Ouviu falar destas Marias?





Silvana Barbara

Nesta semana da Páscoa é muito comum a atenção maior dada a Jesus Cristo, o protagonista, por assim dizer, da chamada Semana Santa. São nestes dias que os(as) cristãos(ãs) se lembram com mais veemência sobre sua vida e morte. Porém, existiram personagens muito importantes que fizeram parte da vida de Cristo, e que não recebem a devida alusão nesta época. 

Tratam-se das mulheres que participaram da história de Jesus, as quais os Evangelhos Canônicos encobrem o que elas realmente foram e como contribuíram para divulgar a voz feminina, nos tempos em que as mulheres eram ainda mais inferiorizadas. Este post irá tratar das duas mulheres que fizeram parte da vida de Cristo com mais proximidade, as quais são Maria (sua mãe) e Maria Madalena.

Diferente dos Evangelhos Canônicos, que formam a base da Igreja Romana, os Evangelhos Apócrifos ou Gnósticos apresentam conteúdo e ensinamentos mais voltados para a importância do conhecimento e o lado humanizado das pessoas, inclusive de Jesus Cristo, que é apresentado como um homem mais revolucionário. 

São também nesta perspectiva que aparecem as duas mulheres mencionadas. Estas são dotadas de uma importante liderança, o que causava até mesmo uma certa inveja vinda dos apóstolos de Cristo.

Os Evangelhos Apócrifos são livros que não fazem parte do Cânon da Bíblia, mas que apareceram em paralelo com estas Escrituras.

Foram ocultados pela Igreja Romana por apresentarem ideais gnósticos, considerados como hereges. As Escrituras Apócrifas foram encontradas no ano de 1945, em Nag Hamadi, contando mais de 1950 anos.

Serão aqui destacadas algumas características de Maria, a mãe de Jesus, e Maria Madalena, baseadas na leitura do conteúdo dos Apócrifos que relatam sobre a vida destas mulheres.

Keisha Castle-Hughes no filme “The Nativity History” (2006).

Maria (a mãe de Jesus)

Deixando de lado o fato de Maria, a mãe de Jesus Cristo, ser uma mulher lutadora, os Evangelhos Canônicos a apresentam como uma passiva mãe, que ficava observando as ações de seu filho apenas como auxiliadora. Mas, pelos Apócrifos, Maria teve uma presença muito mais importante na vida de Cristo.

Maria exercia liderança na época, até mesmo sobre os apóstolos de Cristo. Era muito admirada e respeitada no templo pelos sacerdotes, algo que pode ser considerado bastante evoluído para aqueles tempos.

Desde muito jovem, Maria foi uma mulher à frente de seu tempo. Rejeitava casamentos, estudava (inclusive a Torá, livro sobre leis e conduta). Ela se opunha aos padrões e modo de vida imposto às mulheres pela sociedade. Além de estudar muito, era questionadora e não aceitava tudo que lhe diziam sem fazer alguma crítica. 

Vale lembrar que, se ainda hoje o sistema não aceita uma mulher à frente das decisões, na época de Maria era quase impossível, diante da soberania existente dos homens cristãos. Pelos Evangelhos Apócrifos, só poderia ser esta mulher determinada, que enfrentou muitos preconceitos, a mãe do homem que iria revolucionar o mundo.

Maria competia a liderança com homens, mas a subestimação a ela infiltrada pelos Evangelhos Canônicos, a coloca em um papel de apenas intercessora.

A relação de Maria com Jesus também é pouca explorada na Bíblia de Cânon. Neste livro, esta mulher é exaltada como a mãe de todos os cristãos, mas mostra poucas conversas entre mãe e filho. Alguns filmes sobre a vida de Cristo apresentam Maria como uma mulher que sentia a falta de seu filho ao seu lado, pois ele vivia na peregrinação. Por vezes, ela aparece até mesmo temerosa com o que possa acontecer com ele, como é o caso do filme “Maria, Filha de seu Filho”.

Já nos Evangelhos Apócrifos, há mais diálogos entre mãe e filho, dando inclusive a entender que eles se entendiam muito bem. 

