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“ Borboletas ” de Mario Quintana





Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você !


“ Borboletas ” de Mario Quintana





Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você !


Receita de Ano Novo







Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens? passa telegramas?)


Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade









Receita de Ano Novo







Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens? passa telegramas?)


Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade









E agora José ?





E agora, José ?

O Olavo acabou,

a Globo faliu,

o Moro sumiu,

e o Lula ficou.

E agora, José ?

E agora, você ?

Você que achou

que tinha a solução,

que beijou o patinho,

que pediu ditadura,

que dançou na Paulista

com arminha na mão.

E agora, José ?

Está sem aposentadoria,

está sem emprego,

está sem futuro.

Já não pode ir à Disney,

já não pode estudar,

pegar avião já não pode.

A meritocracia não veio,

a mão do mercado não veio,

o empreendedorismo não veio.

E agora, José ?

Sua camisa amarela,

seu casaco militar,

sua bandeira americana,

seu cartaz sem nexo,

sua ânsia de matar,

E agora ?

Sozinho no escuro,

falando sem parar:

e o Lula? e o Lula?,

qual gado marcado,

sem público,

sem argumento,

sem parentes

para conversar.

Na sua plateia

não tem mais ninguém.

Você mente, José ?

Para quem ?


Autor : Jota Camelo

Paródia baseada na poesia " E Agora José ? "  

de Carlos Drummond de Andrade















E agora José ?





E agora, José ?

O Olavo acabou,

a Globo faliu,

o Moro sumiu,

e o Lula ficou.

E agora, José ?

E agora, você ?

Você que achou

que tinha a solução,

que beijou o patinho,

que pediu ditadura,

que dançou na Paulista

com arminha na mão.

E agora, José ?

Está sem aposentadoria,

está sem emprego,

está sem futuro.

Já não pode ir à Disney,

já não pode estudar,

pegar avião já não pode.

A meritocracia não veio,

a mão do mercado não veio,

o empreendedorismo não veio.

E agora, José ?

Sua camisa amarela,

seu casaco militar,

sua bandeira americana,

seu cartaz sem nexo,

sua ânsia de matar,

E agora ?

Sozinho no escuro,

falando sem parar:

e o Lula? e o Lula?,

qual gado marcado,

sem público,

sem argumento,

sem parentes

para conversar.

Na sua plateia

não tem mais ninguém.

Você mente, José ?

Para quem ?


Autor : Jota Camelo

Paródia baseada na poesia " E Agora José ? "  

de Carlos Drummond de Andrade








“ Liberdade ” : Um poema de Carlos Marighella



Por Via Das Dúvidas*: Manual do Guerrilheiro Urbano * Carlos ...



LIBERDADE 

Um poema de Carlos Marighella 

Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”


( São Paulo, Presídio Especial, 1939 )











Rondó da liberdade (Carlos Marighella) - Poemas sociais | Luso-Poemas




“ Liberdade ” : Um poema de Carlos Marighella



Por Via Das Dúvidas*: Manual do Guerrilheiro Urbano * Carlos ...



LIBERDADE 

Um poema de Carlos Marighella 

Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”


( São Paulo, Presídio Especial, 1939 )











Rondó da liberdade (Carlos Marighella) - Poemas sociais | Luso-Poemas




Lavoura da vida


Fraternidade em Movimento: Valores humanos e cristãos na Quaresma ...





Lavoura da vida


Fraternidade em Movimento: Valores humanos e cristãos na Quaresma ...





O cocar


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No Brasil, existem cerca de 240 tribos, com um total de 900 mil índios - 0,4% da população do país.  A foto de 2014 é da tribo Asurini, no Tocantins, do
 fotógrafo Giordano Cipriani e foi premiada em concurso global.

Veja no link :
Resultado de imagem para índios brasileiros


Vou vestir o meu cocar
E vou dançar !

Não vou dançar carnaval,
ou a dança da chuva.

Não vou dançar por vaidade,
ou por felicidade.

Vou dançar para o mundo girar,
porque ao girar tudo muda,
acaba o inverno
e a primavera floresce !

Vou vestir o meu cocar
e cantar, dançar, girar
a dança cósmica de meu povo,
do nosso povo. Do povo !
A dança da vida !

Autor : Ronald Gavygkág Pinto kaingang ( descendente de indígenas )





Durante o encontro no Vaticano, dia 13/02/2020, Lula recebeu do Papa Francisco um rosário abençoado. E retribuiu o gesto presenteando o pontífice com uma imagem de Bejá Kayapó

O Ex-Presidente Lula prova, com este gesto, que ama o Brasil e o Povo Brasileiro ! Enquanto o atual governo odeia o país, odeia o povo e quer destruir os indígenas brasileiros, suas tradições e diversidade cultural.

A foto do indígena, registrada pelas lentes do fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert, foi feita na aldeia Metuktire, no Parque Indígena do Xingu, e integra o projeto Índios Brasileiros, em que Stuckert retrata desde 1997 os povos originários do Brasil.


A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sentadas



Saudade da infância . . .


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Frases típicas de vó !  Você provavelmente já ouviu alguma delas …


Ana Carolina Conti Cenciani


As avós são seres maravilhosos, vitais para o crescimento dos netos, são uma fonte inesgotável de amor, entendimento, carinho, sabedoria e conselhos. Mas, junto de tudo isso ganhamos um pacote de comentários cômicos e supersticiosos e que todo mundo provavelmente já escutou.

