Viva o baixo astral !




Carlos Motta

Todo mundo conhece a expressão "síndrome de vira-lata", cunhada por Nelson Rodrigues. 

Com ela, o jornalista e dramaturgo quis criticar o complexo de inferioridade do torcedor em relação à seleção brasileira de futebol.

Com o tempo, o uso da expressão se ampliou.

A "síndrome de vira-lata" se espalhou para designar o que as pessoas sentiam por ter de viver no Brasil, como se isso fosse a pior coisa que existe.

Há alguns anos, porém, uma parte do orgulho perdido pelo povo foi resgatado.
O Brasil deu alguns passos em direção à resolução de alguns problemas seculares, como a abissal desigualdade social/econômica de sua população.

Milhões de pessoas que viviam em condições sub-humanas conquistaram a cidadania; outras tantas ascenderam de classe, passaram a ter a possibilidade de integrar a "fabulosa" sociedade de consumo que sustenta o capitalismo.

Além disso, o país resolveu mostrar que não precisava ser eternamente obediente às ordens do poderoso "irmão" do norte.

Ampliou seu comércio para outras regiões, descobriu que sua cultura era admirada em boa parte do planeta, viu que poderia almejar um papel de protagonista nos mais importantes fóruns internacionais.

Hoje o Brasil, internacionalmente, não é mais o coitadinho de alguns anos atrás.

Aqui dentro, porém, por inúmeras razões, mas principalmente pelo temor das elites em ver o governo trabalhista consolidar as mudanças tão necessárias, começa a se formar uma onda derrotista, artificial, planejada, para dar a ideia de que nada funciona no país, que o povo vive no pior dos mundos, que ninguém é feliz - e que tudo poderia ser diferente se o governo trabalhista fosse trocado por outro, de preferência por aqueles que cultivaram durante décadas o vira-latismo.

A campanha em prol do baixo astral é forte. 

Entusiasmados colunistas e jornalistas das principais publicações brasileiras estão se empenhando em convencer o povo de que o Brasil não presta.

Pelo menos enquanto estiver sendo governado por essa "raça".

Um dos mais notáveis desses propagadores da infelicidade fez questão de informar que escrevia seu libelo de Miami, a "América Latina que deu certo".

É preciso dizer mais sobre a personalidade e o caráter dessa gente?


Postado no blog Crônicas do Motta em 13/05/2014


A Globo quer derrubar Dilma Rousseff





Paulo Henrique Amorim nasceu no Rio de Janeiro em 1942. Formado em jornalismo, entrou logo para a carreira e teve lugar de destaque nos lugares em que trabalhou. 

Em 1961, fez uma grande cobertura quando o então presidente Jânio Quadros renunciou à presidência e o governador Leonel Brizola mobilizou soldados, para garantir a posse do vice João Goulart. Esses dias, que marcaram fortemente a história moderna do Brasil, foram acompanhados e divulgados pelo renomado jornalista.

Nos anos 70, o jornalista fazia muitas coberturas internacionais, como o Escândalo Watergate, a Crise dos Mísseis de Cuba, o fim da União Soviética, a queda do Muro de Berlim, os conflitos de Kosovo e Sarajevo. Por muitos anos ele foi um dos apresentadores mais importantes da Rede Globo de Televisão. E também colaborador da Revista Veja. Paulo Henrique abriu sucursais, para esses dois veículos, em Nova Iorque e Londres.

Entre os anos de 1997 e 1999, ele esteve na TV Bandeirantes, apresentando o “Jornal da Band” e o programa “Fogo Cruzado”. Entre 2001 e 2003, esteve na TV Cultura, onde apresentou o “Conversa Afiada”. Em 2003 mudou-se para a TV Record, onde apresentou os programas ”Edição de Notícias” e “Tudo a Ver”.

Em fevereiro de 2006, passou a apresentar a revista eletrônica “Domingo Espetacular”, onde ainda está. PHA (como é conhecido nas rodas jornalísticas) tem um blog de sucesso de público e crítica na internet chamado “Conversa Afiada”. 

Nele o carro-chefe são os comentários originais sobre política. Figuras como ex-governador de São Paulo José Serra, apelidado de Padim Pade Cerra pelo jornalista, são combatidos sem dó e nem piedade pela publicação online. Em 2005, publicou em conjunto com a jornalista Maria Helena Passos o livro:”Plim-Plim: A peleja de Brizola contra a fraude eleitoral”, um livro reportagem sobre o Caso Proconsult, uma tentativa de fraudar as eleições para governador do Rio em 1982 .