Nestes Evangelhos, Jesus escuta mais sua mãe, revelando a importância dela em sua vida. Nos Canônicos, Cristo a trata com inferioridade, pois, na condição de mulher, não entende das ações para propagar as chamadas “Boas Novas”. Também se destaca a imagem de Maria como passiva e submissa, propagada pela Igreja.

Nos livros Apócrifos, a educação de Jesus era de responsabilidade somente de Maria. José, seu marido, não tinha a liderança, e era ela que tomava as rédeas.

A Maria, mulher líder e lutadora, precisa ser mais divulgada nas religiões. Infelizmente, o machismo da Igreja baniu da história esta imagem de uma mulher forte, que se igualava aos homens e se destacava na liderança.

Maria Madalena

Maria Madalena, pelos Apócrifos, foi a mulher que Cristo amou tanto a ponto de a ela informar sobre fatos e conhecimentos não revelados aos apóstolos.

Madalena falava aos apóstolos, com liderança, o que Jesus ocultava a eles. Por inveja, e se sentindo inferiores por Cristo fazer importantes revelações a uma mulher, os apóstolos duvidavam das palavras de Madalena.

Em trechos de seus Evangelhos, André e Pedro demonstram repúdio ao fato de Jesus, segundo eles, confiar mais em uma mulher no que neles.

Monica Bellucci como Maria Madalena no filme “A Paixão de Cristo” (2004).

Além da mulher muito amada por Cristo, pelos Apócrifos, Maria Madalena também foi uma liderança feminina, fato que ameaçava os apóstolos. Isto demonstra que Cristo valorizava a imagem das mulheres como lutadoras e líderes, diferente de como é mostrado na Bíblia.

E mais, os Apócrifos até mesmo questionam o fato de que Madalena foi realmente uma prostituta. Sabe-se que muitas mulheres, por sua independência e a maneira de como não se submetiam aos homens, eram consideradas prostitutas para que fossem esquecidas da história.

Na relação de Madalena com Jesus, nas Escrituras Apócrifas, ele é mostrado como mais humano, mais homem e menos santo, no sentido literal da palavra, o que a Igreja geralmente renega.

Madalena não era somente a companheira que escutava o que Jesus tinha a dizer. Ela acompanhava-o em suas andanças, ajudando a propagar uma nova revolução, as “Boas Novas”.

Segundo consta nos Apócrifos, Pedro era o apóstolo que mais se incomodava com a presença de Maria Madalena entre os homens que seguiam a Cristo. 

Sua intolerância a ela era tanta que chegou a pedir a Cristo para expulsá-la do grupo. Para Pedro, o fato daquela mulher tomar a palavra e não deixar espaço para os apóstolos, era um atrapalho. Madalena tinha muitos conhecimentos, sendo que estes formam a base do Gnosticismo, seita muito combatida pela Igreja.

Outro fato muito importante sobre Maria Madalena, é o de que na história ela não está relacionada com nenhum homem, ou seja, não é esposa, irmã ou filha. Trata-se de uma independência bastante curiosa para uma época em que dominava a supremacia masculina.

Madalena não é citada em livros importantes da Bíblia, como os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. Isto indica que a presença de uma liderança feminina não era aceitável naquela sociedade patriarcal.

Jesus Cristo falava com Madalena sobre assuntos que, segundo ele mesmo diz, os apóstolos não entenderiam. Desta forma, tornou-se mais “viável” para o cristianismo apagar a imagem e existência de Madalena. Afinal, era um absurdo uma mulher ter mais espaço do que os homens. Então ela simplesmente desapareceu.

Ao contrário do que se observa na Bíblia do Cânon, a que a Igreja permitiu divulgar e está nos lares da maioria das famílias brasileiras, os Escritos Apócrifos reservam um espaço feminino em suas histórias. 

Muitas mulheres que se destacaram nos chamados Velho e Novo Testamento, caíram no ostracismo, pois não é interessante para a Igreja mostrar mulheres determinadas, lutadoras, que faziam questão de mostrar que estavam ali em igualdade com os homens. Inclusive muitas foram líderes muito mais eficazes, mas que ficaram no esquecimento.

O fato é que não se evolui. Os Evangelhos Apócrifos deveriam estar nas religiões que pregam o cristianismo, serem comentados, analisados e debatidos nas missas, incorporados em grupos de jovens e de orações, e divulgado amplamente. 

