O Dia da Infâmia !



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DAMOUS LEMBRA DIA DA INFÂMIA E DIZ QUE BRASIL É GOVERNADO PELO JUDICIÁRIO


O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) lembrou um ano do 'Dia da Infâmia' nesta segunda-feira 17 em um vídeo postado nas redes sociais – quando o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi aceito na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal não deve reverter esse cenário, mesmo depois da confissão de Michel Temer de que o impeachment ocorrreu por um ato de vingança de Eduardo Cunha, porque "está mergulhado no golpe. Está mergulhado no desmonte do País".
Para Damous, "Temer desgoverna aquilo que ele foi pago para fazer. O desmonte das políticas sociais, do estado brasileiro". O deputado diz ainda que "hoje quem governa o País é o sistema de Justiça brasileiro. A política foi engolfada pelo Supremo, pela República de Curitiba e pela Polícia Federal".




Postado em Brasil 247 em 17/04/2017



Corte de cabelo 2017 para eles !





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Lula não cometeu crime !



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As respostas de Lula



No seu Facebook, Lula divulgou um  “perguntas e respostas” sobre as acusações veiculadas contra ele.
Depois da análise da exploração dos episódios pela mídia e da defesa política do ex-presidente, a nota trata de cada uma das histórias divulgadas nos últimos dias, demonstrando que , em nenhuma delas, há qualquer coisa que possa comprovar enriquecimento pessoal, desvios administrativos ou qualquer decisão que possa ser atribuída a ele como “contrapartida” por benefícios econômicos.
Vale a leitura, ainda que longa e,  por isso mesmo, esclarecedora.

