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A era da insensatez e o caso do neto de Lula : Deus não perdoará !


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Lenio Luiz Streck

Resumo: A crueldade humana não tem efeito constitutivo; é declaratório. Assim como a imbecilidade. Ela sempre esteve aí. A internet a revelou! Se o mundo tem pessoas horríveis, meu dever é incomodá-las!

Duas frases marcaram a semana: a blogueira Alessandra Strutzel (sim, temos de dar nome aos bois e bois aos nomes!) disse, ao saber da trágica morte do neto de Lula, de 7 anos: "Pelo menos, uma notícia boa". E a do deputado Eduardo Bolsonaro (Deus acima de todos – eis o slogan da moda): A ida de Lula ao enterro "só deixa o larápio em voga posando de coitado"! Houve ainda muitos outros "pronunciamentos" de ódio e regozijo pela morte do menino de 7 anos.

Até onde chegamos? É o fundo do poço? O que Deus diria disso, ele que, conforme o slogan, "está acima de todos?"

Confesso a vocês – e Rosane, minha esposa e Gilberto, um de meus assistentes, são testemunhas – que esse episódio me abalou profundamente. Embarguei a voz. Triste pela morte da criança e estupefacto e magoado com a raça humana e com a reação das pessoas nas neocarvernas que são as redes sociais. Ah, blogueiros e influenciadores, coachings e quejandos, ah, quantos justos haverá em Sodoma? Abraão será um advogado que lhes conseguirá um HC?

Peço paciência para me seguirem no que vou dizer. No auge do macartismo, em audiência no Senado, o advogado Joseph Welch teve a coragem de perguntar ao senador McCarthy, o homem que deu nome à prática de ver comunismo em tudo:

"Senhor, você perdeu, afinal, todo senso de decência?" Pergunto aos odiadores que comemoraram ou trataram com raiva de Lula o episódio fatídico:"Senhores e senhoras, parlamentares, blogueiros, twuiteiros, whatsapianos e faceboqueanos: vocês perderam, afinal, todo senso de decência?"

Em tempos de hinos nas escolas, na era das acusações de marxismo cultural (sic), eu poderia muito bem falar aqui sobre o macartismo à brasileira. Não vou. Falo, hoje, sobre nosso senso de decência. Ou melhor, tento falar sobre o senso de decência que perdemos.

Também não vou falar — não diretamente — sobre aquilo que, agora, todos já sabem ter acontecido. Lamentavelmente, morreu o neto, de sete anos, do ex-Presidente Lula. Sobre isso, não há o que falar. É o zero total. É Timon de Atenas, de Shakespeare, propondo o fim da linguagem. Shakespeare, logo ele, que bem sabia que a linguagem é a casa do Ser (Heidegger).

Sou um hermeneuta. Bem sei que a linguagem é, como dizia Ortega y Gasset, um sacramento que exige administração muito delicada. Da palavra não se abusa; não se pode colocá-la em risco de desprestígio. É precisamente por isso que sei que sobre a morte de uma criança não se fala; lamenta-se. Chora-se.

Vou (tentar) falar, portanto, repito, sobre o senso de decência que perdemos. Confesso, é difícil: às vezes, a degradação e a desumanidade são tão grandes que também parecem impor o silêncio. Mas como Auberon Waugh dizia sabiamente,

se é verdade que o mundo é um lugar horrível com pessoas horríveis, temos o dever sagrado de incomodá-los sempre que possível.

Eis a minha tarefa: incomodar as pessoas horríveis. O que dizer em tempos nos quais uma legião de imbecis, para usar as palavras de Eco, aproveita-se da morte de uma criança e utiliza as redes sociais para destilar ódio e externar a própria baixeza? É hora do grito de Schönberg: Palavra, oh Palavra, que falta me faz!!!!

O que dizer quando se torna normal que um deputado — o mais votado da história do país — vai às redes sociais, sempre as redes sociais, para dizer que "cogitar" a saída de Lula para o enterro do neto (saída que está prevista na lei, diga-se) "só deixa o larápio [sic] em voga posando de coitado"?

Perdemos, afinal, todo senso de decência? Não, não tenho raiva. Sinto é...pena.

O que Deus, que está "acima de todos", diria? Ou dirá? Deus, que disse que nunca mais inundaria a terra:

"nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra".

Deus disse também que sempre que houvesse nuvens sobre a terra, e o arco aparecesse nas nuvens, lembrar-se-ia "da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a terra".

E se o Altíssimo mudasse de ideia? E se Deus dissesse que, afinal, a humanidade deu tão errado que é hora de um novo dilúvio?

E se o critério de seleção para o dilúvio fosse aquilo que se diz, espalha, compartilha, no WhatsApp? Já pensaram? Como falei na coluna passada (ler aqui), que tal se Deus fizer uma PEC e alterar o estatuto do purgatório? Então, a partir de agora, o juízo final será feito por Ele a partir do exame do WhatsApp de cada um (e também do twitter e face). Uma olhadinha e Deus manda para o inferno. Platão foi o primeiro a denunciar as fake news. Platão mostrou que dizer aos néscios que as sombras são sombras é uma coisa perigosa. Pode ser apedrejado. Como o sujeito que saiu da caverna o foi.

Dizer hoje, a quem está mergulhado nas redes e pensa que o mundo são as redes, que esse mundo é imundo, em que o joio fez fagocitose ruim no trigo, pode também ser perigoso. Denunciar isso pode dar apedrejamento. Por isso, Deus acertou em fazer essa PEC alterando o regulamento do purgatório. O critério é simples: uma olhadinha no whatts e face. E, bingo. Vai para o fogo do inferno!

George Steiner bem dizia: tornamo-nos a civilização pós-verbo. A banalização da linguagem, por meio das redes sociais, corrompe a ideia da verdade. O limite do que é socialmente aceito é colocado cada vez mais longe. O que é verdadeiro? Não há mais critérios. O que se pode dizer? Tudo, porque limites já não há.

