O preço da Luta Civilizatória de um País



A democracia se consolida nos grandes processos bem conduzidos de inclusão social e política.

Em determinados momentos da história, emergem novas forças políticas, inicialmente em estado bruto, ganhando espaço com a radicalização do discurso contra o status quo.

Em todos os tempos, as democracias passam por processos de estratificação nos quais os grupos que chegaram antes ao poder levantam um conjunto amplo de obstáculos – políticos, econômicos e legais – para impedir a ascensão dos que chegam depois.

Trava-se, então, uma luta feroz, na qual os grupos emergentes radicalizam o discurso, enfrentam as leis, as restrições e vão abrindo espaço na porrada.

É a entrada definitiva no jogo político que disciplina essas forças, enriquece a política e reduz os espaços de turbulência. Todos ganham. 

Rompe-se a inércia dos partidos tradicionais, amaina-se o radicalismo dos emergentes; abre-se mais espaço para a inclusão; permite-se uma rotatividade de poder que derruba a estratificação anterior.

Sem essas lideranças, as disputas políticas iniciais enveredam para o conflito permanente, deixando o legado de nações conflagradas, como na Colômbia e no México.

Daí a importância essencial dos líderes que unificam a ação, impedem a explosão das manadas e montam estratégias factíveis de tomada do poder dentro das regras do jogo.

Acabam enfrentando duas espécies de incompreensão. Dos adversários políticos, a desconfiança sobre suas reais intenções, manobrando o receio que toda sociedade tem em relação ao novo. Dos aliados, a crítica contra o que chamam de “acomodamento”, a troca do sonho por ações pragmáticas.

Em seu estudo sobre Mirabeau, Ortega y Gasset define bem o perfil do estadista e de outros personagens clássicos da política: o pusilânime e o intelectual. 

O estadista só tem compromisso com a mudança do Estado. É capaz de alianças com o diabo, desde que permita a suprema ambição de mudar um país, um povo. Já o intelectual se vale todos os argumentos do escrúpulo como álibi para a não ação.

Aliás, nada mais cômodo que o niilismo de um Chico de Oliveira, do bom mocismo de Eduardo Suplicy, dos homens que pairam acima dos conflitos, como Cristovam Buarque, dos apenas moralistas, como Pedro Simon.

Para não se exporem, não propõem nada, não se comprometem com nada, a não ser com propostas genéricas de aprovação unânime que demonstrem seus bons sentimentos, sua boa índole, sua integridade intelectual – e que quase nunca resultam em mudanças essenciais.

As mudanças no PT

É por esse prisma que deve ser analisada a atuação não apenas de Lula, mas de José Dirceu e José Genoíno.

Ambos passaram pela luta armada. Com a redemocratização, ingressaram na luta política e das ideias. E ambos foram essenciais para a formação do novo partido e para a consolidação do mito Lula.

Na formação do PT, cada qual desempenhou função distinta.

José Genoíno sempre foi o intelectual refinado. Durante um bom período dos anos 90 tornou-se um dos mais influentes formadores de opinião do Congresso e do país, com suas análises sobre regimento da Câmara, sobre reforma política, sobre defesa.

Já José Dirceu era o “operador”, trabalhando pragmaticamente para unificar o PT em torno de um projeto de tomada do poder e, a partir daí, de reformas.

A estratégia política do PT passava por sua institucionalização, por um movimento em direção à centro-esquerda, ocupando o espaço da socialdemocracia aberto pelo PSDB – devido à guinada neoliberal conduzida por Fernando Henrique Cardoso e à ausência de lideranças sindicais.

Não foi um desafio fácil. O PT logrou juntar em torno de si uma multiplicidade de movimentos sociais, a parte mais legítima do partido mas, ao mesmo tempo, a parte menos talhada para a tomada de poder.

Foram movimentos que surgiram à margem do jogo político, desenvolvendo-se nos desvãos da sociedade civil e sem nenhuma vontade de se sujar com a política tradicional.

Por outro lado, o papel unificador de Lula o impedia de entrar em divididas. Tinha que ser permanentemente o mediador.

