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A mamadeira que mudou o Brasil










Manuela D’Ávila : “ Decidi, no próximo ano, combater redes de notícias falsas e de conteúdos de ódio ”






Publicado no Facebook de Manuela D Ávila


E se fosse você ?

Eu estava grávida quando fui vítima de minha primeira experiência de grande rede de distribuição de notícias falsas/fake news (certamente financiada). Inventaram uma viagem pra Miami e um enxoval. Nem conheço Miami, nem fiz enxoval para Laura. À época achei graça. Mentiras sem sentido. Como alguém acreditaria numa viagem que não fiz para compras que não fiz? Fui ingênua e quando percebi o debate já era sobre meu direito ou não de viajar e fazer compras, ou seja, já era sobre a mentira.

Quando Laura fez 45 dias viajamos juntos: eu, Duca e ela. Estávamos muito felizes pois era a primeira viagem dela para um hotel para assistir a um show do Pai. Quando Duca estava no palco uma mulher se aproximou e deu dois tapas em laura (que estava presa pelo Sling) porque disse que o pano era comprado em Miami e deveria tê-lo comprado em Cuba. Laura apanhou aos 45 dias de uma pessoa desequilibrada a partir de uma mentira que circulou nas redes.

Assim me preparei para enfrentar 2018. Poucas coisas piores do que aquilo poderiam me acontecer. É verdade que quase fui linchada com ela dormindo por uma mulher que incitou a multidão, é verdade que fui agredida muitas vezes na frente dela e de outras pessoas de minha família. Mas eu me preparei naquela agressão, há mais de 3 anos, para enfrentar esse comportamento fascista (de me tornar não humana, de me desumanizar como define Hannah Arendt, de me tornar e a Laura também apenas um inimigo a ser combatido).

Em 2018 fui alvo de todo tipo de montagem. 

Destruíram meu corpo, manipularam minhas palavras, fizeram com que conhecidos rompessem relações comigo por acreditarem em notícias falsas. Chegamos ao fundo do poço e tentaram me levar lá pra baixo. 

Há quem diga que vivemos o fim da era do humanismo, o fim do ciclo das conquistas da Revolução Francesa e, com isso, o fim de um sentimento construído historicamente com a revolução: a empatia, o colocar-se no lugar do outro, o sentir que o outro é um igual. 

Mas eu não fui para o fundo do poço, nós não iremos e eu decidi, no próximo ano, dedicar parte de minha vida para combater redes de notícias falsas e de conteúdos de ódio porque para mim a empatia seguirá existindo e nós não soltaremos nossas mãos. 

Para mim, cada um de nós tem um compromisso: refletir sobre si mesmo antes de apertar o botão de compartilhar ou de gritar na rua. 

E se fosse você que tivesse suas palavras manipuladas, seria engraçado ? 

E se fosse você que fosse agredido com seu filho no colo, seria casual ? 

E se fosse você que defendesse uma ideia que acredita e tentassem lhe constranger, agredindo sua família, como você se sentiria ? 

Existe um combate macro, um combate a quem financia aos robôs, um combate ao dinheiro sujo que financia a baixaria. Mas existe uma mudança individual, a mudança que nos é exigida para que mantenhamos a internet um ambiente livre e democrático. Essa mudança passa pela ideia de que o outro é igual a nós e, portanto, merece nosso respeito, nossa EMPATIA. 

Por um mundo cada vez mais diverso e livre, por um mundo em que a gente sempre pense antes de agir: “ e se fosse comigo? ” 

A maior revolução é o amor. 

O amor por si mesmo, o amor ao próximo. 

Como já nos disse, há quase dois mil anos, o aniversariante do dia 25 de dezembro: “ amai ao próximo como a ti mesmo ”. 

Feliz 2019 !



Postado em DCM em 22/12/2018



Manuela Pinto Vieira d'Ávila é jornalista e política brasileira, filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Foi deputada federal pelo Rio Grande do Sul entre 2007 a 2015 e líder de seu partido na Câmara dos Deputados, em 2013. Exerce atualmente o mandato de deputada estadual em seu estado.