Mas isto não acontece porque as forças adquiridas pelas mulheres incomodam e, em religiões onde elas não ocupam determinadas posições, seria um risco causar uma perigosa revolução feminina e desbancar o patriarcado ainda existente.

* As referências sobre os Evangelhos Apócrifos são dos livros: Evangelhos Apócrifos (2007) e Apócrifos e Pseudo-Epígrafes (2004).

Postado no Blogueiras Feministas em 28/03/2013


Sem tantos `porquês´, sobra espaço para o silêncio que apazigua...




Rosana Braga 

Longe de mim julgar equivocado o instinto questionador da maioria das pessoas, talvez da raça humana. Querer encontrar respostas certamente nos impulsiona a muitos bons lugares. Entretanto, há que se ponderar sobre os excessos.

O problema não está em desejar compreender, mas em acreditar que a compreensão é sempre necessária ou possível, ou ainda que só se pode aquietar a alma depois de obter as tais respostas.

Buda deixou um ensinamento na frase seguinte que a mim parece responder senão quase todas, ao menos muitas das questões mais angustiantes que costumamos criar: "A mente não conhece respostas. O coração não conhece perguntas".

Pois... que só questiona quem não sabe. Quem sabe, apenas abre caminho para que a vida aconteça. Sem se fazer refém de perguntas que nada preenchem. Sem resistir ao que é, ao que está. Sem duvidar da perfeita engrenagem que gira ao perfeito ritmo do Universo.

Quem sabe tem fé e só quem tem fé sabe! Não uma fé mágica, mas uma fé sábia! Porém, infelizmente, a maioria de nós, especialmente nos momentos mais delicados, mais dolorosos e mais intensamente complexos, não confia!

Desavisadamente, insiste em acreditar que o coração é bobo, ingênuo, emotivo demais. Insiste em apostar que as emoções, tão instáveis e dinâmicas, tão humanamente confusas, são ditadas pelo coração. Não são!

Tudo o que é fugaz, vulnerável e volátil tem a ver com o que está voltado para fora, suspenso, solto do que é próprio da pessoa - sempre genuinamente singular, dona da única sabedoria capaz de apaziguar de verdade qualquer tormenta interior.

É fato que, a despeito de resistir a esta ideia, tanto mais você saberá quanto menos perguntar. Tanto mais perceberá o sentido quanto mais relaxar, quanto mais aceitar, quanto mais silenciar.

Não há paz no tumulto de sua mente. Não há compreensão no afã da busca. Não há amor na confusão do desejo. Pensar, buscar e desejar fazem parte do exercício de viver, sim. Fazem parte do aprendizado e do amadurecimento. Mas a evolução está justamente em parar de pensar tanto, de buscar tanto e de desejar tanto.

Quando o seu momento for de tristeza e dor, luto e escuridão, seja em qualquer grau, apenas tente respirar fundo, fechar os olhos e aquietar-se. Tudo o que for realmente necessário... estará aí. E se você ainda não conseguiu se dar conta disso, é porque ainda não está suficientemente em silêncio para ouvir e ver!

Postado no site Somos Todos Um



FHC esquece ! Mas o povo não ...







Presidente FHC, PT não governa para quem o senhor governou

Ilustríssimo senhor doutor Fernando Henrique Cardoso,

Quem lhe escreve é um cidadão comum, sem filiação político-partidária e que ainda guarda na memória o sofrimento pelo qual passou quando o senhor – vá lá – “governou” o Brasil. Aquela foi uma época de muito sofrimento para todos, presidente.

Eis por que leio no jornal O Estado de São Paulo, estupefato, que o senhor declarou, na segunda-feira (25.3), textualmente, que “Essa gente não sabe governar o país”.

Por óbvio, o senhor se referiu ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff, quem, desde os primeiros momentos da posse, brindou-o com cortesias que, a meu ver, foram exageradas e que, agora, o senhor retribui dessa forma.

Até entendo que, aos 80 e tantos anos, tendo deixado uma obra administrativa que a maioria absoluta dos brasileiros repudia até hoje – como mostram as sucessivas eleições que o seu partido perdeu –, o senhor esteja amargurado.