Caso Odebrecht: Por que voltam 
a atacar Lula e sua biografia

O ex-presidente Lula está mais uma vez no centro de intenso bombardeio midiático. Na liderança do ataque, o Jornal Nacional da Rede Globo divulgou 40 minutos de noticiário negativo em apenas 4 edições. Como vem ocorrendo há mais de dois anos, Lula é alvo de acusações frívolas e ilações que, apesar da virulência dos acusadores, não apontam qualquer conduta ilegal ou amparada em provas. Desta vez, no entanto, além de tentar incriminar Lula à força, há um esforço deliberado de reescrever a biografia do maior líder popular da história do Brasil.
Os depoimentos negociados pelos donos e executivos da Odebrecht – em troca da redução de penas pelos crimes que confessaram – estão sendo manipulados para falsificar a história do governo Lula. Insistem em tratar como crime, ou favorecimento, políticas públicas de governo voltadas para o desenvolvimento do país e aprovadas pela população em quatro eleições presidenciais.
São políticas públicas transparentes que beneficiaram o Brasil como um todo – não apenas esta ou aquela empresa – como a adoção de conteúdo nacional nas compras da Petrobras, a construção de usinas e integração do sistema elétrico, o financiamento da agricultura, o apoio às regiões Norte e Nordeste, a ampliação do crédito a valorização do salário e as transferências de renda que promoveram o consumo e dinamizaram a economia, multiplicando por quatro o PIB do país.
Estas políticas não foram adotadas em troca de supostos benefícios pessoais, como querem os falsificadores da história. Elas resultaram do compromisso do ex-presidente Lula de proporcionar uma vida mais digna a milhões de brasileiros.
Por isso Lula deixou o governo com 87% de aprovação e é apontado pela grade maioria como o melhor presidente de todos os tempos. É contra esse reconhecimento popular que tentam criar um falso Lula, apelando para o preconceito e até para supostas opiniões de quem chefiou a ditadura, de quem mandou prender Lula por lutar pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores.
No verdadeiro frenesi provocado pela edição dos depoimentos da Odebrecht, é preciso lembrar que estes e outros delatores da Lava Jato foram pressionados a apresentar versões que comprometessem Lula. Mas tudo o que apresentaram, antes e agora, são ilações sem provas.
E é preciso lembrar também que essa teia de mentiras está sendo lançada contra Lula às vésperas do julgamento de uma ação na Vara da Lava Jato que pretende condená-lo não apenas sem provas, mas contra todas as provas testemunhais e documentais de sua inocência.
E lembrar ainda que o novo bombardeio de mídia foi deflagrado no momento em que, mesmo não sendo candidato, Lula é apontado crescentemente nas pesquisas como o favorito para as eleições presidenciais.
Por tudo isso, é necessário analisar cada uma das ilações apresentadas, para desfazer cada fio dessa a teia de mentiras.
Há algum ato ilegal de Lula relatado na delação da Odebrecht?
Não há. Delações não são provas, mas informações prestadas por réus confessos que apenas podem dar origem a uma investigação. A legislação brasileira proíbe expressamente condenações baseadas somente em delações, negociadas em troca da obtenção de benefícios penais por réus confessos. As delações devem ser investigadas e os depoimentos de delatores expostos ao questionamento dos advogados de defesa. Por enquanto, o que existe, são depoimentos feitos aos procuradores, a acusação, divulgados de forma espetacular antes dos advogados terem acesso a eles. 
No passado, depoimentos divulgados de forma semelhante – como os de Paulo Roberto da Costa, Nestor Cerveró e Delcídio do Amaral – quando confrontados com depoimentos em juízo dos mesmos colaboradores não revelaram qualquer crime ou prova contra o ex-presidente Lula.
É parte da estratégia de lawfare e uso da opinião pública da Lava Jato, teorizada por Sérgio Moro em artigo de 2004, “deslegitimar o sistema político” usando a mídia, e destruir a imagem pública dos seus alvos para substituir o devido processo legal pela difamação midiática.
Sítio em Atibaia
Há mais de um ano a Lava Jato investiga um sítio no interior de São Paulo. Os proprietários do sítio, que não é do ex-presidente Lula, já provaram a propriedade e a origem dos recursos para a compra do sítio. Mesmo o relato de Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar indicam que eles desconhecem de quem é a propriedade, além do que ouviram em boatos, e de que a reforma de tal sítio seria uma surpresa para o ex-presidente, dentro de uma ação que não o envolveu em uma propriedade que não é sua. É estranho nesse contexto que Emílio Odebrecht diga que na véspera do fim do mandato tenha “avisado” Lula da obra. E é inadmissível que o silêncio de Lula, diante do suposto aviso, seja interpretado como evidência. O sítio não é do ex-presidente, não há nenhum ato dele em relação ao sítio, nem vantagem indevida, patrimônio oculto ou contrapartida.
