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Coisas que você pode fazer hoje pelo bem do seu futuro



Stephanie Gomes

Viver o presente é, definitivamente, a lição mais importante a aprender quando o assunto é felicidade. Porém, ao contrário do que pode parecer, estar no presente não significa ignorar o futuro e esquecer o passado. Em nossas lembranças estão todas as coisas que aprendemos, conquistamos e vivemos, e em nossos pensamentos sobre o futuro estão nossos sonhos, planos e objetivos. Tudo isso é importante para a felicidade e formam uma coisa só: você!

Por isso que, quando falamos em futuro, não estamos excluindo o presente. E o mesmo vale para o passado. O que você planta hoje, você começa a colher hoje mesmo. Quando conquista algo grande após muito tempo trabalhando por isso, não é porque você plantou isso num passado distante, e sim porque vem semeando desde então. O dia da conquista nada mais é do que mais um dia da sua batalha.

O título do post fala sobre coisas que você pode fazer hoje pelo bem do seu futuro, mas, na verdade, tudo o que você faz de bom hoje é também pelo bem de hoje! Toda essa lista é tão importante para a felicidade no presente quanto no futuro. O “bônus” de tudo isso é a certeza de colher bons frutos lá na frente, por isso são ações que valem muito a pena praticar.

1) Aprender, aprender e aprender!

Habilidades, cultura e conhecimento nunca são demais. Aprenda a gostar de aprender buscando coisas que te interessam e formas legais de aprendê-las, sem obrigações e pressa. Eu sou o tipo de pessoa que se interessa por vários assuntos e estou sempre descobrindo interesses novos. Nem sempre eles parecem proporcionar aprendizados úteis, mas na verdade tudo o que você aprende, experimenta, lê sobre e procura saber acrescenta algo no seu repertório. Por exemplo: se você ama cozinhar, aprender sobre culinária saudável é muito proveitoso. Se gosta de algum tipo de arte, tem muito a aprender sobre a sua história e pode aprender a praticar, adquirindo habilidades. Se se interessa por comportamento, vai adorar aprender sobre psicologia. Se acha interessante a cultura de um país, pode tentar aprender seu idioma. E por aí vai.

2) Adquirir independência

Sabe aquelas coisas que você sempre depende que alguém faça por você? Dirigir, cozinhar, interpretar mapas, consertar coisas… por que você mesmo não aprende a fazer isso? Provavelmente não aprendeu até agora justamente porque tinha alguém que fizesse no seu lugar. Pode parecer que isso não faz diferença, mas faz! E independência não se trata só de tarefas. É importante adquirir independência emocional, financeira, saber ser feliz quando está sozinho… Para conseguir isso, uma palavra é o que você precisa: atitude. Comece hoje a atuar em sua vida buscando autonomia e iniciativa e fuja da dependência.

3) Cuidar da sua saúde mental 

Corpo são e mente sã. Se tem algo que aprendi na vida e gostaria de compartilhar com todo mundo é a importância dessa união. Se a mente não está bem, pode ter certeza que de alguma forma isso afeta o seu organismo. Se você cuida bem da saúde da sua mente, viverá bem hoje e colherá o melhor daqui alguns anos. Evitar o stress, buscar ajuda para tratar a ansiedade e a depressão, respeitar a si mesmo, aprender a relaxar, manter o equilíbrio entre obrigações, lazer e descanso, alimentar pensamentos e atitudes positivas… tudo isso faz uma grande diferença tanto hoje como no futuro.

4) Cuidar da saúde do corpo

Somos indivíduos imediatistas, o que quer dizer que nos preocupamos pouco com consequências de um futuro distante e nos importamos apenas com aquilo que sabemos que pode ou irá acontecer num futuro próximo. “Por que me preocupar com a minha alimentação se só tenho 20 e tantos anos? Sou tão nova!”. Eu já pensei assim e só mudei depois de passar por um problema complicado de saúde. Mas quem nunca passou por algo parecido geralmente não se importa e acha que só precisa pensar nisso lá na frente. Grande engano, por dois motivos: 1) a forma como você se cuida hoje vai impactar fortemente a sua saúde no futuro e pode complicar muito a sua vida aos 40, 50, 60, 70 anos, e 2) nem sempre as consequências aparecem somente no futuro, elas podem surgir também aos 20 ou 30 anos. Seu corpo é sua casa, cuide bem dele! E você não precisa sofrer para isso. Descubra uma atividade física que você goste (ou escolha várias e vá variando) e inclua alimentos saudáveis na sua atual rotina. Não complique e encontre prazer em cuidar de você.

