrevista a assessoria do ex-presidente denunciou que Folha e O Globo haviam adulterado a fala de Lula).

Desde muito antes de Assis Chateaubriand, empresas jornalísticas brasileiras cresceram explorando a capacidade de extorquir dinheiro sob a ameaça de investigar/denunciar/desconhecer autoridades ou empresários; para os que abriram o cofre, em compensação, ficou o benefício do “espaço controlado” para falar à opinião pública.

Quando um líder como o ex-presidente Lula decide falar sem tal intermediação corporativa, paira no ar forte ameaça ao monopólio da palavra que sustenta o jornalismo chantagista.

A ação de Lula ameaça o bolso dos Sirotsky. É disso que se trata.

(Se o Zero Hora se desse ao trabalho de investigar antes de escrever besteira, encontraria críticas ao governo federal/Lula/PT no Viomundo, bastando clicar dentre dezenas de outros lugares aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui).

[O Viomundo é sustentado por contribuições voluntárias de seus leitores. Estamos trabalhando nas contribuições involuntárias, mas a grana ainda não deu para comprar o AK47. Torne-se um assinante antes disso!]



Lula fala a blogueiros






O monstro da caixa de comentários



Eduardo Guimarães

Em primeiro lugar, peço desculpas aos leitores e à minha família pela publicação deste texto, que por certo chocará a todas as pessoas sãs que o lerem. 

Refleti muito antes de escrever sobre o assunto. Cheguei a pensar em não fazê-lo, mas a linha de pensamento que adotei me fez mudar de ideia. Devo à sociedade fazer a denúncia da aberração em tela.

Acompanhe meu raciocínio, leitor: o que você faria se soubesse que uma pessoa perigosa frequenta um local que você também frequente? Você vê essa pessoa praticando alguma perversão criminosa e fotografa ou filma. Contudo, devido a serem cenas muito fortes iria se abster de divulgá-las?

Você tem dois caminhos: um, entregar a prova do crime à polícia sem divulgar nada à coletividade, de forma que as autoridades que cuidem do pervertido; dois, além de denunciar às autoridades você também faz uma denúncia pública para que a sociedade, chocada, cobre do Estado medidas duras contra crimes dessa natureza.

O anonimato e a liberdade na internet são valores fundamentais no novo mundo que se descortina, nesta era em que cidadãos comuns podem se equiparar a grandes impérios de mídia no que diz respeito a difundirem ideias e fatos em uma rede mundial, sem fronteiras e de imenso alcance. Não se pode, pois, ameaçar essa liberdade.

O anonimato é importante para tornar a internet um território livre. Já pensei diferente, mas me deixei convencer de que não se pode coibir o anonimato para todos pelas ações de alguns. Contudo, em caso de crimes é preciso que a legislação permita que o criminoso seja rápida e facilmente identificado.

Não se está tratando de uma crítica política, de uma denúncia sem provas, de qualquer conduta que pode ser questionada mas que não é flagrantemente criminosa. 

Trata-se, aqui, de um crime. Nesse caso, do crime mais hediondo que se conhece: ataque a uma menina indefesa que padece de grave enfermidade neurológica, paralisia cerebral.

Na última quinta-feira, este Blog publicou texto que alcançou grande repercussão devido à comoção que começava a produzir a decretação do aprisionamento de réus do julgamento do mensalão – quais sejam, José Dirceu e José Genoino – pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa.

Apesar de o texto ter alcançado, até aqui, quase 12 mil “likes” no Facebook e cerca de 85 mil reproduções na internet – o que denota o forte nível de apoio que recebeu –, é evidente que, por isso mesmo, despertou a ira de quem pensa o contrário. Muitos desses vieram retaliar o autor do texto com insultos.

Mas um, entre esses irados, foi além da conta.

Na caixa de comentários do post Preto, pobre, prostituta e petista, um crime hediondo foi cometido. Juridicamente, se se tomar só a intenção do autor do comentário criminoso, ele cometeu, “apenas”, o crime de difamação e injúria. 

