Pesquisa divulgada pelo jornal Valor Econômico mostra que a Esquerda vencerá as eleições 2018









Pesquisa divulgada pelo jornal Valor econômico desfaz o mito de que o brasileiro seja ultra conservador e elegerá um presidente de direita em 2018.

A pesquisa mostra que o brasileiro é avesso a teses dorio-bolsonarianas e que, se não puder votar em Lula, votará em quem ele indicar. A esquerda está voltando !













Pedro Cardoso : “ Nunca imaginei habitar o nascimento do fascismo ”



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Pedro Cardoso um progressista engajado na luta por ideais progressistas









O ator, que está vivendo há dois anos em Portugal, disse que se incomoda muito com o pensamento da classe média e das elites que, no Brasil, defendem o capitalismo absoluto e, no exterior, elogiam o compromisso do Estado com a escola pública, os hospitais e as políticas sociais.

Para ele, aqueles que “fugiram” do Brasil encontraram em seus países de refúgio um Estado comprometido com escola pública, saúde pública, transporte público – políticas típicas de países inclinados a um pensamento mais socialista.




Gentileza faz bem. Quatro motivos para sermos bem educados



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Luis Pellegrini

Mais do que nunca, precisamos hoje de muita gentileza. No mundo contemporâneo, entre personagens públicos que vociferam e insultam uns aos outros nos parlamentos e diante das câmeras de televisão, diante do tsunami de opiniões estúpidas, burras e agressivas que avassalam as mídias sociais, em face dos alunos que ofendem seus pais e professores hoje praticamente indefesos e reféns da generalizada má educação, pode-se pensar que a gentileza esteja fora de moda. A pessoa bem educada e cortês parece tediosa, frágil e destituída de carisma.


Na escola, as crianças não se deixam seduzir pelos companheiros mais fortes e mais agressivos. Testes psicológicos revelam que os meninos e meninas mais gentis são sempre os mais populares.


Por que isso está acontecendo? Porque, nas últimas décadas, e cada vez mais, em nosso mundo dominam e preponderam valores como dinheiro, poder, sucesso, honra, valentia, glória e aparências. Valores que os homens e mulheres sábios não hesitariam em definir como pertencentes a uma mentalidade “masculina” deteriorada e arrogante, que infelizmente conseguiu sobrepujar e sufocar outros valores, aqueles pertencentes à visão mais “feminina” do mundo e da civilização, tais como a solidariedade, a fraternidade, a capacidade de acolher o outro, a gentileza, o respeito à diferença.

Nesse mundo, aparentemente, parece não ter mais muita importância a gentileza, entendida como cordialidade e generosidade, e também como boas maneiras. Ao contrário, quem alcança sucesso, dinheiro e poder os usa como pesadas ferramentas para subjugar os mais frágeis e mais anônimos. 

Tais “bem sucedidos” (segundo as regras atuais) não aceitam as regras da gentileza: tanto a gentileza formal (que nos aconselha a não exibir e ostentar riqueza e poder) quanto a gentileza emocional (não humilhar quem possui menos). Já prestaram atenção aos encontros e debates hoje tão em voga nas televisões? As pessoas se comportam de modo a calar quem fala baixo e se exprime de modo articulado. Tais debatedores agressivos e da fala gritada costumam cortar continuamente a fala daqueles que são mais ponderados e bem educados. Os primeiros são a imagem viva e triunfante da cafonice que hoje impera e faz escola.

No entanto, a gentileza pode inclusive nos tornar mais fortes. Pode nos ajudar a obter melhores resultados, sobretudo quando trabalhamos em equipe. E é indispensável para a vida comunitária. Porque, antes de tudo, o ato cortês faz bem a quem o faz, a quem o recebe e à inteira sociedade.

As duas oitavas da gentileza

A gentileza possui duas oitavas: A primeira é a boa educação formal e o respeito às regras sociais. Significa ter e cultivar boas maneiras, seguir a etiqueta; a segunda oitava, superior e mais importante, significa ser uma pessoa boa. Ou seja, acolhedora, respeitosa, generosa, altruísta.

Aqui estão quatro bons motivos que mostram como e por que vale a pena ser gentil.