5) Observar suas atitudes e dar-se a chance de mudá-las

Se você é do tipo “personalidade forte” e “não dá o braço a torcer” talvez esteja desperdiçando diversas chances maravilhosas de se tornar uma pessoa melhor e até ser mais feliz. Que tal tentar ser um pouco mais flexível e se perguntar em que poderia melhorar? Ninguém é e ninguém nunca será perfeito, é justamente por isso que você deveria estar mais aberto a mudanças internas. Há sempre algo a melhorar! Você não precisa mudar seu jeito de ser, mas pense em quais pequenas atitudes podem fazer de você uma pessoa melhor, melhorar o seu dia a dia e a sua relação com o mundo e as pessoas ao redor. Em um futuro próximo você já perceberá grandes mudanças. E quanto mais disposto a melhorar você estiver, melhor seu futuro será.

6) Construir boas lembranças

Construir lembranças é bom para o passado, o presente e o futuro. Nada mais gratificante do que olhar para trás com a certeza e o sentimento de paz por ter certeza de estar fazendo sua vida valer a pena. E não há melhor forma de ser feliz do que viver integralmente, de corpo e alma, cada momento. Lembranças não precisam ser grandiosas. Tenho alguns momentos muito especiais guardados na memória que na verdade não têm nada de extraordinário e não aconteceram em lugares incríveis, mas são lembranças que têm um lugar especial dentro de mim pelo simples fato de me fazerem feliz cada vez que penso nelas. É mais disso que quero ter na minha memória para lembrar hoje, amanhã e sempre.

7) Não desistir

A única diferença entre quem conseguiu o que queria e quem não conseguiu é que o primeiro não desistiu. Não é que a vida tem que se resumir a uma dura e cansativa batalha por objetivos atrás de objetivos, mas se você tem um sonho ou uma vontade, ninguém pode te dizer que você não pode conseguir. A única pessoa que pode interromper seus planos é você mesmo, caso opte por desistir. Grandes sonhos pedem tempo, paciência e dedicação. O que não faltam são exemplos de pessoas que perseveraram nas mais improváveis condições para provar que tudo é sim possível. Para elas, desistir não foi uma opção e pode ter certeza que elas não se arrependem disso. Se em algum momento você cansar, descanse. Mas faça um favor pelo seu futuro: não desista de ser feliz da forma que você quer.

8) Guardar dinheiro

Pode até ser que você não tenha nenhum objetivo que precise de bastante dinheiro imediatamente, mas em algum momento pode ter certeza que terá e vai agradecer muito por ter começado a economizar o quanto antes. Dinheiro não é nem deve ser visto como vilão ou problema. Ter um relacionamento saudável e são com o dinheiro é a melhor forma de não ter problemas financeiros e evitar preocupações. Guardar uma quantia do que você ganha – mesmo que seja pequena – é uma atitude inteligente pelo seu futuro.

9) Aprender a lidar com dinheiro

Comprar é muito legal e todo mundo gosta, inclusive eu. Quando comecei a trabalhar eu gastava todo o dinheiro que ganhava sem pensar muito no que estava comprando. Mas chega um determinado momento em que as prioridades mudam, os sonhos ficam maiores e a gente precisa começar a pensar antes de gastar, senão as coisas importantes acabam ficando pra trás e aquela velha desculpa “não consigo porque não tenho dinheiro” vira nosso lema de vida. Quanto antes você aprender a valorizar seu dinheiro e gastá-lo com consciência e inteligência, mais benefícios terá. Pense sempre dez, cem, mil ou quantas vezes precisar antes de gastar seu dinheiro com coisas. Descubra como fazer seu dinheiro ser investido em felicidade e crescimento pessoal. Seja forte diante dos impulsos. Quando começar a ver que está investindo em coisas que realmente são importantes, valem a pena e te fazem feliz, você nunca mais vai voltar a desperdiçá-lo.

