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Michio Kaku. “ O nosso mundo está destinado a morrer, deveríamos ir para outros . . ."




O ser humano vai abandonar a terra? Por que não? Responde o físico Michio Kaku em entrevista concedida ao site 52 Insights, de Londres. Para esse importante cientista norte-americano de origem japonesa, podemos estar assistindo ao início de uma mudança civilizatória que irá nos levar às estrelas. A nós, em carne e osso, ou, mais provavelmente, aos nossos duplos digitais. 


Fonte: Site 52 Insights, de Londres


O mundo das unidades de informação quântica produz números que dão vertigem. Ao passar dos kilobits para os petabits, dos l e O para os qubits (a unidade de base dos computadores quânticos), descortina-se um futuro tão imenso e complexo que futuristas famosos – como Ray Kurzweil, Max Tcgmark e também Michio Kaku, cofundador da Teoria das Cordas e autor de vários bestsellers – começam a se preocupar com isso. Kaku é um dos cientistas mais populares dos EUA e um dos poucos investigadores da atualidade capazes de se expressar numa linguagem científica compreensível para a maioria de nós.


O físico norte-americano Michio Kaku


A sua mais recente mensagem nos chega sob a forma de um trabalho prospectivo intitulado The Future of Humanity (O Futuro da Humanidade). Esse livro dá um vislumbre de um futuro em que a ciência e as novas tecnologias nos darão poderes tremendos que nos forçarão a reavaliar o nosso lugar no Universo.

Um futuro em que colônias humanas viverão em Marte, onde não seremos a única forma de vida inteligente, onde a imortalidade deixará de ser uma fantasia inatingível e onde viremos a ter capacidade para colonizar outros universos.

No entanto, como aponta Michio Kaku, isso significa abandonar o que em breve se tornará um planeta inabitável. É aqui que começa a nossa indagação.

52 Insights – O seu trabalho anterior, A Física do Futuro (de 2012) abriu-me os olhos consideravelmente e, desde então, vivo fascinado pela escala de Kardashev (ver Nota de Redação). Você prossegue na mesma linha com este novo livro, onde explica que estamos nos movendo lentamente no sentido de uma civilização de “Tipo 1”. Pode explicar o que isso significa e por que, em breve, poderemos ser forçados a deixar a Terra, para garantir a nossa sobrevivência?

Michio Kaku – Uma civilização de tipo 1 é também chamada planetária, porque controla todas as fontes de energia de um planeta. Controla, por exemplo, toda a luz do sol que atinge o seu planeta, controla a meteorologia. Dentro de apenas 100 anos, chegaremos a esse estágio. É muito fácil calcular a produção total de energia do globo e daí a energia de uma civilização de tipo 1. Ao faze-lo, percebemos que nos tornaremos uma civilização planetária por volta do ano 2100. Depois, quando passarmos a dominar todo o poder energético de uma estrela, teremos uma civilização estelar, ou de tipo 2. Poderemos então brincar com as estrelas. Para dar um exemplo, a série televisiva Star Trek (Jornada nas Estrelas), com a sua Federação dos Planetas Unidos, podia potencialmente formar uma civilização de tipo 2. O próximo passo são as civilizações de tipo 3, semelhantes às de A Guerra das Estrelas. Cada civilização está separada da anterior por um fator de cerca de dez bilhões: tomando a potência energética de uma civilização, multiplica-se esse número por dez bilhões e obtém-se a potência energética da civilização seguinte.




Por que é importante falar sobre isso agora?

Porque estamos prestes a nos tornar uma civilização de tipo 1. A internet é a primeira tecnologia de tipo 1 que tem uma dimensão verdadeiramente planetária, é a primeira a espalhar-se por toda a Terra. Para onde quer que olhemos, observamos culturalmente a prova dessa transição. É por isso que a internet é tão importante. Uma civilização de tipo 0 ainda transmite toda a selvageria ligada à sua recente saída do pântano. A nossa continua marcada pelo nacionalismo, pelo fundamentalismo… Mas quando chegarmos ao estágio de uma civilização de tipo 1, teremos eliminado a maioria desses problemas. Quando chegarmos ao tipo 2, nos tornaremos imortais: nada cientificamente conhecido destruirá uma civilização de tipo 2.

O futuro que descreve no seu livro é vasto e expansivo. Está repleto de ideias audaciosas e possibilita todos os tipos de proezas técnicas e cientificas: naves capazes de adaptar planetas ao modo de vida dos terráqueos, imortalidade, civilização avançada. Mas também é um enorme salto no desconhecido, não é?