A era da técnica e das redes sociais, que prometiam a democratização da informação, desenvolveram um vocabulário próprio; estabeleceu-se um novo jogo de linguagem. No lugar do paraíso da horizontalidade, o inferno da barbárie interior que se exterioriza. ("Hipocrisia, que falta você faz", diz Hélio Schwartsman.) Será que a blogueira que comemorou a morte do neto de Lula externaria o pensamento na fila do banco?

No princípio era o Verbo. E no fim, o que será? No final era o whattsapp? O facebook?

Nenhum homem é uma ilha. A morte de todo ser humano diminui a nós, que somos parte da humanidade. Talvez as palavras, sempre as palavras, de John Donne nunca tenham sido tão urgentes.

Mas um alerta: não pergunte, afinal, por quem os sinos dobram. A resposta pode vir pelo WhatsApp.

(Pergunto mais uma vez aos macartistas que recusam as regras do jogo de linguagem da decência e aderem ao jogo das redes, e já têm – sempre - comentários prontos: senhoras e senhores, perdemos todo senso de decência?)

Post scriptum: gesto humano foi, dentre outros, o demonstrado por Gilmar Mendes, conforme noticiou Mônica Bergamo (aqui). Também me emocionei quando li a matéria de Mônica. E entendi melhor ainda a minha emoção anterior.


Lenio Luiz Streck   Lenio Luiz Streck - Jurista, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito.

Postado em Brasil 247 em 02/03/2019


Manuela D’Ávila : “ Decidi, no próximo ano, combater redes de notícias falsas e de conteúdos de ódio ”






Publicado no Facebook de Manuela D Ávila


E se fosse você ?

Eu estava grávida quando fui vítima de minha primeira experiência de grande rede de distribuição de notícias falsas/fake news (certamente financiada). Inventaram uma viagem pra Miami e um enxoval. Nem conheço Miami, nem fiz enxoval para Laura. À época achei graça. Mentiras sem sentido. Como alguém acreditaria numa viagem que não fiz para compras que não fiz? Fui ingênua e quando percebi o debate já era sobre meu direito ou não de viajar e fazer compras, ou seja, já era sobre a mentira.

Quando Laura fez 45 dias viajamos juntos: eu, Duca e ela. Estávamos muito felizes pois era a primeira viagem dela para um hotel para assistir a um show do Pai. Quando Duca estava no palco uma mulher se aproximou e deu dois tapas em laura (que estava presa pelo Sling) porque disse que o pano era comprado em Miami e deveria tê-lo comprado em Cuba. Laura apanhou aos 45 dias de uma pessoa desequilibrada a partir de uma mentira que circulou nas redes.

Assim me preparei para enfrentar 2018. Poucas coisas piores do que aquilo poderiam me acontecer. É verdade que quase fui linchada com ela dormindo por uma mulher que incitou a multidão, é verdade que fui agredida muitas vezes na frente dela e de outras pessoas de minha família. Mas eu me preparei naquela agressão, há mais de 3 anos, para enfrentar esse comportamento fascista (de me tornar não humana, de me desumanizar como define Hannah Arendt, de me tornar e a Laura também apenas um inimigo a ser combatido).

Em 2018 fui alvo de todo tipo de montagem. 

Destruíram meu corpo, manipularam minhas palavras, fizeram com que conhecidos rompessem relações comigo por acreditarem em notícias falsas. Chegamos ao fundo do poço e tentaram me levar lá pra baixo. 

Há quem diga que vivemos o fim da era do humanismo, o fim do ciclo das conquistas da Revolução Francesa e, com isso, o fim de um sentimento construído historicamente com a revolução: a empatia, o colocar-se no lugar do outro, o sentir que o outro é um igual. 

Mas eu não fui para o fundo do poço, nós não iremos e eu decidi, no próximo ano, dedicar parte de minha vida para combater redes de notícias falsas e de conteúdos de ódio porque para mim a empatia seguirá existindo e nós não soltaremos nossas mãos. 

Para mim, cada um de nós tem um compromisso: refletir sobre si mesmo antes de apertar o botão de compartilhar ou de gritar na rua. 

E se fosse você que tivesse suas palavras manipuladas, seria engraçado ? 

E se fosse você que fosse agredido com seu filho no colo, seria casual ? 

E se fosse você que defendesse uma ideia que acredita e tentassem lhe constranger, agredindo sua família, como você se sentiria ? 

Existe um combate macro, um combate a quem financia aos robôs, um combate ao dinheiro sujo que financia a baixaria. Mas existe uma mudança individual, a mudança que nos é exigida para que mantenhamos a internet um ambiente livre e democrático. Essa mudança passa pela ideia de que o outro é igual a nós e, portanto, merece nosso respeito, nossa EMPATIA. 

Por um mundo cada vez mais diverso e livre, por um mundo em que a gente sempre pense antes de agir: “ e se fosse comigo? ” 

A maior revolução é o amor. 

O amor por si mesmo, o amor ao próximo. 

Como já nos disse, há quase dois mil anos, o aniversariante do dia 25 de dezembro: “ amai ao próximo como a ti mesmo ”. 

Feliz 2019 !



Postado em DCM em 22/12/2018



Manuela Pinto Vieira d'Ávila é jornalista e política brasileira, filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Foi deputada federal pelo Rio Grande do Sul entre 2007 a 2015 e líder de seu partido na Câmara dos Deputados, em 2013. Exerce atualmente o mandato de deputada estadual em seu estado.

Natural de Porto Alegre, começou sua carreira política no movimento estudantil e depois ingressou na política partidária. Foi a vereadora mais jovem da história de Porto Alegre, eleita em 2004.

Foi eleita deputada federal em 2006 e reeleita em 2010, alcançando recordes de votação. 

