Franjas na moda Verão 2015 !




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Desequilíbrio ecológico !


“Os médicos cubanos tocam na gente para examinar; os outros às vezes nem olham no nosso rosto”


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O secretário Luiz Carlos Bolzan e o médico cubano Antonio Betancourt fazem a diferença

Conceição Lemes

Novo Hamburgo, capital nacional do Calçado, fica a 40 km de Porto Alegre (RS).

Até o ano passado, como a maioria das cidades brasileiras, esse município gaúcho tinha falta de médicos.

Não era por escassez de recursos, mas por falta de profissionais para contratar. Eram 160 para cuidar de 240 mil habitantes. Cobriam apenas 28% da população.

Em setembro de 2013, Novo Hamburgo recebeu os três primeiros médicos do programa Mais Médicos: duas argentinas e um brasileiro formado em Cuba.

Hoje, são 40, dos quais 29 cubanos. Os demais são dois brasileiros formados fora do país (um em Cuba e uma na Venezuela), quatro argentinos, três uruguaios, um dominicano e um venezuelano.

O doutor Antonio Betancourt Léon é um deles. Foi o primeiro médico cubano a atender na Vila Palmeira, uma das áreas mais carentes da cidade. Chegou no início de 2014.

Antes, trabalhou durante dois anos na Guiana Inglesa, num programa de Saúde da Família, parecido com oMais Médicos, que visa à atenção básica de saúde, ou atenção primária.

Jaci da Silva Carvalho (69), Santa Emília Alves de Almeida (75 anos) e Roseline Quadros Abreu (35) são algumas das dezenas de pacientes que já passaram em consulta com ele. As três moram na Vila Palmeira.

Dona Jaci padece com uma ferida na perna, diagnosticada como úlcera varicosa, há seis anos.

– Quando começa a doer, fico louca. Me tratei no Hospital Operário. Depois, no posto de saúde Santo Afonso. Aí, faziam curativos a cada 15 dias. Não davam nenhum remédio para eu aguentar a dor na hora do curativo. Eu tinha que suportar tudo ali, no osso… Pior é que não melhorava. Eu pedia pra eles trocarem a pomada que eu usava em que casa, porque custava caro, eles não ligavam.


Dona Jaci: “Doutor Antonio tirou uma parte dos remédios que eu tomava. Não é que a minha dor no estômago está melhorando”

– Hoje em dia, estou me tratando no posto mais ali para baixo, com o doutor Antonio, do Mais Médicos. Eles tratam a gente com mais carinho. As gurias são muito boas.

– Agora, faço curativo todo dia. Engraçado…devido ao jeito de a guria fazer o curativo, não dói tanto como antes… Estou com muita esperança de que agora vai dar certo…Ah, ia me esquecendo. Não preciso mais comprar a pomada, eles dão pra mim.

-- Se eu entendo o que o doutor Antônio fala? Entendo um pouco, sim, mas levo sempre o meu filho que entende melhor do que eu.

– Guria, tu acreditas que eu estava tomando 25 comprimidos por dia?! Eu já nem podia mais comer de tanta dor no estômago. O doutor Antonio achou que era muito remédio. Tirou uma parte. Não é que a minha dor no estômago está melhorando.

Dona Santa Emília está muito empolgada:

– Os do Mais Médicos atendem, mesmo, bem melhor. Dão mais atenção ao que gente sente do que os outros médicos. Eu tenho diabetes, hipertensão arterial e problema de coluna, que toda pessoa velha tem…

Roseline tem quatro filhos: 15, 14, 13 e 4 anos de idade:

– Para a minha família, o atendimento está sendo ótimo. Eles examinam a gente!

– Até achei que a comunicação com eles [os médicos cubanos] iria ser difícil. Mas está muito tranquilo. Eles falam bem devagar.

– No outro posto que a gente frequentava antes, às vezes, eu chegava lá com o meu gurizinho de 4 anos com febre, dor de garganta… Os médicos nem examinavam, davam direto ampicilina [um tipo de antibiótico]!