Contudo, o teor da difamação e da injúria sugere que o autor pode ser bem mais do que um insultador e um difamador…

Trata-se de um comentário pervertido, com alusões sexuais às filhas deste blogueiro, incluindo a de 15 anos, que sofre de paralisia cerebral. Se o ataque tivesse se restringido às outras duas filhas (uma de 31 anos e a outra de 27), não seria “nada”. 

Mas o pervertido incluiu Victoria, minha doce Victoria, que há uma década e meia padece da doença que nasceu consigo.

Desde 2009, Victoria passou mais tempo internada em hospitais – quase sempre em UTIs – do que em casa. E continua internada mesmo quando está em casa. A família da menina conseguiu obrigar o plano de saúde, na Justiça, a lhe fornecer home care (UTI em casa).

Victoria não anda, não fala, não tem movimentos intencionais dos membros, sofre de pneumonia de repetição, de convulsões epilépticas, de escoliose pronunciada, de autismo, enfim, ela é muito doente e só está viva porque sua família, em especial sua mãe, temos lutado com unhas e dentes.

Que tipo de criatura atacaria com alusões sexuais um ser como Victoria? Alguém normal? Alguém que pode conviver em sociedade?

Neste ponto, com dor no coração vejo-me obrigado a reproduzir o que essa besta-fera veio escrever neste Blog simplesmente por discordar da opinião política de seu autor. 

Muitos outros comentaristas discordantes escreveram com bestialidade. Alguns, pregando o assassinato não só dos réus do julgamento do mensalão, mas de quem, como este blogueiro e milhares de seus leitores, pensam da mesma forma.

Mas essa aberração em forma de gente ultrapassou todos os limites da humanidade.

Devo esclarecer que não pretendia publicar esse comentário criminoso que você vai ler logo a seguir. Estava diante da sede da PF, em São Paulo, cobrindo a prisão de José Dirceu e José Genoino e vejo a mensagem no celular e, em comoção, em vez de deletar, publiquei. Mostrei até a amigos que lá estavam comigo.

Tentei deletar, mas a internet estava ruim, na hora, e não consegui. Depois, quando cheguei em casa, pensei em deletar, mas acabei concluindo que se não o fizesse poderia prestar um serviço à sociedade.

Confira abaixo, pois, uma visão fiel da loucura e da maldade.


Que tipo de criatura escreve algo assim?

Quem convive com uma pessoa como essa está seguro?

Terá mãe, filhas, irmãs, namorada ou esposa?

Seus amigos sabem que é capaz de tal vilania?

Seu empregador sabe que paga salário a um psicopata?

Se for autônomo, seus clientes sabem com quem estão negociando?

Seus vizinhos sentir-se-iam seguros se soubessem que um monstro como esse vive ao lado?

Chega mensagem de uma leitora na caixa-postal do meu celular. É uma senhora, pela voz e em seu próprio dizer. Essa pessoa, com a voz trêmula de aparente indignação, diz que seu filho trabalha na Polícia Federal e pede que eu lhe forneça os dados do pervertido que postou o comentário acima.

Dezenas de leitores que depararam com aquela aberração enviaram-me e-mails e deixaram no post em questão seus comentários indignados. Muitos estão pedindo que seja feita uma denúncia.

O autor dessa barbaridade parece confiar no anonimato na internet. Intuo que outros comentários de nível quase tão virulento quanto esse já devem ter sido postados por ele. 

Certa vez, um desses doentes que fez algo parecido ainda se gabou de ser indetectável. Disse-me que seu IP é “um proxy”, ou seja, um IP rotativo e, em sua ignorância, acha que isso impedirá que seja localizado.

Está enganado. O servidor de onde partiu esse “proxy” pode mostrar exatamente de que computador partiu a mensagem. 

Claro que o pervertido pode ter ido a uma lan-house para cometer esse crime, uma daquelas lan-houses que descumprem a lei e deixam pessoas usarem seus computadores sem registrá-las. Mas, pelo menos, esse estabelecimento será penalizado.

Desta forma, peço ajuda para achar esse criminoso. Quem agradecerá não será este pai, suas filhas – covardemente atacadas –, seu filho, suas netas ou sua esposa, mas a coletividade como um todo, que não pode abrigar em seu seio um ser como esse, uma besta-fera que precisa ser afastada do convívio social.