O papel do operador Dirceu

Sobrava para Dirceu o papel pesado de mergulhar no barro. De um lado, com o enquadramento das diversas tendências – o que fez com mão de ferro -, dando ao PT uma homogeneidade que tirava o brilho inicial do partido, mas conferia eficiência no jogo político tradicional trazendo-o para o centro.

E o jogo político exigia muito mais do que enquadrar os grupos sociais do PT.

As barreiras eram enormes. Passava por montar formas de financiamento eleitoral, pela aproximação com o status quo econômico, pelos pactos com os grupos que atuam na superestrutura do poder, com os operadores dos grandes interesses de Estado, pelo mercado, pelo estamento militar, pela mídia.

Dirceu foi essencial para essa transição, tanto para dentro como para fora.

Um retrato honesto dele, mostrará a liderança inconteste sobre largas faixas do PT, o único a se ombrear com Lula em influência interna e com uma visão do todo que o coloca a léguas de distância de outros pensadores do partido.

Mas também era dono de um voluntarismo até imprudente.

Lembro-me de uma conversa com ele em 1994 em Brasília, com Lula liderando as pesquisas. Falava do projeto popular do PT e do projeto de Nação das Forças Armadas, sugerindo um pacto não muito democrático.

Não por outro motivo, em diversas oportunidades Lula confessou que, se tivesse sido eleito em 1994, teria quebrado a cara.

Com o tempo, o voluntarismo foi sendo institucionalizado. Internamente, no governo, Dirceu exercia uma pressão similar à de Sérgio Motta sobre FHC. Queria avançar mais, queria menos cautela na política econômica, queria um projeto de industrialização.

Sua grande obra de arte política, nos subterrâneos do poder, no entanto, foi ter mapeado os elos da superestrutura que garantia FHC e inserido o PT no jogo.

Esse mapeamento resultou na viagem aos Estados Unidos, desarmando as desconfianças do Departamento de Estado, dos empresários e da mídia; a ocupação de cargos-chave no Estado, que facilitaram negociações políticas com grupos de influência. 

Nada que não fosse empregado pelos partidos que já haviam chegado ao poder e que precisaram garantir a governabilidade em um presidencialismo torto como o nosso.

O veneno do excesso de poder

Assim como Sérgio Motta, no entanto, as demonstrações de excesso de poder tornaram-no alvo preferencial da mídia.

Trata-se de uma regra midiática clássica, que não foi seguida por ambos. Quando a mídia sente alguém com superpoderes, torna-se um desafio derrubá-lo. 

Com exceção de ACM e José Serra – a quem os grupos de mídia deviam favores essenciais e, em alguns casos, a própria sobrevivência - todos os políticos que exibiram musculatura excessiva – de Fernando Collor ao próprio FHC (no período de deslumbramento), de Sérgio Motta a José Dirceu - terminaram fuzilados.

No auge do poder de Dirceu, creio que foi o Elio Gaspari quem o alertou para o excesso de exibição de influência. Foi em vão.

O reinado terminou em um episódio banal, a história dos R$ 3 mil de propina a um funcionário dos Correios.

Tratava-se de uma armação de Carlinhos Cachoeira com a revista Veja, visando desalojar o grupo de Roberto Jefferson para reabilitar os aliados de Cachoeira (http://bit.ly/19sMvtX).

O que era claramente uma operação criminosa midiática, de repente transformou-se em um caso político, por mero problema de comunicação. Roberto Jefferson julgou que a denúncia tinha partido do “superpoderoso” Dirceu, para amainar sua fome por cargos. E deu início ao episódio conhecido por “mensalão”.

E aí Dirceu – e o próprio Genoíno – sentiram o que significa ter chegado tardiamente ao jogo político, não dispor de “berço” e de blindagem contra as armadilhas institucionais do Judiciário e da mídia.

A cara feia da elite

É uma armadilha fatal. Para chegar ao poder, tem que se chegar de acordo com as regras definidas por quem já é poder. Mas, sem ter sido poder, não se tem a mesma blindagem dos poderosos “de berço”.

O episódio do “mensalão” acabou explodindo, revelando – em toda sua extensão – a hipocrisia política e jurídica brasileira, o uso seletivo das denúncias, o falso moralismo do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nos anos 40, Nelson Rockefeller tinha um diagnóstico preciso sobre o subdesenvolvimento brasileiro: havia a necessidade de um choque de modernidade, de criação de uma classe média urbana que superasse o atraso ancestral das elites brasileiras, dominada pelo pensamento de velhos coronéis.