Concorreu à prefeitura da capital gaúcha duas vezes. Na primeira vez, em 2008, ficou na terceira colocação. Na segunda tentativa, em 2012, ficou na segunda colocação. 

Em 2014, foi eleita deputada estadual com a maior votação para o cargo naquele ano. 

Em 2017, foi indicada por seu partido como pré-candidata à Presidência para a eleição de 2018.

Desistiu da candidatura para ser candidata a vice-presidente, na chapa de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.


Dados postados em Wikipédia






Isto é o que as operadoras querem há muito tempo. Internet cara e para poucos !

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Vídeo de 2016




Vídeo de 2017



Nota 

Até 2015, com um governo mais a favor do povo, as operadoras não conseguiram colocar o preço caro que sempre desejaram ! 

A partir de 2016 as coisas mudaram para pior.

 E agora, a partir de 2019, as operadoras irão deitar e rolar ! 

E não preciso explicar os motivos, né ? ! ?


( Rosa Maria )




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Fernando Haddad e Manuela D'Avila farão debate, ao vivo, com jornalistas e eleitores, nesta quinta-feira às 22 horas


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A TV 247 irá transmitir ao vivo, a partir de 22h desta quinta-feira (9) o debate de Fernando Haddad e Manuela D'Avila com jornalistas e eleitores.

Será igualmente transmitido pelos canais do PT, do PC do B, dos candidatos e por uma rede de veículos da mídia independente, blogs, páginas e perfis nas redes sociais.

O Judiciário proibiu a presença de Lula no debate que será promovido entre oito candidatos pela Band e a emissora vetou a presença de Haddad como representante de Lula.


247 - A TV 247 irá transmitir ao vivo, a partir de 22h desta quinta-feira (9) o debate de Fernando Haddad e Manuela D'Avila com jornalistas e eleitores que será igualmente transmitido pelos canais do PT, do PC do B, dos candidatos e por uma rede de veículos da mídia independente, blogs, páginas e perfis nas redes sociais. O debate acontece depois de o Judiciário proibir a presença de Lula no debate que será promovido entre oito candidatos pela Band e de a emissora vetar a presença de Haddad como representante de Lula. 

Se você quiser assistir a transmissão, o endereço da TV 247 é youtube.com/brasil247. Também será possível acompanhar pela página do 247 no Facebook: facebook.com/brasil247 

Antes dos debates, haverá um "esquenta" a partir de 21h com a presença de Leonardo Attuch e Mauro Lopes, do 247, e de Renato Rovai, da Fórum. A conversa acontece em rede, nos canais da TV 247 e da Fórum (youtube.com/forumrevista). Os comentários continuarão ao longo dos debates, tanto o de Haddad/Manu como da Band.

Participarão do debate da Band Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).



Postado em Brasil 247 em 09/08/2018




A internet livre será mais um privilégio dos mais ricos



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Seja um nômade digital



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A vida não é uma corrida. E você não é um rato


Tales Luciano Duarte


Você é uma pessoa de muita sorte de estar vivo nesse momento. Você está presenciando um momento épico, no qual as condições e moldes de trabalho estão sendo revistos.

Na geração dos nossos pais, não existia muita opção: o caminho era estudar, ir pra faculdade, arrumar um emprego bom e ficar por lá a maior quantidade de tempo que conseguisse. Gostar ou não do trabalho nem era um questionamento plausível.

Hoje, as paredes dos escritórios e as baias começam a despencar para diversas profissões. Em diversos casos, elas já não fazem mais sentido.

Atualmente, para muita gente, não há mais porque pegar horas de trânsito todos os dias, se locomover para escritórios que em sua maioria ficam em áreas centrais, gastar com transporte, estacionamento, almoço, gasolina, e tudo inflacionado, pois há muitas pessoas fazendo as mesmas coisas nos mesmos lugares.

Há formas mais inteligentes de trabalhar, ganhar dinheiro e ter uma vida com sentido ao mesmo tempo. Com as condições de trabalho atuais, várias pessoas podem realizar suas funções de qualquer computador com acesso à internet.

Nem mesmo reuniões precisam necessariamente ser presenciais, hoje em dia, salvo algumas exceções. A internet possibilitou uma nova opção para aqueles que se sentem muito mais inspirados e produtivos quando trabalham em casa ou em qualquer outro lugar de sua escolha.

Ela veio para ser uma ferramenta poderosa para aqueles que estão insatisfeitos com seu caminho profissional e de vida, e que desejam trabalhar e viver de outra forma. Ela é a carta de alforria para milhões de pessoas que há tempos se sentiam frustrados com seus trabalhos.

As pessoas começaram a perceber que o tal Sonho Americano estava mais para pesadelo, já que esse modelo de vida capitalista estava criando cada dia mais prisões nas vidas delas. Elas começaram a perceber que tinham entrado numa corrida alucinada sem fim em busca de mais dinheiro, independente das consequências.

Não somos contra ganhar dinheiro – muito pelo contrário. Somos a favor de ganhar dinheiro, mas sem que isso signifique ter de abdicar de 80% do seu tempo, e passar a viver somente nos intervalos do expediente.

A vida é curta demais para isso. O roteiro é bem previsível: a partir do momento em que você faz faculdade, é fadado a trabalhar com aquilo pelo resto da vida. E ai de quem reclamar, já que existem mais candidatos do que vagas no mercado.

Quando consegue um emprego, tem que se manter na trilha e fazer tudo o que o chefe mandar para construir uma carreira. Depois é preciso ir subindo de cargo com o tempo, e ganhar cada dia mais dinheiro para conseguir sustentar o padrão de vida formado por todos os gastos que você é obrigado a ter quando vira um adulto.

Você compra uma casa, e ela passa a ser sua dona. É preciso consertar as goteiras no telhado, aparar a grama, pintar, arrumar as trincas, comprar móveis bonitos, colocar TV a cabo, contratar internet. Se tiver uma apartamento, além de tudo isso, ainda terá de pagar um aluguel eterno que é o condomínio.