Natural de Porto Alegre, começou sua carreira política no movimento estudantil e depois ingressou na política partidária. Foi a vereadora mais jovem da história de Porto Alegre, eleita em 2004.

Foi eleita deputada federal em 2006 e reeleita em 2010, alcançando recordes de votação. 

Concorreu à prefeitura da capital gaúcha duas vezes. Na primeira vez, em 2008, ficou na terceira colocação. Na segunda tentativa, em 2012, ficou na segunda colocação. 

Em 2014, foi eleita deputada estadual com a maior votação para o cargo naquele ano. 

Em 2017, foi indicada por seu partido como pré-candidata à Presidência para a eleição de 2018.

Desistiu da candidatura para ser candidata a vice-presidente, na chapa de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.


Dados postados em Wikipédia






As mentiras e mitos dos apoiadores do candidato fascista



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Postado em Canal Púrpura



Fake news de Bolsonaro : kit gay




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Essa história, que domina os sites de fake news (notícias falsas), é bem mal contada. E aqui vamos explicar de uma vez por todas:

Não existe o tal kit gay, atribuído ao Haddad, que alguns candidatos insistem em afirmar. A expressão preconceituosa vem sendo utilizada com intenções políticas nefastas, inclusive distribuindo imagens falsas do material e citando livros fora de contexto.

Trata-se, na verdade, de um documento direcionado aos gestores com o intuito acertado de combater a homofobia dentro das escolas.

Chamado de Escola Sem Homofobia, o material foi encomendado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Após aprovação do Ministério Público, o MEC solicitou a produção do material a uma ONG especializada.

A proposta ainda estava em avaliação quando a truculência e mentiras de alguns políticos fizeram eclodir a crise do “kit gay”.

O projeto foi suspenso e o material nunca distribuído, causando um dano irreparável para a sociedade e colaborando para colocar o Brasil no ranking de países que mais matam homossexuais no mundo. 2017 foi recorde, com quase 300 LGBTI+ assassinados.






Dilma lança vídeo mostrando que golpe começou antes de 2014. Veja





Fernando Brito

Um vídeo de 27 minutos, muito bem produzido, foi lançado pela campanha de Dilma Rousseff ao Senado em Minas Gerais, mostrando, com fartas evidências, que o golpe de 2016 começou antes de sua eleição para o segundo mandato na Presidência.

É uma peça inusualmente longa para campanhas eleitorais mas por isso mesmo preciosa para que se recordem os detalhes da ruptura da democracia no Brasil.

Separe um tempo e assista, agora ou depois, o documentário.

Sua memória merece, nossa memória merece e a História merece que Dilma seja minimamente desagravada com a eleição para o Senado.





Postado em Tijolaço em 13/09/2018



Porquê Lula está preso











Sexta-Feira Santa : julgamento mentiroso, traição e assassinato ! Em 2018 continuamos assistindo tudo igual ...




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Padre Amaro é uma das principais lideranças da equipe pastoral da Prelazia do Xingu






http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/03/prisao-de-padre-jose-amaro-e-armacao-diz-pastoral




Série da Netflix " O Mecanismo " é manipulação fascista



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Uma publicação compartilhada por Conversa Afiada (@conversaafiada) em

O golpe final na nossa Democracia : condenação de Lula pelo TRF4

























“Gente, onde está a moral? Quando um juiz viola as leis do próprio país, quando ele posa com políticos suspeitos de corrupção e fere os direitos básicos de um cidadão. Cadê a seriedade? Quando o Ministério Público monta um circo midiático, faz acusações graves sem apresentar nenhum fato, só por pura convicção. Cadê a coerência? Quando a Justiça se nega a aceitar a perícia dos documentos que comprovam a inocência de uma pessoa. Cadê a verdade? Quando a mídia manipula notícias, inventa manchetes e coloca os brasileiros contra o homem que mais fez pela nação. Agora, mesmo depois de tantas ilegalidades, você ainda acredita que o Lula é culpado? Eu te pergunto: cadê a prova contra Lula?”, diz o vídeo protagonizado pelos artistas (assista a seguir).








NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI  




Assim como a criança humildemente afaga

a imagem do herói, 

assim me aproximo de ti, Maiakóvski. 

Não importa o que me possa acontecer 

por andar ombro a ombro 

com um poeta soviético. 

Lendo teus versos, 

aprendi a ter coragem. 

Tu sabes, 

conheces melhor do que eu 

a velha história. 


" Na primeira noite eles se aproximam 

e roubam uma flor

do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na Segunda noite, já não se escondem: 

pisam as flores, 

matam nosso cão, 

e não dizemos nada. 

Até que um dia, 

o mais frágil deles 

entra sozinho em nossa casa, 

rouba-nos a luz, e, 

conhecendo nosso medo, 

arranca-nos a voz da garganta. 

E já não podemos dizer nada."


Nos dias que correm 

a ninguém é dado 

repousar a cabeça 

alheia ao terror. 

Os humildes baixam a cerviz; 

e nós, que não temos pacto algum 

com os senhores do mundo, 

por temor nos calamos. 

No silêncio de meu quarto 

a ousadia me afogueia as faces 

e eu fantasio um levante; 

mas amanhã, 

diante do juiz, 

talvez meus lábios 

calem a verdade 

como um foco de germes 

capaz de me destruir. 


Olho ao redor 

e o que vejo 

e acabo por repetir 

são mentiras. 

Mal sabe a criança dizer mãe 

e a propaganda lhe destrói a consciência. 

A mim, quase me arrastam 

pela gola do paletó 

à porta do templo 

e me pedem que aguarde 

até que a Democracia 

se digne a aparecer no balcão. 

Mas eu sei, 

porque não estou amedrontado 

a ponto de cegar, que ela tem uma espada 

a lhe espetar as costelas 

e o riso que nos mostra 

é uma tênue cortina 

lançada sobre os arsenais. 


Vamos ao campo 

e não os vemos ao nosso lado, 

no plantio. 

Mas ao tempo da colheita 

lá estão 

e acabam por nos roubar 

até o último grão de trigo. 

Dizem-nos que de nós emana o poder 

mas sempre o temos contra nós. 

Dizem-nos que é preciso 

defender nossos lares 

mas se nos rebelamos contra a opressão 

é sobre nós que marcham os soldados. 


E por temor eu me calo, 

por temor aceito a condição 

de falso democrata 

e rotulo meus gestos 

com a palavra liberdade, 

procurando, num sorriso, 

esconder minha dor 

diante de meus superiores. 

Mas dentro de mim, 

com a potência de um milhão de vozes, 

o coração grita - MENTIRA !


Autor : Eduardo Alves da Costa



Ilegalidades nas delações premiadas e na operação lava jato



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Miguel do Rosário


O ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, em audiência pública organizada pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ), no âmbito da CPMI da Delação, afirmou que o Ministério Público não deveria comportar “dallagnois”, ou seja, heróis do eu sozinho.

Aragão denunciou duramente o comportamento “conspirativo” do Ministério Público, e os procedimentos obscuros, beirando o achaque, a chantagem, a ameaça, com que as delações são obtidas.

Ele citou o caso do procurador Angelo Goulart, que, chamado para participar de uma reunião entre MP e alguns réus, gravou em seu celular uma chantagem explícita de outros procuradores. 

Diante de um empresário aflito com o bloqueio de suas contas, que o impediria de pagar o salário de seus funcionários, os procuradores perguntaram: quanto você quer para delatar? 

Goulart então apresentou a gravação ao advogado do réu (que, absurdamente, não estava presente), e foi preso por isso, por determinação do então procurador-geral, Rodrigo Janot. 

Aragão pergunta: onde está o áudio dessa gravação? 





O depoimento do professor Aury Celso Lima Lopes Junior, titular do programa de pós-graduação em Ciências Criminais na PUC-RS, autor de diversos livros já famosos sobre o tema, é uma bomba atômica jogada sobre a maneira como a delação premiada está sendo praticada no Brasil.

Os leitores do Cafezinho precisam assistir a esse vídeo! Lopes Jr desmonta, ponto a ponto, as arbitrariedades e bizarrices da delação premiada, em especial da Lava Jato.