1. Faz bem à saúde. Está provado: Sermos corteses e bem dispostos em relação aos outros faz bem ao coração. As probabilidades de AVCs e de infartos aumentam naquelas pessoas que possuem um temperamento agressivo. Isso foi comprovado por um estudo ítalo-americano desenvolvido por pesquisadores do National Institute on Aging de Baltimore. Esse estudo levou em consideração uma amostragem de 5.614 sardos (moradores da Sardenha) com idade compreendida entre 14 e 94 anos, verificando-se que os indivíduos dotados de um temperamento mais competitivo e agressivo tendem a desenvolver mais facilmente um espessamento das carótidas e, portanto, o risco de parada cardíaca. Esse aumento é de 40% (independentemente de outros fatores de risco cardiovascular mais tradicionais, como o cigarro, a hipertensão e o colesterol alto).


A gentileza é um atributo contagioso. Ela desmonta a agressividade do outro, melhora o desempenho no trabalho e as relações sociais, aumentando a empatia.


2. É a melhor arma nas discussões. A gentileza ajuda a resolver melhor as brigas e discussões, até mesmo aquelas que podem degenerar em violência. Isso porquê a gentileza tem um efeito calmante e dissipador das tensões, enquanto a agressividade, ao contrário, chama mais agressividade. Pensem nas clássicas brigas entre automobilistas. O outro nos insulta, talvez até levantando agressivamente o braço. Que fazer? Em situações estressantes desse tipo, quando todos damos o pior que existe em nós, seria necessário fazer um esforço para pedir desculpas, e fazê-lo com um sorriso. É quase certo que o outro, mesmo entrando em um estado de ira, irá mudar completamente a sua orientação: o seu cérebro será obrigado a elaborar um estímulo completamente diverso. Funciona? Experimente e você verá. Apesar de ser um tanto difícil e cansativo quando estamos diante de situações injustas, isso vale a pena.

3. Ajuda preciosa no trabalho. Aplicar a gentileza é uma estratégia vencedora inclusive no ambiente de trabalho. Michael Tews, da Pensilvânia State University, demonstrou que os selecionadores de pessoal para trabalhar em restaurantes escolhem primeiro os candidatos com altos níveis de cordialidade, preferindo-os inclusive a outros mais inteligentes.

Não apenas. A gentileza dá ótimos resultados no trabalho de grupo. Isso foi demonstrado pelo psicólogo comportamental Jonathan Bohlmann da North Carolina State University. Sua pesquisa demonstrou que quando os membros de uma equipe se sentem bem tratados pelo seu líder – com equidade, gentileza e consideração – os resultados obtidos são muito melhores.

“Os efeitos?” explica Bohlmann. “Primeiro, cada um dos membros do grupo executam melhor as suas tarefas. Segundo, o desempenho do grupo como um todo melhora sensivelmente. Terceiro, a percepção de ser tratado bem, de modo respeitoso, aumenta o interesse e o envolvimento e leva a um empenho contínuo no futuro. Um chefe autoritário, percebido como injusto e agressivo pelos subalternos, cria na equipe efeitos contrários a tudo isso”.




4. Previne o bullying na escola. Aprender os princípios básicos da gentileza faz muito bem às crianças (as crianças mais gentis também são sempre as mais populares) e à comunidade escolar como um todo (sobretudo na prevenção ao bullying). Isso foi demonstrado por um estudo desenvolvido na University of British Columbia com uma amostragem de 400 crianças entre os 9 e os 11 anos de idade de uma escola primária de Vancouver, no Canadá. 

A educadora Eva Oberle explica: “Designamos duas tarefas diferentes a dois grupos de crianças durante 4 semanas: um grupo devia cumprir três pequenos atos de gentileza a escolha deles em um dia, gestos tais como dividir a merenda com um colega ou ajudar a mãe na cozinha; um outro grupo devia simplesmente visitar algum lugar agradável, como a casa dos avós ou o parque. Dos testes finais resultou que o grau de felicidade e satisfação tinha aumentado em ambos os grupos, mas as crianças que tinham cumprido atos de gentileza tinham se tornado mais populares: tinham ganhado em média mais 1,5 amigos”.

“Através dos atos de gentileza, as crianças aprendem a perceber e a compreender as emoções e a perspectiva dos outros: estas são competências sociais preciosas” explica Oberle. “Aumentando os níveis de gentileza na escola se aumentam a confiança e a colaboração. E esses são fatores que combatem o bullying”.