Contudo, presidente FHC, peço que entenda que o povo brasileiro – que ontem, quando lhe dava seus votos, o senhor dizia sábio – não o odeia. Apenas rejeita a sua forma de governar.

O senhor diz que o PT não sabe governar. O que as urnas dizem é que o PT realmente não sabe governar, mas não é para os milhões que o elegeram, reelegeram e re-reelegeram. O PT não sabe governar para os que foram priorizados pelo seu governo.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar do desemprego de 12,8% que o senhor deixou, implantou pleno emprego, com salários que se valorizam a cada mês.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar dos programas sociais de mentirinha que o senhor deixou, pôs o maior programa social do mundo, o qual retirou dezenas de milhões da pobreza e outros tantos milhões da miséria.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar da ausência total de divisas que o senhor deixou, construiu reservas cambiais de centenas e centenas de bilhões de dólares que, hoje, garantem imunidade do país a crises internacionais muito mais graves do que aquelas crises localizadas só em países mal governados que ocorreram à sua época.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT saber governar porque hoje a maioria afrodescendente que o IBGE diz haver no país está chegando às universidades, que não são mais “coisa de rico” como no seu tempo.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, ao contrário do que ocorreu no seu governo, hoje o Brasil não é visto como um país-mendigo que vagueia pelo mundo com o pires na mão – hoje, este país empresta dinheiro a países em dificuldades.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, ao contrário de juros de até 45% ao mês que o senhor chegou a pagar aos agradecidos banqueiros que lhe doaram o prédio do Instituto que leva seu nome, o PT reduziu esses juros a um dígito.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque está, após tanto tempo, acabando com negociatas como as que tornaram a energia elétrica no Brasil a segunda mais cara do mundo.

Poderia ficar escrevendo laudas e mais laudas para explicar as razões pelas quais o povo brasileiro não elege mais presidentes do seu partido após a verdadeira praga de gafanhotos que foi seu governo, mas acho que já me fiz entender.

Este povo lhe nega votos enquanto ignora as mesuras desmesuradas e os elogios sem fundamento que alguns donos de impérios de mídia lhe fazem à toa, presidente. É que o povo brasileiro sabe que o senhor sabia governar, sim, mas apenas para uma minoria abastada.

Assim sendo, presidente, o senhor haverá de concordar que os brasileiros rejeitarem seguidamente o PSDB no comando do país confere a esta missiva uma verossimilhança que não será a sua desfaçatez que irá anular.

Atenciosamente,

Eduardo Guimarães.


O Estado de São Paulo

25 de março de 2013


GUSTAVO PORTO – Agência Estado

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez nesta segunda-feira duras críticas ao governo, ao PT e à base aliada. “Essa gente não sabe governar o País. Olha o que fizeram com o petróleo. É um crime”, exemplificou, numa referência à crise da Petrobras.

Fernando Henrique participa do Congresso do PSDB, em São Paulo.

“Juntaram o governo, com o partido, com o Estado, com o mesmo marqueteiro”, completou, numa referência aos anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff da redução do preço da energia e da desoneração da cesta básica, em cadeia nacional de rádio e televisão.

Ele classificou a alta de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) como um “pibinho que chega numa época em que outros países crescem”.

FHC alertou ainda para a alta da inflação e rebateu as afirmações de que o PSDB é partido de ricos e banqueiros. “Quem dá dinheiro para banqueiros sem parar são eles. Dão ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que dá aos bancos”, ironizou.

O ex-presidente deixou o evento antes do pronunciamento do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).


Postado no Blog da Cidadania de Eduardo Guimarães em 26/03/2013


Nota

Sempre é bom lembrar que quem quase destruiu a Petrobras e tentou mudar seu nome com X para poder vendê-la foi FHC.

Afundamento da P36 em 2001: Morreram 11 trabalhadores.






Aluno com deficiência física defende mestrado em Educação





O estudante da UFRGS Cláudio Luciano Dusik defendeu na manhã de hoje, 26, a dissertação “Tecnologia Virtual silábico-alfabético: tecnologia assistiva para pessoas com deficiência”, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Ele é o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.