Não me surpreenderia se as investigações vierem a revelar que se trata de um pedófilo ou um estuprador.

Dificilmente sua perversão se restringe só a comentários abjetos como esse na internet. Quem tem uma mente como essa é capaz de qualquer coisa. Esse indivíduo pode, inclusive, estar ao seu lado – ou alguém igual a ele.

É imperativo achar essa pessoa e, no mínimo, informar ao seu círculo de relações sociais quem tem em seu meio. Essas pessoas que convivem com esse ser estão correndo perigo. Em algum momento, podem ser vítimas dele. 

Assim, quem puder usar os dados do criminoso na imagem acima para localizá-lo, estará prestando um serviço inestimável à sociedade.


Postado no Blog da Cidadania em 19/11/2013


Ex-modelo portadora de câncer usa internet para ajudar vítimas da doença



Flávia Flores, diagnosticada com câncer de mama, decidiu ajudar mulheres e homens que se encontram na mesma situação. A ex-modelo criou uma página com dicas de beleza e autoestima, que em pouco tempo reuniu milhares de seguidores. Veja!




Postado no portal R7 em 27/10/2013


Lula foi salvo pela mídia digital


Lula está certo em saudar a internet


Nem Getúlio e nem João Goulart tiveram um contraponto ao ataque selvagem da imprensa

Paulo Nogueira 

Lula, com razão, deu ontem graças a Deus pelo aparecimento da internet, “nossa mídia”. Não que a internet seja dele, ou do PT. Mas o fato de que a mídia digital não é controlada pelos suspeitos de sempre – Marinhos, Frias, Civitas, Mesquitas – é de fato alentador não apenas para Lula mas para a democracia.


No Brasil, os interesses privados da mídia desestabilizaram, ao longo da história, mais de um governo que não fizesse o que o chamado 1% queria que fizesse.

Jango, em 1964, foi derrubado. Antes dele, em 1954, Getúlio foi levado ao suicídio.

Não havia o contraponto que a internet oferece. A sociedade era manipulada sem a menor cerimônia.

Lacerda falava no “Mar de Lama” de Getúlio, e todos reproduziam. A maneira mais canalha e mais barata de atacar governos de esquerda é pelo lado da “corrupção”.

Os cidadãos mais influenciados pelo noticiário são levados a crer que o que existe na política é uma roubalheira, e que tirando o partido do poder o problema estará resolvido.

Quem mais fala em corrupção à luz do sol em geral é quem mais à pratica na sombra. Nos últimos anos, por exemplo, as empresas de mídia, por exemplo, levaram a sonegação de impostos ao estado da arte enquanto bradavam em manchetes sermões moralistas e mentirosos.

Mas o que você pode fazer quando todos os microfones estão com os outros?

Getúlio Vargas, num gesto inteligente e ao mesmo tempo desesperado, tentou criar uma alternativa à voz ultraconservadora dos barões da imprensa.

Ajudou o jornalista Samuel Wainer a lançar a Última Hora, jornal voltado para os interesses populares. Mas foi uma voz solitária contra a de uma matilha.

Carlos Lacerda, o desestabilizador mais estridente, começou a atacar Wainer por não ter nascido no Brasil, o que contrariaria a lei que rege a propriedade de mídia no Brasil.

(Ninguém, mais tarde, reclamaria do fato de a família Civita não ser originária do Brasil, excetuados os Mesquitas aristocráticos, porque ali estava mais uma voz da turma.)

Sob as condições em que foram caçados Getúlio e Jango, é presumível que Lula não tivesse resistido ao assédio.

Imagine o circo do mensalão sem o contrapeso da mídia digital. Provavelmente teríamos hoje um presidente chamado Joaquim Barbosa.

Por isso Lula deve ser mesmo grato à internet. E não apenas ele, mas todos aqueles – petistas ou não – que anseiam por um país menos desigual e injusto do que aquele que a elite representada pelas famílias da mídia impuseram aos brasileiros.


 Paulo Nogueira é joornalista baseado em Londres, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


Postado no blog ContrapontoPig em 03/08/2013


Minha homenagem ao jornalista Luiz Carlos Azenha e a todos os blogueiros corajosos !














