Por 61 a 14, o Senado aprovou nessa terça-feira (29/11), em primeiro turno, a PEC 55.
“É a continuação do golpe”, como denunciou da tribuna o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). “Uma vergonha!”
Golpe de classe contra a população mais pobre, a educação e a saúde públicas, a favor do capital financeiro.
Na fotomontagem acima, estão nove dos senadores que votaram contra o povo: Marta Suplicy (PMDB-SP), Cristovam Buarque (PPS-DF), Ana Amélia (PP-RS), Álvaro Dias (PV-PR), José Agripino (DEM-RN), Fernando Coelho (PSB-PE) e os tucanos Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes (SP) e Antonio Anastasia (MG).
Veja a lista completa de votação.
Enquanto a polícia combatia manifestantes contra a PEC 55, do teto dos gastos, em frente ao Congresso Nacional na noite desta terça-feira 29, os parlamentares participavam de um coquetel do lado de dentro, ignorando a violência e a repressão; a foto do retrato do Brasil viralizou nas redes sociais.
“Eles construíram uma mentira”, diz Lula sobre Lava-Jato em entrevista a Roberto Navarro
Jornalista Roberto Navarro entrevista o ex-presidente Lula. Brasileiro fala sobre arbitrariedades na condução da Lava-Jato, denúncias do Ministério Público e sua defesa na justiça.
Este é o momento que confirma o prognóstico de Fidel Castro sobre si mesmo: “A História me absolverá”, título de seu discurso de defesa no processo que enfrentou após a fracassada tentativa de assalto ao quartel de Moncada, em 1953, bem antes do triunfo da Revolução.
Os principais líderes políticos do mundo, de todas as tendências, e até mesmo o Papa Francisco, lamentam sua morte reconhecendo sua dimensão histórica.
Há sempre os que são mesquinhos mesmo na morte, como os dissidentes que festejaram sua morte nas ruas de Miami ou a Folha de São Paulo, que na edição de hoje o chamou reitera e desnecessariamente de ditador.
A Revolução que ele liderou em 1959, derrubando o ditador Fulgêncio Batista ali mantido como marionete pelos Estados Unidos, foi primeiramente um levante do povo cubano contra a opressão, muito antes da opção pela via socialista.
Cuba era então o bordel caribenho dos americanos. A revolução ainda nem era comunista e já se tornara a inspiração libertária para os jovens de todo o mundo, e especialmente da América Latina, identificados a força revolucionária de Fidel e seus companheiros de guerrilha, como Che Guevara e Camilo Cienfuego.
Com a opção comunista, Cuba mostrou que era possível construir uma sociedade mais fraterna e igualitária. A revolução não deu luxo aos cubanos mas o essencial nunca faltou, especialmente educação e saúde universais.
Seu povo muitas vezes deu provas inequívocas de unidade em torno de Fidel e do ideal revolucionário, como na emblemática expulsão dos que tentaram invadir a Baia dos Porcos, na mais desastrada operação americana contra outro país. Excessos houve mas revoluções que hesitam, fracassam. Revolução nunca foi conciliação e o povo cubano optou pela revolução.
Mas para além de suas virtudes, bem maiores que suas falhas, a revolução cubana que se confunde com a vida de Fidel representou para a minha e outras gerações a confirmação de que os homens podem mudar o mundo, de que os fracos podem se levantar contra os fortes, de que é possível viver fora da escravidão pelo outro e pelo capital.
Fidel e a revolução cubana foram também, para os povos da América Latina, um farol indicador de que poderiam escolher seus próprios caminhos, afirmando cada um sua soberania e sua liberdade.
Nenhum país latino-americano reproduziu a revolução cubana ou trilhou seus caminhos, apesar do sacrifício de Che e de outros que se levantaram em armas contra ditaduras, contra outros Fulgêncio Batista. Cada povo é um, com sua história e suas condições.
Mas Fidel contribuiu imensamente para que a América Latina tenha deixado de ser o quintal dos Estados Unidos, o grande bananal de ditaduras subservientes. A revolução cubana foi que soprou e espalhou este sentimento continente afora.
A roda da história girou, Cuba atravessou momentos difíceis, fustigada pelo bloqueio comercial norte americano, abalada pelo fim da ajuda soviética após a debacle do socialismo no Leste, cobrada mundialmente pelo deficit de democracia interna, isolada diante de um mundo que se globalizou.
Fidel soube a hora de passar o bastão a Raul, assimilou a necessidade de abertura e flexibilização e esperou serenamente pelo apagar da chama de uma vida ímpar, dedicada a seu povo.
O julgamento da História começa agora, quando líderes de todo o mundo, dos mais ideologicamente próximos aos mais antagônicos, o colocam entre os grandes estadistas do mundo.
A Suécia costuma ser reconhecida por medidas de sucesso que garantem a qualidade de vida dos cidadãos, e não é diferente quando o país trata do lixo. Com o objetivo de reaproveitar os resíduos de todas as formas possíveis, o país chega a importar detritos para gerar energia.
A atenção do governo para a sustentabilidade faz com que a Suécia recicle 1,5 bilhão de latas e garrafas por ano, em um país com cerca de 9,6 milhões de habitantes, segundo o último censo. Cada cidadão sueco produz, em média, 461 kg de lixo por ano, contra uma média de 525 kg no resto da Europa.
No país, toda zona residencial deve ter uma estação de reciclagem a no máximo 300 metros de distância, e praticamente toda a população tem a separação do lixo como hábito. Até mesmo o material orgânico é reaproveitado: a Suécia utiliza 50% do lixo domiciliar para produzir energia.
Ponto de recolhimento de lixo reciclável (Foto: Samantha Marx)
Ao incinerar o lixo em 32 estações especiais, os suecos geram um gás capaz de mover turbinas geradoras de eletricidade, que é transferida para a rede que abastece as cidades. Isto também impede que os resíduos se acumulem em lixões, onde acabam produzindo gases como o metano.
Estação de incineração de lixo (Foto: Vattenfall)
Os suecos capricham tanto na separação do lixo reciclável que o país nem produz lixo orgânico o suficiente para dar conta da demanda energética: A Suécia chega a importar setecentas mil toneladas de lixo de outros países, como Noruega, Irlanda e Itália.
Para completar, o governo também incentiva os moradores a investir em produtos de longa duração, em vez daqueles que precisam ser trocados frequentemente, e a tentarem consertar tudo que quebrar em vez de comprar novos. É ou não é um modelo para o mundo?