“Terreno”  e doações ao Instituto Lula
Como já foi repetido várias vezes e comprovado nos depoimentos e documentos, o Instituto Lula jamais recebeu qualquer terreno da Odebrecht. Ele funciona em um sobrado adquirido em 1991. O tal terreno foi recusado. E foi recusado porque sequer havia sido solicitado pelo Instituto ou por Lula. É prova do lawfare e perseguição a Lula que um terreno recusado seja objeto de uma ação penal.
O Instituto recebeu doações de dezenas de empresas e indivíduos diferentes. Todas registradas. As doações da Odebrecht não representam nem 15% do valor total arrecadado pelo Instituto antes do início de uma perseguição judicial. Todas as doações foram encaminhadas por meio de diretores com o devido registro fiscal. Jamais houve envolvimento de Antonio Palocci ou de qualquer intermediário nos pedidos de doação ao Instituto. Os depoimentos de delatores Alexandrino Alencar e Marcelo Odebrecht inclusive se contradizem sobre esse assunto.
“Conta amigo”, os milhões virtuais que Lula nunca recebeu
Esta é a mais absurda de todas as ilações no depoimento de Marcelo Odebrecht. Ele disse que Lula teria uma “conta corrente” na empresa. Ora diz que essa conta seria de 35 milhões, ora seria de 40 milhões, mas ressalva que jamais conversou com Lula sobre essa conta. Narra uma confusa movimentação de saída e entrada de recursos, citando a compra de um terreno (depois devolvido), uma doação ao Instituto Lula e supostas entregas em dinheiro vivo a Branislav Kontic, totalizando R$ 13 milhões. Diz ainda que parte da reserva continuou na tal conta.
Se for verdadeiro o depoimento, Marcelo Odebrecht teria feito, na verdade, um aprovisionamento em sua contabilidade para eventuais e futuros transferências ou pagamentos. Isso é muito diferente de dizer que havia uma “conta Lula” na Odebrecht, como reproduzem as manchetes levianas. A ser verdadeira, trata-se, como está claro, de uma decisão interna da empresa. Uma “conta” meramente virtual, que nunca foi transferida, nem no todo nem em parte, que nunca se materializou em benefícios diretos ou indiretos para Lula.
O fato é que Lula nunca pediu, autorizou ou sequer teve conhecimento do suposto aprovisionamento.
As três supostas evidências apresentadas sobre a conta virtual desmoronam diante da realidade, a saber: a) o terreno comprado supostamente para o Instituto Lula nunca foi entregue, porque nunca foi pedido, por quem de direito; b) as doações da Odebrecht para o Instituto Lula foram feitas às claras, em valores contabilizados na origem e no destino, e informadas à Receita Federal, em transação transparente; c) a defesa de Branislav Kontic negou, em nota ao Jornal Nacional, que seu cliente tenha praticado as ações citadas pelos delatores.
Todos os sigilos de Lula e sua família – bancários, fiscal, telefônico – foram quebrados. O Ministério Público sabe a origem de todos os recursos recebidos por Lula, o destino de cada centavo ganho pelo ex-presidente com palestras e que Lula vive em um apartamento em São Bernardo do Campo desde a década de 1990. Onde estão os R$ 40 milhões?
Palestras
Após deixar a presidência da República, com aprovação de 87% e reconhecimento mundial, Lula fez 72 palestras para mais de 40 empresas. Entre elas Pirelli, Itaú e Infoglobo. Em todas as palestras foram cobrados os mesmos valores. Todas foram realizadas, e a comprovação de tudo relacionado as palestras já está na mão do Ministério Público do Distrito Federal e do Paraná. A imprensa deu a entender que a Odebrecht teria “inventado” essas palestras. Isso não foi dito de forma alguma mesmo nos depoimentos, que indicaram que as palestras eram lícitas e legítimas. E a Odebercht não foi a primeira empresa, nem a segunda, nem a terceira a contratar palestras de Lula. Microsoft, LG e Ambev, por exemplo, contrataram palestras pelos mesmos valores ANTES da Odebrecht. Segue a relação completa de paletsras entre 2011 e 2015: http://institutolula.org/uploads/relatoriopalestraslils20160323.pdf
A legislação brasileira não impede que ex-presidentes deem palestras. Não impediria que eles fossem diretores de empresa, o que Lula nunca foi. 
Ajuda ao filho
Após deixar a presidência Lula não é mais funcionário público. Mesmo considerando real o relato de delatores que precisam de provas, Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar relatam que a ajuda para o filho de Lula iniciar um campeonato de futebol americano foi voluntária e após diversas conversas e análises do projeto. A expressão inserida em depoimento de “contrapartida”  de melhorar as relações entre Dilma e Marcelo Odebrecht  é genérica e de novo, mesmo que fosse real, não incide em nenhuma infração penal. Em 2011, anos dos relatos, Lula não ocupava nenhuma função pública. 
A liga de futebol americano existiu e não teve a participação ou sequer o acompanhamento de Lula. Os filhos do ex-presidente são vítimas há anos de boatos na internet de que seriam bilionários. Tiveram suas contas quebradas e atividades analisadas. E não são nem bilionários, nem donos de fazendas ou da Friboi.            