10) Manter contato com amigos e família

O tempo vai passando, a gente vai crescendo, as tarefas aumentando e o tempo que temos para estar com as pessoas diminuindo. Se não prestarmos atenção, acabamos abandonando as pessoas e nos tornando cada vez mais solitários e distantes, e pessoas que um dia foram tão queridas e especiais acabam se tornando quase desconhecidas. Já falei aqui algumas vezes, mas repito: as pessoas são importantes. Relacionamentos são importantes para a nossa felicidade, mas é comum ignorarmos isso e só percebermos quando nos vemos totalmente sozinhos sentindo falta da presença de alguém que possamos confiar e que nos faça bem. Faça um esforço para não se afastar destas pessoas, pelo bem tanto do seu presente como do seu futuro.

11) Perdoar

Não falo apenas do perdão fácil, aquele de desculpar o vizinho pela briga por causa do barulho ou esquecer o que aquele parente falou no Natal que te fez passar vergonha. Falo principalmente do perdão mais difícil, aquele que te abala só de lembrar, que desperta sentimentos negativos em você, que faz você sentir mágoa e vontade de se vingar, aquele que você acha que nunca poderá perdoar. Mas sim, você pode. Faça isso por você, por mais difícil que seja, porque você não quer nem merece ficar carregando sentimentos ruins e mágoas a vida toda.

12) Não se conformar com aquilo que não te faz feliz

Um dos arrependimentos mais comuns das pessoas nos seus últimos anos de vida é não ter batalhado por aquilo que realmente queriam, por medo de perderem a segurança, o conforto e a estabilidade. Muita gente vive em um estado de conformidade em relação a tudo por medo, hábito ou para seguir o que a sociedade diz que é o certo. Então ficam presos em relacionamentos ruins, empregos sem propósito, rotinas entediantes… e reclamam de tudo isso a vida toda, mas nada fazem para mudar. Se este é o seu caso e você não está feliz com a vida que tem levado, comece agora a realizar a mudança. Se não te faz feliz, MUDE! Não complique, não espere, não lamente, não deixe como está, não empurre com a barriga, não ignore. Aja! Não desista de lutar pela vida que você deseja ter.


Postado no Desassossegada em 20/04/2015


Por um lugar no mundo


Longe do controle norte-americano

LONGE DO CONTROLE NORTE-AMERICANO. Além do Mercosul, a aproximação com a Índia, Rússia, China e África do Sul são as únicas alianças que podem oferecer ao Brasil uma posição de relevância nas próximas décadas. Na foto, encontro dos chefes de Estado do Brics, em São Petesburgo, em 2013.


Ou o Brasil assume o destino que lhe cabe, ou se entrega aos interesses colonialistas do passado


Mauro Santayana

Todas as grandes nações do mundo se ergueram sobre espaços amplos, população instruída, e o ânimo de grandeza. Essas são as condições para que seu povo disponha de autoestima, identidade nacional, e exerça sua influência política e econômica em sua região.

Há países que nascem suficientemente fortes, do ponto de vista territorial e populacional, em determinado continente para o exercício de sua liderança. Esse foi o caso dos Estados Unidos, com relação às Américas, da independência até meados da segunda metade do século passado, ou da Rússia, no território ocupado pela União Soviética, depois da Revolução de Outubro.

Outras nações, ainda que desprovidas de grandes territórios ou população, conseguiram estender sua influência para além de suas regiões de origem, como, por exemplo, Portugal, que foi buscar na África, na Ásia e na América do Sul, uma dimensão que não tinha em sua própria Península, ou no contexto continental daquela época.

Sem autoestima e identidade nacional, os portugueses não teriam cruzado o Atlântico. Os Estados Unidos não se teriam transformado, por extenso período, na nação mais poderosa do mundo. A URSS não teria derrotado o nazismo, ou enviado o primeiro satélite, o primeiro foguete, o primeiro homem para a órbita da Terra, dando início à conquista do espaço.

Sem autoestima e identidade nacional, a China não teria erguido, há 4 mil anos, a Grande Muralha, e construído o Exército de Terracota, nem teria chegado onde se encontra, prestes a se transformar na maior economia do planeta – por poder paritário de compra – antes de dezembro, e na nação mais importante do mundo, nos próximos anos.

Sem autoestima, e identidade nacional, o Brasil não teria, nos últimos anos, contribuído para a derrocada progressiva do G-8, participando decisivamente da criação do G-20; nem do Mercosul, para a qual se esforçaram os cinco últimos presidentes da República; nem fundado a Unasul - União das Repúblicas Sul-Americanas; nem o Conselho de Defesa Sul-Americano, criando as condições para o estabelecimento natural e pacífico de nossa influência política e econômica, no restante do continente.