O império contra-ataca



Eduardo Guimarães

A esta altura, você já deve estar sabendo – e, se não sabia, agora saberá – que Luiz Carlos Azenha, jornalista-repórter da TV Record e editor do site Viomundo, foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a indenizar o diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, em 30 mil reais. Segundo a sentença, por Azenha ter movido “campanha insultuosa” contra ele.

Kamel vem obtendo sucessivas – e esquisitíssimas – vitórias na Justiça do Rio, assim como a emissora que o emprega, ao lado de outros grandes veículos de comunicação, conseguiu condenar, no STF, inimigos dessa corrente política que congrega partidos de oposição e impérios de comunicação.

O império da direita midiática no Brasil já conseguiu muito mais. Conseguiu manter o país sob uma ditadura militar durante duas décadas. O império da direita brasileira já conseguiu derrubar um governo legitimamente eleito e, depois, sustentou um regime que, por falta de votos, impediu este povo de escolher seus dirigentes.

A direita midiática, porém, perdeu poder. Hoje, exercita-o investindo contra trabalhadores da indústria da comunicação, mas não consegue mais dar golpes e eleger os governos que quer.

Azenha, ao lado de tantos outros, ajudou a derrotar a Globo em 2006, em 2010 e em 2012 – neste último ano, foi possível impedir o campeão da direita, candidato duas vezes a presidente, de se eleger como prefeito de São Paulo.

A Globo e seus tentáculos, bem como o exército de militantes – quase todos anônimos – que mantêm na internet, dirão que é muita pretensão achar que a blogosfera derrotou o império destro-midiático. Entretanto, as investidas desse império contra blogueiros referenda a tese que tentarão desqualificar.

O diretor da Globo não investiria contra Azenha, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna, Cloaca News e tantos outros blogueiros, ou um colunista da Veja não investiria contra este que escreve, entre tantos outros, se nós não os incomodássemos. Incomodamos, e muito.

O ex-ministro da Secom Franklin Martins explicou, no último encontro de blogueiros progressistas, em Salvador, que o que nossos blogs fazem é visto como um perigo e um incômodo imensos por esses impérios de comunicação.

Para entender como simples blogs podem incomodar tanto esse império midiático que mantém 90% da comunicação de massas na mão de meia dúzia de famílias bilionárias, uma analogia: você sabe, leitor, por que as ditaduras censuram até uma distribuição de panfletos na rua? Sabe por que censuram uma música ou uma peça de teatro?

A comunicação, seja de que forma for feita, é “viral”. A informação esgueira-se por qualquer fresta que deixarem aberta e se espalha em progressão geométrica, mesmo que de forma lenta.

Uma Globo tem o poder da instantaneidade na comunicação. O que sai no Jornal Nacional às 20:31 hs., em questão de minutos já é sabido e consabido em todo território nacional e até no exterior. Contudo, a informação em um simples blog vai circulando devagar, muito devagar, mas sempre, sem parar.

As pessoas recebem artigo que escrevo em seus e-mails, em seus perfis nas redes sociais ou recebem indicação daquele texto ou até daquele blog através de amigos. E os argumentos que eu uso, por exemplo, vão sendo contrapostos à informação instantânea que a Globo, também por exemplo, difundiu.

Quando não existia a internet, esse processo era milhões de vezes mais lento e, ainda assim, assustava os déspotas que precisam falar sozinhos para mentir com “sucesso”.

Em campanhas eleitorais, aliás, a internet é muito mais importante. Por que a audiência em blogs políticos sobe tanto em períodos eleitorais? Porque pessoas pouco ligadas em política vão buscar informações adicionais na internet, já que muita gente já se deu conta de que o noticiário tradicional não conta a história toda.

Entendo as razões que o Azenha alega para encerrar seu site. É um repórter de sucesso, tem uma carreira pela frente e uma família a sustentar. Seu sufocamento financeiro pelas seguidas ações que Ali Kamel move contra si – e nas quais a Globo tem muito interesse – pode fazê-lo perder boa parte de seus bens, amealhados com trabalho honesto.