Na entrevista a seguir, nos chama muita atenção, a reposta de PHA sobre o novo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, quando o mesmo diz que a grande imprensa, apelidada pelo senador do PT de Pernambuco Fernando Ferro, e popularizada por ele de PiG ou Partido da Imprensa Golpista, quer destruir o alagoano de qualquer maneira.

Panorama Mercantil - O senhor é um dos jornalistas mais experientes do país, conhecendo bem o funcionamento de vários veículos de comunicação do Brasil. Com essa bagagem toda, pode afirmar que existe liberdade de imprensa ou isso é uma grande utopia?

Paulo Henrique Amorim - É uma utopia. A liberdade de imprensa é dos donos da imprensa. Liberdade de expressão – que é outra coisa, mais ampla, mais profunda – só na blogosfera.

Panorama - Como enxerga o jornalismo que é feito por aqui comparando com outras nações como por exemplo a Argentina, que muitos consideram ter uma imprensa mais qualificada e diversificada do que a nossa?

Amorim - A imprensa brasileira é sofrível. É a pior das “jovens democracias”, como a Argentina, Portugal, Espanha. Só no Brasil ainda tem “coluna social” ilustrada e em nenhum outro lugar do mundo há mais colunas do que reportagens, como aqui.

Panorama - Todo mundo sabe que a obsessão do líder da Igreja Universal Edir Macedo, é fazer a Rede Record ser a emissora número um do país. O senhor é uma das estrelas da emissora, acha que isso será possível enquanto tempo, já que a Globo ainda é líder com uma margem considerável mesmo perdendo muito da sua audiência nos últimos tempos?

Amorim - A Globo é um tigre de papel (Expressão antiga da cultura chinesa, muito usada pelo líder chinês Mao Tsé-Tung para qualificar o seu rival Chiang Kai-shek. Seria algo que parece ameaçador mas que na verdade é inofensivo). Especialmente o seu jornalismo.

Panorama - O deputado Federal do PT pelo estado de Pernambuco Fernando Ferro, criou a sigla PiG (Partido da Imprensa Golpista) que o senhor popularizou. Claramente quem são os membros do PiG e se eles hoje são a verdadeira oposição política do país?

Amorim - As Organizações Globo, a revista Veja, que chamo de detrito sólido de maré baixa, e os jornais Estadão e Folha de S.Paulo. E seus penduricalhos – portais na internet, revistas, rádios etc. Sim, eles são uma parte importante da oposição.

Panorama - O senhor afirmou em setembro de 2007 que a absolvição do senador alagoano Renan Calheiros, foi a maior derrota da imprensa brasileira depois da reeleição do presidente Lula. Continua com a mesma opinião? E se continua, nos explique porque chegou a tal conclusão?

Amorim - Porque, como agora, em janeiro de 2013, o PiG quer destruir o Renan, pelo fato de ele ser da base da presidenta Dilma Rousseff. Quando era Ministro da Justiça do FHC, Renan era um santinho do pau oco.

Panorama - Quando alguns dizem que o senhor é um jornalista vendido ou melhor, um jornalista governista, não fica ofendido com isso?

Amorim - Quem disse isso foi processado (O ex-colunista polêmico da revista Veja Diogo Mainardi), me deve R$ 300 mil e fugiu para a Itália.

Panorama - Por quê o senhor acredita que grande parte da imprensa, tenta desqualificar o ex-presidente Lula, mesmo ele tendo sido reeleito e saído da presidência com uma aprovação popular elevadíssima?

Amorim - Por preconceito racial e de classe. Porque ele é de origem pobre e nordestino – duas circunstâncias que põem fogo no rabo dos “liberais” brasileiros.

Panorama - O senhor acredita que uma parte da imprensa boicotou o livro ‘A Privataria Tucana’ do jornalista Amaury Ribeiro Jr, para não prejudicar o então candidato à prefeitura de São Paulo José Serra?

Amorim - Sim. O Cerra, Padim Pade Cerra (Aqui trocando o S pelo C como faz intencionalmente em seu blog), devido à sua tardia conversão à Fé, tem o melhor PiG do Brasil. Ele pode fazer qualquer coisa – inclusive chefiar o clã Privateiro – que o PiG perdoa.

Panorama - Dilma Rousseff foi derrotada pela Globo?

Amorim - Ela e o Lula ganharam. Mas, se ficarem quietos, ela pode vir a ser derrubada. A Globo quer derrubá-la, como ajudou a matar Vargas e a derrubar Jango. Só não derrubou o Lula porque foi mais esperto que ela.