Há outros países como o México, por exemplo, que, ainda que quisessem, não conseguiriam fazer o mesmo. Na região do mundo em que se situa o México, o país mais importante em economia, território, população, são os Estados Unidos, que lhe tomaram, em ato de guerra, boa parte do território. Além do vizinho do norte, que projeta sobre ele esmagadora influência, o México só faz fronteira com Belize e Guatemala, duas pequenas nações, do ponto de vista territorial e demográfico, que não pertencem ao Nafta, e são incapazes de se aliar a ele em qualquer tipo de alternativa geopolítica ou econômica.

Além do Mercosul, e da Unasul, a influência brasileira se exerce, do ponto de vista global, no Brics, a aliança que nos une à Rússia, China, Índia, e África­ do Sul, países que têm, como característica, ser – como o Brasil –, cada um à sua maneira, o mais poderoso em suas respectivas regiões.

No âmbito do Brics, se negociarmos, com inteligência, com os chineses, a criação de joint ventures industriais, meio a meio, para o atendimento ao nosso mercado interno, evitaremos que todo o lucro tome, todos os anos, o caminho do exterior, como ocorre com as multinacionais instaladas no Brasil, que são majoritariamente europeias e norte-americanas.

Com a Rússia, e com nossos outros sócios, como os chineses e indianos, podemos aprender a explorar o espaço, como já estamos fazendo, construindo, de igual para igual, satélites como os CBERS sino-brasileiros. Com a Índia, podemos aprender em matéria de software e da capacitação maciça de engenheiros na área de TI.

Com todos eles podemos desenvolver e produzir armamento para defender, se necessário, o quinto território do mundo, e as riquezas da Amazônia Azul, que se escondem em nossas águas do Atlântico. Obtendo a tecnologia de ponta, na área de defesa, que sempre nos foi negada pelos europeus e norte-americanos.

Afinal, se Índia, China e Rússia fossem nações atrasadas, estudantes e cientistas desses países não estariam à frente das maiores descobertas científicas realizadas nos últimos anos, no “ocidente”. Nem venceriam, como estão fazendo os chineses e suas universidades, as maiores competições acadêmicas internacionais.

Na economia, a única região do mundo em que ainda temos competitividade em manufatura – o que se deve também ao protecionismo norte-americano e da União Europeia – é a América Latina, e, mais especialmente, a América do Sul.

Apresentar a Aliança do Pacífico como contraponto ao Mercosul, que nos deu mais de US$ 50 bilhões em superávit nos últimos dez anos, é uma balela. O México só sobrevive por estar na fronteira sul dos Estados Unidos, o maior mercado do mundo. Fazer um acordo de livre comércio com os Estados Unidos não nos aproximaria nem um centímetro a mais de suas fronteiras, que continuariam a milhares de quilômetros e tão distantes de nossos produtos como estão agora.

Nossos salários são muito maiores que os do México. Crescemos mais que eles nos últimos dez anos – incluindo 2013 – e somos superavitários com nações, como a China, que usam o México como plataforma de exportação, enquanto a indústria do país de Zapata teve com Pequim US$ 51 bilhões de prejuízo no último ano. Não existe seguro-desemprego no México. Sessenta por cento de sua população se encontra na informalidade, e ele é, segundo a própria OCDE, organização a que pertence, o país mais desigual das Américas. Ao contrário do México, exportamos mais para o Mercosul do que para os Estados Unidos, e é natural que o façamos, já que não temos fronteira com os Estados Unidos, mas dividimos as nossas com nove diferentes países sul-americanos.

Dizer que os Estados Unidos ou a Europa serão para nós mercados maiores que nossos vizinhos é ignorar a geografia e se burlar da história. Basta ver quantos contenciosos já tivemos com os Estados Unidos, devido a barreiras impostas por eles para nossos produtos, entre eles o aço, o etanol, o suco de laranja etc.

Os acordos assinados entre a Rússia e a China, no dia 21 de maio, para cooperação científico-militar e a exportação de gás no valor de US$ 400 bilhões, mostram onde está o dinheiro, o poder e o futuro. Certamente, ele não está nem em uma Europa decadente, nem em um Estados Unidos que nada nos ofereceram de justo no passado, e que nos compram cada vez menos, sem nos dar um centavo de superávit.