Ele denuncia, sem esconder sua profunda indignação intelectual, a forma como as delações de executivos da Odebrecht foram realizadas. 

A fala do professor foi feita em audiência realizada no dia 21/11/2017, na Câmara dos Deputados. 




O professor Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, titular de Direito da UFPR, denuncia as ilegalidades da Lava Jato e da delação premiada e demonstra que as intenções por trás destes processos é degolar a classe política. Talvez não inteira, mas os seus membros mais importantes, deixando o país ainda mais vulnerável aos caprichos da meganhagem togada.

Assistam ao vídeo abaixo. É uma aula fundamental para se entender a conjuntura política. Se você ainda tinha dúvidas sobre a ilegalidade da Lava Jato, esse depoimento, de um dos juristas mais importantes do país, não deixa dúvida.

A indústria de delação premiada, diz o professor, ameaça todos os cidadãos brasileiros.





O evento completo pode ser assistido aqui. Estamos, na medida do possível, baixando os vídeos, e os editando, para facilitar o acesso do internauta a esses depoimentos.



Postado em O Cafezinho em 22/11/2017



Conversa com Eugênio Aragão sobre o Ministério Público Federal, Operação Lava Jato e outros assuntos




  Livro do jornalista Paulo Moreira Leite 


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Pesquisa divulgada pelo jornal Valor Econômico mostra que a Esquerda vencerá as eleições 2018









Pesquisa divulgada pelo jornal Valor econômico desfaz o mito de que o brasileiro seja ultra conservador e elegerá um presidente de direita em 2018.

A pesquisa mostra que o brasileiro é avesso a teses dorio-bolsonarianas e que, se não puder votar em Lula, votará em quem ele indicar. A esquerda está voltando !













A Grande Farsa



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A operação Lava Jato sendo desmascarada ! Uma bomba contra o juiz popstar !















Bispo católico denuncia a Globo



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Alex Cuadros : a leviandade jornalística a serviço do império



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Miguel do Rosário


A batalha mais difícil que teremos de enfrentar, para recuperamos a imagem do país, não é a política, cujo debate, mal ou bem, em virtude da internet, oferece um pouco de pluralidade e, sobretudo, profundidade.

Não é nem mesmo a jurídica, na qual os vencedores de hoje virão a ser os derrotados de amanhã, desde que a verdade, com sua força interna, se imponha sobre as “convicções”.

O front de guerra mais perigoso, mais traiçoeiro, é aquele da imprensa tradicional, porque ela é o instrumento principal do poder ideológico das classes e países dominantes, usado para perpetuar situações de extrema desigualdade que produzem sofrimento e miséria em toda parte.

Eu enfatizo o termo “imprensa tradicional”, porque refiro-me não apenas àqueles mesmos órgãos de imprensa suspeitos de sempre, mas a todas as histórias que se penduram, de maneira superficial e preguiçosa, nas narrativas consolidadas por aqueles órgãos, ou por seus subsidiários nos países periféricos.

O caso de Alex Cuadros, um jovem jornalista norte-americano que passou alguns anos morando no Brasil, como correspondente da Bloomberg, primeiro, e depois como colaborador de outras empresas, é emblemático.

Cuadros veio ao Brasil com uma missão curiosa: seria uma espécie de correspondente especializado na vida e negócios dos ultrarricos brasileiros.

Naturalmente, uma missão assim pressupõe que o jornalista em questão tenha uma personalidade suficientemente forte para enfrentar o assunto com desassombro: o investimento da Bloomberg nessa nova “editoria” certamente não visava produzir relatos de um repórter deslumbrado pela riqueza alheia. A agência pedia descrições vívidas, interessantes, informativas.

Encerrado o trabalho, Cuadros permaneceu no Brasil e escreveu um livro sobre os bilionários brasileiros, intitulado Brazillionaires, que foi traduzido e vendido por aqui também. Eu comprei o livro pela Amazon, ainda em inglês e o li.