No mestrado, Cláudio, que é formado em Psicologia e possui conhecimentos em Informática, foi instigado a lapidar um teclado virtual que utilizava.

O software foi então aperfeiçoado e permite agora que pessoas com diferentes limitações possam utilizá-lo, a partir de uma característica de adaptação.

Sob a orientação da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação detalha a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual - e relata cases de cinco usuários. O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitem do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.

Cláudio tem atrofia muscular espinhal (AME), doença genética que causa degeneração dos neurônios motores. Apesar disso, e com apenas o movimento de um dedo, ele utiliza o mouse para digitar e acessar a internet, com autonomia. Atualmente, atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.

O uso da cadeira de rodas não impediu o estudante de levar adiante sua pesquisa. Cursou todas as disciplinas de forma presencial e semipresencial. Nos deslocamentos de Esteio, onde mora, até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse vir à Faculdade de Educação.

A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, que acompanha os esforços e conquistas do filho, estava muito contente com seu pioneirismo. Para ela, ele é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo.

“Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado. É um exemplo para todas as pessoas com deficiência”, comentou Elza.

Ela também lembrou que ao enfrentar as barreiras, Cláudio provocou alterações nas vias públicas, na disponibilização de transportes e na acessibilidade aos locais de estudos.






Postado no Portal UFRGS em 26/03/2013






Ciclista que perdeu o braço na Paulista diz que sente "pena" do motorista que o atropelou


David abraça Thiago , que o socorreu no dia do acidente


Ana Ignacio, do R7

Jovem repetiu que perdoa o condutor e falou que pretende voltar a andar de bicicleta

David Santos Souza, 21 anos, reencontrou pela primeira vez, desde o acidente no dia 10 de março, Thiago dos Santos e Agenor Jr., os dois rapazes que o socorreram na rua após ser atropelado na avenida Paulista. Segundo David, ele morreu naquela noite.

— Eu estava morto no chão. O Thiago que me trouxe de volta à vida.

David participou de uma entrevista coletiva nesta terça-feira (26) realizada no escritório de seu advogado, Ademar Gomes. O jovem repetiu que perdoa Alex Siwek, o motorista que o atropelou, mas disse que sente pena dele.

— Tenho muita pena dele porque minha criação me ensinou a respeitar todos os seres e ele não teve essa criação da família. Minha cabeça foi a única coisa que ele não tirou do lugar. Está mais direcionada do que nunca.

Otimista e vestindo uma camiseta com estampa de bicicletas, David não tem dúvida do que voltará a fazer em breve.

— Vou voltar a andar de bicicleta, sim. É meu maior orgulho andar de bicicleta e vou adaptar uma para mim.

David contou que pretende criar uma associação de proteção ao ciclista.

— Já está na internet e queremos aprimorar.

O jovem declarou também, que se Siwek estivesse preso, ele iria até lá para falar com ele. No entanto, com sua saída da cadeia, David não sabe se ira procurá-lo.

— Gostaria [de vê-lo] pelo menos uma vez.

Questionado sobre a possibilidade de Siewk arcar com os custos de seu tratamento, David apenas respondeu que gostaria que o jovem tivesse uma postura diferente desta vez.

— Espero que agora ele faça a parte dele, já que não fez quando jogou meu braço [fora].

Atendimento

Thiago e Agenor estavam passando a pé na avenida Paulista quando ouviram o barulho do acidente e foram socorrer David. Thiago, que é técnico em enfermagem, ficou preocupado com a quantidade de sangue.

— Pensei que ele tivesse morrido. Fiz o procedimento para reanimar, respiração boca a boca, massagem cardíaca e apertei o braço.

Agenor contou que quando viu que Thiago havia conseguido reanimar David resolveu procurar pelo braço do ciclista. 

— Saí pela Paulista tentando procurar o braço. 

Sem encontrar, Agenor ficou junto com Thiago aguardando a chegada do resgate — que, segundo os dois, chegou em cerca de 20 minutos — e conversando com David. 

— Ele estava respondendo algumas perguntas e queria que ele ficasse calmo.

David ficou muito emocionado ao encontrar os dois rapazes que o resgataram após o acidente. 

— Estou arrepiado até agora!