Uma coisa é a leitura fria dos livros de história, as análises de terceiros sobre a República Velha, sobre o jogo político dos anos 30, 40, 50. Outra, é a exposição dos vícios brasileiros em plena era da informação.

Para a historiografia brasileira, o “mensalão” é um episódio definitivo, para entender a natureza de certa elite brasileira, a maneira como o conservadorismo vai se impondo, amalgamando candidatos a reformadores de poucas décadas atrás, transformando-os em cópias do senador McCarthy. 

E não apenas no discurso antissocial e na exploração primária ao anticomunismo mais tosco, mas na insensibilidade geral, de chutar adversários caídos, de executar adversários moribundos no campo de batalha, de abrir mão de qualquer gesto de grandeza.

Expõe, também, de maneira definitiva as misérias do STF.

Aliás, Lula e o PT foram punidos pela absoluta desconsideração pelo maior órgão jurídico brasileiro.

Só o desprezo pelo STF pode explicar a nomeação de magistrados do nível de Ayres Britto, Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Dias Tofolli, somando-se aos inacreditáveis Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, à fragilidade de Rosa Weber e Carmen Lucia e ao oportunismo de Celso de Mello.

O resultado final do julgamento foi o acirramento da radicalização, o primado da vingança sobre a justiça, a exposição do deslumbramento oportunista de Ministros sem respeito pelo cargo.

No plano político, sedimentam no PT a mística de Genoino e Dirceu.

Se deixam ou não o jogo político, não se sabe. Mas, com sua prisão, fecha-se um ciclo que levou um partido de base ao poder, institucionalizou um novo jogo político e, sem o radicalismo dos sonhadores sem compromissos, permitiu mudar a face social do país.

Não logrou criar um projeto de Nação, como pensava Dirceu. Mas deixou sua contribuição para a luta civilizatória nacional.

A democracia brasileira deve muito a ambos.


Postado no blog DoLadoDeLá em 17/11/2013


Nota pública de Henrique Pizzolato



Henrique Pizzolato

Minha vida foi moldada pelo princípio da solidariedade que aprendi muito jovem quando convivi com os franciscanos e essa base sólida sempre norteou meus caminhos.

Nos últimos anos, minha vida foi devassada e não existe nenhuma contradição em tudo o que declarei seja em juízo ou nos eventos públicos que estão disponíveis na internet. 

Em meados de 2012, exercendo meu livre direito de ir e vir, eu me encontrava no exterior acompanhando parente enfermo quando fui, mais uma vez, desrespeitado por setores da imprensa. 

Após a condenação decidida em agosto, retornei ao Brasil para votar nas eleições municipais e tinha a convicção de que no recurso eu teria êxito, pois existe farta documentação a comprovar minha inocência. 

Qualquer pessoa que leia os documentos existentes no processo constata o que afirmo. 

Mesmo com intensa divulgação pela imprensa alternativa – aqui destaco as diversas edições da revista Retrato do Brasil – e por toda a internet, foi como se não existissem tais documentos, pois ficou evidente que a base de toda a ação penal tem como pilar, ou viga mestra, exatamente o dinheiro da empresa privada Visanet. 

Fui necessário para que o enredo fizesse sentido. A mentira do “dinheiro público” para condenar… Todos. Réus, partido, ideias, ideologia. 

Minha decepção com a conduta agressiva daquele que deveria pugnar pela mais exemplar isenção, é hoje motivo de repulsa por todos que passaram a conhecer o impedimento que preconiza a Corte Interamericana de Direitos Humanos ao estabelecer a vedação de que um mesmo juiz atue em todas as fases de um processo, a investigação, a aceitação e o julgamento, posto a influência negativa que contamina a postura daquele que julgará. 

Sem esquecer o legítimo direito moderno de qualquer cidadão em ter garantido o recurso a uma corte diferente, o que me foi inapelavelmente negado. 

Até desmembrarem em inquéritos paralelos, sigilosos, para encobrir documentos, laudos e perícias que comprovam minha inocência, o que impediu minha defesa de atuar na plenitude das garantias constitucionais. E o cúmulo foi utilizarem contra mim um testemunho inidôneo. 

Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente, fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália. 

Agradeço com muita emoção a todos e todas que se empenharam com enorme sentimento de solidariedade cívica na defesa de minha inocência, motivados em garantir o estado democrático de direito que a mim foi sumariamente negado. 


Postado no Blog do Miro em 17/11/2014
Trechos grifados por mim

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O verão 2014 da MOB - Foto: divulgação





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O Michelangelo de cada um



Martha Medeiros 

Escultura não era algo que me chamava atenção na adolescência, até que um dia tomei conhecimento da célebre resposta que Michelangelo deu a alguém que lhe perguntou como fazia para criar obras tão sublimes como, por exemplo, o Davi. “É simples, basta pegar o martelo e o cinzel e tirar do mármore tudo o que não interessa”. E dessa forma genial ele explicou que escultura é a arte de retirar excessos até que libertemos o que dentro se esconde. 

A partir daí, comecei a dar um valor extraordinário às esculturas, a enxergá-las como o resultado de um trabalho minucioso de libertação. Toda escultura nasceu de uma matéria bruta, até ter sua essência revelada. Uma coisa puxa a outra: o que é um ser humano, senão matéria bruta a ser esculpida? Passamos a vida tentando nos livrar dos excessos que escondem o que temos de mais belo. 

Fico me perguntando quem seria nosso escultor. Uma turma vai reivindicar que é Deus, mas por mais que Ele ande com a reputação em alta, discordo. Tampouco creio que seja pai e mãe, apesar da bela mãozinha que eles dão ao escultor principal: o tempo, claro. Não sou a primeira a declarar isso, mas faço coro. 

Pai e mãe começam o trabalho, mas é o tempo que nos esculpe, e ele não tem pressa alguma em terminar o serviço, até porque sabe que todo ser humano é uma obra inacabada. Se Michelangelo levou três anos para terminar o Davi que hoje está exposto em Florença, levamos décadas até chegarmos a um rascunho bem acabado de nós mesmos, que é o máximo que podemos almejar. 

Quando jovens, temos a arrogância de achar que sabemos muito, e, no entanto, é justamente esse “muito” que precisa ser desbastado pelo tempo até que se chegue no cerne, na parte mais central da nossa identidade, naquilo que fundamentalmente nos caracteriza. Amadurecer é passar por esse refinamento, deixando para trás o que for gordura, o que for pastoso, o que for desnecessário, tudo aquilo que pesa e aprisiona, a matéria inútil que impede a visão do essencial, que camufla a nossa verdade. O que o tempo garimpa em nós? 

O verdadeiro sentido da nossa vida. Michelangelo deixou algumas obras aparentemente inconclusas porque sabia que não há um fim para a arte de esculpir, porém em algum momento é preciso dar o trabalho como encerrado. O tempo, escultor de todos nós, age da mesma forma: de uma hora para a outra, dá seu trabalho por encerrado. 

Mas enquanto ele ainda está a nossa serviço, que o ajudemos na tarefa de deixar de lado os nossos excessos de vaidade, de narcisismo, de futilidade. Que finalmente possamos expor o que há de mais precioso em você, em mim, em qualquer pessoa: nosso afeto e generosidade. Essa é a obra-prima de cada um, extraída em meio ao entulho que nos cerca.





Eles passarão, eu passarinho


O ex-presidente do PT, José Genoino, chega de carro para se entregar na sede da Polícia Federal em São Paulo




Painel bordado por Rioco (esposa de José Genoino) em 2012 (durante o julgamento da AP470) e simboliza a solidariedade dos companheiros que visitaram Genoino quando ele passou um longo tempo sem sair de casa após o achincalhe do jornalixo produzido pela grande mídia. Genoino, que sempre viveu no mesmo bairro, não podia nem ir à padaria próxima a sua casa sem ser hostilizado.

Rioco fez então muito pássaros, um para cada amigo que não o abandonou, que não achou que a solidariedade fosse coisa privada. Rioco fez uma releitura de Mario Quintana: ‘eles passarão, eu passarinho’.

Genoino se cobriu com este manto de solidariedade de seus companheiros de luta e demonstração de amor da sua companheira de uma vida inteira.