Panorama - Qual a real força de um colunista de um veículo impresso atualmente perante aos leitores depois da popularização da internet e sobretudo dos blogs como o famoso e reconhecido Conversa Afiada que lhe pertence?

Amorim - Os colonistas (Não se refere a cólon. Mas, a jornalistas que se prestam ao serviço de serem piores que os patrões, como diz o fundador da revista Carta Capital Mino Carta) do PiG fazem a agenda política. Imprensam o Congresso Nacional contra a parede e amedrontam o Governo. Não ajudam a ganhar eleição, mas ajudam a dar o Golpe.

Panorama - Muita gente diz que a qualidade editorial na era digital piorou, acredita que isso é um fato?

Amorim - Piorar em relação à imprensa escrita é impossível.

Panorama - Muitos jornalistas que já entrevistamos nos dizem que a revista Veja é desonesta. Se ela é isso, porque continua sendo o farol da classe média, e a revista mais vendida do Brasil?

Amorim - A Veja fala a língua de uma facção pré-fascista da classe média brasileira, especialmente a de São Paulo. Eles se entendem. Com a provisória interrupção das atividades do trio sertanejo Caneta-Cachoeira-Demóstenes, a Veja caiu muito – na visão desses Falangistas.

Panorama - Sabemos que foram muitas, mas nos fale de uma matéria em especial que o fez pensar: Puxa, valeu escolher a profissão de jornalista?

Amorim - A que eu vou fazer amanhã.


Postado no Blog do Saraiva em 13/05/2014



Espiritualidade - calma e quietude espiritual




Marcos Porto

Ironicamente, em uma época em que podemos assistir a um filme no computador, baixar músicas, conversar instantaneamente com parentes ou amigos residindo em países distantes ou encomendar refeições com apenas alguns cliques do 'mouse' ou toques na tela do 'smartphone' ou 'tablet', não conseguimos a mesma facilidade em acessar nossa calma e quietude interior. 

No entanto, não colocamos dúvidas que ambas calma e quietude espiritual são mais importantes para a nossa saúde física, mental e espiritual do que quase qualquer coisa.

Vamos, então, refletir sobre o tema?

Médicos, pregadores, psicólogos e professores da maioria das tradições religiosas concordam que a busca regular de controle do ruído, tanto exterior como interior são essenciais para a nossa saúde humana e para a felicidade. 

Por quê? Tudo se resume na palavra: estresse - que se acredita seja fator de grande influência em todas as doenças modernas, sejam físicas ou mentais.

O estresse não vem apenas de excesso de trabalho e do descontrole no barulho, mas também na submissão ao bombardeio constante de estimulações diárias: e-mails, ligações telefônicas e celulares, todos os tipos de entretenimento sonoro e distração descontrolada nos 'joguinhos' eletrônicos. 

O melhor antídoto é o mais barato, é o mais difícil de encontrarmos. No entanto, os benefícios de estarmos apenas sentados, respirando, ignorando nossos pensamentos e preocupações, mesmo por algum período de tempo no dia, na prática do silêncio criativo poderá aumentar nosso sistema imunológico, provocando mudanças de atitudes, o suficiente para alavancarmos a autotransformação e mudança de nosso estilo de vida.

A prática do silêncio criativo não é apenas na ausência de som. 

Tranquilidade é um estado de calma e quietude espiritual, que é restaurador em comparação com os efeitos estressantes da atenção sustentada na vida atribulada do nosso cotidiano. Faz sentido?

Sabemos que o estresse mesmo em baixo nível de ruído quando crônico e constante aumenta a irritabilidade, diminuindo nossa cooperação espontânea. 

A prática do silêncio criativo, por outro lado, é a porta de entrada para a tranquilidade, cura e restauração, oferecendo benefícios reais sejam físicos, mentais e espirituais, induzindo-nos a uma conexão corpo-mente-Alma que tem sido demonstrada como elixir na diminuição de nossas ansiedades e sofrimentos, aumentando nosso senso global de controle sobre nós mesmos e bem estar mental e espiritual. 

Todas as disciplinas espirituais abraçam a calma e quietude espiritual como caminho para o Divino, através da elevação dos nossos níveis de consciência na prática do silêncio criativo.

Como permanecermos quietos em silêncio com nosso interior?

Toda a poluição sonora externa de carros, ônibus, aviões, sirenes e construções, combinado com a ruidosa programação de TV e rádio da nossa era da informação, é fator preponderante. 