É um livro que oferece passagens interessantes. Traz até a informação sobre a “mansão dos Marinho” em Paraty, ligada as histórias obscuras de lavagem de dinheiro, que os Marinho negam que pertençam a eles. O capítulo sobre a família Marinho, aliás, é o mais interessante do livro.

Mas outros capítulos revelam que Cuadros não conseguiu fugir do senso comum que, certamente, rodeava seu círculo de amizades enquanto morava no Brasil e, sobretudo, suas leituras da imprensa tradicional. A comparação entre a construção de usinas hidrelétricas, responsáveis por assegurar a soberania energética do país e, com isso, o nosso desenvolvimento, com “pirâmides do Egito” é uma das coisas mais estúpidas que eu tive a oportunidade de ler.

Ao mesmo tempo, é uma comparação que, de forma inconsciente, externa um sentimento imperialista em relação ao Brasil. Cuadros não encontraria jamais espaço para afirmar isso sobre a construção de usinas, refinarias ou hidrelétricas nos EUA, que podem até ser criticadas do ponto-de-vista ambiental, mas jamais comparadas com obras faraônicas que não teriam nenhum uso prático para os povos do Egito Antigo.

Já o Brasil, ah o Brasil! Construir refinarias, hidrelétricas, usinas nucleares, certamente só poderia ser uma iniciativa faraônica feita com intuito de enriquecer empreiteiras e roubar. Sergio Moro, com menos inocência que Cuadros, falaria coisas semelhantes em suas “palestras” para o mercado financeiro.

Hoje, Cuadros escreve sobre o Brasil para o site da New Yorker (não sei se os textos vão também para a edição impressa) e foi aí que voltei a encontrá-lo, e a me decepcionar – não apenas com Cuadros mas também com a New Yorker.

A New Yorker que eu conhecia, e gostava, publicava reportagens incômodas, originais, profundas, de gente como Gore Vidal e Truman Capote.

Os textos de Cuadros são notinhas superficiais, curtas, desinteressantes, escritas com um espírito preguiçoso e leviano, que apenas copiam clichês da mídia tradicional brasileira.

Seu último texto na New Yorker é uma resenha sobre recentes ameaças de golpe militar e… Jair Bolsonaro. Se o Brasil vivesse uma situação normal, talvez eu gostasse do texto, porque fala mal de Bolsonaro e dos militares. Mas não estamos numa situação normal. É um desses textos superficiais que, ao não mencionar nenhuma das causas reais dos processos políticos atuais, apenas reforça as mesmas narrativas que produziram as declarações de oficiais em prol de um novo golpe e o próprio Bolsonaro.

Quando Cuadros sai da mera descrição dos fatos relativos as ameaças militares e do anedotário sobre Bolsonaro, ele diz que “nesse meio tempo, deputados de distintas identidades ideológicas se uniram para minar o poder do judiciário”.

A afirmação é típica: ela integra o núcleo duro da narrativa dominante no Brasil, e é mentirosa.

O dever do jornalismo não pode ser, jamais, repetir o senso comum. A afirmação de Cuadros poderia vir de um esquerdista alienado, que acredita na Lava Jato e em Sergio Moro (uma categoria em declínio, felizmente), ou de um representante da antipolítica, que rejeita todos os partidos. Ou de um eleitor de Bolsonaro.

Sim, porque as pesquisas mostram que o principal apoio à Lava Jato e a Sergio Moro vem dos eleitores de Bolsonaro.

Nas manifestações em favor do impeachment, os mesmos grupos que defendiam uma “intervenção militar” foram migrando para a defesa de Sergio Moro – e isso não porque esses grupos se tornaram mais democráticos, e sim porque a “intervenção judicial” abraçou o autoritarismo brutal que esses grupos clamavam.

Quando partidos e políticos se unem em críticas ao judiciário, não é para “minar o seu poder”, como afirma Cuadros, e sim para tentar reconduzi-lo aos trilhos constitucionais.

Como Cuadros é um leitor da Folha de São Paulo e do colunista Josias de Sousa, talvez ele não saiba que vem florescendo, no Brasil, uma rica bibliografia contra o autoritarismo do judiciário brasileiro, assinada por nossos mais competentes juristas. Eu o aconselharia a ler as colunas de Lenio Streck, no Conjur, por exemplo.