Erros do STF se voltarão politicamente contra a direita


Entre os que estudaram o processo do mensalão, acompanharam as votações dos ministros do STF, e participaram dos embates de informação, criou-se o entendimento de que houve um golpe contra a justiça.



Miguel do Rosário, no site O Cafezinho 15/11/2013


Vendo as primeiras reações de José Dirceu e José Genoíno, a repercussão que recebem, na própria grande mídia, percebe-se que já houve uma virada na opinião pública. 

Criou-se um núcleo forte, duro, sagaz, de pessoas dotadas de uma consciência ética, jurídica e política muito avançada.


Entre os que estudaram o processo do mensalão, acompanharam as votações dos ministros do STF, e participaram dos embates de informação, criou-se o entendimento de que houve um golpe contra a justiça. 


Um golpe contra o próprio supremo, que ficou sequestrado por uma lógica construída fora do âmbito das provas, uma lógica eminentemente política ou ainda pior, midiática. 

Até o último dia do julgamento, vimos que os ministros aliados de forma mais ostensiva com os meios de comunicação e os partidos de oposição, como Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, apelaram quase que para a força física, falando muito alto em plenário, gritando mesmo, em tom sempre ameaçador, lançando todo o tipo de insinuações sobre os colegas, sobre tudo.

Eles conseguiram transformar Dirceu numa espécie de mártir pós-moderno. Em seu afã de vingança, entregaram uma poderosa ferramenta simbólica em mãos do ex-ministro.

O erro da mídia, como sempre, deriva de sua arrogância. Em outros tempos, a mídia conseguiria silenciar Dirceu. Não pode mais fazê-lo. 

Há um hiato crescente entre o poder de influência da grande mídia sobre setores sociais, como o próprio STF, cujos ministros são altamente vulneráveis à imagem de si que os jornais podem construir ou desconstruir, e o poder desta mesma mídia de silenciar e censurar quem pensa diferente. 

Antigamente, eles se aliaram à ditadura e efetivamente conseguiram amordaçar os críticos. Hoje não.

A verdade possui o tempo a seu lado. A mentira, não.

Uma das maiores mentiras, por exemplo, é falar na “demora” no julgamento do mensalão. Eram 39 réus!

Desde que efetivamente o julgamento começou, ele veio à jato, com tempo curtíssimo para os réus apresentarem suas defesas. 

Foi um julgamento televisionado em que a acusação tinha 99% do tempo e a defesa menos de 1%. Isso nas instituições públicas. Nos meios de comunicação, a relação era ainda mais desequilibrada, com a acusação com 99,99% e a defesa com menos de 0,001%.

Mas o tempo não pára. Por quanto tempo eles vão conseguir bloquear as contradições e inépcias da Ação Penal 470?

A pessoa que aprova a condenação, por uma razão e outra, apenas se apega superficialmente à convicção de que a Justiça trabalhou com normalidade.

Mas se ela se aprofundar um pouco sobre o tema, e se lhe forem mostrados as inconsistências das acusações, e a maneira viciada como o processo foi construído, poderá mudar de parecer. E vai ficar aborrecida com as fontes de informação deficientes.

Os resultados das eleições de 2012 já indicavam uma tendência neste sentido. O golpe já foi assimilado para uma boa parcela do eleitorado.

A relação matemática entre a quantidade de cidadãos com uma consciência “midiática” crítica e os submissos às armadilhas teóricas armadas pelos barões da imprensa, entre um e outro, já alcançou um ponto de não-retorno e de mudança qualitativa.

Os erros do STF e o mau caratismo da mídia voltar-se-ão contra a direita. Ironicamente, portanto, o julgamento do mensalão pode ser o elemento político necessário para revigorar a esquerda organizada e prepará-la para permanecer mais algumas décadas no poder.


A verdade?




A verdade? A 'Conspiradora Corrupta' queria fotografar Dirceu e Genoino algemados como delinquentes, mas amargou ao ver manifestantes gritarem que a Rede Globo apoiou a ditadura e só conseguiu fotos de homens seguros levantando seus braços e demonstrando que a luta continua.


Postado no blog A Justiceira de Esquerda em 16/11/2013

José Genoíno, a velha mídia e o STF : quem será condenado pela História?