Recente levantamento, realizado pela agência inglesa Ipsus-Mori, em 20 grandes países, comprova isso. Segundo a pesquisa, os norte-americanos são mais pessimistas que os mexicanos, e na França só 7% da população considera que o mundo em que viverão seus filhos será melhor que o de agora. Depois, vêm os 13% de otimistas da Bélgica e os 16% da Espanha, enquanto os habitantes dos Brics são os mais confiantes, com 81% dos chineses, por exemplo, afirmando que o amanhã será muito melhor do que o presente.

Nosso futuro está nos Brics, no qual seus quatro maiores membros se encontram – incluído o Brasil – por qualquer critério, entre as dez primeiras economias do mundo.

O nosso destino, e principal opção estratégica, é fortalecer nossa cooperação com os vizinhos, e nos aliarmos à Rússia, Índia, China e África do Sul, na única aliança que nos pode oferecer um lugar no mundo nas próximas décadas. 

Ou assumimos isso – uma situação e uma atitude à altura de nossa história e geografia – ou partimos para a abjeta entrega, aos interesses europeus e norte-americanos, de nosso território, recursos, ­consumidores e do mercado sul-americano.


Postado no site Rede Brasil Atual em 22/06/2014


Abundância é nosso futuro




No palco do TED2012, Peter Diamandis defende o otimismo - que nós inventemos, inovemos e criemos meios de resolver os desafios que pairam sobre nós. 

"Não estou dizendo que não temos problemas; certamente os temos. Mas no final, nós acabaremos com eles".





Temos motivos para acreditar que o mundo será melhor no futuro?



Washington Araújo

Existem motivos para se acreditar que o mundo será melhor no futuro? Enfaticamente, sim. 

Há um esgotamento generalizado de soluções meramente paliativas para os problemas, e tanto os governos quanto as sociedades já buscam ver as causas dos problemas.

Todos concordam que uma melhor educação, acessível a todos, melhoraria a qualidade de vida em geral. 

Os meios eletrônicos popularizaram a difusão e o acesso ao conhecimento. Com isso, nota-se um maior apreço pelo que é diferente.

O conhecimento é como um sol iluminando um ambiente fechado. 

É este sol que afasta as nuvens do preconceito, que afugenta as trevas da intolerância, e assim por diante. 

É melhor viver de forma realista, mas com um gosto amargo na boca, ou viver pensando em um mundo melhor, praticando diariamente pequenas ações, com um sorriso tranquilo no rosto? 

A decisão é nossa.


Postado no blog Cidadão do Mundo em 19/09/2013

As mudanças climáticas e o mito do progresso humano





Aceitar emocionalmente um desastre iminente, atingir a compreensão visceral que a elite do poder não vai responder de forma racional à devastação do ecossistema, é tão difícil de aceitar como nossa própria mortalidade. A luta existencial mais difícil do nosso tempo é a de ingerir esta terrível verdade - intelectualmente e emocionalmente - e continuar a resistir às forças que estão nos destruindo. O artigo é de Chris Hedges.

Chris Hedges (*)


Clive Hamilton em seu "Réquiem por uma Espécie: Por que resistimos à verdade sobre a mudança climática", descreve um alívio sombrio que vem de aceitar que a "catastrófica mudança climática é praticamente certa". Esta obliteração de "falsas esperanças", diz ele, exige um conhecimento intelectual e um conhecimento emocional. O primeiro é atingível. O segundo, por significar que aqueles que amamos, incluindo os nossos filhos, estão quase certamente fadados à miséria, insegurança e sofrimento dentro de poucas décadas, senão de alguns anos, é muito mais difícil de adquirir. Aceitar emocionalmente um desastre iminente, atingir a compreensão visceral que a elite do poder não vai responder de forma racional à devastação do ecossistema, é tão difícil de aceitar como nossa própria mortalidade. A luta existencial mais difícil do nosso tempo é a de ingerir esta terrível verdade - intelectualmente e emocionalmente - e continuar a resistir às forças que estão nos destruindo.