Em “Estado pós-democrático”, livro lançado há poucos dias, o juiz de Direito Rubens Casara também faz uma denúncia sombria, dolorosa, terrível, contra o fascismo judicial que vem se alastrando no país – sobre o qual o jornalista Alex Cuadros, justamente pelo vício de ler a realidade brasileira apenas através de seus grandes meios de comunicação, não deve ter informação suficiente.

Cuadros omite dos leitores da New Yorker que foram esses mesmos meios de comunicação que apoiaram o golpe de 64, que sustentaram a ditadura, construíram a atmosfera que levou ao golpe de 2016, chancelam os ataques de Temer aos direitos sociais, e teceram a narrativa que fez Bolsonaro e o golpe militar se tornarem um risco real à democracia brasileira.

Curioso, eu acabei entrando num artigo de Alex Cuadros, também publicado no site da New Yorker, em julho, sobre a condenação de Lula.

O título diz tudo: “A mais importante condenação criminal da história brasileira”.

Se esse post fosse apenas sobre este artigo, e não sobre a leviandade jornalística, de uma forma mais geral, eu poderia intitulá-lo como “O mais vergonhoso artigo da história da New Yorker”.

No entanto, é um artigo curto, incrivelmente desonesto e superficial, ou seja, totalmente na contramão da ideia que eu tinha da New Yorker, no qual Cuadros apenas alinhava os principais chavões que sustentam a narrativa da imprensa corporativa do Brasil.

Durante toda a era Lula/Dilma, a imprensa brasileira vendeu a tese de que uma das funções mais importantes da imprensa era fazer a “crítica ao poder”. É um conceito nobre, mas sua prática, pela própria imprensa, sempre se revelou falsa: porque o único poder que ela efetivamente criticava era o poder do presidente da república. Ora, o poder jamais, em nenhum país democrático, está concentrado exclusivamente em mãos do presidente da república. Há o poder da própria mídia, que muitas vezes é superior. Há o poder das corporações privadas. O poder do mercado. O poder, sobretudo, do judiciário e dos estamentos jurídicos & policiais do Estado. Este último poder, aliado à mídia, tornou-se um monstro que, após devorar o voto de 54 milhões de eleitores e a própria democracia brasileira, vem engolindo direitos sociais, garantias individuais, patrimônio nacional, esperança, e não parece disposto a parar.

Onde está, na imprensa brasileira, a crítica a esse poder?

Não está.

E, com certeza, também não está nas resenhas preguiçosas de Alex Cuadros para a revista New Yorker.

A “condenação” de Lula por Sergio Moro é baseada na delação de um torturado, Leo Pinheiro, que mudou sua versão em relação ao apartamento de Lula apenas depois de ter seus pedidos de habeas corpus sistematicamente negados e não ter nenhuma esperança de um julgamento imparcial enquanto não fizesse o jogo sujo da Lava Jato.

Sobretudo, é uma condenação que não apresenta uma mísera prova contra o ex-presidente. Tanto é assim que centenas de juristas, perplexos e indignados, escreveram e publicaram, em tempo recorde, um livro com artigos denunciando essa condenação.

Ao não mencionar essas críticas, Alex Cuadros falseou a realidade e se alinhou à turma de Bolsonaro, aos golpistas, e contra todos que lutam por justiça social e por um Estado democrático de Direito no Brasil.

É também um artigo profundamente vulgar do ponto-de-vista intelectual, porque trata o judiciário como um poder isento, ignorando todos os absurdos que estamos testemunhando no país, e que culminaram com o suicídio do reitor da universidade federal de Santa Catarina, Luis Carlos Cancellier, acusado e preso em mais um desses intermináveis e insuportáveis processos kafkianos em que agentes do Estado se transformam em furiosos justiceiros.

A leviandade de Alex Cuadros, no entanto, tem uma função importante. Como todo jornalista da “imprensa tradicional”, Cuadros tem uma sensibilidade extremamente apurada para a autocensura e para a necessidade de ser manter fiel às narrativas centrais. Seu artigo sobre Lula é, portanto, apenas mais um entre milhares de textos escritos por jornalistas corrompidos por um sistema que é tanto mais brutal quanto é invisível.