– O meu filho de 15 anos tem muita acne, também está se tratando. O rosto estava se deformando. Ele se sentia tão mal que se fechava em casa. O resultado está bem bom.

– Um dia desses, levei o meu gurizinho. Precisa ver como eles são atenciosos. Eles examinam os olhos, a barriguinha, abrem a boca para ver como estão os dentinhos, garganta…

– A gente não tinha isso antes! Os médicos do Mais Médicos são mais humanos. Eles trabalham com gosto. Eles tocam na gente para examinar! Já os outros a gente percebe não gostam de pôr a mão na gente; às vezes nem olham para o nosso rosto.

AGENTE DE SAÚDE: “TODO MUNDO QUER SE CONSULTAR COM OS CUBANOS”

Emília, Jaci e Roseline estão entre as 215 famílias que a agente de saúde Altiva Motta dos Santos acompanha mensalmente em casa.

Atuando há cinco anos na Vila Palmeira, Altiva tem a mesma percepção das suas pacientes, como mostra esta breve entrevista que fizemos com ela:

– Como está sendo trabalhar com os médicos cubanos? 

– Muito bom. Eles são muito atenciosos. Examinam bem as pessoas. Todo mundo está gostando muito. Eles falam com calma para as pessoas entenderem.

– Algum paciente recusou ser atendido por eles?

– Nããããããão! Todo mundo quer se consultar com eles. Não é propaganda, falo a verdade.

– O que os pacientes te contam?

– Sobre os outros médicos, era comum eu ouvir: “Fulano não examina, sicrano atende a gente em pé, até na porta; não faz isso, não faz aquilo…”

Já sobre cubanos, eles dizem: “perguntam tudo sobre a saúde da gente, ouvem o que estamos sentindo, examinam bem, tiram a pressão, colocam a gente na maca…”

– Mudou alguma coisa?

– Melhorou bastante a adesão ao tratamento, às orientações. Os usuários estão mais felizes. E eles estando mais felizes, nós, agentes de saúde, também ficamos mais felizes.

Em casa, Dona Emília recebe a visita mensal da agente de saúde Altiva: “Os médicos do Mais Médicos dão mais atenção ao que gente sente do que os outros”

DR. ANTONIO: “A GENTE TEM DE LEMBRAR QUE O PACIENTE NÃO É UMA DOENÇA”

Entrevistando o doutor Antonio, fica claro por que tanto as usuárias quanto a agente de saúde derramam-se em elogios à sua atuação.

Principais observações do médico cubano às minhas perguntas:

– Eu fico muito contente com a reação dos pacientes. O acolhimento foi muito bom.

– No início, por causa da língua diferente, tivemos algumas incongruências, mas agora a comunicação está muito boa. Além disso, a relação médico-paciente é muito, muito, muito legal!

– Eu falo devagar para eles. Ao final da consulta, pergunto se entenderam tudo. E, ainda, peço para eles repetirem pra mim.

– Nós estamos trabalhando com uma população muito pobre. Eles precisam de mais atenção e amor, nós estamos fazendo o possível para dar isso.

– A reação dos médicos brasileiros contra nós, cubanos, foi também político-ideológica e não apenas corporativa.

– Logo que cheguei, fui trabalhar com uma médica brasileira totalmente contrária ao Mais Médicos. Ela não queria saber da gente. Mas, depois de algum tempo, mudou de opinião e me disse: “Eu gosto de trabalhar com os médicos cubanos. Vocês dão mais atenção aos pacientes e nós temos de aprender como vocês fazem isso”. Hoje somos muito bons colegas. Eu acho que com o tempo a opinião dos médicos brasileiros em relação a nós vai mudar.

– Qual a principal diferença entre a nossa escola de medicina e a brasileira? 

- Pelo que eu detectei até agora, a nossa preconiza fazer muita clínica médica. Ensina-nos a conversar bastante com o paciente, o que é muito importante. É, para mim, a principal diferença.