Isso mesmo. No entanto, eu sou um cientista, por isso posso começar a quantificar o desconhecido. Se fosse um escritor de ficção científica, apenas poderia fantasiar sobre uma série de tolices contrárias às leis da física. Mas sou um físico, conheço o rendimento energético e os requisitos dessas tecnologias.




Vejamos uma das ideias que menciona, a “laserportação”, por exemplo. Pode explicar o que isso significa, de forma sucinta?

Até ao final do século, vamos ser capazes de nos digitalizarmos. Tudo o que sabemos sobre nós próprios e a nossa personalidade e até mesmo as nossas memórias será convertido em dados digitais. Neste momento, o Human Connectome Project, que o Presidente Obama ajudou a lançar, está trabalhando no mapeamento de todas as conexões internas do cérebro.

Cada um de nós já deixa uma pegada digital. Todas as nossas transações com cartões de crédito, as nossas fotografias no Instagram, os nossos vídeos… Isso já representa uma significativa informação digital. Mas, perto do final do século, será o próprio cérebro que vai deixar a sua marca. Vamos ser capazes de criar uma imagem compósita de quem somos. Vamos poder digitalizar essa imagem, carregá-la num feixe de laser e enviá-la para a Lua. Em um segundo, estaremos na Lua, em vinte minutos chegaremos a Marte, em um dia acercamo-nos de Plutão e em quatro anos estaremos perto das estrelas. Sem termos de nos preocupar com reatores de foguetões, sem risco de acidentes, sem efeitos da falta de peso ou de raios cósmicos. Vou ao ponto de dizer que acho que isto já existe. Que há extraterrestres muito mais avançados do que nós, que não se enlatam em discos voadores. Os discos são muito datados. São mesmo muito do século 20! Não. Eles já se laserportam. É possível que já exista uma autoestrada de laserportação muito perto da Terra, através da qual milhões de seres se laserportam através da galáxia, mas somos demasiado estúpidos para perceber isso.

Isso é por estupidez? Ou simplesmente porque estamos ainda a meio caminho entre os tipos 0 e 1 da escala de Kardashev?

Um pouco dos dois. Há uma certa estupidez da nossa parte, porque somos arrogantes. Achamos que sabemos tudo. Acreditamos que, ouvindo sinais de rádio, podemos determinar se existe vida noutro lugar que não na Terra. Para mim, é uma prova de estupidez. Se encontrarmos uma civilização primitiva, é possível que usem Código Morse; mas ao fim de algum tempo, vão ter de começar inevitavelmente a usar todo o espectro eletromagnético. Partimos do pressuposto de que os alienígenas utilizam o Código Morse, que ainda estão no tipo 1. Imaginamos que talvez estejam cem anos à nossa frente. Partimos do princípio de que usam discos voadores. Mas por quê? Isso é tão século 20! A laserportação através da galáxia é um meio muito mais avançado.




Entre Vistas - Adolfo Pèrez Esquivel









Postado em Rede TVT em 13/03/2018





Mercedes Sosa e León Gieco ( autor da música ) - Sólo le pido a Dios






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Leonardo Boff e Jessé Souza : 2 entrevistas, 2 personalidades e visões de mundo que se completam













Delírios entrevista Marcia Tiburi



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Lula vai até o fim. Mas quem é o Lula do terceiro mandato ?



Fotos: Ricardo Stuckert






No vídeo acima, debate na tv web  TV 247  com os jornalistas Paulo Moreira Leite, Alex Solnik  e  Leonardo Attuch sobre a entrevista de Lula a um grupo de jornalistas.


LULA : QUEM VOTA EM PRESIDENTE PROGRESSISTA, VOTA EM PARLAMENTAR PROGRESSISTA


247 - A principal mensagem transmitida pelo ex-presidente Lula a jornalistas durante uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira 20 em São Paulo é a de que o Brasil precisa de um novo modelo de governabilidade e que ele, se for eleito presidente, vai precisar de uma bancada de apoio ao seu governo.

Questionado se poderia reverter algumas das medidas do governo Michel Temer, estando na presidência, independente de referendo revogatório, Lula disse que pretende formar maiorias pelo Congresso, ouvindo a sociedade e os parlamentares.

Todo o eixo da campanha presidencial de Lula em 2018 será no sentido de defender um Congresso mais alinhado com seu programa. "Quem vota em presidente progressista vota em parlamentar progressista", defendeu o ex-presidente. "As pessoas precisarão perceber a importância do Congresso", completou.