José Genoíno foi preso no Araguaia, nos anos 70. 
Preso e torturado pela ditadura militar.
 Na época, era do PCdoB. 
Ao fim da ditadura, ajudou a fundar o PT, e foi dos mais importantes parlamentares da história petista.

"De cabeça erguida, pela porta da frente"
por Vitor Teixeira

No dia 15 de Novembro de 2013, volta à prisão.
 Desta vez, vítima de um processo em que a Justiça – sob intenso cerco midiático – condenou sem provas Genoíno e José Dirceu.

Jornalista Rodrigo Viana

Postado no blog ContrapontoPig em 15/11/2013


Iniciar o buffet com alimentos saudáveis evita o junk food (comida não saudável), diz estudo



Todos os dias, dezenas de frequentadores de restaurantes se servem em buffets e restaurantes self-service. Entretanto, muitas não param para pensar na ordem em que os alimentos aparecem nas bandejas e de que forma isso pode interferir em escolhas mais saudáveis.

Pesquisadores da Cornell University (EUA) descobriram colocar alimentos saudáveis na frente de um buffet, como frutas e iogurte, pode incentivar as pessoas a escolhê-los, em vez de alimentos gordurosos e fritos. 

Os resultados foram publicados em outubro da revista PLOS One.


Os autores recrutaram 124 participantes, que foram divididos em dois grupos.

Foi organizado um buffet de café da manhã com duas mesas separadas - uma incluía ovos, queijo, batatas e bacon, e a outra com pães de canela, granola de baixa gordura, iogurte desnatado e frutas. 

Cada grupo iniciou sua refeição em uma mesa diferente no buffet e os pesquisadores registraram os alimentos que foram selecionados.

Analisando os resultados, eles descobriram que os primeiros alimentos vistos eram os mais escolhidos - mais de 75% da amostragem pegou o primeiro ou os três primeiros alimentos que viram no buffet, sendo que esses alimentos compunham cerca de 66% da refeição.

Servir os alimentos menos saudáveis levou primeiro grupo a comer 31% a mais do que o segundo, além de terem escolhido alimentos menos saudáveis, como ovos com queijo e bacon ou ovos com queijo e batatas fritas.

Já o grupo que iniciou a refeição pelo buffet saudável era 85% menos propenso a comer alimentos menos saudáveis, optando só pelas frutas com granola ou o pão de canela.

Segundo os pesquisadores, está muito claro que o que acaba em nosso prato em um restaurante buffet é dramaticamente determinado pela ordem de apresentação dos alimentos. 

Reorganizar a mesa, começando pelo mais saudável e terminando no menos saudável, pode incentivar até o mais resistente a fazer uma refeição saudável, afirmam os cientistas.

Oito passos para almoçar no restaurante a quilo sem sair da dieta 

Quem trabalha fora de casa e não tem tempo ou disciplina para cozinhar e congelar refeições e não tem como fugir dos clássicos restaurantes a quilo, os self-services, o que, para muitos, é a grande razão do gradual ganho de peso. 

Mas, na verdade, esse tipo de restaurante pode oferecer vantagens para quem sabe o que escolher e para quem está de dieta. 

"É difícil termos tantas variedades de saladas e carnes em uma refeição caseira", aponta a nutricionista Karina Valentim, da PB Consultoria em Nutrição, em São Paulo. Assim, basta saber o que pegar para não extrapolar nas calorias e se manter firme na dieta. 

Confira, então, um guia de como comer bem em um desses restaurantes do tipo buffet:

Prato com muitas opções - Foto: Getty Images

Analise as opções

Antes de entrar na fila do self-service, analise as opções e monte uma combinação dos alimentos na sua cabeça. "Isso evita que você deixe passar algo que queria ou pegue algum alimento que não faz um bom casamento com as demais opções", explica a nutricionista Ana Paula Souza, da Clínica de Nutrição Santé e Consultoria, em Maringá.


Disposição no Self Service - Foto: Getty Images

Obedeça a disposição dos alimentos

Os restaurantes a quilo costumam disponibilizar os alimentos começando pelas saladas e é seguindo este fluxo que os visitantes devem montar o prato. "Por estarmos com bastante fome nas refeições principais, já que poucos fazem lanches intermediários, o ideal é começar pelos alimentos menos calóricos, que são as saladas", aponta a nutricionista Karina. Começando pelos carboidratos ou proteínas, há maior risco de exagerar na seleção desses alimentos e, assim, consumir mais calorias.