A espécie humana, liderada por europeus e euro americanos brancos, tem sido um alvoroço de 500 anos de conquistas, saques, pilhagens, explorações e poluições da Terra, bem como matando as comunidades indígenas que estavam no caminho. Mas o jogo acabou. As forças técnicas e científicas que criaram uma vida de luxo sem precedentes - bem como inigualável poder militar e econômico - para as elites industriais agora são nossa desgraça. A mania de expansão econômica e de exploração incessante tornou-se uma maldição, uma sentença de morte. Mas assim como nossos sistemas econômicos e ambientais desvendam-se, após o ano mais quente em 48 estados desde que a manutenção de registros começou há 107 anos, não temos a criatividade emocional e intelectual para desligar o motor do capitalismo global. Juntamos-nos a uma máquina do fim do mundo que tritura tudo em seu caminho, como o projeto de relatório do Comitê Consultivo Nacional do Clima e Desenvolvimento ilustra. Ilustração por Mr. Fish.

Civilizações complexas têm o mau hábito de destruírem-se. Antropólogos, incluindo Joseph Tainter em "O Colapso das Sociedades Complexas", Charles L. Redman em "Impacto Humano em Ambientes Antigos" e Ronald Wright, em "Uma Breve História do Progresso" estabeleceram os padrões familiares que levam ao colapso do sistema. A diferença desta vez é que, quando descermos, todo o planeta irá conosco. Não haverá, com este colapso final, novas terras para explorar, nem novas civilizações para conquistar, nem novos povos para subjugar. A longa luta entre a espécie humana e a Terra terminará com os remanescentes da espécie humana aprendendo uma dolorosa lição sobre a ganância desenfreada e a autoadoração.

"Há um padrão no passado da civilização após civilização desgastando suas boas-vindas da natureza, superexplorando seu ambiente, super expandindo-se, super povoando", disse Wright quando fiz contato com ele por telefone em sua casa em British, Columbia, Canadá. "Eles tendem a entrar em colapso pouco depois de chegarem ao seu período de maior esplendor e prosperidade. Esse padrão vale para uma série de sociedades, entre eles os romanos, os antigos maias e os sumérios do que é hoje o sul do Iraque. Há muitos outros exemplos, incluindo sociedades de menor escala como a Ilha de Páscoa. As mesmas coisas que fazem com que as sociedades prosperem no curto prazo, especialmente novas maneiras de explorar o ambiente, tais como a invenção da irrigação, levam ao desastre no longo prazo por causa de complicações imprevistas. 

Isto é o que eu chamei de "armadilha do progresso" em "Uma Breve História do Progresso". Temos colocado em movimento uma máquina industrial de tal complexidade e tal dependência em expansão que não sabemos como fazer com menos ou mudar para um estado de equilíbrio em termos de nossas demandas da natureza. Nós temos falhado em controlar o número de humanos. Eles triplicaram durante minha vida. E o problema é muito pior pelo crescente espaço entre ricos e pobres, a concentração de riqueza garante que nunca tem o suficiente para todos. O número de pessoas em extrema pobreza, hoje, é cerca de dois bilhões, maior do que toda a população do mundo no início de 1900. Isso não é progresso”.

"Se continuarmos a não tomar conta das coisas de uma forma ordenada e racional, iremos a algum tipo de catástrofe, mais cedo ou mais tarde", ele disse. "Se tivermos sorte, será grande o suficiente para nos despertar em todo o mundo, mas não grande o suficiente para nos eliminar. Isso é o melhor que podemos esperar. Devemos transcender a nossa história evolutiva. Nós somos caçadores da Idade do Gelo, de barba feita e vestindo um terno. Nós não somos bons pensadores para longo prazo. Nós gostaríamos de desfiladeiro sim nos de mamutes mortos conduzindo um rebanho de um penhasco que descobrir como conservar o rebanho para que ele possa alimentar a nós e aos nossos filhos para sempre. Isto é a transição que nossa civilização tem que fazer. E nós não estamos fazendo isso."

Wright, que em seu romance "Um Romance Científico" pinta um retrato de um mundo futuro devastado pela estupidez humana, cita "arraigados interesses políticos e econômicos" e uma falha da imaginação humana, como os dois maiores obstáculos à mudança radical. E todos nós, que usamos combustíveis fósseis, que nos sustentamos através da economia formal, diz ele, estamos em Sociedades capitalistas modernas, Wright argumenta em seu livro "O que é a América?: Uma Breve História da Nova Ordem Mundial", derivam de invasores Europeus, a pilhagem das culturas indígenas das Américas do 16 ao século 19, juntamente com o uso de escravos africanos como uma força de trabalho para substituir os nativos. 