Além disso, assim como todos os outros blogueiros, Azenha não recebe dinheiro público que o governo Dilma Rousseff despeja aos borbotões nos cofres de uma Globo, que, apesar de ter só 45% da audiência, recebe 60% de todas as verbas publicitárias do governo federal.

É revoltante? Claro. Azenha tem todas as razões plausíveis para desistir de enfrentar esse poder discricionário e antidemocrático? Tem. Mas deve? Aí é outra questão.

Ao contrário do que parece, o império destro-midiático está perdendo o embate. O esforço que vem fazendo desde meados do ano passado, quando iniciou a sua última investida contra o governo Dilma e contra o PT, custou-lhe centenas de milhões de dólares.

Que resultado a Globo obteve com edições inteiras do Jornal Nacional focadas em destruir a imagem do PT? Zero. O PT, em pesquisa recente, aparece com 29% de preferência dos brasileiros – um patamar histórico – e se tornou, em 2012, o partido mais votado do país. E, de quebra, ainda tomou São Paulo do PSDB.

Ainda cabe recurso a Azenha na ação que Ali Kamel venceu contra si em primeira instância. O caso pode chegar ao Supremo Tribunal Federal, que está mudando de perfil. Além disso, mesmo se vier a perder, não tenho a menor dúvida de que boa parte do público da blogosfera se cotizaria e pagaria a indenização por ele.

Não é fácil ser blogueiro. O próprio Azenha relatou, recentemente, os riscos de violência física que este blogueiro corre, já que não conseguirão tirar nada de mim porque não tenho o que tirarem, em termos financeiros.

Há o caso Falha de SP, site do jornalista Lino Bocchini, quem está ameaçado de ter que pagar uma indenização pesada à Folha de São Paulo. Blogueiros que incomodam a direita midiática são assassinados ou espancados por todo o país. É uma “profissão” perigo que requer muita resiliência e coragem.

Todavia, os blogueiros têm um papel histórico. Se não nos deixarmos intimidar, poderemos consolidar a democracia no Brasil minando um poder discricionário e antidemocrático que meia dúzia de famílias bilionárias ainda detêm, mas que diminuiu muito e continuará diminuindo.

Diante de tudo isso, exorto o jornalista – e amigo do peito – Luiz Carlos Azenha a não desistir. Não temos a opção de desistir. Sem dinheiro, sem patrocínio, sofrendo processos e até violência física, estamos ajudando (muito) a mudar o Brasil. A recompensa que receberemos será o agradecimento das gerações futuras, que viverão em um país melhor.

Postado no. Blog da Cidadania em 30/03/2013

Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar imprensa alternativa




por Luiz Carlos Azenha

Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo.

Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.

Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial.

Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão.

Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras.

Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a persegui-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações.

Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira — muito mais tarde revelado como fonte da revista Veja para escândalos do governo Lula — ‘deslocada’ de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello.

Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006.

Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão.

Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o “palhaço” da casa, não deveria ser levado a sério.

No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra.

Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição — confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo.

Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora.

Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno.

Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas — dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles — e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera — pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário.

Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal.

Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpretradas pelo jornal O Globo* e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este site sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador.

O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais.

Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios.

Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados?

O objetivo da emissora, ainda que por vias tortas, é claro: intimidar e calar aqueles que são capazes de desvendar o que se passa nos bastidores dela, justamente por terem fontes e conhecimento das engrenagens globais.

Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores.

Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico.

Durante a ditadura militar, implantada com o apoio das Organizações Globo, da Folha e do Estadão — entre outros que teriam se beneficiado do regime de força — houve uma forte tentativa de sufocar os meios alternativos de informação, dentre os quais destaco os jornais Movimento e Pasquim.

Hoje, através da judicialização de debate político, de um confronto que leva para a Justiça uma disputa entre desiguais, estamos fadados ao sufoco lento e gradual.

E, por mais que isso me doa profundamente no coração e na alma, devo admitir que perdemos. Não no campo político, mas no financeiro. Perdi. Ali Kamel e a Globo venceram. Calaram, pelo bolso, o Viomundo.