– A gente tem que lembrar que o paciente não é uma doença. Às vezes só de conversar com conosco, ele melhora. O entorno dele é quase sempre complicado e nós não podemos ignorar isso.

– Em minha modesta opinião, no Brasil, é preciso fortalecer a atenção básica à saúde. E o primeiro contato com a população tem de ser o melhor possível. Estamos aqui para ajudar como irmãos, para que o primeiro contato da população com o sistema de saúde seja o melhor possível.

Em Novo Hamburgo, experiência inédita no Brasil: os profissionais dos Mais Médicos usam tablet para acessar o prontuário dos pacientes e acrescentar novas informações. Doutor Antonio foi o primeiro a aprender. Na foto, durante uma capacitação, ele faz demonstração às colegas cubanas Susete Villarreal (de blusa azul) e Ilena Isabel Cabrales (de laranja) e à uruguaia Gabriela Varini

FIM DA CONSULTA DE TRÊS MINUTOS E ASSISTÊNCIA MAIS HUMANA

Pesquisa realizada de janeiro a julho de 2014 pela Secretaria de Saúde de Novo Hamburgo com 564 usuários do programa revela o êxito do Mais Médicos junto à população: 98,6% estão satisfeitos, sendo que 90% deram-lhe notas 9 e 10.

“É o serviço público mais bem avaliado pelos usuários, supera o Samu, os correios e os bombeiros”, observa Luiz Carlos Bolzan, Secretário de Saúde do município e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Consems/ RS).

Os gestores também estão satisfeitos:

* Os médicos do programa estão oito horas por dia na comunidade.

* Têm o perfil para trabalhar com saúde da família e atenção básica.

* Se propõem a atuar em equipe e fazer visitas domiciliares.

Resultado: em Novo Hamburgo, a cobertura da assistência à população saltou de 30% para 76% .

Além disso, a pesquisa feita em Novo Hamburgo já permite detectar alguns resultados positivos Mais Médicos.

O secretário Luiz Carlos Bolzan destaca três:

1. Resgate da prática clínica e da assistência mais humana nos serviços públicos de saúde

Antes a consulta durava três a cinco minutos e se resumia à prescrição de medicamentos a partir de uma queixa, sem fazer qualquer exame clínico. Os pacientes diziam que às vezes o médico nem olhava no rosto deles.

Essa prática está sendo deixada de lado.

Agora, a consulta demora de 20, 30, 40 minutos, permitindo ao médico fazer realmente uma avaliação clínica do pacientes, discutir e prescrever o tratamento.

É justamente a clínica que permite a criação do vínculo médico-paciente.

E se isso acontece, é maior a possibilidade de o paciente seguir as recomendações e retornar à reconsulta. Consequentemente, maior possibilidade de sucesso do tratamento em relação à queixa apresentada.

2. Prescrição mais criteriosa de medicamentos

A pesquisa realizada em Novo Hamburgo revela que os profissionais do Mais Médicos dão menos remédios por receita do que fora do programa.

E quanto menos medicamentos, menor o risco de danos colaterais e maior a possibilidade de o paciente seguir o tratamento recomendado.

3. Aumento das imunizações que não fazem parte das campanhas de vacinação

Por exemplo, a vacina contra a febre amarela, recomendada para quem mora ou vai viajar para áreas de risco da infecção.

Em Novo Hamburgo, o pico coincidiu com a chegada do Mais Médicos.

Isso tem muito a ver com a maior atenção na consulta e no enfoque da prevenção de doenças. Afinal, faz parte uma consulta bem feita, o médico perguntar a todo paciente se está em dia com as vacinas.

SE AÉCIO TIVESSE SIDO ELEITO, MAIS MÉDICOS ACABARIA; IMPOSSÍVEL SEM OS CUBANOS

Não é à toa que, quando questionadas por mim, Conceição Lemes, sobre a hipótese do fim do Mais Médicos e os cubanos irem embora, Jaci, Emília e Rosilene foram taxativas: “De jeito, nenhum!”