Os números desses nativos caíram mais de 90% por causa da varíola e outras pragas que não existiam antes. Os espanhóis não conquistaram nenhuma das principais sociedades até a varíola os atingir; de fato, os astecas os venceram de primeira. Se a Europa não foi capaz de aproveitar o ouro das civilizações asteca e inca, se não tivesse sido capaz de ocupar a terra e adotar culturas altamente produtivas do Novo Mundo para uso em explorações agrícolas europeias, o crescimento da sociedade industrial na Europa teria sido muito mais lento. Karl Marx e Adam Smith chamaram atenção para o fluxo de riqueza das Américas como tendo feito a Revolução Industrial e possível o início do capitalismo moderno. Foi o estupro das Américas, ressalta Wright, que acionou a orgia de expansão europeia. A Revolução Industrial também equipou os europeus com sistemas de armas tecnologicamente avançados, criando mais subjugação e pilhagem, tornando a expansão possível.

"A experiência de 500 anos relativamente fáceis de expansão e colonização, a constante assunção de novas terras, levou ao mito capitalista moderno que você pode expandir para sempre", disse Wright. "É um mito absurdo. Nós vivemos neste planeta. Nós não podemos deixá-lo e ir para outro lugar. Temos que trazer nossas economias e demandas da natureza dentro dos limites naturais, mas nós tivemos 500 anos em que os europeus, euro americanos e outros colonos invadiram o mundo e o dominaram. Esta execução de 500 anos fez com que a situação parecesse não só fácil, como normal. Nós acreditamos que as coisas vão sempre ficar maior e melhor. Temos que entender que este longo período de expansão e prosperidade era uma anomalia. Ele raramente aconteceu na história e nunca vai acontecer de novo. Temos que reajustar nossa civilização inteira para viver em um mundo finito. Mas nós não estamos fazendo isso, porque nós estamos carregando bagagem demais, versões míticas demais da história deliberadamente distorcidas e um sentimento profundamente arraigado de que ser moderno é ter mais. Isto é o que os antropólogos chamam uma patologia ideológica, uma crença autodestrutiva que leva sociedades a se destruírem e queimarem. Estas sociedades continuam fazendo coisas que são realmente estúpidas, porque elas não podem mudar sua maneira de pensar. E é aí que nós estamos".

E, enquanto o colapso se torna palpável, se a história humana é um guia, nós como sociedades passadas em perigo vamos recuar em que os antropólogos chamam de "cultos de crise." A impotência que sentiremos do caos ecológico e econômico irá desencadear delírios mais coletivos, como a crença fundamentalista em um deus ou deuses que vão voltar à Terra e nos salvar.

"Sociedades em colapso muitas vezes acreditam que se certos rituais são realizados todas as coisas ruins vão embora", disse Wright. "Há muitos exemplos disso ao longo da história. No passado, estes cultos de crise aconteceram entre as pessoas que haviam sido colonizadas, atacadas e mortas por pessoas de fora, que perderam o controle de suas vidas. Eles veem nesses rituais a capacidade de trazer de volta o mundo passado, o que enxergam como uma espécie de paraíso. Eles procuram voltar ao modo de como as coisas eram. Cultos de crise espalharam-se rapidamente entre as sociedades americanas nativas no século 19, quando os búfalos e os índios estavam sendo mortos, por fuzis e pistolas, armas de fogo. As pessoas passaram a acreditar, como aconteceu no Ghost Dance, que se fizessem as coisas certas, o mundo moderno, que era intolerável, - o arame farpado, as ferrovias, o homem branco, a metralhadora - desapareceria".

"Nós todos temos a mesma fiação psicológica básica", disse Wright. "Isso nos faz muito mal em planejamento de longo prazo e nos leva a apegar-nos a ilusões irracionais, quando confrontado com uma ameaça séria. Olhe para a crença da extrema direita de que se o governo desaparecesse, o paraíso perdido da década de 1950 iria voltar. Olhe para a forma de como estamos deixando a exploração de petróleo e gás seguir em frente, quando sabemos que a expansão da economia do carbono é suicida para os nossos filhos e netos. Os resultados já podem ser sentidos. Quando se chega ao ponto onde grande parte da Terra experimenta quebra de safra ao mesmo tempo, teremos fome e colapsos em massa. Isso é o que está por vir se não lidarmos com as mudanças climáticas.”