A ‘casa da vó’ é uma das melhores lembranças da infância e é por isso que hoje apresentamos 20 frases típicas dessas avós incríveis, que com suas palavras transmitiram suas experiências e lições aos pequenos.

Frases típicas de vó !  Você provavelmente já ouviu alguma delas …

O clássico “ Vai comer sim ” quando você se nega a comer alguma coisa do prato.

Ainda na refeição: “ Quem come quieto almoça e janta ! 

Desvira esse chinelo, menino. Quer que sua mãe morra ?

Ou caga ou sai da moita

Remédio pra doido é outro doido na porta !

Ô meu filho, não faz careta com esse vento. Já pensou se não volta? Você vai ficar com a cara feia para sempre.

Se você quiser casar,nunca deixe ninguém varrer seu pé, viu minha filha ?

Continuando as superstições… 

“ Nossa fia, sua orelha está vermelha. Deve ter alguém falando mal de você, cuidado.

Menina, fecha esse guarda-chuva dentro de casa. Isso dá azar !

Para de falar isso !  Bate na madeira três vezes pra afastar essa desgraça.

(Caindo uma tempestade) “ Corre, meu filho !  Vai cobrir os espelhos se não vai atrair raio.

Só quando eu morrer você vai sentir falta da vó ”. As frases em terceira pessoa são clássicas !

Pega aqui pra vó não ter que abaixar !

(Você saindo do banho descalço) “ Menino !  Quer ficar com a boca torta ?  Vai logo colocar uma chinela.

Ai minha nossa Senhora ! Você engoliu o chiclete? Vai ficar grudado no seu estômago, minha filha.

Meu filho, nunca tome manga com leite, viu?  Isso pode te matar

Para de brincar com o fogo, menino. Quer fazer xixi na cama?

Esse menino tá demorando muito pra começar a falar. Vamos colocar um pintinho pra piar aqui perto da boca dele, quem sabe dá um jeito.

E a mais clássica : “ Nossa senhora, minha filha. Tá carregada ein? Vem aqui que a vó vai te benzer.

E aí, você se identificou com alguma?




Capela



Quanta saudade sinto da 
Nossa casinha 
Bem pertinho da pracinha 
Da matriz lá do lugar 

Ainda criança 
Eu vibrava de alegria 
ouvindo a melodia 
Dos sinos a tocar 

Quanta saudade 
Das fogueiras de São João 
Dos arvoredos 
Enfeitados de balão

Daquela gente com pés no chão 
Feliz rezando 
A bandinha ia tocando 
No final da procissão 

E aos domingos 
Levantava bem cedinho 
Vestia o meu terninho 
E corria pra capela 
Rezava apenas uma Ave-Maria 
Porque o que eu queria era estar 
Pertinho dela 

Quanta saudade das 
Gangorras de cipó 
Quando escondia 
Os chinelos da vovó 
Da escolinha 
9, 8, 16 
Ai meu Deus que bom seria 
Ser criança outra vez 

E aos domingos
Levantava bem cedinho
Vestia o meu terninho
E corria pra capela
Rezava apenas uma Ave-Maria
Porque o que eu queria era estar
Pertinho dela

Quanta saudade das
Gangorras de cipó
Quando escondia
Os chinelos da vovó
Da escolinha
9, 8, 16
Ai meu Deus que bom seria
Ser criança outra vez

Ai meu Deus que bom seria 
Ser criança outra vez

Ai meu Deus que bom seria 
Ser criança outra vez. 





M
eus oito anos

Casimiro de Abreu


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
De despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia

Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d´estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

[…]

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!



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Um amor tão grande... que aprendemos com ele o nosso enorme desejo de viver.!...


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Bráulio Bessa : Orgulho nordestino

























Veja um pouco do Nordeste . . .






Pai, Mãe Nossos



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Pai... Mãe... de olhos mansos

sabemos que estás invisível em todas as coisas.

Que o teu nome nos seja doce, a alegria de nosso mundo.

Traze-nos as coisas boas em que tens prazer:

Os jardins, as fontes, as crianças,

o pão e o vinho,

os gestos ternos, as mãos desarmadas,

Os corpos abraçados...

Sei que desejas dar-nos nosso desejo mais fundo,

desejo cujo nome esquecemos... mas tu não esqueces nunca.

Realiza pois o teu desejo para que possamos sorrir.

Que o teu desejo se realize em nosso mundo

da mesma forma que ele pulsa em ti.

Concede-nos contentamento nas alegrias de hoje:

o pão, a água, o sono...

Que sejamos livres da ansiedade.

Que nossos olhos sejam tão mansos para com os outros

como os teus são para conosco.

Porque, se formos ferozes,

não poderemos acolher a tua bondade.

Ajuda-nos para que não sejamos enganados pelos maus desejos

E livra-nos

daqueles que carregam a morte nos próprios olhos.

Amém


Rubem Alves




"Alma" é o nome do lugar onde se encontram esses pedaços perdidos de nós mesmos. São partes do nosso corpo como as pernas, os braços, o coração. Circu... Frase de Rubem Alves.


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Como ter discernimento para não errar


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Não desista de você !







O tempo muito me ensinou: ensinou a amar a vida, não desistir de lutar, renascer na derrota, renunciar às palavras e pensamentos negativos, acreditar nos valores humanos, e a ser otimista. Aprendi que mais vale tentar do que recuar… Antes acreditar do que duvidar, que o que vale na vida, não é o ponto de partida e sim a nossa caminhada.

Cora Coralina



Viva a Primavera !









Saudação à Primavera
 Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.