Se tem um carro, precisa pagar seguro, gasolina, IPVA. Se vive na correria em uma cidade grande, precisa compensar todo o stress comendo nos restaurantes bacanas, ou mesmo pagando R$ 8,50 no misto quente da padaria inflacionada da esquina por falta de opções.

Comprar vira uma forma de recompensa para as frustrações. Quando o dinheiro acaba antes do planejado, o caminho então é usar o cartão de crédito como se você já possuísse aquele dinheiro, o que resulta em dívidas, que são mais prisões sem grades.

O resultado é que precisamos trabalhar cada vez mais, nos submeter a cada vez mais esforços sem sentido, para que possamos pagar e fazer mais dívidas. Instaura-se assim um looping sem fim, também conhecido como a corrida dos ratos.

Se você se reconhece em alguns desses itens, desculpe lhe informar, mas você também é mais um rato participando de uma corrida sem data pra terminar. Se você não escapar dela, ela não terá fim. Ela foi feita para não ter fim e a única forma de sair desse looping da vida moderna é reconhecer o problema e pular fora da roda antes que seja tarde ou você será consumido por ela.

E há várias maneiras de fazer isso, uma é se tornando Nômade Digital. E para entender bem como fazer isso através do nomadismo digital veja este vídeo do Eme e Jaque criadores do site NomadesDigitais, e assim, terá uma ideia de como interromper essa corrida de rato na sua vida.



Postado em Yogui.co



Beatriz Fagundes : Simplicidade, determinação e liberdade






Radialista da editoria de política vive o poder do agora e diz estar feliz


Luiza Borges

Acompanhada da filha Sheila e do neto Davi, Beatriz Fagundes chegou ao local da entrevista usando óculos escuros e vestindo uma estampa florida, que transmitia o momento de astral leve. Ao apresentar o pequeno de dois anos, comenta que ele brincava de desenhar, sinalizando as mãos riscadas de canetinha. O guri sorri, olhando para a avó e com expressão de gratidão, acena um até breve, deixando-a para o bate-papo com o Coletiva.net. A troca de olhares mostra o apreço pela família, pois os netos são uma das razões da boa fase que Beatriz se encontra: livre e conectada apenas ao que necessita.

Divorciada, em nova etapa profissional e de bem consigo mesma, conta que “é sozinha, mas nunca está sozinha”. Aos 61 anos, é avó de três crianças: Davi, de dois anos e Arthur, de sete, ambos filhos de Sheila, que vivem em Porto Alegre; e Gabriel, de 12 anos, filho de Jeferson, atualmente morando em Florianópolis, Santa Catarina. Sobre a saudade e a distância, conta sorrindo: “Os dois são praticantes do taekwondo. Meu filho é mestre no esporte e o Gabriel está seguindo os passos do pai. Fico por dentro de tudo o que acontece, pois fazemos contato via Skype e converso direto com eles”, comenta, aliviada com as facilidades das tecnologias.

Criada com mais quatro irmãos, Vera, Iara, Matheus e Henrique (já falecido), se recorda da infância em São Leopoldo, onde viveu até os nove anos. “Sou do tempo em que criança brincava na rua, subia em árvores, andava de bicicleta. Eu e meus irmãos nos divertíamos muito”, relembra. Estas boas recordações se mesclam a um acontecimento que marcou a vida de Beatriz. Filha de capitão do exército, acompanhou de perto o clima de repressão durante a ditadura militar, em 1964.

Ela tinha nove anos quando seu pai, Matheus Gonçalves Fagundes, ficou quase 100 dias desaparecido. Ao retornar para a casa, após ser torturado e 20 quilos mais magro, era quase que irreconhecível. A lembrança despertou o interesse da jovem em entender o que era governo. “Queria saber quem tinha o poder de fazer aquilo com uma pessoa. Quem mandava? O que fazia e por quê? ”, conta. Desde então, passou a ler e pesquisar muito, e assim a ligação com a política foi ficando mais forte.

A radialista

Beatriz tornou-se uma mulher determinada e corajosa. O envolvimento com a ciência política acabou se transformando em profissão. Em 1984, o então marido que trabalhava na Rádio Guaíba ficou sabendo de uma oportunidade para produzir o programa do jornalista Lasier Martins. Candidatou-se e conquistou a vaga de produtora-executiva. Durante um ano e meio, foi responsável pelo conteúdo do Guaíba Revista. Foi durante esta época que, por conta de uma situação inusitada, Beatriz entrou no ar. “Eu estava com a escritora Rose Maria Muraro que ia divulgar sua obra ‘A vida sexual da mulher brasileira’. O Lasier chegou no estúdio e, sem explicar o porquê, disse que não ia fazer o programa e foi embora. Fiquei desesperada, mas encarei e apresentei a atração. Fui lá e fiz. Estava quase tendo um chilique, pois ele foi embora e não tive chances de conversar e pegar instruções. Não consigo me lembrar de nada do que falei, mas deu tudo certo”, relata, sorrindo. Deste dia em diante, a radialista de coração trocou a produção pelos microfones e entrou de cabeça no mundo do jornalismo político.

Quando decidiu por este caminho, a questão do nome foi colocada em pauta. Na época, haviam duas figuras femininas se destacando no meio da comunicação, que eram Tânia Carvalho e Magda Beatriz. Então, de Tânia Beatriz passou a se apresentar como Beatriz Fagundes, para diferenciar. A radialista teve experiências futuras na Rádio Gazeta, onde conheceu Nelson Marconi, profissional a quem destaca como ótimo e uma pessoa muito bacana. “Iron Albuquerque foi quem abriu a rádio Gazeta. Ele era outra figura louca, mas que considero sensacional”. Trabalhou ainda durante oito anos na Rádio Pampa e atuou por seis meses na Rádio Bandeirantes.