Frei Chico
De novo, mesmo considerando o relato dos delatores, que necessitam de provas, eventual relação entre a Odebrecht e o irmão de Lula eram relações privadas. Lula não tem tutela sobre seu irmão mais velho e não solicitou ajuda a ele, nem cuidava de sua vida. Não há relato de infração, nem de contrapartida, nem de que tenha sido o ex-presidente que tenha solicitado qualquer ajuda ao irmão.
Carta Capital
A breve menção a revista indica que Lula falou para Emílio Odebrecht ver o que poderia fazer e se poderia fazer algo para ajudar a revista, novamente após ter deixado a presidência da República. A relação entre dois outros entes privados  (Carta Capital e Odebrecht) não tem qualquer contato com Lula a partir disso e o pedido de verificação se poderiam anunciar na revista não implica em nenhum ilícito. Os executivos da Odebrecht mencionaram que o grupo prestou ajuda a diversos outros veículos de imprensa, podendo ser citado como exemplo o jornal O Estado de S.Paulo.
Angola
O depoimento de Emílio Odebrecht indica que os serviços contratados da empresa Exergia, para prestar serviços em Angola, foram efetivamente prestados. A Exergia tem como um dos seus sócios Taiguara dos Santos, filho do irmão da primeira esposa de Lula. Se posteriormente a queda de serviços em Angola houve um adiantamento de recursos entre as duas partes privadas, ele não teve qualquer envolvimento do já ex-presidente, nem isso é mencionado nos depoimentos. Lula jamais recebeu qualquer recurso da empresa Exergia ou de Taiguara, e isso já foi objeto de investigação da Polícia Federal, que não achou nenhum recurso dessa empresa nas contas de Lula.
Esse caso já é analisado em uma ação penal na Justiça Federal de Brasília. Comprovando-se a verdade dos depoimentos dos delatores, a tese da ação penal se mostra improcedente, a acusação de que não houve prestação de serviços e que eles seriam algum tipo de propina ou lavagem cai por terra. Ou seja, nesse caso os depoimentos não só não indicam qualquer crime como inocentam Lula nessa ação penal.
Doações eleitorais
O depoimento de Emílio Odebrecht é explícito ao dizer que nunca discutiu valores ou forma de doações eleitorais com o ex-presidente Lula. Lula não cuidava das finanças de campanha ou partidárias.
O PT e o ex-presidente sempre defenderam o fim de qualquer financiamento privado de campanhas eleitorais. Mas o Supremo Tribunal Federal só determinou o fim de contribuição de pessoas jurídicas em 2015.
O ex-presidente nunca autorizou ninguém a pedir doações de qualquer tipo em contrapartida de atos governamentais de qualquer tipo.
Estádio do Corinthians
Mesmo tomando como verdade os relatos de delatores, não há nenhum ato ilegal relatado do ex-presidente em relação ao Estádio Privado do Sport Club Corinthians. Em 2011 havia o risco de São Paulo ficar fora da Copa do Mundo. O ex-presidente sempre defendeu o uso do Estádio do Morumbi, como registrou publicamente o falecido presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, mas em 2011 esse estádio foi vetado pela FIFA.O estádio do Corinthians de fato era um projeto menor. Com a possibilidade de sediar a abertura da Copa, o Corinthians construiu um estádio maior. O estádio, e isso é óbvio, não é do Lula, mas do Corinthians. Não só tem público lotado constantemente como a Rede Globo, empresa privada com fins lucrativos, já até usou o estádio vazio como estúdio dos seus programas de TV. 
Lula e a presidência
Lula é considerado em todas as pesquisas o melhor presidente brasileiro de todos os tempos, mesmo com a intensa campanha midiática contra ele. Lula também é o único presidente da história da República de origem na classe trabalhadora, nascido na miséria do sertão nordestino, migrante criado pela mãe. O único que superou todas essas condições adversas para ser o presidente que mais elevou o nome do Brasil no mundo.
Lula sempre agiu dentro da lei e a favor do Brasil antes, durante e depois da presidência, quando voltou para o mesmo apartamento que residia em São Bernardo do Campo antes de ir para Brasília.
Não foi só a Odebrecht que cresceu durante o governo Lula. A grande maioria das empresas brasileiras, pequenas, médias e grandes, cresceram no período. Milhões de empregos foram gerados e a pobreza e fome reduzidas de forma inédita no país. Foi todo o Brasil que cresceu no período de maior prosperidade econômica da democracia brasileira.
É hora de perguntar a quem interessa destruir Lula, quando o ex-presidente se posiciona contra o fim dos direitos trabalhistas e previdenciários. A quem interessa destruir Lula, quando o patrimônio brasileiro – reservas minerais na Amazônia, o pré-sal, estatais – são colocados a venda a preço de banana? A quem interessa reescrever a biografia do maior líder popular do país?