Além disso, David disse também que está muito otimista em relação a sua recuperação.

— Outra pessoa eu já sou. Ainda tenho muito para viver, mas minha cabeça mudou totalmente em relação à vida. Vou ver o mundo de outra forma, vou ter dificuldades mas vou me adaptar ao máximo.

Ademar Gomes, advogado de David, declarou que não tem dúvida de que Siwek deve responder por tentativa de homicídio.

— Entendo que houve dolo eventual. Alex sai da danceteria embriagado, atravessa o farol vermelho e vem em ziguezague, invade a ciclovia. Essa pessoa não teve compaixão de parar e socorrer. Ele tem má índole, ficou provado que ele tem má índole. Ele cometeu um crime com agravantes.

Gomes disse também que irá entrar com pedido de indenização por danos morais e materiais.


Postado no Portal R7 em 26/03/2013


Um homem para chamar de seu




Rodolpho Motta Lima

Penso que um dos grandes embrulhos ideológicos do pessoal da direita passa pela sua absoluta convicção de que o individual vale mais do que o social. Essa tese despreza o coletivo como agente, mas adora vê-lo como paciente - alienado e inerte. 

A direita cultua personalidades, valorizando os “que se fazem por si mesmos”, os “empreendedores”, os “que fazem diferença”. Ela precisa disso para justificar os bilionários, os especuladores, os banqueiros e todos os que, no mundo do capital, são apresentados como pessoas únicas, diferenciadas, até beneméritas. Afinal, o que seria desse bando de empregados sem essa elite de empregadores?

Na ânsia de se promover o sucesso individual a uma categoria paradisíaca, não raro se elevam nulidades à condição de mitos, privilegiando – bem ao gosto dos tempos que correm – narcisismos e egocentrismos, que fogem do social como o diabo, se existisse, fugiria da cruz...

Acontece que os ídolos, esses super-heróis que povoam os noticiários do cotidiano, podem ter – e não raro têm , porque sua natureza é humana – momentos de “pés de barro”. Aí, é preciso um esforço incrível da turma para desconstruir o que construiu, às vezes com sofismas, meias verdades, manipulações e omissões. 

Quem conhece bem a história recente da terra do Super-Homem, do Batman, do Homem-Aranha, do Homem de Ferro, do Indiana Jones, do Rambo, do Rocky e similares sabe das alianças que o império estadunidense manteve , ao sabor de conveniências econômicas, com diversos ditadores que, não mais que de repente, de grandes líderes mitificados foram transformados em agentes do mal. Para ficar apenas em dois exemplos marcantes, é só estudar a trajetória de um Saddam Hussein , de um Bin Laden, e suas ligações com os EUA.

Quando estava pensando nesse tema, me veio à lembrança uma canção entoada pela Marina (a cantora, não a Silva) e de autoria do Erasmo Carlos, chamada “Mesmo que seja eu” ( Veja o vídeo ) O contexto da letra da composição nada tem a ver com meu assunto aqui, mas um dos seus versos (“Um homem pra chamar de seu”) me pareceu um bom título para este artigo. 

A direita, nacional ou planetária, precisa sempre de um homem – às vezes uma mulher – para chamar de seu (sua). E é tal essa sua “crença”, que mitifica a torto e a direito. 

A ironia é que faz isso até para denegrir. Entre nós, ela quer que se acredite que o Brasil recente só trilhou os caminhos que trilhou porque um homem cheio de defeitos , mas “carismático”, conduziu os brasileiros. 

Não acredita em forças sociais. Por isso, atribuiu à Dilma (que não tinha “carisma”) a condição de “poste”, e está se dando mal, pois o que o povo valoriza hoje no país, queiram ou não, é muito mais uma política voltada para o combate às injustiças , mesmo com eventuais desacertos, do que esta ou aquela personalidade. Os índices de popularidade da Presidenta vêm de um continuado trabalho de muitos e que atende a anseios coletivos, mas nunca do exercício solitário de um comando.