Entretanto, podemos aprender a 'desligar', substituindo hábitos auto-estressantes antigos por novos de saúde mental e espiritual.

No início, é preciso intenção e esforço, o que a persistência da nossa livre vontade dará conta, não é verdade? 

Comportamentos indutores de distração estimulam nosso cérebro a produzir adrenalina o qual é hormônio estimulante. Correto? 

Acrescentemos os aspectos psicológicos da incerteza e do medo, como fatores de impedimento de cessar o barulho dentro de nós. 

Ainda então nos deparamos com todo o tipo de desculpas críveis de evitarmos a prática do silêncio criativo do tipo: "Minha agenda é muito cheia"; "Eu poderia perder meu controle"; "Eu fico entediado quando não tenho nada para fazer"; "Tranquilidade me faz sentir solitário", entre outras.

Felizmente, existem maneiras de retardar este processo, desligando e ajustando nosso interior, sendo tão singelas como simplesmente sentar e nos concentrarmos na prática do silêncio criativo.

O resultado é uma calma e quietude de espírito, acrescido de profundo senso de prontidão para nos encontrarmos com o Ser Maior Criador Deus. 

Será o oposto das razões que estão acelerando nossos hábitos, tais como, acessar o celular, ligar TV ou rádio, ler jornal, tomar café. 

Na maneira simples de começarmos nossos dias, podemos configurá-los como sendo 'de guerra ou de paz' - a escolha será de cada um de nós!

Nesta reflexão, não é nossa intenção diminuir a relevância do desenvolvimento tecnológico, mas é importante focar nossa necessidade de calma, de silêncio, em períodos onde possamos desfrutar a elevação dos nossos níveis de consciência, realizando nossa unicidade com o Ser Maior Criador Deus. Está claro?

Aprendermos a estar e permanecer na presença do Ser Maior Criador Deus é uma arte, uma forma de dom que é preciso prática e determinação espiritual; contudo, as recompensas valem a pena!

A Beata Teresa de Calcutá (1910-1997) carinhosamente conhecida como Madre Teresa foi uma religiosa católica e missionária de origem albanesa, que viveu a maior parte de sua vida na Índia de onde, desde 1948, passou a ser cidadã hindu, certa vez escreveu:

"Deus está sempre à nossa espera em silêncio. No silêncio, Ele nos ouve. É lá que Ele fala com a Alma. E lá, ouvimos a Sua voz ... No silêncio, encontramos uma nova energia e uma unidade real ... Há unidade de nossos pensamentos com Seus pensamentos, unidade das nossas orações com Suas bênçãos, unidade de nossas ações com Sua vontade, unidade de nossa vida com a Sua eternidade".

O silêncio da calma e quietude espiritual é a linguagem que nos une com a Paz do Ser Maior Criador Deus, no aconchego do Seu Reino.


Postado no site Somos Todos Um


Somos todos linchadores virtuais — ou vítimas


Além de serem espalhadas mais rapidamente, essas mensagens também atingem uma audiência maior


Marco Antonio Araújo

O fato é o seguinte: eu, você, nós estamos fazendo justiça pelas nossas próprias telas de computador, tablet ou celular. E precisamos parar com isso, urgentemente. Inocentes estão sendo linchados neste exato momento, sem direito a defesa.

Pare para pensar: seu comentário virulento, sua opinião apressada, sua curtida irresponsável podem estar destruindo a vida de alguém. Por algum mecanismo perverso, a internet criou uma horda de justiceiros virtuais que a cada instante, diante de cada notícia, decreta a morte de um ser humano, seja lá quem for. Estamos digitando com sangue nos olhos e ódio nas teclas.

O linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus não teria acontecido se não houvesse uma corrente de pessoas compartilhando o mal, o julgamento e a vingança.

Não foram apenas os pacatos cidadãos de Morrinhos que assassinaram de forma cruel aquela mulher. Muito antes de desferirem o primeiro golpe, ela (ou o próximo infeliz) já estava condenada. E outras pessoas, diariamente, estão sendo justiçadas sem que nem ao menos percebamos.

O primeiro sinal é o completo desprezo por figuras públicas. Se for político, então, é covardia: são todos ladrões, nenhum dele presta. Portanto, podemos acabar com todos que o mundo ficará melhor. 

Esse reducionismo, essa indigência mental vai sendo estendida para a celebridade fútil, o atleta incompetente e, logo ali, o anônimo que teve o azar de passar na frente de nosso implacável crivo virtual.