Como referências na profissão, admira dois profissionais: no Rio de Janeiro, tem Cidinha Campos, que conheceu e por quem despertou um grande carinho. Já no Rio Grande do Sul, Jorge Alberto Mendes Ribeiro, com o qual também teve a oportunidade de trabalhar, era a inspiração. “Eu o achava um cara sensacional”, resume. As influências que tornaram Beatriz a profissional que é vieram de vários cantos. “Tu vai como um beija-flor, pega um pouco do néctar de cada um e cria o teu ser”.

Abertamente de esquerda

Seu posicionamento esquerdista dificultou algumas relações profissionais. “Quando meu contrato com a Bandeirantes se encerrou, fiquei um tempo analisando. Sou de esquerda abertamente e isto me tirou um tempo do mercado”. Foi, então, que veio a experiência na Rádio Real, de Canoas, a qual resume como “uma boa fase”, pois ia de trem e aproveitava para ler muito no trajeto para a rádio. Trabalhou lá durante sete anos, até Lula ser eleito presidente do Brasil, em 2002, quando voltou para a Pampa a convite do vice-presidente da emissora, Paulo Sérgio Pinto.

Foram anos de conversas e contato com grandes figuras da política brasileira. Algumas situações inusitadas ocorreram, lembradas com muito bom-humor pela radialista. Certa vez, estava no ar com os convidados – uma psicóloga e uma sexóloga. Antes de entrar os comerciais, recebeu o sinal do operador de som e falou: ‘Vamos a um breve intervalo sexual e já voltamos’. A gafe passou batida por todos que estavam presentes no estúdio. Mas, de repente, mensagens dos ouvintes começaram a chegar com diversas brincadeiras. Eles falavam: ‘nossa, mas que rapidinho. Já voltaram’. Os comentários aumentaram e, quando entenderam o que aconteceu, foi uma diversão que só.

Manawa, o momento do poder é o agora

“Eu vivo o hoje. Nós não temos o controle da vida. Temos o poder do sim e do não, mas no agora”, garante, ao ponderar que espera um futuro com saúde para continuar fazendo o que a faz bem, sem se preocupar se vai ser rica ou famosa, mas desejando poder fazer o que quiser fazer. “Quero poder tomar as decisões que tenho vontade”.

Atualmente, Beatriz se dedica a um projeto pessoal: a Rádio Web Manawa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, tem no comando a voz da locutora. Fundada em fevereiro de 2016, o veículo traz em sua programação o debate sobre política, é claro, mas também aborda questões atuais, sempre sugeridas pelos ouvintes que participam com bastante frequência. O nome Manawa é inspirado em um dos sete princípios da filosofia havaiana Huna, que entende que o poder vive no agora. Adepta da doutrina, ela explica: “A Beatriz que saiu de casa para vir aqui já não existe mais, a que vai sair daqui ainda nem existe, mas esta que está aqui agora é real”, diz. Beatriz conheceu a filosofia em 1996, através de amigos. Mas foi no ano de 2000, quando sofreu com uma depressão sem explicação, que reencontrou na Huna sua salvação.

Seu programa de rádio é transmitido em um estúdio simples, em estrutura montada na própria casa. “Até cheguei a abrir um espaço fora, mas achei desnecessário, pois consigo entrar no ar e fazer um bom trabalho de casa”. A Manawa conta com a participação dos amigos ouvintes e internautas. “Há uma incrível troca de informações. Abro espaço para a opinião dos ouvintes e eles mandam vídeos, enviam sugestões de pauta, sentem-se e fazem parte do programa”, conta, bastante alegre. Ela trabalha com o que gosta. Viveu muitos momentos bons, realizou diversas entrevistas interessantes sobre assuntos variados como. Isso a faz feliz, pois adquire muito conhecimento. Para ela, o rádio tem que ser companheiro, e o locutor acaba sendo um amigo para o ouvinte.

Momento total zen

Amante de tudo o que envolve energia positiva, Beatriz gosta de absorver informações que vão da astrologia a numerologia, áreas que se identifica muito. “Às vezes, o ser humano passa a vida inteira sem realmente se conhecer. E isto não tem a ver com idade, nem gênero. Existem pessoas que já possuem uma certa idade e muitas experiências, mas ainda não se conhecem de verdade. Estudar a tradição do xamanismo havaiano, entender a Huna me fez olhar as coisas de outro modo.” A liberdade de espírito proporcionou a seguinte maneira de pensar e agir: temos 100% de liberdade em nossas vidas, mas sobre estas escolhas, temos 100% de responsabilidade.

Em sua rotina, Beatriz fica no ar durante a manhã, pela Rádio Web Manawa. Após três horas online, geralmente fica cerca de 30 minutos em silêncio, realizando mantras, que têm como objetivo proporcionar um descanso para o cérebro. “O momento político está um lixo e as energias pesadas estão circulando. A cabeça vira uma reciclagem deste lixo e temos que trabalhar isto, diariamente. Às vezes até acabo dormindo um pouco”.

Mesmo com tantas coisas boas acontecendo na vida, ela não se sente completamente realizada, pois acha que ainda falta algo. “Não sei o que é, ainda não parei para analisar isto. Mas é exatamente por isso que, quando acontece algo bom, eu comemoro. Não me apego. Prefiro que a vida me surpreenda”, afirma, ressaltando que é bom ter metas, mas não se pode ser refém delas.

Longe do microfone

Quando está distante do estúdio, existe uma mulher que não gosta de viver em caixinhas. Eclética em todos os gostos, vai de fases em que aprecia desde uma boa feijoada até a leve salada. Mas confessa não ter frescura, pois come de tudo. “Estou aqui tentando lembrar de algum alimento que eu não comeria de jeito nenhum, mas não consigo”.