Estou certo de que meus queridíssimos leitores e apoiadores encontrarão alternativas à altura. O certo é que as Organizações Globo, uma das maiores empresas de jornalismo do mundo, nominalmente representadas aqui por Ali Kamel, mais uma vez impuseram seu monopólio informativo ao Brasil.

Eu os vejo por aí.

PS do Viomundo: Vem aí um livro escrito por mim com Rodrigo Vianna, Marco Aurelio Mello e outras testemunhas — identificadas ou não — narrando os bastidores da cobertura da eleição presidencial de 2006 na Globo, além de retratar tudo o que vocês testemunharam pessoalmente em 2010 e 2012.

PS do Viomundo 2: Descreverei detalhadamente, em breve, como O Globo e associados tentaram praticar comigo o tradicional assassinato de caráter da mídia corporativa brasileira.

Postado no site Carta Capital em 31/03/2013


A crença míope nos superpoderes de blogueiros



Por Luiz Carlos Azenha

Confesso que, de uns tempos para cá, minha tolerância com a hipocrisia é próxima de zero.

Acho perda de tempo participar de polêmicas cuja função essencial é mascarar a realidade, além de alimentar o desejo de alguns por circo.

Circo move tráfego na rede.

A ação do PSDB relativa aos blogueiros Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif não busca debater o essencial, ou seja, o uso do dinheiro público em publicidade ou propaganda. Se buscasse, haveria de tratar do conjunto: quais são os gastos de governos federal, estaduais e municipais com propaganda? Quanto recebem a Globo, a Veja, a Folha e o Estadão proporcionalmente ao bolo?

Os governos não poderiam reduzir estes custos investindo mais na internet, por exemplo, dada a crescente capacidade de disseminação de informações através das redes sociais? É viável fazer como o agora senador Roberto Requião, que quando governador do Paraná cortou todas as verbas publicitárias, a não ser as de campanhas de utilidade pública? Cabem políticas públicas para promover a pluralidade e a diversidade de opiniões?

Há outras questões, tão interessantes quanto. Deve um partido tentar definir a pauta de um blog eminentemente pessoal? Por que o anúncio de empresas públicas supostamente compra um blogueiro mas não compra um dono de jornal? Crítica é ataque às instituições? Ao criticar o Congresso, o governo federal ou o Judiciário os colunistas dos grandes jornais estariam ‘atacando as instituições’? 

Mas, se o financiamento dos jornais para os quais escrevem — ou das emissoras de rádio e TV nas quais trabalham — é feito parcialmente com dinheiro público, eles podem ‘atacar as instituições’ livremente e os blogueiros não? E a liberdade de expressão e o direito ao contraditório?

Trato destes temas com tranquilidade. O Viomundo, pelo menos por enquanto, é mantido com anúncios Google. 

O Leandro Guedes, que nos representa comercialmente, desenvolve ferramentas para que nosso financiamento seja proporcionado pelos próprios leitores. Desde que começou a fazer isso, há dois meses, não está autorizado nem a enviar os media kits (com dados de audiência, etc) a empresas públicas ou governos federal, estaduais ou municipais. Esperamos que a grande mídia siga nosso exemplo.

[Pausa para gargalhar]

Não sei o que moveu o PSDB. Provavelmente, pela escolha dos alvos, José Serra. Tenho comigo que algum mago, daqueles que cobram fortunas para fazer campanha, tenha concluído que existe uma relação entre a altíssima taxa de rejeição de Serra e a blogosfera/mídias sociais.

Não sei se o diagnóstico está certo ou errado, mas a cura é duvidosa. Parte do pressuposto de que blogueiros sejam capazes de mover legiões de internautas. A crença nisso é uma farsa, muitas vezes alimentada por quem está chegando agora ou está “investido” na blogosfera.

Quem lida com os internautas no dia a dia e respeita a diversidade de opiniões descobre que este é um meio horizontal. Não é estruturado hierarquicamente. Não obedece a comandos. O valor das opiniões não está na autoridade, nem no currículo, nem no status do autor: deriva da qualidade, da lógica, da originalidade da argumentação. Deriva da capacidade de apontar algo que outros não notaram. De desvendar conexões encobertas. De colocar fatos em perspectiva histórica. De ajudar a concatenar e, portanto, fixar ideias que circulavam desconexas no “inconsciente coletivo digital”. Simplificando, quando a piada é boa ganha o mundo.