Postado  em Tijolaço em 16/04/2017


Feliz Páscoa 2017 !



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Vigarice da Globo-Lava Jato com Operação Odebrecht é repetição do Plano Choem e do udenismo


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Minimalismo: um texto sobre as coisas importantes da vida



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Matheus de Souza

No último final de semana a Netflix disponibilizou um documentário que eu queria assistir há algum tempo: “Minimalism: A Documentary About the Important Things“.

Eu sou um grande fã de documentários. Assim como os livros biográficos, eles são uma grande fonte de inspiração. Como o título adequadamente afirma, “Minimalism” é sobre as coisas importantes na vida. Joshua Millburn e Ryan Nicodemus, Os Minimalistas — não confunda com Os Tribalistas —, cresceram perseguindo o Sonho Americano. Dinheiro, prestígio e coisas. E eles conseguiram. Se tornaram executivos bem-sucedidos. Pelo menos, no sentido tradicional e aplaudido pela sociedade.



Mas, quem são os Minimalistas e o que é o minimalismo?

Dois caras que viveram no mundo corporativo presos na mentalidade de acumular dinheiro, posses e prestígio. No entanto, apesar de ambos serem bem-sucedidos no que faziam, nenhum deles era verdadeiramente feliz. Eles tinham os gadgets do momento, casas enormes e carros luxuosos, mas trabalhavam de forma insana e se sentiam constantemente estressados.

Quando sua mãe faleceu e seu casamento terminou em divórcio, ambos no mesmo mês, Joshua teve uma epifania. Percebeu que a maioria de suas posses materiais não estavam agregando valor à sua vida ou ajudando-o a se tornar mais feliz. Foi então que se livrou de boa parte dos seus pertences a fim de se concentrar nas coisas que realmente importavam para ele.

Ryan, que estava se sentindo mal por ter treinado sua equipe para vender celulares a crianças de 5 anos, percebeu que o semblante de Joshua havia mudado. Ele estava sereno, parecia feliz. Ao descobrir que o motivo era a mudança radical em seu estilo de vida, fez o mesmo que o amigo: encaixotou suas coisas e se livrou de 80% do que tinha. Sentiu um peso sair de suas costas.

Os amigos criaram um blog sobre sua nova filosofia de vida. Logo veio um podcast, palestras e, mais recentemente, o documentário. O minimalismo é um estilo de vida onde você reduz suas posses de tal forma que tenha apenas itens que realmente tragam valor à sua vida. Trata-se de remover o excesso de sua vida, de modo que você seja capaz de se concentrar no que é mais importante. Não há limite de itens ou restrições específicas. E, eles não estão dizendo que todo o tipo de consumo é prejudicial. É apenas uma maneira mais simples de viver para reduzir o estresse e ter mais liberdade.

“Imagine uma vida com menos: menos coisas, menos desordem, menos estresse e descontentamento… Agora imagine uma vida com mais: mais tempo, mais relações significativas, mais crescimento, contribuição e contentamento “.


Joshua Millburn e Ryan Nicodemus. Foto: Divulgação.


Isso é útil? Me traz alegria?

Dan Harris, autor do ótimo “10% Mais Feliz“, é um dos entrevistados do documentário. Ele compartilha sua experiência sobre estresse e ansiedade. Em 2004, Harris teve um ataque de pânico em rede nacional enquanto apresentava o “Good Morning America” da rede ABC.

Durante a entrevista, menciona que o melhor conselho que recebeu até hoje, no contexto da ansiedade, foi sobre perguntar a si mesmo se “Isso é útil?”. A pergunta lembra o conceito de “Isso me traz alegria?” da autora japonesa Marie Kondo.

Desde que li pela primeira vez a frase “menos é mais”, num artigo sobre a obsessão de Steve Jobs com designs minimalistas, resolvi seguir essa filosofia. Eu recém tinha completado 20 anos, era um jovem comum que adorava comprar roupas de marcas famosas e sonhava em ter um carro importado. Afinal, pra mim isso era sinônimo de status pessoal.

O que percebi, com o tempo, é que nenhuma daquelas coisas me traria alegria. Quem segue um estilo de vida consumista, geralmente, compra itens apenas para seguir modismos e fazer parte de um grupo. Me dei conta de que as pessoas com as quais eu me importava de verdade não estavam nem aí se eu andava de Corolla ou Fusca. Se vestia uma camisa da Tommy Hilfiger ou da Renner.