Sem religião definida, é adepta do que faz o bem. Lê sobre tudo, daquelas que não deixa escapar nem bula de remédio. Gosta dos livros de autoajuda, mas também lê Shakespeare, Paulo Coelho. Quando o assunto é música, acha mais fácil citar os estilos que não aprecia: funk e heavy metal. Ou seja, dependendo de como estão seus sentimentos no dia, escolhe a trilha sonora. Sobre cinema, cita o filme ‘Central do Brasil’ como referência e elogia: “Foi uma baita denúncia sobre a miséria mental do País”.

Exploradora nata, se pudesse escolher outra profissão, seguiria o ramo de turismo. Amante das trilhas no meio da natureza, já foi daquelas aventureiras e fez muitas trilhas pelo interior do Rio Grande do Sul, apesar da estreia ter acontecido quando morava no Rio de Janeiro e subiu, pela primeira vez, a Pedra da Gávea.

Colorada desde criança, foi a única da família que optou torcer pelo Internacional. Não sabe explicar o porquê, mas diz que a paixão nasceu com ela. “Meu pai era gremista doente. As pessoas contam que, quando queria ganhar alguma coisa, eu dizia que era gremista. Quando conseguia o objetivo, voltava a ser colorada”, recorda, soltando uma gargalhada. Sempre brincando, é uma mulher de astral contagiante.

Para conquistar a amizade de Beatriz, é preciso ter um papo bacana e ser bem-humorado. “Sou daquelas que perco o amigo, mas não perco a piada”, comenta, rindo novamente. Quem quiser manter o contato com ela, deve evitar agir com hipocrisia e falsidade, pois são características que a tiram do sério. “Quando sinto estas energias, até me afasto para não julgar.”

Humilde no que se refere à aparência, tem a mania de se vestir confortavelmente. “Adoro usar chinelo e abrigo. Por causa disso, as pessoas me veem e perguntam se estou bem. Minha característica é andar ‘esgualepada’. Gosto de estar o mais simples possível”. E com estas palavras ela termina o bate-papo, quando, sorrindo, diz: “E é isso. Em resumo, eu sou o máximo”.



Postado em Coletiva.net em 14/07/2017



Conheça a Rádio Web Manawa clicando abaixo :


Jornal do Meme TNT



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O nosso amor a gente inventa - a webserie da Sarah



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Matê da Luz

As crises inerentes às mídias atuais, seja em termos de viabilidade econômica, seja em termos de formato mesmo - o "sentar pra ver TV" é algo cada vez mais raro e/ou individual nos lares e, enfim, a sabedoria de algumas pessoas em aproveitar efetivamente as oportunidades que todas essas transformações trazem resultou em "O nosso amor a gente inventa", da ex-VJ da MTV Sarah Oliveira. 

Sarah, bela e madura, conduz o programete disponível no YouTube onde apresenta histórias de amor, paixão, encontros e miragens necessárias pra fazer a vida caminhar - especialmente em tempos de desânimo coletivo, vale se conectar com as fofuras contadas pela senhorinha latina ou descobrir que a esposa do João Gordo era uma fã apaixonada - é de esquentar o coração. 

A webserie começa a ser veiculada agora em Junho , mês do romance, claro!, e, opinião pessoal, será uma dessas delícias pelas quais a gente espera semana após semana. Vale acompanhar, ainda, como será feita a divulgação do material e observar se as redes sociais darão conta do recado de engajar e envolver uma audiência multifocal. Os episódios vão ao ar toda quinta-feira. 

Sarah vem acompanhada de um time poderoso, com Vera Egito, a moderninha das câmeras, como diretora e, claro, tem a seu favor o carisma e a graça que sempre conduziu a carreira e a ligação com os fãs. Na torcida para que vingue, porque amor nunca é demais! 






Postado em Luis Nassif Online em 06/06/2017




Sobre perfis falsos



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Uma “história de amor” q não termina como vc imaginava – sobre perfis falsos


Criação da Y&R do México para a Movistar, ‘Love Story’ parece uma história de amor adolescente como tantas outras já contadas. 

Garoto e garota se conhecem na internet, começam a conversar, se apaixonam e combinam de se encontrar pessoalmente. O final da história, no entanto, não segue o rumo que você gostaria. 

O filme serve como aviso sobre os milhões de perfis falsos que existem nas redes sociais – e, mesmo sabendo disso, o final ainda pode te surpreender. 

A agência teve a ideia e produziu o filme com a Movistar em mente, mas só contou ao cliente sobre sua existência depois que o spot estava finalizado. Desde seu lançamento, o vídeo já foi visto mais de 10 milhões de vezes. Leia mais na Adweek.



Postado em Blue Bus em 12/05/2017



Globo proibe a transmissão do jogo Atlético e Coritiba pela internet no YouTube : Veja a partir dos 30 minutos do vídeo



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Futebol do Paraná enfrenta a Globo




Atletiba contra a Globo


Deu chabu no Atletiba. O jogo entre Coritiba e Atlético foi suspenso neste domingo (19), em Curitiba, e terminou em protesto das duas torcidas contra a Globo.

O diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, em entrevista, acusou de “arbitrárias” a RPC/Globo e a Federação Paranaense de Futebol que proibiram hoje a transmissão do clássico Atletiba pelo Youtube.

“Eu queria explicar para as duas torcidas. Atlético e Coritiba não venderam seus direitos por essa esmola que a RPC e a TV Globo quiseram nos pagar. É um direito nosso”, fuzilou o dirigente.

A turma do prefeito de Curitiba Rafael Greca não perdeu a oportunidade para espezinhar o conselheiro Ivan Bonilha: “foi coisa da Tribunal de Contas do Estado!”

Não foi o TCE. 

O judiciário concedeu liminar contra a transmissão no Youtube atendendo a FPF e a Globo.

Os dois times deram às mãos no centro do campo ao anunciar a suspensão do jogo.