Prato equilibrado - Foto: Getty Images


Saiba dividir o prato

"Metade do prato deve ser reservado para legumes e verduras crus ou cozidos e com a maior variedade de cor possível", explica a nutricionista Karina. A outra metade deve ser dividida em duas partes: uma para alimentos fonte de carboidratos e outra para as opções com proteína. Entre os carboidratos, é comum encontrar arroz, grão de bico, batata e macarrão. Já as proteínas incluem carne, frango, peixe, ovo e soja.


Várias opções de comida - Foto: Getty Images

Não caia na tentação de experimentar tudo

Embora comer bem seja comer de forma variada, isso não significa que você precisa pegar um pouquinho de tudo no por quilo para sair bem alimentado. "Fazendo isso há um risco maior de extrapolar nas calorias do que respeitando as divisões e elegendo apenas alguns alimentos para preencher cada divisão do prato", aponta a nutricionista Ana Paula. No caso dos legumes, escolha pelo menos quatro opções. Carboidratos e proteínas devem se restringir a duas variedades apenas.


Preparo da comida - Foto: Getty Images

Fique atento ao preparo

Cuidado para não cair nas pegadinhas do buffet. Couve flor no vapor, por exemplo, não é o mesmo que a couve flor à milanesa. Carne assada não é igual bife à parmegiana. Enquanto as opções mais elaboradas ganham calorias pelo processo de fritura e graças à adição de farinha, ovo e queijo no preparo, as mais simples são menos calóricas. Por isso, não basta preencher cada pedaço do prato com os alimentos certos. É necessário escolher o melhor preparo dentro das opções oferecidas. "Grelhados, assados e cozidos devem estar no topo da lista, enquanto que frituras e alimentos à milanesa ou à parmegiana devem ser evitados", aponta a nutricionista Ana Paula. Do contrário, seu prato será enriquecido com calorias e gorduras, o que irá favorecer o ganho de peso. 



Molhos e temperos - Foto: Getty Images


Identifique as calorias disfarçadas

Mesmo seguindo todas as regras anteriores para montar um prato saudável no self-service, você ainda corre o risco de cair em mais uma armadilha: molhos e temperos. Eles parecem inofensivos, já que são apenas um complemento, mas podem camuflar muitas calorias. Segundo a nutricionista Ana Paula, os mais calóricos são os que contêm maionese, leite, creme de leite e queijo. "Alguns também são ricos em sódio que, em excesso, pode favorecer a retenção de líquido e a hipertensão", alerta. Por isso, prefira dar sabor à comida com alimentos naturais, como limão, alecrim e outras frutas e ervas.

Água com limão - Foto: Getty Images

Peça água ou suco

"Vários estudos mostram que consumir líquidos nas principais refeições pode atrapalhar a digestão e a absorção dos nutrientes", afirma a nutricionista Karina. Isso acontece porque os líquidos aumentam o volume do estômago, fazendo com que ele leve mais tempo para esvaziar, o que pode causar mal estar. Pior ainda quando a bebida é gaseificada, pois o gás potencializa o efeito dilatador. Se for muito difícil comer sem beber nada, a profissional recomenda limitar a ingestão até 200 ml e escolher sucos naturais ou água para acompanhar o prato.


Sobremesas

Resista às sobremesas

Bolo, pudim, brigadeiro e mais uma enorme lista de opções de sobremesa costumam estar disponíveis nos restaurantes aquilo, mas é preciso ter disciplina e resistir a essas opções extremamente calóricas. Gelatinas, comuns nesses estabelecimentos também não são uma boa opção, pois, apesar de parecerem saudáveis e leves, contêm muito açúcar e corante. A melhor alternativa é apostar em frutas que, em casos como o abacaxi, até facilitam o processo de digestão. De acordo com a nutricionista Ana Paula, a sensação de que faltou algo doce após a refeição é típica de quem nunca pula a sobremesa, mas sentir-se satisfeito somente com o almoço também é algo que pode ser aprendido.



Postado no blog Minha Vida do Portal R7