Eu vou publicar um trecho (traduzido por mim) do artigo de Cuadros e identificar seus erros de análise.

Lideranças sindicais e políticos de esquerda convocaram um protesto contra o que eles consideram ser uma perseguição política, praticada por uma conspiração de direita para enterrar as chances de Lula retornar à presidência. “Isso não é democracia”, declarou Lindbergh Farias, senador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em vídeo divulgado em sua página de Facebook.

O problema com essa teoria é que a Operação Lava Jato também atacou políticos de direita. O atual presidente, Michel Temer, que ajudou a orquestrar o impeachment da sucessora de Lula, Dilma Rousseff, é um dos que vários líderes conservadores que enfrentam acusações de corrupção (ele nega as acusações). Na verdade, políticos poderosos de direita e esquerda começaram, discretamente, a se unir contra a Operação Lava Jato. Nos bastidores, o PT tem notadamente agido com o partido de Temer com dois objetivos: anistiar políticos que usaram dinheiro de caixa 2 e restrição ao poder dos procuradores. No mês passado, Lula inclusive defendeu Temer publicamente, acusando o procurador-geral de “pirotecnia” e dizendo que ele deveria ser punido caso suas alegações não forem provadas.

Em sua condenação, Moro citou o escritor inglês do século XVII, Thomas Fuller: “Que você não esteja nunca tão alto, que a lei fique acima de você”. Isso é um conceito muito novo no Brasil.

Vamos começar pelo final, pela frase de Fuller que Moro achou no Google. É bem sintomático que Moro cite alguém do século XVII. Se estivesse mais conectado aos debates contemporâneos sobre direitos humanos e garantias individuais, Moro poderia citar, por exemplo, Luigi Ferrajoli, que o comparou, a ele, Sergio Moro, a um juiz da Inquisição. O depoimento de Ferrajoli, no entanto, foi omitido na grande mídia e, por isso, Alex Cuadros não o leu.

Sobre a frase em si, é mais uma dessas citações idiotas de Sergio Moro, como aquela outra de Roosevelt. Ora, no Brasil, ela deveria ser invertida para algo como: que a Lei nunca esteja tão alto, que esteja acima das garantias individuais.

O populismo penal que serve de fundamento aos arbítrios da Lava Jato, sobre punir “ricos e poderosos” é muito típico do fascismo. Ora, a ditadura militar também atingiu alguns “ricos e poderosos”. Os políticos cassados pela ditadura também seriam “poderosos”, e todos os empresários que não pactuaram com o regime foram perseguidos. Famílias de classe média, com dinheiro para pagar os melhores advogados do país, não conseguiram salvar seus filhos de tortura e assassinatos políticos. A Excelsior, principal tv do país, a Panair, importante companhia aérea, e inúmeros jornais prestigiados e “poderosos” foram censurados e perseguidos pela ditadura. Ou seja, perseguir “poderosos” não é nenhuma prova de democracia. No caso da Lava Jato, a perseguição a “poderosos” teve como premissa destruir os únicos setores da indústria brasileira que competiam internacionalmente, e que tinham capacidade tecnológica para fazer os investimentos necessários em áreas estratégicas, em especial no campo da energia.

Além do mais, há uma falácia aqui. Se a Lava Jato atinge políticos de vários partidos, o foco sempre foi o PT. Foi contra o partido dos trabalhadores que toda a narrativa lavajatiana se organizou. Os empresários presos tiveram suas relações com PT e Lula devassadas, enquanto as mesmas relações que tinham com outras agremiações eram omitidas, abafadas. Nenhum tesoureiro ou marketeiro de outros partidos foi preso. E vejam bem: a gente tem que tomar muito cuidado com essas armadilhas do punitivismo. Não interessa à democracia brasileira prender os tesoureiros ou marketeiros ou políticos de todos os partidos. O Estado não tem de perseguir ninguém.