"Se falharmos neste grande experimento, esta experiência de macacos se tornarem inteligentes o suficiente para assumir o comando do seu próprio destino, a natureza não se importará e dirá que foi divertido por um tempo deixar os macacos executar o laboratório, mas no final foi uma má ideia”, disse Wright.




(*) Chris Hedges é colunista para Truthdig.com. Hedge se formou em Harvard Divinity School e foi durante quase duas décadas correspondente estrangeiro para o New York Times. Ele é o autor de muitos livros, incluindo: A Guerra É Aquela Força Que Nos Dá Sentido, O Que Todos Deveriam Saber Sobre Guerra, e Fascistas Americanos: A Direita Cristã e a Guerra na América. Seu livro mais recente é Império da Ilusão.


Postado no blog Carta Maior em 17/01/2013
Imagem inserida por mim

Qual futuro você escolhe?




Saindo do Casulo





por Rubia Dantés


Ontem à noite estava assim um pouco preocupada... e já ia por esse caminho, quando me dei conta que só me preocupava porque imaginava que os mesmos elementos da minha realidade hoje estariam presentes nos próximos dias... e nos próximos meses... e anos... 

Pensei que só contaria com os recursos do passado conhecido...

Na mesma hora, algo se ampliou dentro de mim e me lembrei que estamos em um Universo de infinitas possibilidades...

Foi muito clara a forma que me senti antes... e depois dessa percepção... vi como somos mesmo responsáveis por criar nossa realidade, dia após dia, com os mesmos elementos do passado, quase não dando oportunidade ao novo.

Senti que esse momento de percepção foi uma grande liberação... Antes, sentia-me presa como se estivesse em um casulo que eu não queria abandonar... que me limitava só ao que era conhecido e, mesmo assim, parece que ficava cada vez mais limitado por medos e preocupações...

Depois me senti livre e aberta a todas as possibilidades... Em um segundo de clareza, o casulo se rompeu e eu voei...

É que as transformações tão necessárias, às vezes, não são muito fáceis e podemos nos apegar ao que deve ser deixado... prolongando o tempo do casulo, retardando o vôo da borboleta... o vôo da liberdade...

A nossa natureza é sábia... e quando estamos prontos para dar mais um passo adiante, onde podemos ter uma visão mais ampla da nossa realidade, isso se dá suavemente, quando não resistimos ao fluxo natural da vida... ou nem tanto... quando resistimos e tentamos segurar a todo custo o que já passou...

Nesses casos é quando o Universo costuma puxar nosso tapete... e alguma coisa inesperada e aparentemente ruim nos chama atenção para as transformações necessárias...

Ficamos tão acostumados com determinados "casulos" que já não nos cabem mais que, mesmo apertados e desconfortáveis, preferimos ficar ali a arriscar um mergulho no desconhecido...

Mesmo sem perspectiva nenhuma, existem situações nas nossas vidas que nos prendem até o ponto em que algo acontece para nos mostrar que é realmente hora de mudar e de alçar novos vôos.

Saber fluir com os ciclos faz nossa vida mais leve e sem esforço... mas, quase sempre nos agarramos às beiradas tentando segurar o tempo... as coisas... as pessoas... e nem percebemos que a vida passa e nós ficamos estagnados e presos ao que passou.

Quando mudamos de ciclo é como se chegássemos a um patamar um pouco acima de onde estávamos... na subida da montanha... e dali nossa vista alcança um pouco mais longe e podemos ver com mais clareza as coisas... que eram verdade, até então, agora... vista desse ponto, não são mais...

Aprendemos que as verdades que nos alimentam em determinados momentos não são as que nos alimentam em outros... nessa realidade de impermanência, tudo vai se transformando, na medida em que nos abrimos para essas transformações...

Podemos nos prender aos casulos que nos servem de morada... e de caminho... durante nossa jornada aqui... mas o casulo não é uma morada permanente e é pura perda de tempo e de energia acreditarmos que é...

Deixar ir o que passou, sem julgamentos e com Amor, por entender que era o aprendizado que precisávamos naquela hora, mas que já cumpriu seu papel... nos deixa livres para mergulhar por inteiro nas infinitas possibilidades que se apresentam quando soltamos as amarras do passado e nos abrimos para o risco e a maravilha que é viver sem garantias... no presente...

Postado no Blog Vou-de-Blog