Rosilene, mãe de quatro filhos, argumenta: “Todos nós só ganhamos com a vinda deles. Eu acho que eles deveriam ficar aqui para sempre”.

Não é o que aconteceria se Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência, tivesse ganhado as eleições.

Explico.

Em julho, durante ato, em Brasília, na Associação Médica Brasileira (AMB), quando recebeu apoio de representantes da entidade, Aécio afirmou, sob os aplausos: “Os cubanos têm prazo de validade, ficarão aqui por três anos”.

O número de médicos existentes hoje no Brasil é insuficiente para atender às necessidades do país.

Novos cursos de Medicina estão sendo abertos. Porém, como a formação é demorada – 6 anos de graduação, mais 2 ou 3 de Residência Médica – esses novos médicos só estarão disponíveis no mercado por volta de 2022.

Cuba é o único país do mundo que forma grande número de médicos. Os cubanos estão sendo fundamentais na epidemia de ebola, na África.

Consequentemente, sem os cubanos é impossível manter o Mais Médicos. Haveria um hiato entre os médicos que estão se formando aqui e as necessidades da população brasileira.

Novo Hamburgo é a prova. Sem o programa, no mínimo 12 mil consultas por mês deixariam de ser feitas, retardando a sequência de atendimento.

Repercutiria, aliás, em todo o Rio Grande do Sul, onde 76% dos municípios aderiram aos Mais Médicos, que hoje chega a pessoas que antes não tinham acesso à assistência médica: populações rurais, indígenas, de assentamentos dos trabalhadores sem terra, quilombolas, periferias das grandes cidades, pessoas atingidas por barragens.

“O Mais Médicos está democratizando o acesso à assistência médica como nunca se viu antes no país”, avalia Bolzan. “Contudo, por má-fé ou motivos político-ideológicos, dirigentes de entidades médicas continuam difundindo informações equivocadas. Pena que eles tenham uma visão corporativa tão limitada, a ponto de relegar a saúde da população a segundo plano.”

Em tempo 1: Convictamente. durante anos e anos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) bateram na mesma tecla: no Brasil não havia falta de médicos, mas má distribuição deles pelo país.

O Mais Médicos provou que essa afirmação era corporativista e não baseada em evidências científicas: no Brasil, os médicos estão mal distribuídos, sim, mas também faltam muitos profissionais.

O primeiro especialista a mostrar a realidade foi o professor Mílton de Arruda Martins, titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina (FMUSP), em entrevista, aqui no Viomundo.

Em tempo 2: Como repórter especializada na área de saúde há 34 anos e usuária do SUS, observo que, no Brasil, a prática da clínica médica é cada vez menos valorizada, prejudicando os pacientes. Muitos médicos sequer ouvem direito as queixas dos doentes. Nesse particular,acredito eu, profissionais brasileiros têm a aprender com os cubanos.

Em tempo 3: Se a presidenta Dilma Rousseff teve a ousadia de bancar o Mais Médicos – afinal, quem precisa de assistência médica, não pode esperar a solução ideal, que é a criação da carreira de Estado – Novo Hamburgo tem a sorte de contar com um secretário da Saúde exemplar.

Luiz Carlos Bolzan é competente, ótimo gestor, humano e ético. Além disso tudo, 100% comprometido com o SUS, ao contrário de uns e outros que se fantasiam de “susetes” para ficar bem na fita com o pessoal da saúde pública.