Alex Cuadros não é um bom observador político, pois em caso contrário não poderia deixar de considerar que as ações da Lava Jato (prisões, vazamentos, depoimentos) sempre foram agendadas de olho numa agenda política que visava atingir o PT.

A perseguição a políticos de direita, como Michel Temer, não veio do núcleo original da Lava Jato. Foi um ensaio desastrado do procurador-geral, e que logo esbarrou na tradicional blindagem do establishment. Nem há comparação, de qualquer forma, entre as denúncias envolvendo Temer, Aécio, Geddel, que envolvem gravações, malas de dinheiro, e as que envolvem políticos do PT, a começar por Lula, que jamais trazem uma prova física e ficam a rodear teorias, estas sim ridiculamente conspiratórias, sobre propriedades de apartamento, sítios e pedalinhos, sem que se aponte conexões concretas, plausíveis, com esquemas de corrupção.

Volto a sugerir a Cuadros que leia o livro de Casara sobre o estado pós-democrático. Nele, há a denúncia sobre o uso de métodos democráticos apenas nas aparências, entre os quais justamente esta simulação de imparcialidade, que consiste em dar uma na ferradura após duzentos golpes no ferro.

O judiciário não é um poder absoluto. Suas decisões podem e devem ser criticadas. Se podemos apontar uma consequências positiva da Lava Jato é destruir, para sempre, a falsa conexão entre judiciário e justiça. Outra consequência importante é desmascarar o chapa-branquismo das narrativas da imprensa tradicional. Ela finge que é crítica ao poder apenas quando detecta que o poder migrou para outra parte. No Brasil, a imprensa é, historicamente, crítica à democracia e a toda forma de poder organizado da população, em especial de suas camadas mais humildes.

O nosso judiciário prende e persegue “ricos e poderosos” brasileiros e depois corre para o Brazil Institute, do Wilson Center (que eu chamo no Cafezinho de “think tank da CIA”), para prestar contas aos “ricos e poderosos” dos Estados Unidos, a começar pelo próprio presidente do Brazil Institute, Anthony Harrington, CEO da Albright Stonebridge, uma firma de lobby que atende aos interesses do governo americano e de suas principais corporações.

Entretanto, seria demais esperar que estes assuntos sejam tratados pela New Yorker ou seus repórteres neste momento. Se a imprensa norte-americana tradicional abordar os atuais esquemas de dominação de seu país sobre o nosso, será apenas daqui a algumas décadas.

O final do artigo de Cuadros é tão desonesto quanto absurdo:

Essa é uma disputa que desafia categorias ideológicas, jogando a maioria da classe política contra o público. Lula ajudou milhões de pobres do país, mas se alinhar com ele ajuda a minar a luta contra a impunidade.

De que tipo de impunidade fala Cuadros? Da impunidade de juízes e procuradores criminosos? Cuadros não parou para pensar que a corrupção no judiciário, que é igual ou maior à da classe política, se alia a seu autoritarismo, acentuado pelo fato de que, à diferença do Executivo e do Legislativo, ele é institucionalmente distante das classes populares?

Cuadros não parou jamais para pensar que se o judiciário condena sem provas (e não sou eu que o digo, mas centenas de juristas importantes), então não há, obviamente, nenhum combate à impunidade ou à corrupção, e sim uma instrumentalização inescrupulosa de um poder burocrático do Estado com finalidades políticas as mais escusas?

Alinhar-se com Lula, prezado Cuadros, contra procuradores e juiz, não é “enfraquecer” o judiciário, tampouco contribuir para a impunidade. Muito pelo contrário. O judiciário, como qualquer poder, precisa ser escrutinizado, reformado, aperfeiçoado, pela crítica constante, dura, da população.

E a luta contra a corrupção, como sabem todos que conhecem e estudam a história do Brasil, tem de ser expurgada de seus oportunistas, no judiciário, na política e, sobretudo, na mídia, porque estes costumam, com frequência, instrumentalizá-la para impor formas muitos mais terríveis de corrupção.



Postado em O Cafezinho em 14/10/2017



Imagine o que a " imprensa tradicional " faria

 se fosse o PT