Há um bom tempo percebemos que a Internet facilita a manifestação da agressividade mais gratuita. Sempre fomos assim, violentos, tudo indica. 

Mas a sombra do anonimato, a aparente solidão do internauta criou um ambiente favorável a que nos expressemos sem nenhuma censura. E sem barreiras sociais, sem acordos, sem vigilância, nos tornamos apenas e somente animais egoístas e irracionais.

Estou colocando tudo no plural para não parecer arrogante. Obvio que existem pessoas sensatas, cordiais, justas e generosas. Prefiro acreditar, inclusive, que apenas uma minoria aja como linchadores e psicopatas.

Mas não custa prevenir: é melhor que todos nós sejamos responsáveis por essa evidente onda de intolerância. Até porque qualquer um de nós pode ser a próxima vítima.


Postado no blog O Provocador em 12/05/2014


Artista de rua dá cor aos muros da capital do Irã com desenhos que confundem nossos sentidos





Nós já mostramos aqui um outro lado do Irã, daqueles que a gente não está acostumado a ver. Agora é hora de divulgar o talento dos iranianos: o artista e designer Mehdi Ghadyanloo deu seu toque de cor a cidade de Teerã, tudo feito devidamente com a bênção do município.

Junto com sua empresa de pintura de murais, a Blue Sky, Ghadyanloo transformou imediatamente as paredes cinzas em obra de arte de grande escala.

Os desenhos são marcados pelo surrealismo, ilusão de ótica e integração com o ambiente urbano, como pingos de chuva caindo pelo prédio ou, em outro edifício, uma “dobradura” através da pintura na parede. As cenas mexem com a nossa imaginação e já somam mais de 100 murais nas movimentadas ruas da cidade, feitos ao longo de cinco anos. 

Ao descrever ele mesmo em seu portfólio, diz que faz seu melhor pelas paredes. E nós concordamos. Confira os grafites incríveis que ele vem fazendo:




















Postado no site Hypeness 


Joaquim Barbosa : o Brasil vai demorar a acordar deste pesadelo




Em sua coluna deste domingo, o jornalista Janio de Freitas demonstra que Joaquim Barbosa causou mais um dano de grandes repercussões ao Judiciário, ao determinar que José Dirceu, condenado ao semiaberto, cumpra sua pena em regime fechado; na prática, Janio diz que o presidente do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, agiu fora da lei. O Direito não é tão errado", afirma; para ser coerente, Barbosa deveria agora determinar que todos os condenados ao semiaberto no País – mais de 100 mil – sejam novamente encarcerados.


247 - "O Direito não pode ser tão errado" resume o jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha de S. Paulo, em seu artigo deste fim de semana sobre a mais recente medida tomada por Joaquim Barbosa, que coloca José Dirceu em regime fechado, embora este tenha sido condenado, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, ao semiaberto. Ou seja, Janio argumenta que, na prática, o chefe do Poder Judiciário no Brasil não respeita as leis.

Entretanto, como não se pode desrespeitá-las apenas para um réu, alvo de sua perseguição numa "louca cavalgada", como argumenta o jornalista Paulo Nogueira (leia aqui), Barbosa deveria rever a situação de todos os detentos condenados ao semiaberto no Brasil. O que seria uma tragédia, como argumentou, em entrevista ao 247, o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil, Adílson Rocha. Segundo ele, mais de 100 mil presos poderiam, em tese, ser afetados pela nova interpretação legal de Joaquim Barbosa (leia aqui).

Joaquim Barbosa é, portanto, um pesadelo que se abateu sobre o Poder Judiciário no Brasil. E que não é contido porque conta com o silêncio cúmplice de seus pares na suprema corte e a pusilanimidade do Senado, que teria poder para discutir e rever seus abusos.

Enquanto continuar reinando com poder quase absoluto, de quem relata, julga, condena e executa penas a seu bel-prazer, o Brasil seguirá refém de um personagem capaz de subverter o direito e tomar decisões "estapafúrdias" e que "ferem direitos humanos", como apontou Wadih Damous, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (leiaaqui).

Leia, abaixo, o texto de Janio de Freitas.


Direito ou errado


Cassadas as licenças de trabalho aos condenados do mensalão, Barbosa vai ter de cassar todas as outras.

Quem tenha interesse, seja para o futuro eleitoral ou por outros propósitos, na permanência do "caso mensalão" como assunto incandescente na opinião pública, a mais recente decisão do ministro Joaquim Barbosa soa como melodia. 