Postado no blog Viomundo em 06/11/2014


Incríveis bibliotecas pelo mundo


 Biblioteca da Universidade de Nova York – Nova York, Estados Unidos






Biblioteca do Parlamento Canadense – Ottawa, Canadá





 Biblioteca Beneicke – New Haven, Connecticut





 Biblioteca do Estado de Iowa – Estados Unidos



 Biblioteca Suzzallo da Universidade de Washington – Seattle, Washington






Biblioteca Admont Abbey – Áustria




Biblioteca do Estado – Victória, Austrália




Biblioteca de El Real Monasterio de El Escorial – Madrid, Espanha




Biblioteca José Vasconcelos – Cidade do México, México






Real Gabinete Português de Leitura – Rio de Janeiro, Brasil




Biblioteca Nacional da Finlândia – Helsinki, Finlândia




Biblioteca Mitchell – Sydney, Austrália




Biblioteca Thomas Fisher de livros raros da Universidade de Toronto – Toronto, Canadá




Biblioteca George Peabody – Baltimore, Maryland




Strahov Theological Hall – Praga, República Checa




Postado no site Tudo Interessante


Como se desperta o pior que há em nós


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Sociedades meritocráticas de mercado corroem autoestima. Estimulam, como defesa, superficialidade, oportunismo e mesquinhez. Saberemos reagir?

Paul Verhaeghe | Tradução Eduardo Sukys
Temos a tendência de enxergar nossas identidades como estáveis e muito separadas das forças externas. Porém, décadas de pesquisa e prática terapêutica convenceram-me de que as mudanças econômicas estão afetando profundamente não apenas nossos valores, mas também nossas personalidades. 

Trinta anos de neoliberalismo, forças de livre mercado e privatizações cobraram seu preço, já que a pressão implacável por conquistas tornou-se o padrão. Se você estiver lendo isto de forma cética, gostaria de afirmar algo simples: o neoliberalismo meritocrático favorece certos traços de personalidade e reprime outros.


Há algumas características ideais para a construção de uma carreira hoje em dia. A primeira é expressividade, cujo objetivo é conquistar o máximo de pessoas possível. O contato pode ser superficial, mas como isso acontece com a maioria das interações sociais atuais, ninguém vai perceber. É importante exagerar suas próprias capacidades tanto quanto possível – você afirma conhecer muitas pessoas, ter bastante experiência e ter concluído há pouco um projeto importante. 

Mais tarde, as pessoas descobrirão que grande parte disso era papo furado, mas o fato de terem sido inicialmente enganadas nos remete a outro traço de personalidade: você consegue mentir de forma convincente e quase não sentir culpa. É por isso que você nunca assume a responsabilidade por seu próprio comportamento.


Além de tudo isso, você é flexível e impulsivo, sempre buscando novos estímulos e desafios. Na prática, isso gera um comportamento de risco, mas nem se preocupe: não será você que recolherá os pedaços. Qual a fonte de inspiração para essa lista? A relação de psicopatologias de Robert Hare, o especialista mais conhecido em psicopatologia atualmente.

Esta descrição é, obviamente, uma caricatura exagerada. Contudo, a crise financeira ilustrou em um nível macrossocial (por exemplo, nos conflitos entre os países da zona do euro) o que uma meritocracia neoliberal pode fazer com as pessoas. 

A solidariedade torna-se um bem muito caro e luxuoso e abre espaço para as alianças temporárias, cuja principal preocupação é sempre extrair mais lucro de uma dada situação que seu concorrente. Os laços sociais com os colegas se enfraquecem, assim como o comprometimento emocional com a empresa ou organização.


Bullying era algo restrito às escolas; agora é uma característica comum do local de trabalho. Esse é um sintoma típico do impotente que descarrega sua frustração no mais fraco. Na psicologia, isso é conhecido como agressão deslocada. Há uma sensação velada de medo, que pode variar de ansiedade por desempenho até um medo social mais amplo da outra pessoa, considerada uma ameaça.


Avaliações constantes no trabalho causam uma queda na autonomia e uma dependência cada vez maior de normas externas e em constante mudança. O resultado disso é o que o sociólogo Richard Sennett descreveu com aptidão como a “infantilização dos trabalhadores”. Adultos com explosões infantis de temperamento e ciúme de banalidades (“Ela ganhou uma nova cadeira para o escritório e eu não”), contando mentirinhas, recorrendo a fraudes, regozijando-se da queda dos outros e cultivando sentimentos mesquinhos de vingança. Essa é a consequência de um sistema que impede as pessoas de pensar de forma independente e que é incapaz de tratar os empregados como adultos.