A união entre os poderes será fundamental para que Lula reverta as medidas do governo Temer caso seja eleito. Lula também sinalizou que pretende realizar um terceiro mandato ousado, isentando a classe média de impostos e taxando o andar de cima.

Ao comentar a candidatura de Ciro Gomes, Lula lembrou da lealdade que o ex-ministro teve a ele na época do mensalão e afirmou que Ciro precisa aprender com o tempo que as palavras têm peso e que ele, com o diz, está ferindo a si próprio.

De uma forma elegante, disse que não queria ter um candidato a vice-presidente mais velho do que ele, quando indagado sobre os rumores de uma chapa com o senador Roberto Requião (PMDB-PR). Requião tem 76 anos e Lula, 72. 

Sobre o julgamento do TRF4, marcado para 24 de janeiro, Lula informou que não estará presente porque fará uma viagem à África, onde participará de um debate sobre a fome no mundo. Ele declarou que não desistirá da candidatura em nenhuma hipótese e que irá "até as últimas consequências".

"Eu não vou passar pra história como um inocente condenado", ressaltou. Para Lula, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, deveria ser exonerado a "bem do serviço público".


Rubens Casara : No Estado pós-democrático, Justiça vira ferramenta contra os “indesejáveis” e serve de mercadoria para entreter o público



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Luiz Carlos Azenha



Rubens Casara é Doutor em Direito, Mestre em Ciências Penais e Juiz de Direito do TJ/RJ. Ele está lançando o livro Estado Pós-Democrático, neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. Falou ao Viomundo em sua casa, no Rio de Janeiro.


Trechos:

Esse livro nasce da percepção de uma mutação no Estado. O Estado democrático de Direito, que era marcado pelo existência de limites rígidos para o exercício do poder, esse Estado desaparece e surge uma nova configuração, no qual não existem mais limites rígidos.

Os direitos e garantias fundamentais, dentro da lógica neoliberal, também são tratados como mercadorias e, portanto, negociáveis.

O Estado pós-democrático reúne características que poderiam ser chamadas de pré-modernas.

Há, de novo, uma união entre o poder político e o poder econômico, eles quase se identificam e para que o projeto neoliberal se concretize é necessário um Estado forte.

Um Estado forte na contenção dos indesejáveis.

Os indesejáveis seriam aqueles que não interessam à sociedade de consumo, porque não produzem ou porque não consomem, mas também aqueles inimigos políticos, aqueles que se opõem ao projeto neoliberal.

O que é “processo penal do espetáculo”, tema de seu livro anterior? É aquilo a que estamos assistindo no Brasil hoje?

É uma consequência da razão neoliberal condicionando a atuação dos atores jurídicos. Condicionando a percepção e a exploração do processo como mercadoria.

Se o processo na tradição liberal tinha uma função de garantir o respeito aos direitos e garantias fundamentais, o processo penal do espetáculo aparece com uma dimensão de entretenimento.

É vendido ao grande público como espetáculo e tem como função agradar aos espectadores.

Para saber o que o juiz Casara pensa sobre as ações de seu colega Sérgio Moro, assista à íntegra do vídeo.






Postado em Viomundo em 07/10/2017



Rubens Casara


" O brasileiro foi levado a acreditar no uso da força, da violência, para resolver os mais variados problemas. Você é levado a acreditar que as coisas não podem ser diferentes, a esquecer a ideia de utopia e nesse momento fica paralisado diante de um estado de coisas que não necessariamente tinha que ser assim.

Se o fascismo já foi visto como obstáculo ao capitalismo, hoje é fundamental para a manutenção do modelo, que está em crise permanente – e se é permanente, nem merece ser chamado de crise, é o próprio funcionamento normal do sistema.

Práticas fascistas são fundamentais nesse controle da população e na formatação de um pensamento homogêneo que é interessante para a sociedade de consumo, já que a diferença no contexto do Estado Pós-Democrático, para a razão neoliberal, só é admitida se puder ser transformada em mercadoria. As outras diferenças podem ser eliminadas.

Hoje, a sensação que nos domina é de angústia, de falta, de impotência, e identificar – e aceitar até – essa angústia e fazer algo criativo a partir dela passa necessariamente por um processo que chamo de auto interpretação. 

Temos que nos interpretar, saber o que queremos, verificar qual a nossa responsabilidade pelo que estamos vivendo e partir para a ação. Iniciar um processo de mudança, ou que seja apenas para caminhar. Hoje nós não estamos andando.