Neurônio-espelho

Um neurônio-espelho (também conhecido como célula-espelho) é um neurônio que dispara tanto quando um animal realiza um determinado ato, como quando observa outro animal (normalmente da mesma espécie) a fazer o mesmo ato. Recentemente descoberto, esse mecanismo neuronal parece particularmente importante quando o assunto são as ações gentis. 

Antes de tudo, a gentileza ativa uma espécie de efeito dominó: as comunidades humanas são reguladas pelo mecanismo da reciprocidade, que é ativado quando estimulado por favores e cortesias. Recentemente, a neurociência colocou em evidência os mecanismos que estão na base desses processos. Entram em jogo os neurônios-espelho, fundamentais para a empatia e a contagiosidade da gentileza. 

Graças aos neurônios-espelho os seres humanos são predispostos a imitar a ação e a captar as emoções dos outros. Portanto, se tenho diante de mim uma pessoa que sorri, meus neurônios-espelho me levarão a imitar esse tipo de comportamento e me sentirei bem ao fazê-lo. Mas a contagiosidade depende também do aprendizado: se me ensinaram a ser bem educado, eu ativarei em mim um comportamento bem educado com uma frequência muito mais alta. 



Postado em Oásis em 16/11/2017



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O que é ser " pobre de direita "



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" Déficit de natureza " : o que é, o que faz com a saúde e por que você não está sozinho



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Você já se viu ‘preso’ em um ambiente urbano, seja o trabalho, a faculdade, a escola ou mesmo sua casa, enquanto desejava nada mais que pisar descalço na grama ou e sentir a energia da natureza? A resposta provavelmente é que sim, e não é por acaso. A cada geração o contato com a natureza é mais raro – e pode estar relacionado a vários problemas.


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Richard Louv é jornalista e escritor, autor de nove livros que têm como objetivo comum investigar como a diminuição do contato com a natureza impacta nossas vidas. Na década de 90, ele estava fazendo pesquisas para escrever Childhood’s Future (“O Futuro da Infância”, em tradução livre), quando percebeu uma tendência: muitos pais reclamavam que não conseguiam tirar os filhos de casa, mesmo os que moravam perto de áreas verdes.

Em 2005, no livro The last child in the woods (“A Última Criança na Natureza”), ele cunhou o termo Déficit de Natureza. De acordo com estudos analisados por Richard, estar em ambientes naturais pode reduzir os níveis de estresse e ajudar a diminuir os pensamentos negativos. O norte-americano também fundou a Children and Nature Network (algo como “Rede pelas Crianças e Natureza), através da qual divulga pesquisas e promove campanhas de incentivo ao contato com ambientes menos urbanizados.


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Embora o déficit de natureza (que não é um conceito médico estabelecido) também seja prejudicial a adultos, Richard se preocupa mais com as crianças, não apenas porque elas passam cada vez mais tempo em ambientes fechados, mas porque isso pode prejudicar seu desenvolvimento.

De acordo com ele, incluir o meio ambiente no processo escolar parece melhorar o aprendizado em diversas áreas, inclusive nos idiomas e na matemática. Para Richard, a obesidade infantil e transtornos psicológicos também podem ser amenizados: ele cita um estudo da Universidade de Chicago que mostrou melhoras em crianças com distúrbios de atenção após elas fazerem caminhadas curtas em parques.


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Em 2016, Richard Louv veio ao Brasil e concedeu entrevistas interessantes para veículos como BBC Brasil, Época e Catraca Livre. Se você se interessou pelo assunto, vale a pena ler o que ele falou, assim como explorar o material (em inglês) disponível no site da Children And Nature.


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Postado em Hypeness


O ódio deve morrer



Ricardo Stuckert



Marcelo Zero*

"Lula deve Morrer". Este foi o título do artigo de um articulista da Isto É. Chocou a muitos.

De fato, o artigo, um somatório mal-ajambrado de clichês antipetistas, choca pela estupidez manifesta e pelo ódio desavergonhado. Mas não surpreende. O golpe abriu a porteira para uma direita tão obtusa quanto violenta. Há muito que o Brasil foi tomado por uma horda de insanos protofascistas.