As torcidas de ambas as equipes aplaudiram os atletas.

Assista à confusão (a partir de 29 minutos).


Em tempo: de acordo com a Globo, o motivo para o cancelamento da partida é que os profissionais que fariam a transmissão da partida pelo YouTube não estariam credenciados... Quá, quá, quá!





Postado em Conversa Afiada em 19/02/2017




Leandro Karnal : Graças à internet, "facilitamos muito para quem odeia"



Usuário na internet


Graças à internet, 'facilitamos muito para quem odeia', diz Leandro Karnal


Néli Pereira  Da BBC Brasil  em São Paulo  27/01/2017



Historiador e um dos palestrantes mais requisitados do país atualmente, Leandro Karnal diz que o discurso de ódio sempre existiu nas sociedades mas chama a atenção para a facilidade com que ele se propaga, hoje, graças à internet.

"Hoje é um clique e um site, com muitas imagens. Facilitamos muito para quem odeia. O ódio tem imenso poder retórico. Ele sempre existiu. Agora, existe este ódio prêt-à-porter, pronto, onde você se serve à la carte e pega seu prato preferido", disse ele à BBC Brasil.

Mas apesar da maior facilidade, hoje, de propagação do discurso de intolerância, o professor de história da Universidade Estadual de Campinas diz que "os mais sólidos preconceitos e violências humanos são muito anteriores à globalização".

Leia abaixo trechos da entrevista:

BBC Brasil - Uma das suas frases que mais viralizou e foi repetida em 2016 diz que "não existe país com governo corrupto e população honesta". O sr. acha que a população não se enxerga como responsável também pelo processo de corrupção?

Leandro Karnal - Característica nossa e da humanidade: excluir da parte negativa da equação o pronome pessoal reto EU. Em nenhum momento quis dizer que todos nós, brasileiros, somos corruptos, mas que a corrupção é algo forte na política e que a política é uma das camadas constituidoras do todo social, como um mil-folhas.

A política não é descolada da sociedade, mas nasce e volta ao mundo que a gerou. Os políticos são eleitos por nós. Denúncias são feitas e o político é reeleito. Seria coisa de grotões?


Karnal afirma que o 'ódio é o mais poderoso opiáceo já criado'


De forma alguma, eu me refiro também aos grandes centros urbanos. A expressão rouba mas faz não nasceu no sertão mas na maior e mais rica cidade do país. Meu alunos costumavam assinar lista de presença por colegas e, depois, ir a uma passeata contra corrupção na política.

A mudança não pode ser somente numa etapa do processo. Se você usa - a metáfora é importante - um lava-jato para limpar seu carro e a estrada continua sendo de terra batida, você precisará de uma nova lavagem todos os dias.

BBC Brasil - Mas de certa forma, responsabilizar a população pela corrupção da classe política pode parecer culpar a sociedade pelos erros cometidos pela elite governista, não?

Karnal - O que eu desejo sempre afirmar é que não existe uma elite separada do todo. Um político ladrão deve ser preso e devolver o que roubou. A culpa é dele e só dele. Mas, se queremos um novo país, devemos discutir na base, na educação, na família, na fila do aeroporto e em todos os campos para uma sociedade mais ética.

BBC Brasil - Nesse sentido, é a desigualdade mesmo nosso maior problema?

Karnal - A desigualdade é a base do problema e colabora para a má formação escolar. Uma sociedade que seja desigual já é um problema, mas uma que não educa nega a chance de corrigir a desigualdade. Como sempre, educação escolar básica é a chave da transformação.

Mudar isto muda tudo, como vimos no Japão e na Coreia do Sul após a guerra. Educação é músculo e osso, limpeza ética do Senado é maquiagem, mesmo quando necessária, como toda maquiagem, passageira.

BBC Brasil - Tivemos nesse fim de ano o episódio do ambulante morto a pancadas após defender uma transexual, também tivemos uma chacina em Campinas na qual o autor deixou uma carta criticando o feminismo. O que explica essa intolerância - racial, de gênero, de classe -, e de que forma ela pode ser combatida?

Karnal - Sempre existiu este ódio que flui por todos os lados. Não é fácil existir e acumular fracassos, dores, solidão, questões sexuais, desafetos e uma sensação de que a vida é injusta conosco. O mais fácil é a transposição para terceiros.

Um homem fracassa no seu projeto amoroso. O que é mais fácil? Culpar o feminismo ou a si? A resposta é fácil. Tenho certeza absoluta de que o autor do crime não era um leitor de Simone de Beauvoir ou Betty Friedan. Era um leitor de jargões, de frases feitas, de pensamento plástico e curto que se adaptava a sua dor.

Esses slogans são eficazes: "toda feminista precisa de um macho", "os gays estão dominando o mundo", "sem terra é tudo vagabundo". Curtos, cheios de bílis, carregados de dor, os slogans entram no raso córtex cerebral do que tem medo e serve como muleta eficaz.

No cérebro rarefeito a explicação surge como uma luz e dirige o ódio para fora. Se não houvesse feminismo, o assassino continuaria sendo o fracassado patético que sempre foi, mas agora ele sabe que seu fracasso nasceu das feministas e ele não tem culpa. Isto é o mais poderoso opiáceo já criado: o ódio.


O mercado não distingue consumidores pela posição política, destaca o historiador


BBC Brasil - De que forma as redes sociais acabaram potencializando essa intolerância e esse discurso de ódio. Eles são reflexo da nossa sociedade ou acabam estimulando os comportamentos mais intolerantes e polarizados?

Karnal - Antes era preciso ler livros para criar estes ódios. Mesmo para um homem médio da década de 1930, ele precisava comprar o Mein Kampf de Hitler e percorrer suas páginas mal redigidas. Ao final, seus vagos temores antissemitas eram embasados numa nova literatura com exemplos e que fazia sentido no seu universo. Mesmo assim, havia um custo: um livro.