Uma característica marcante da pós-democracia é que começamos a querer trabalhar só com positividades, é a sociedade do excesso do desempenho, onde cada um tem que produzir muito, não sobra tempo para o diálogo. E temos que conversar muito para pensar soluções para as inércias tanto coletivas quanto individuais.

E o autoritarismo pretende também impedir esse diálogo.

O ódio é produzido para você não conversar com o outro. Se não existe o diálogo, não existe o comum. Cada um pensando no seu próprio umbigo não se tem perspectiva de transformação."




Entrevista do deputado federal Jean Wyllys á TV 247, " o que devemos discutir é a cura da homofobia "



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247 O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) concedeu uma entrevista exclusiva à TV 247, em que falou sobre os enormes retrocessos do Brasil pós-golpe, como a proposta de "cura gay"e o novo macartismo cultural, que tem atingido exposições artísticas pelo Brasil afora.

– A homossexualidade já foi catalogada como doença. Quem primeiro fez um movimento para despatologização da homossexualidade foi a Associação Americana de Psiquiatria. Em seguida, a Organização Mundial de Saúde retirou de vez a homossexualidade do código de doenças em 1990. Ou seja: desde então, ela é considerada uma expressão da sexualidade humana, como a heterossexualidade ou a bissexualidade. 

Na opinião do parlamentar, o que se deve discutir é a cura para a homofobia. Na entrevista, concedida aos jornalista Leonardo Attuch e Paulo Moreira Leite, ele lembrou que o Brasil é um dos países que lideram a violência contra o público LGBT e disse que a ideia de "cura gay" estimula a homofobia.

Na entrevista, ele também comentou casos como as ações do MBL contra a exposição "Queermuseu" em Porto Alegre e contra expressões artísticas, como o caso recente do MAM.

– Estão fazendo uma gigantesca cortina de fumaça, para que nós discutamos esses temas, que são importantes, enquanto eles, que são um grupelho fascista, apoiam um governo ilegítimo e corrupto que vende todas as riquezas nacionais.

Wyllys falou ainda sobre a disputa presidencial de 2018, disse que o Psol terá candidatura própria à presidência em 2018, mas defendeu uma frente ampla de esquerda no segundo turno, possivelmente em torno do ex-presidente Lula. Na entrevista, ele afirmou que Ciro Gomes evita se posicionar sobre temas ligados à questão LGBT e criticou posturas conservadoras de Marina Silva. Num ponto surpreendente, defendeu as políticas contra a homofobia do tucano Geraldo Alckmin.







Devolvam meu país !










Postado em Blog da Cidadania em 27/09/2017



Boulos : A revolta é subterrânea, num barril de pólvora !



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Beatriz Fagundes : Simplicidade, determinação e liberdade






Radialista da editoria de política vive o poder do agora e diz estar feliz


Luiza Borges

Acompanhada da filha Sheila e do neto Davi, Beatriz Fagundes chegou ao local da entrevista usando óculos escuros e vestindo uma estampa florida, que transmitia o momento de astral leve. Ao apresentar o pequeno de dois anos, comenta que ele brincava de desenhar, sinalizando as mãos riscadas de canetinha. O guri sorri, olhando para a avó e com expressão de gratidão, acena um até breve, deixando-a para o bate-papo com o Coletiva.net. A troca de olhares mostra o apreço pela família, pois os netos são uma das razões da boa fase que Beatriz se encontra: livre e conectada apenas ao que necessita.

Divorciada, em nova etapa profissional e de bem consigo mesma, conta que “é sozinha, mas nunca está sozinha”. Aos 61 anos, é avó de três crianças: Davi, de dois anos e Arthur, de sete, ambos filhos de Sheila, que vivem em Porto Alegre; e Gabriel, de 12 anos, filho de Jeferson, atualmente morando em Florianópolis, Santa Catarina. Sobre a saudade e a distância, conta sorrindo: “Os dois são praticantes do taekwondo. Meu filho é mestre no esporte e o Gabriel está seguindo os passos do pai. Fico por dentro de tudo o que acontece, pois fazemos contato via Skype e converso direto com eles”, comenta, aliviada com as facilidades das tecnologias.