A direita repete, agora, esse mantra do “poste” no caso da Venezuela. Convenientemente cega diante dos índices de redução das desigualdades naquele país, atribui o “bolivarismo” ao fato de um “populista demagogo” ter empalmado o poder. Para ela, não há conquistas a garantir, o povo é uma abstração, e como Maduro não é um Chávez, será fácil à turma do capital recuperar o comando. Será? É o que vamos ver. Nada como os fatos para contrariar os desejos...

A “metodologia do endeusamento” adora criar falsos heróis, amplificados pela mídia, para esconder o sistema que os cerca ou que eles representam. 

É por isso que as eleições na pátria do individualismo, por exemplo, não se definem pelas ideias , mas pelas pessoas. Uma cara simpática, uma família bonita e aparentemente bem constituída, coisas assim elegem presidentes... 

E aí está Obama - cheio de aparentes boas intenções, mas imobilizado por forças bem superiores às de um indivíduo - que até agora não foi para frente nem pra trás, muito pelo contrário... 

O caso da eleição do Papa é emblemático. Como não consegue , ou não quer conseguir, enxergar o estrutural, o coletivo, a mídia que representa esse pensamento repercute, amplia e supervaloriza os mais simples atos do novo mito, para muitos um jogo para a plateia alienada, como ensina a boa e velha demagogia. 

É como se quisessem impregnar nas mentes a ideia de que, agora sim, temos (?) Papa... Mas será que um homem (falível ou infalível, não entro nessa) conseguirá, com suas quebras de protocolo, reverter os tortuosos caminhos de uma Igreja que tem, hoje, muitos de seus mais altos representantes envolvidos em diversos pecados capitais? Implantará a “ficha limpa” no Vaticano? Estão aí, nesse festival de “malfeitos” que hoje não dá mais para esconder, escândalos de luxúria (pedofilia), ganância (Banco do vaticano), inveja (disputas pelo poder), etc.

A direita assanhada já tenta emplacar o novo Papa como “um homem pra chamar de seu”. 

Imagina-o como contraponto ao que chama de “governos populistas”. Acho que, para variar, está dando um tiro no pé. O ídolo pode ter os pés de barro. Outros, que ocuparam o seu posto, já tiveram... 

Muitas mudanças já se fizeram na Igreja...para deixar tudo igual. E aí se desconstruirá mais um mito. Mas, por outro lado, pode ser que o simpático Papa resolva efetivamente fazer com que a Igreja se volte para os pobres do mundo. Se isso acontecer, ele não poderá jamais trilhar o mesmo caminho dos adoradores do mercado, dos especuladores, dos exploradores do povo. 

E a direita terá que buscar, mais uma vez, um representante para chamar de seu...


Postado no site Direto da Redação em 25/03/2013


Diálogo sobre a censura em blogs




Juremir Machado da Silva

– Tem censura no teu blog?

– Tem moderação.

– Moderação, não. Tem censura.

– Prova.

– Toda vez que eu tento te chamar, no teu blog, de corno, imbecil, obtuso, idiota, burro ou algo semelhante, coisas assim, não sou publicado.

– Por que tu não me chamas de tudo isso no teu blog?

– Aí não tem graça.

– Ninguém te impediria. Não haveria qualquer “censura”.

– Ah, mas eu quero te esculhambar no teu blog.

– Posso fazer o mesmo contigo no teu blog?

– Ninguém lê o meu blog.

– Tu publicarias todo dia uma mala que escrevesse sempre o mesmo insulto profundamente ideológico e no post seguinte se queixasse de censura?

– Está falando de mim?

– Serviu o chapéu?

– Não é só quem insulta que não sai. Tem outros também.

– Tem. Mala não entra.

– Quem é mala? É um conceito muito vago.

– Não acho. Sou capaz de localizar um mala a três quilômetros de distância. Mala com alça, sai de vez em quando. Mala com rodinhas, dependendo do que diz, pode ter algumas oportunidades. Mala sem alça e sem rodinhas não sai nunca. Mala é mala. Qualquer um sabe que uma mala é uma mala.

– Poderia conceituar?

– Mala repete post.

– Só isso?

– Mala tem pensamentos mesquinhos.

– Nada mais?

– Todo mala é um ideológico que se acha não ideológico. Tem mala que não insulta. Tenta fazer intrigas. Gosta de semear a maldade. Mala ruim.

– Algo mais?