Aquela foto de Serra sobre o skate, na capa da Folha, pode ter sido feita num momento autêntico de descontração, mas cristalizou a imagem de um candidato tentando parecer o que não é: jovem. Se dezenas de milhares de pessoas perceberam isso ao mesmo tempo e puderam conversar sobre isso nas redes sociais — o que não poderiam ter feito no passado, quando dependiam de passar pelo crivo de um repórter, de um editor e do dono de um grande jornal e de escrever carta para a coluna do leitor – é culpa dos blogueiros?

Acreditar que dois blogueiros — ou duas dúzias — sejam capazes de mover a rede é subestimar a inteligência dos internautas. Ou alguém acredita que tem um comunista escondido embaixo de cada Curtir?

Com ferramentas razoavelmente simples como o twitter e o Facebook, hoje cada leitor pode exercer como nunca seu direito de escolha, de interagir e de se fazer ouvir. É natural que quem vive no mundo das hierarquias rígidas estranhe, se sinta intimidado ou frustrado. O que está em curso nas redes sociais é o equivalente a uma segunda revolução do controle remoto.

Portanto, não estamos diante de uma tentativa do PSDB de defender as instituições ou de zelar pelo dinheiro público. Pode ser uma resposta exagerada ou míope diante de um fenômeno que o partido não consegue entender ou pretendia replicar e não consegue. 

Quem sabe exista um desejo subjacente de controle, de um ‘choque de ordem’ que preceda a privatização da crítica e do conhecimento intelectual, colocando ambos dentro de parâmetros aceitáveis pelo mercado (sobre isso, escreveu Slavoj Zizek). Ou é tentativa de intimidação, pura e simples.


Postado no blog Viomundo em 24/07/2012


Serra quer censurar a blogosfera




Por Altamiro Borges

O PSDB apresentou nesta segunda-feira uma representação na Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) em que pede a investigação dos patrocínios de empresas públicas a sítios e blogs “ofensivos aos partidos de oposição”. A iniciativa foi tomada após mais um ataque histérico de José Serra, que na sexta-feira acusou o PT de sustentar “uma tropa nazista” na internet e voltou a destilar o seu ódio contra o que ele batizou de “blogs sujos”, durante palestra para milicos saudosos da ditadura na campanha presidencial de 2010.

Atentado à liberdade de expressão

A iniciativa do PSDB visa intimidar as poucas empresas estatais e governos que anunciam em blogs não corporativos, sem vínculos com os impérios midiáticos. Ela confirma a falsidade dos tucanos quando bravateiam em defesa da liberdade de expressão. Na prática, a representação no PGE objetiva asfixiar financeiramente os blogs independentes que possuem publicidade devido a sua audiência. Ou seja: o PSDB defende a censura. Não há outro nome para esta ação autoritária, que lembra o período da regime militar!

Entre os citados na representação estão os sítios dos blogueiros Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif. “Esses blogs financiados com dinheiro público tornaram-se meras extensões do governo e de suas campanhas”, esbraveja o presidente nacional do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE). Além da investigação dos anúncios, a representação também exige que se apure “o desvio, ainda que indireto, de recursos públicos para a propaganda eleitoral do PT”.

Amorim e Nassif responde ao ataque

Diante de mais esta tentativa grotesca de censura, os dois blogueiros reagiram imediatamente. Paulo Henrique Amorim, sempre irreverente, afirmou que a atitude do PSDB demonstra que José Serra “se encaminha para o fim da linha”. Ele lembrou que outros direitistas, como o ministro Gilmar Mendes e a Folha tucana, já tentaram destruir o seu blog e não conseguiram. “Não adianta”.

Já Luis Nassif argumentou que a ação tucana visa intimidar as empresas anunciantes. “O que Serra pretende é calar qualquer voz crítica em relação a ele, como usualmente faz com jornalistas da própria velha mídia”. “Que José Serra é a mais perfeita vocação de ditador que a política moderna conheceu ninguém dúvida. Ninguém escapa dos seus arreganhos totalitários”.