Porém, o mais importante é o dano à autoestima das pessoas. O autorrespeito depende amplamente do reconhecimento que recebemos das outras pessoas, como mostraram pensadores desde Hegel a Lacan. Sennett chega a uma conclusão parecida quando percebe que a questão principal dos funcionários hoje em dia é “Quem precisa de mim?” Para um grupo cada vez maior de pessoas, a resposta é: ninguém.

Nossa sociedade proclama constantemente que qualquer pessoa pode “chegar lá” caso se esforce o suficiente. Isso reforça os privilégios e coloca cada vez mais pressão nos ombros dos cidadãos já sobrecarregados e esgotados.

Um número crescente de pessoas fracassa, gerando sentimentos de humilhação, culpa e vergonha. Sempre ouvimos que até hoje nunca tivemos tanta liberdade para escolher o curso de nossas vidas, mas a liberdade de escolher algo fora da narrativa de sucesso é limitada. Além disso, aqueles que fracassam são considerados perdedores ou bicões, levando vantagem sobre nosso sistema de seguridade social.

Uma meritocracia neoliberal quer nos fazer acreditar que o sucesso depende do esforço e do talento das pessoas, ou seja, a responsabilidade é toda da pessoa, e as autoridades devem dar às pessoas o máximo de liberdade possível para que elas alcancem essa meta. Para aqueles que acreditam no conto das escolhas irrestritas, autonomia e autogestão são as mensagens políticas mais notáveis, especialmente quando parece que prometem liberdade.

Junto com a ideia do individuo perfeito, a liberdade que acreditamos ter no Ocidente é a grande mentira dos dias atuais e de nossa época.

O sociólogo Zygmunt Bauman resume perfeitamente o paradoxo de nossa era como: “Nunca fomos tão livres. Nunca nos sentimos tão incapacitados.” 

Realmente somos mais livres do que antes no sentido de podermos criticar a religião, aproveitar a nova atitude laissez-fairecom relação ao sexo e apoiar qualquer movimento político que quisermos. Podemos fazer tudo isso porque essas coisas não têm mais qualquer importância – uma liberdade desse tipo é movida pela indiferença.

Por outro lado, nossas vidas diárias transformaram-se em uma batalha constante contra uma burocracia que faria Kafka tremer. Há regulamentos para tudo, desde a quantidade de sal no pão até a criação de aves na cidade.


Nossa suposta liberdade está ligada a uma condição central: precisamos ser bem-sucedidos – ou seja, “ser” alguém na vida.

Não é preciso ir muito longe para encontrar exemplos. Uma pessoa muito bem qualificada que decide colocar a criação de seus filhos à frente da carreira certamente receberá críticas. 

Uma pessoa com um bom trabalho, que recusa uma promoção para investir mais tempo em outras coisas é vista com louca – a menos que essas outras coisas garantam o sucesso.

Uma jovem que deseja ser uma professora de primário ouve de seus pais que ela deveria começar obtendo um mestrado em economia. Uma professora de primário, o que será que ela está pensando?

Há lamentos constantes com relação à chamada perda de normas e valores em nossa cultura. Ainda assim, nossas normas e valores compõem uma parte integral e essencial de nossa identidade. Portanto, não é possível perdê-las, apenas mudá-las.

E é exatamente isso que aconteceu: uma mudança de economia reflete uma mudança de ética e gera uma mudança de identidade. O sistema econômico atual está revelando nossa pior faceta.

Postado no site Outras Palavras em 24/10/2014

O poder magnífico de um abraço !



Adriana Helena

Você não tem ideia do que um simples abraço pode fazer por nós!

Afinal, quando foi a última vez que tiveste um abraço? 

Não digo daqueles abraços forçados, como uma saudação social, mas um verdadeiro abraço, sincero, honesto e bom? 