Quando deixei de ter um comportamento consumista, passei a ser menos ansioso. Ao invés de juntar dinheiro para ter coisas, percebi que seria mais feliz utilizando minhas economias para viajar, por exemplo. Troquei o carro por uma bicicleta e logo me sobrou grana para um mochilão pela Europa. Enquanto alguns conhecidos me mostravam seus novos iPhones ou Galaxys, eu e meu velho BlackBerry embarcávamos para Nova York.

E veja que não existe certo ou errado nessa história. São escolhas. Mas, nunca estive tão bem comigo mesmo. E sereno, como Joshua.


Steve Jobs em sua casa em 1982. “Isso era típico da época. Eu era solteiro. Tudo o que você precisava era de uma xícara de chá, uma luz, você sabe, e era tudo o que eu tinha”. Foto: Diana Walker


Ame as pessoas e use as coisas — porque o oposto nunca funciona

Se eu sou minimalista? Não no nível de Joshua ou Ryan. Eu continuo comprando coisas. E eles também, na verdade. O objetivo do documentário não é fazer com que as pessoas joguem fora todas as suas posses e se mudem para um bangalô. O ponto central é simplesmente perguntar-se por que você possui as coisas que possui, o que elas acrescentam à sua vida e se você pode viver tranquilamente sem elas.

Essa ideia de desapego material me lembrou dois fatos recentes.

O primeiro é sobre o Serafín (70) e a Shirley (69), um casal de idosos casados há 40 anos. Em maio eles partem para uma viagem de volta ao mundo. De moto! Numa Honda CG 160 Titan — o único bem material dos dois.

Eles entenderam qual o verdadeiro patrimônio em nossa passagem por esta vida e o porquê ela vale a pena ser vivida. Quando escrevi aquele artigo, o Serafín me contou que eles finalmente compreenderam que o que realmente vale é o ser — e não o ter. E que, por sinal, isso é a única coisa que levamos para o outro lado junto com as nossas escolhas. Todo o resto fica aqui. Por mais que, na teoria, saibamos disso desde muito jovens, é apenas “quando a água bate na bunda” que entendemos o sentido real por trás de frases clichês que circulam por aí.

Já o segundo fato tem a ver com algo que comprei. Recentemente adquiri um Kindle, o leitor digital da Amazon. O interessante nisso é que uma compra feita por impulso (sou um ser humano, afinal de contas), fez com que eu deixasse de amar meus livros físicos — ou 90% deles. Ao olhar minha estante repleta de volumes empoeirados, pensei comigo mesmo: “isso é útil?“. Não. Eu não preciso mais deles. Já posso me desapegar. Percebem como a compra de um item gerou o desapego de uma centena de outros?

Coisas, coisas, coisas

Na Natureza Selvagem“, filme que conta a história real de Christopher McCandless, um viajante que deixou de lado o sonho da carreira bem sucedida e as convenções sociais, tem um diálogo bastante marcante pra mim.

Walt, pai de Christopher, diz que quer presenteá-lo com um carro novo. Presente de formatura. A resposta do filho é um discurso parecido com o dos Minimalistas.

“Um carro novo? Por que eu iria querer um carro novo? O Datsun (seu carro, modelo B210 de 1982) é ótimo. Vocês acham que eu quero um carro chique? Vocês estão preocupados com o que os vizinhos pensam?”.

Seu velho Datsun era útil para o seu dia a dia. Ele não precisava de um carro melhor.

A cena, em inglês — não encontrei a versão legendada —, pode ser assistida abaixo.



A mensagem

Em linhas gerais, a principal mensagem dos Minimalistas é que devemos ser mais conscientes em relação ao que estamos consumindo. É um lembrete útil e eu recomendo fortemente que você assista o documentário.

Podemos não ter o controle sobre todas as áreas das nossas vida, mas temos controle sobre o quanto gastamos e o quanto precisamos para sermos felizes.

Publicado originalmente em matheusdesouza.com, publicado na CONTI Outra com a autorização do autor.



As manipulações da mídia e da Operação Lava Jato