Liderados por cérebros iluministas como Bolsonaro, Alexandre Frota, Marcos Feliciano, representantes do MBL etc., essa horda se dedica não apenas a destilar seu ódio contra Lula e o PT, mas também a censurar exposições artísticas, agredir palestrantes, impedir professores de darem aula, pedir a volta ditadura, exigir a execução de "bandidos", manifestar desprezo pelos direitos humanos e se insurgir contra tudo que cheire a "esquerdismo", "ideologia de gênero", combate ao racismo e à homofobia e afirmação dos direitos das populações excluídas ou de alguma forma oprimidas. Enfim, tudo que cheire a civilização.

O artigo do bocó da revista sustentada por generosas verbas governamentais é apenas mais uma da série infindável de violentas manifestações antidemocráticas. Assim, não se trata de ponto fora da curva. O que esta definitivamente "fora da curva" em uma sociedade democrática é o espaço e o poder que se dá a essas figuras intelectualmente nulas e moralmente abjetas.

O que é anormal numa sociedade democrática é essa intolerância com relação à diferença e o ódio contra o adversário político. Porque esse ódio não é algo natural. Ele não surge por geração espontânea. Como diria Nelson Mandela, o ódio é algo que se ensina. Ninguém nasce odiando. O ódio se aprende. E, normalmente, se aprende com desinformação, com distorção e com mentiras. É necessário demonizar o alvo do ódio para que o ódio seja considerado algo normal e desejável.

Foi necessário se repetir à exaustão, como ensinava Goebbels, que os problemas da Alemanha tinham sua origem nos "ratos judeus" para que o Holocausto se tornasse palatável. Foi necessário se afirmar repetidamente que os tutsis eram "baratas" para que 800 mil deles fossem abatidos a golpes de facão em Ruanda.

Aqui no Brasil, a estratégia foi repetir, de forma sistemática, mentirosa e distorcida, que os governos do PT eram os mais corruptos da história do Brasil e que haviam submergido o país na sua pior crise.

Criou-se, assim, uma escalada extremamente perigosa de ódio político. No Brasil, o mal se banalizou, diria Hannah Arendt. Gente normal, comum, passou a considerar aceitável e desejável a violência contra petistas, marxistas, esquerdistas, bolivarianos, feministas, gays, defensores dos direitos humanos e que tais. Partidos em tese democráticos passaram a dividir as ruas com gente que pedia a volta da ditadura, condenava as políticas sociais e o combate ao racismo, defendia a homofobia e a tortura. Abriu-se a caixa de Pandora de um protofascismo assustador. Chocou-se, despudoradamente, "o ovo da serpente".

"Petista bom é petista morto".

Era o que diziam os panfletos que foram jogados no local onde estava sendo velado o corpo ex-senador José Eduardo Dutra. Dessa maneira, o ódio político tornou-se tão agudo, tão insano, que chegou ao ponto extremo da profanação dos mortos. Penetrou em hospitais e escolas. Desprezou o sofrimento dos enfermos. Virou uma enfermidade social e política.

Trata-se de um ódio extremado que desumaniza. Desumaniza o alvo do ódio e desumaniza aquele que odeia. Desumaniza até mesmo os mortos. É ódio que exige cadáveres insepultos. É o mesmo ódio que fez Creonte, na tragédia de Sófocles, negar os ritos sagrados a Polinice, provocando a insubordinação de sua irmã, Antígona, condenada à morte por defender o direito natural e sagrado ao enterro, ritual de passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.

Pois bem, essa cultura metodicamente construída de ódio político e de intolerância social gerou um "vale-tudo" que ameaça transformar a nossa democracia num "vale-nada".

Tal ódio, combinado com um moralismo neoudenista seletivo, cínico e grotescamente hipócrita, não se importou em destruir a democracia brasileira, desde que se atropelasse o governo do PT e seu projeto popular. Também não se importou em destruir o sistema de representação política, desde que o PT e aliados fossem afastados do poder. E não se importa em acabar com o país, desde que possa se apossar de suas ruínas.

No desespero para impedir a volta de Lula, o "mercado", na ausência de candidatos competitivos, face à débâcle do PSDB, já flerta abertamente com a candidatura Bolsonaro. Afinal, para quem apoiou o golpe, apoiar um candidato caricato, fascitoide e despreparado é "café pequeno".