Espero que não tenha sido há muito tempo. Um abraço pode fazer-nos sentir muito melhor e contribuir para o nosso bem-estar, verdadeiramente. Os Abraços realmente têm um poder incrível!

Veja o quanto um abraço pode te ajudar e te fazer feliz … Vai aliviar o seu coração! 

São tantos e dados de várias maneiras:

Provavelmente já experimentou, muitas vezes, quando era uma criança, quando se magoava ou esfolava um joelho, um abraço confortante da sua mãe ou do seu pai, lembra? Instantaneamente tudo ficava melhor e a dor passava como em um passe de mágica. 

Já na adolescência, ou na fase adulta, quando confrontado com um trauma emocional, como por exemplo, o fim de uma relação, um abraço de um amigo ajudava bastante não é mesmo? 

Qual é uma das primeiras coisas que costumamos fazer quando alguém perto de nós está sofrendo? Nós oferecemos um abraço. É instintivo e cura. Um abraço pode fazer-nos sentir muito melhor e contribuir para o nosso bem-estar.


Mesmo quando não há ninguém por perto para nos abraçar ou para abraçarmos, podemos obter algum conforto abraçando uma almofada, um animal de estimação, um bichinho de pelúcia ou uma árvore…


Quantas vezes já viu uma criança abraçando um urso de pelúcia ou a sua boneca favorita? Isso dá-lhe uma sensação de segurança. Embora a maioria dos adultos não admita isso, eles também provavelmente tem um objeto favorito para recorrer ou um animal de estimação, quando não há parceiro humano nas proximidades.

Os abraços são terapêuticos. E não te esqueças dos teus animais de estimação. Eles também adoram abraços. Abrace-os muito.


A frase da psicoterapeuta Virginia Satir, é muito interessante : “Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer." 

Não sei se esses números exatos foram cientificamente comprovados, mas concordo que há uma grande quantidade de evidências científicas em relação à importância dos abraços e do contato físico.

Investigadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que mesmo um breve abraço – tão pouco quanto 20 segundos – dado pelo parceiro, pode ajudar a reduzir os níveis de cortisol que contribuem para o stress.

Além de diminuir os níveis de stress, os abraços também influenciam a redução da pressão arterial. Aparentemente, um abraço faz o seu coração ficar melhor de muitas maneiras.


Diz-se que a caridade começa em casa, assim como o hábito do abraço. Comece na sua própria casa. Jura a ti próprio que ira abraçar os teus familiares ou amigos com mais frequência.

Na próxima vez que estiver numa festa ou reunião, oferece um abraço às pessoas quando for cumprimentá-las ou despedir-se. É um ótimo hábito para se desenvolver. Quem sabe não estará começando a organizar festas do abraço? Aproveita todas as oportunidades para abraçar as pessoas, quando for apropriado. 


Às vezes, a maneira mais fácil e mais simples de obter mais abraços é perguntando. Raramente alguém recusa e é sempre uma situação estranha… Os abraços são poderosos e quem sabe, talvez abraçando mais, podemos de uma forma incrível, curar o mundo! Você já teve um dia de trabalho em que sua cabeça doía e os problemas pulavam em sua frente?

Sua mente vagava em meio a tantos compromissos insolúveis a ponto de se desconectar do mundo real… Nestes momento, um abraço dado por alguém, pode te fazer voltar ao centro.

Como é bom sentir quando alguém vem e coloca uma mão nas nossas costas para chamar a nossa atenção, aplicando um abraço. Parece que o cérebro diz: “Uau! Me sindo muito melhor agora" !

O mais simples toque humano, quando não está à espera disso, ou até mesmo quando se está espera disso, pode trazer tanta alegria e contentamento que o dia tornar-se-á muito melhor e os problemas poderão ser solucionados em um passe de mágica.

Um abraço é um passo na direção de um nível superior de relacionamento e muitos de nós não temos em atenção a nossa quota diária de abraços. Precisamos ser mais generosos.