Não só por manter José Dirceu preso em regime fechado. Sobretudo, isso sim, pelo fundamento invocado, que assegura novos embates de grande repercussão. Aliás, com o próprio ministro Joaquim Barbosa como personagem central.

O início da fermentação não tarda. Joaquim Barbosa entende, contrariamente ao adotado pela Justiça brasileira, que condenados ao regime semiaberto devem cumprir um sexto da pena em prisão fechada.

Cassadas por isso as licenças de trabalho externo dadas a Romeu Queiroz e a Rogério Tolentino, e negada a licença a José Dirceu, até para não ser incoerente Joaquim Barbosa deverá cassar todos os outros já com trabalho externo. É uma fileira de nove.

Aí está uma ideia da movimentação de recursos a ocorrer em breve. Já nos próximos dias, porém, um dos mais importantes dentre eles, senão o mais, será encaminhado pelo advogado José Luis Oliveira Lima: com um agravo regimental, ele vai requerer que sejam submetidas ao plenário do Supremo Tribunal Federal a interpretação de Barbosa e as consequentes prisões fechadas de condenados ao semiaberto.

Oliveira Lima não tem motivo para contar com o atendimento à sua providência: o presidente do STF tem negado todos os seus recursos. Mas, de uma parte, desta vez a recusa tenderia a gerar um problema no Supremo. E, de outra parte, caso prevaleça, não há dúvida de que Oliveira Lima leve ao Conselho Nacional de Justiça um recurso com questionamentos amplos.

A divergência suscitada por Joaquim Barbosa precisa mesmo de uma solução definitiva, que não pode ser determinada por ele só. 

Prevalece em toda a Justiça, seguindo decisão já antiga do Superior Tribunal de Justiça, o entendimento de que a Lei de Execuções Penais se refere aos condenados a regime fechado ao dizer que, para passar ao regime semiaberto, é preciso ter cumprido um sexto da pena (o semiaberto consiste em saída para trabalhar e recolhimento à prisão ao fim do expediente, se atendidas condições como boa conduta, aprovação do emprego, e outras).

Joaquim Barbosa considera que aquela lei determina regime fechado, durante um sexto da pena, mesmo para os condenados ao semiaberto. Parece claro que, se assim quisesse, a lei o diria, entre tantos dos seus pormenores. 

E não se justifica que seja feita ao condenado a regime semiaberto, mediante as condições explicitadas, a mesma exigência feita ao condenado a regime fechado, de reclusão total durante um sexto da pena para receber o direito ao semiaberto. 

Sentenças ao regime semiaberto e ao fechado têm pesos diferentes, logo, seus cumprimentos não podem ser idênticos. O Direito não é tão errado.

Quem mais deseje se beneficiar com a reprise fique ao menos prevenido de que, ao final, talvez conclua não ter sido boa ideia.


Postado no site Brasil 247 em 11/05/2014


Cinema : Quem se importa







Brasil, 2012, 92 min - Direção: Mara Mourão
 
Inspirador para os que querem mudar o mundo!

Sinopse da Diretora: “Quem Se Importa é um filme de longa metragem sobre Empreendedores Sociais ao redor do mundo. Pessoas brilhantes com ideias inovadoras, que apontam novos caminhos e um olhar ético nos vários campos em que atuam. 

Nosso objetivo é disseminar conteúdo sobre este novo modo de encarar a vida, sobre o que temos a aprender com as pessoas que enxergam os grandes problemas do mundo como oportunidades e não como obstáculos intransponíveis.

Acreditamos que conhecer o trabalho destes líderes inovadores possa ser muito inspirador, especialmente para os jovens.

Entrevistei 18 líderes sociais de diversas partes do mundo e de diversas áreas de atuação. Conheci um Monge Budista Belga que treina ratos na Tanzânia para detectar minas terrestres e tuberculose. 

Uma educadora que está acabando com o bullying nas escolas do Canadá, ensinando empatia para as crianças. 

Um brasileiro que foi o primeiro a falar em inclusão digital e a levar computadores para favelas. Outro que era padre e virou banqueiro dos pobres. 

E tive a honra de conversar com Muhammad Yunus, criador do Grameen Bank e Prêmio Nobel da Paz, e com Bill Drayton, fundador da Ashoka, primeira organização a apoiar empreendedores sociais ao redor do mundo.

Eu acredito que o cinema também pode mudar o mundo. Com certeza, mudou a minha vida."


Postado no site Docverdade em 08/05/2014