– Mala nunca desiste.

– É uma ofensa ser mala?

– É pior do que homofobia e racismo. Ou é uma espécie disso. Todo mala deve ser cortado em benefício da saúde mental da humanidade.

– E se te chamarem de mala?

– Eu sou mala. De alguém. Cabe a esse alguém me cortar. Mala é sempre dos outros. Ninguém se acha mala. Ninguém é mala de si. A principal característica do mala é querer esculhambar os outros no seu terreno e chamar isso de liberdade de expressão. O mala não acredita nos seus meios.

– Não sente culpa de censurar?

– Censurar mala é obrigação de todo espírito livre.


Postado no blog Juremir Machado da Silva em 24/03/2013


E ele quer ser o próximo Presidente do Brasil. Que Deus nos livre !

Aécio torra 63% dos vôos com dinheiro público, para baladas no Rio




Você acha certo o senador por Minas, Aécio Neves (PSDB-MG), ir beber chopp no Bar Cervantes do Rio, com passagens aéreas pagas com dinheiro público do Senado?


http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,senador-usa-mais-verba-para-ir-ao-rio-que-a-bh-,1012625,0.htm


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) deflagrou nova crise no Senado sobre passagens aéreas pagas com dinheiro público porque, em vez de usá-las para trabalho relacionado ao mandato, estaria usando para diversão, baladas e fins privados.

Levantamento publicado no jornal paulista "Estadão" mostra que 63% das viagens de Aécio bancadas pela verba para passagens aérea do Senado (portanto, com dinheiro público) foi para o Rio de Janeiro.

Só 27% das viagens foram para Minas Gerais, estado que ele deveria representar oficialmente, e o gasto teria justificativa.

A ideia de senadores ter passagens aéreas pagas com o dinheiro público, é para viajar a trabalho do mandato, como viajar a seus Estados e manter contato com os eleitores que ele representa. Ou então viajar a trabalho para algum evento que seja importante para o interesse público do Estado.

Essa verba não é para diversão, não é para passar os fins de semana nas baladas do Rio de Janeiro, abandonando Minas. Se quer se divertir, fazer turismo, badalar, viajar para fins privados, que pague com dinheiro de seu próprio bolso, em vez de meter a mão nos cofres públicos.

Imprensa mineira é censurada, e tira notícia do ar

"Minas sem Censura", bloco de oposição aos tucanos mineiros, denuncia que os sites dos jornalões mineiros estão dando o vexame de apagar essa notícia, para blindar Aécio.

Só confirma a fama da velha imprensa mineira ser censurada com mão  de ferro pelo tucanato que está no governo mineiro.





Postado no blog A Justiceira de Esquerda em 25/03/2013


A opção da simplicidade



Muitas pessoas reclamam da correria de suas vidas.

Acham que têm compromissos demais e culpam a complexidade do mundo moderno.

Entretanto, inúmeras delas multiplicam suas tarefas sem real necessidade.

Viver com simplicidade é uma opção que se faz.

Muitas das coisas consideradas imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas.

A rigor, enquanto buscam coisas, as criaturas se esquecem da vida em si.

Angustiadas por múltiplos compromissos, não refletem sobre sua realidade íntima.

Olvidam do que gostam, não pensam no que lhes traz paz, enquanto sufocam em buscas vãs.

De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio?

Se a criatura não tomar cuidado, ter e parecer podem tomar o lugar do ser.

Ninguém necessita trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana.

É possível reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade.


O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele.

A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções.

Ela experiencia a alegria de ser, apenas.

Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância.

Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida.

Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer.

A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial.


Os pequenos prazeres da vida, uma conversa interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar sorvete...

Tudo isso compõe a simplicidade do existir.

Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz.

Mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta.

Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso.


É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoar-se.

Progredir sempre é uma necessidade humana.

Mas isso não implica viver angustiado, enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades.


Se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena.

As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde.

Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam.

As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito são alguns deles.

Preste atenção em como você gasta seu tempo.

Analise as coisas que valoriza e veja se muitas delas não são apenas um peso desnecessário em sua existência.

Experimente desapegar-se dos excessos.

Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver.


Pense nisso.


Equipe da redação Momento Espírita