A verdadeira mídia "chapa branca"

A representação do PSDB, seguindo as ordens do truculento candidato tucano à prefeitura de São Paulo, não tem qualquer consistência. Caso o PGE acate, ela será obrigada a investigar os mais de R$ 1 bilhão em publicidade anual do governo federal aos veículos da velha mídia, que servem para pagar os régios salários de vários blogueiros amestrados. Ela também precisará apurar as sinistras relações do governo tucano de São Paulo com a velha mídia – via subsídios, anúncios publicitários e compras de milhares de assinaturas.

Estes veículos e alguns de seus blogueiros raivosos é que são, de fato, financiados com dinheiro público, no pior estilo “chapa branca”. Há muito tempo eles fazem campanha da oposição demotucana, seja blindando seus crimes ou atacando seletivamente as forças de esquerda. Serra nutre sólidas relações com os barões da mídia, mas não tolera a crítica da blogosfera independente. Daí porque o PSDB investe contra os “blogs sujos”. O partido, cada vez mais à direita, quer censurá-los, num nítido atentado à liberdade de expressão.

Postado no Blog do Miro em 24/07/2012
Imagem inserida por mim

Folha tucana ataca blogosfera


Na opinião desse escrevinhador, a “Folha” não é um jornal que mereça resposta. Mas alguns colegas blogueiros resolveram escrever sobre a “reportagem” que Catia Seabra e um rapaz que não conheço escreveram na edição dessa terça-feira.


Sobre a “reportagem”, faço apenas um registro:  o PIG passa mais um recibo gigante sobre o incômodo que a blogosfera provoca. Mais que incômodo, calafrios. Mais que calafrios, medo.

A “Folha” teme a blogosfera. E não adianta chamar os velhos amigos da OBAN (a quem o jornal emprestava caminhonetes, para transportar presos torturados, em troca de sabe-se lá que favores). Nem adianta chamar o Serra.

A “Folha” declarou guerra aos blogs. E aqui ninguém foge da briga.

(Rodrigo Vianna)

Sobre isso, leiam também:



e


Numa matéria desonesta e distorcida, assinada pelos jornalistas Bernardo Mello e Catia Seabra, a Folha de hoje voltou a atacar a blogosfera – o que só confirma que a velha mídia está muito incomodada com a força crescente das redes sociais. Ao tratar de uma reunião ocorrida ontem à noite entre blogueiros paulistas e o candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT), o jornal tucano destilou todo o seu veneno.

Já no título, “Petista pede ajuda a blogueiros que apoiam governo”, uma mentira deslavada. A reunião foi articulada pelos ativistas digitais e não pelo PT ou por Haddad. Da mesma forma, os blogueiros – que residem em São Paulo e conhecem o desastre causado pela dupla Serra-Kassab – já estão agendando conversas com candidatos à prefeitura paulistana de outros partidos.

Postado no blog O escrevinhador em 30/05/2012

Luta pela Liberdade de Expressão 2 !


No III Encontro dos Blogueiros Sujos de Salvador, o blogueiro sujo de Goiás, o Mamede, que nutre especial afeição pelo governador Marconi Perillo, fez uma proposta arrebatadoramente apoiada pelo plenário:

Celebrar o Dia da Constituição.

A Constituição Cidadã, de 1988, foi promulgada em 5 de outubro.

Nesta data, ou perto dela, o Barão de Itararé, de acordo com solene promessa feita ali pelo presidente Miro Borges, promoverá um evento, virtual ou não, para tomar a Constituição da mão do PiG (*).

Desde esse III Encontro, o lema dos blogueiros sujos, que lutam por uma Ley de Medios, passou a ser “Nada além da Constituição”.

Tudo se deve a brilhante exposição do ex-Ministro Franklin Martins, que, na abertura do Encontro mostrou que tudo – ou quase tudo – do que queremos já está na Constituição.

Agora, é preciso obrigar o Congresso a regulamentar os capítulos referentes à Comunicação da Constituição de 88.

Como há algum tempo tenta o professor Fábio Comparato.

E enfiar a Constituição pela goela abaixo do PiG (*).


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Postado no blog Conversa Afiada em 27/05/2012