10 top razões para dar mais abraços

Eu já li muitos artigos diferentes, escritos por muitos profissionais de áreas diferentes, e cheguei à conclusão de que quanto mais abraços uma pessoa recebe todos os dias, melhor fica…

Não há um número estipulado, tal como um medicamento. O ato de abraçar é uma terapia integral. E das poucas que não tem contra-indicações. Aqui ficam algumas razões para dar um abraço, um carinhoso abraço, no seu dia a dia...

1. Abraçando induz o aumento da oxitocina no organismo

A oxitocina é uma hormona poderosa, que não só fortalece os laços com os nossos entes queridos mas também tem a capacidade de estimular a solidariedade entre estranhos. 

2. Abraçar constrói laços mais fortes com as pessoas que você vê todos os dias

Abraçar nutre as relações humanas, cultiva e aumenta a confiança e francamente, faz-nos pessoas mais felizes. 

3. Abraçar reduz o stress

Um bom abraço literalmente diminui os níveis de cortisol encontrado no corpo. Estamos falando de um tratamento anti-ansiedade livre de remédios. 

4. Abraçar reduz a pressão arterial

Colecionar abraços é excelente para o seu coração! 

5. Abraçar é uma boa ação recíproca

Nunca se sabe o que está a acontecer na vida de outra pessoa. Quando um bom e sincero abraço é dado, ele tem o potencial de alterar completamente o seu dia. Como é simples esta ação? Apenas envolve os teus braços à minha volta e abraça-me!


6. Abraçar faz-nos sentir incríveis

O poder do toque humano é profundo e os nossos corpos estão cheios de nervos prontos para estimulação. A maior parte de nós provavelmente tem o desejo de toque humano durante o dia e simplesmente não tem consciência disso. Para quê gastar tanto dinheiro com uma massagem? Um bom e longo aperto tem a capacidade de, não só levantar o espírito, mas também sentir algo maravilhoso para o corpo. 

7. Abraçar pode virar um mau humor de cabeça para baixo

Se te sentes mal-humorado e anti-social, apenas tenta dar um caloroso abraço. Eu garanto que vai sair dele sentindo-se um pouco, se não bastante melhor. 

8. Abraçar reconecta a mente com o corpo

Pouco de nós tenta o nosso melhor para viver conscientemente. Quando o caos constrói no nosso dia a dia, no local de trabalho, atrás do volante, em frente ao computador, um bom abraço pode nos reconectar à ideia duma existência consciente. Um bom abraço tem o poder de nos levar para uma melhor postura, uma respiração mais profunda e um estado mais relaxado de ser. 

9. Abraçar mais faz-nos melhores “abraçadores”

Isto parece ridículo mas eu estou falando sério. Você é culpado de não se comprometer com a atitude: “Eu não tenho tempo para abraçar” .Se assim for, não esperes colher o maior número destes benefícios. Aqueles que tiram um momento são aqueles que realmente beneficiam do poder dos abraços. 

10. Abraçar cultiva a paciência

As conexões são promovidas quando as pessoas usam o seu tempo para apreciar e reconhecer o outro. Um abraço é uma das maneiras mais fáceis de mostrar apreciação e reconhecimento a outra pessoa. 


O mundo é um lugar, ocupado pela afobação e pelo movimento, e estamos constantemente correndo para a próxima tarefa. Se abrandarmos e tirarmos um momento para oferecer abraços sinceros ao longo do dia, estaremos beneficiando a nós mesmos, ajudando os outros e também cultivando melhor a paciência dentro de nós. 

Se não tiver consciência da tua própria quota pessoal de abraços, começa a recolher abraços imediatamente. Não há tempo como o presente e essa resolução vai deixar-te mais feliz e saudável. Afinal, como diz a terapeuta familiar Virgínia Satir:


Precisamos de 4 abraços por dia para sobreviver.

Precisamos de 8 abraços por dia para manter.

Precisamos de 12 abraços por dia para crescer.


Postado no blog Vivendo a Vida Bem Feliz