De fato, nessas circunstâncias, Bolsonaro e aventureiros assemelhados têm tudo para crescer ainda mais. Com esse clima de ódio e intolerância, a nossa direita tradicional talvez não tenha forças para se contrapor ao fascismo ascendente. O (des) governo Temer é a nossa República de Weimar. Provavelmente, a direita que apoiou o golpe será engolida pelo monstro que cultivou. Se Lula for impedido de se candidatar, teremos, talvez, um Trump bem piorado. Isso se houver eleições. O que já está muito ruim sempre pode piorar ainda mais.

O custo democrático, político, social e econômico desse ódio turbinado pelo golpismo e por uma Lava Jato partidarizada é incomensurável. Não compromete apenas os avanços que foram feitos em período recente. Compromete nosso futuro.

A única esperança da democracia brasileira é justamente Lula. Lula e uma união das forças progressistas e democráticas do país. O Brasil popular, mesmo com toda a companha midiática e o absurdo lawfare dirigido seletivamente contra a maior liderança popular de sua história, não apenas sente muita saudade de Lula. Sente que ele é o único candidato que projeta esperança. Não ódio. Que projeta um futuro melhor para todos. Não a volta ao passado de pobreza e desigualdade.

Se a democracia e o país quiserem sobreviver, não é Lula que deve morrer. Os que devem morrer são o ódio e a intolerância.


zero1.jpg  *Marcelo Zero é sociólogo, especialista em Relações                                                   Internacionais.



Postado em Brasil 247 em 13/11/2017








Ser feliz é uma graça que não vem de graça



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André J. Gomes

A felicidade é para os fortes, meu filho. Para os destemidos, os resistentes, os ousados e os valentes. É uma graça que não vem de graça, não. Quem senta e espera ser feliz passa a vida reclamando. Felicidade é recompensa de quem faz por merecê-la, prêmio de quem vai buscá-la. A gente se movimenta, se articula, encara o que tem e o que vem, segue em frente, e ela se constrói em seu tempo, revela-se em nosso dia depois do outro. O trabalho mais trabalhoso do mundo é ser feliz.

Hoje encontrei um amigo triste e disse a ele: “desiste não, viu!”. É que a felicidade também mora na tristeza da gente. É preciso resolvê-la, compreender suas razões, entender seus motivos. Deixá-la doer como queira. Não há mal nenhum. Depois a gente lava o peito com a escova, o sabão e a água corrente do tempo que jorra de uma torneira aberta e segue em frente, numa manhã fresquinha de sol e festa. Meu amigo continuou aborrecido, mas uma hora passa.

Em cada pequena alegria da vida a gente vai sendo feliz e fazendo feliz quem nos quer bem, meu filho. Quando estamos tristes também é assim. Nosso jeito de lidar com a tristeza e sair dela com a cabeça erguida e o passo firme revela o tamanho da nossa vocação para a felicidade.

A gente complica, mas no fundo é tudo muito simples, filhote. Quando somos honestos com o que sentimos, quando não escondemos de nós mesmos o que passa aqui dentro, mantemos o movimento indispensável das coisas vivas e caminhamos rumo à alegria seguinte. Porque é no trânsito entre as alegrias e as tristezas que vive a nossa felicidade, esse estado de ser e estar que a vida inteira perseguimos, ora sonhando feito os cantores de karaokê, ora na lida dura de seguir em frente realizando o que podemos. Do jeito que pudermos.

Tem muita gente aqui e ali exigindo felicidade. Mas só meia dúzia disposta a pagar o preço. Ser feliz dá o maior trabalho. É obra para a nossa vida inteira.

Hoje eu também andei triste. Estou longe de casa e a saudade de você e do nosso cachorro me dói. Mas é o preço. Amanhã passa. Agradeço por ter um trabalho honesto que paga as nossas contas e nos ajuda a seguir tranquilos. Daqui a pouco estaremos juntos de novo, bagunçando o prédio, fazendo a distância de agora valer a pena, aproveitando para ser felizes juntos.

Então eu tenho a impressão de que a felicidade é o que a gente sente quando volta para casa, esse lugar qualquer do mundo em que nos sentimos amados e onde amamos também. Seja lá para onde vamos, voltar para casa é sempre o destino seguinte. Por ele a gente paga qualquer preço que a vida nos cobre. Por ele a gente paga, sim.

Agora falta pouco. Espera mais um pouquinho aí, meu filho. Aguenta aí que o papai já volta. O papai já volta já.



Postado em Conti Outra