Hoje é um clique e um site, com muitas imagens. Facilitamos muito para quem odeia. O ódio tem imenso poder retórico. Ele sempre existiu. Agora, existe este ódio prêt-à-porter, pronto, onde você se serve à la carte e pega seu prato preferido.

Exemplo? Uma pessoa me disse: "Quem descumpre a lei deveria ser fuzilado! Bandido deveria ser executado". Eu argumentei: "Pela sua lógica, descumprimento da lei merece pena capital. Como a lei brasileira proíbe a pena capital, você está defendo crime e incitação ao crime, na sua lógica, deveria ser punida com pena de morte."

Era uma maneira socrática de argumentar a contradição do enunciado. O caro leitor pode supor que a resposta do indivíduo não foi socrática nem platônica.


Karnal destaca que 'a bolha informacional e seus respectivos algoritmos constituem uma zona de conforto para o navegador do cyberespaço'


BBC Brasil - Pensando num contexto geral, a globalização deu errado? Com esse discurso de fechar fronteiras, de medidas protecionistas... Estamos vivendo um retrocesso, um avanço ou uma estagnação?

Karnal - Não havia um mundo harmônico e feliz antes, e não existe agora. O que varia em história é como produzimos a dor. Nosso método atual mudou este método. Os mais sólidos preconceitos e violências humanos são muito anteriores à globalização.

BBC Brasil - Para muitos, 2016 foi um ano marcado pelo avanço de forças conservadoras. Em 2017, haverá eleições na França e na Alemanha, com os partidos de extrema-direita em ascensão. O que vem pela frente?

Karnal - Difícil falar de futuro para um historiador, profissional do passado. A tendência é de uma onda conservadora por alguns anos em quase todos os lugares. Provavelmente, seguindo o que houve antes, depois de experimentar candidatos conservadores que prometem o paraíso e não vão conseguir, os eleitores estarão de novo inclinados a candidatos de outro perfil que oferecerão o paraíso.

As coisas mudam, mas não mudam porque o presidente usa topete ou é conservador. Presidentes democratas estavam no poder com Kennedy e Johnson e a violência racial chegou ao ponto máximo. No período Obama, muitos policiais mataram muitos negros, tendo um presidente negro no poder. Então, de novo, não estamos abandonando um paraíso e ingressando no inferno.


O dicionário Oxford escolheu "pós verdade" como a palavra de 2016


BBC Brasil - O dicionário Oxford escolheu "pós-verdade" como palavra do ano de 2016. A definição é "circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos influência sobre a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais". O conceito é de que a verdade perdeu o valor, e acreditamos não nos fatos, mas no que queremos acreditar que é verdade. Qual sua avaliação sobre essa "nova era" e novo comportamento, que acaba reforçado pelas redes sociais?

Karnal - Sempre fomos estruturalmente mentirosos em todos os campos humanos. A mudança é que antes se mentia e se sabia a diferença entre mentira e verdade, hoje este campo foi esgarçado. O problema talvez seja de critério. Com a ascensão absoluta do indivíduo, o que ele considerar verdade será para ele.

Perdemos um pouco da sociologia da verdade, ou de um critério mais amplo de validação do verdadeiro. No século 18 era o Iluminismo: o método racional que tornava algo aceito como verdade. No 19, foi a ciência e o método empírico para distinguir falso de verdadeiro.

Hoje o critério é a vontade individual. "A água ferve a 100 graus centígrados ao nível do mar". Verdade? A resposta seria diferente no (século) 19 e hoje.

BBC Brasil - Queria falar um pouco sobre as bolhas informacionais. Muita gente se depara com elas nas redes sociais todos os dias - os algoritmos acabam reforçando opiniões, nos oferecendo mais daquilo que nós já acreditamos e isso favorece, de certa forma, as informações equivocadas, mentirosas. Qual sua avaliação sobre isso e sobre o impacto disso para a sociedade?

Karnal - A bolha informacional e seus respectivos algoritmos constituem uma zona de conforto para o navegador do ciberespaço. Importante dizer: para o mercado, o consumidor conservador ou de esquerda compram da mesma forma, então o algoritmo informa qual o perfil do consumidor.

Quem deseja ler a biografia de Obama ou de Trump vai ao mesmo site. O que não mudou nos últimos séculos é que a verdade comercial é superior ao debate epistemológico de validação ou não do que é verdadeiro. Petralhas e coxinhas compram; isentões também. Resta a pergunta que não quer calar: qual a importância do debate sobre posição política sob este prisma? O que de fato importa para quem de fato manda no mundo?






A internet fixa deixará de ser ilimitada, livre e será muito cara



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# Internet Justa ! As operadoras vão limitar a Internet fixa !



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Apesar da guerra entre Globo e Record, batalha pela audiência já está além das disputas entre emissoras de TV.

Dados mostram que a internet é uma ameaça crescente à programação televisiva tradicional. 

Um youtuber nordestino já deixa o Jornal Nacional para trás, com vídeos com mais de 10 milhões de visualizações cada ...  

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Postado em Pragmatismo Político em 10/11/2016



Rádio Web Manawa : Muita informação com credibilidade e boa música !



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Redação Coletiva 

Radialista Beatriz Fagundes lançou sua radioweb no início de fevereiro, na qual comenta sobre temas variados, como política, opinião e comportamento, além de músicas. 

A ideia de criar o veículo digital surgiu quando Beatriz deixou de atuar na Rádio Pampa AM, onde ficou por 21 anos. “Com o impasse na Pampa, resolvi investir em um conteúdo que segue o meu estilo”, explicou a radialista ao Coletiva.net.

Beatriz Fagundes começou sua trajetória no rádio em 1984. Nas últimas duas décadas atuou na Rede Pampa, onde passou pelo Studio Pampa, programa Beatriz Fagundes e Conexão. 



Postado em Coletiva.net em 18/02/2016


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