Criada com mais quatro irmãos, Vera, Iara, Matheus e Henrique (já falecido), se recorda da infância em São Leopoldo, onde viveu até os nove anos. “Sou do tempo em que criança brincava na rua, subia em árvores, andava de bicicleta. Eu e meus irmãos nos divertíamos muito”, relembra. Estas boas recordações se mesclam a um acontecimento que marcou a vida de Beatriz. Filha de capitão do exército, acompanhou de perto o clima de repressão durante a ditadura militar, em 1964.

Ela tinha nove anos quando seu pai, Matheus Gonçalves Fagundes, ficou quase 100 dias desaparecido. Ao retornar para a casa, após ser torturado e 20 quilos mais magro, era quase que irreconhecível. A lembrança despertou o interesse da jovem em entender o que era governo. “Queria saber quem tinha o poder de fazer aquilo com uma pessoa. Quem mandava? O que fazia e por quê? ”, conta. Desde então, passou a ler e pesquisar muito, e assim a ligação com a política foi ficando mais forte.

A radialista

Beatriz tornou-se uma mulher determinada e corajosa. O envolvimento com a ciência política acabou se transformando em profissão. Em 1984, o então marido que trabalhava na Rádio Guaíba ficou sabendo de uma oportunidade para produzir o programa do jornalista Lasier Martins. Candidatou-se e conquistou a vaga de produtora-executiva. Durante um ano e meio, foi responsável pelo conteúdo do Guaíba Revista. Foi durante esta época que, por conta de uma situação inusitada, Beatriz entrou no ar. “Eu estava com a escritora Rose Maria Muraro que ia divulgar sua obra ‘A vida sexual da mulher brasileira’. O Lasier chegou no estúdio e, sem explicar o porquê, disse que não ia fazer o programa e foi embora. Fiquei desesperada, mas encarei e apresentei a atração. Fui lá e fiz. Estava quase tendo um chilique, pois ele foi embora e não tive chances de conversar e pegar instruções. Não consigo me lembrar de nada do que falei, mas deu tudo certo”, relata, sorrindo. Deste dia em diante, a radialista de coração trocou a produção pelos microfones e entrou de cabeça no mundo do jornalismo político.

Quando decidiu por este caminho, a questão do nome foi colocada em pauta. Na época, haviam duas figuras femininas se destacando no meio da comunicação, que eram Tânia Carvalho e Magda Beatriz. Então, de Tânia Beatriz passou a se apresentar como Beatriz Fagundes, para diferenciar. A radialista teve experiências futuras na Rádio Gazeta, onde conheceu Nelson Marconi, profissional a quem destaca como ótimo e uma pessoa muito bacana. “Iron Albuquerque foi quem abriu a rádio Gazeta. Ele era outra figura louca, mas que considero sensacional”. Trabalhou ainda durante oito anos na Rádio Pampa e atuou por seis meses na Rádio Bandeirantes.

Como referências na profissão, admira dois profissionais: no Rio de Janeiro, tem Cidinha Campos, que conheceu e por quem despertou um grande carinho. Já no Rio Grande do Sul, Jorge Alberto Mendes Ribeiro, com o qual também teve a oportunidade de trabalhar, era a inspiração. “Eu o achava um cara sensacional”, resume. As influências que tornaram Beatriz a profissional que é vieram de vários cantos. “Tu vai como um beija-flor, pega um pouco do néctar de cada um e cria o teu ser”.

Abertamente de esquerda

Seu posicionamento esquerdista dificultou algumas relações profissionais. “Quando meu contrato com a Bandeirantes se encerrou, fiquei um tempo analisando. Sou de esquerda abertamente e isto me tirou um tempo do mercado”. Foi, então, que veio a experiência na Rádio Real, de Canoas, a qual resume como “uma boa fase”, pois ia de trem e aproveitava para ler muito no trajeto para a rádio. Trabalhou lá durante sete anos, até Lula ser eleito presidente do Brasil, em 2002, quando voltou para a Pampa a convite do vice-presidente da emissora, Paulo Sérgio Pinto.

Foram anos de conversas e contato com grandes figuras da política brasileira. Algumas situações inusitadas ocorreram, lembradas com muito bom-humor pela radialista. Certa vez, estava no ar com os convidados – uma psicóloga e uma sexóloga. Antes de entrar os comerciais, recebeu o sinal do operador de som e falou: ‘Vamos a um breve intervalo sexual e já voltamos’. A gafe passou batida por todos que estavam presentes no estúdio. Mas, de repente, mensagens dos ouvintes começaram a chegar com diversas brincadeiras. Eles falavam: ‘nossa, mas que rapidinho. Já voltaram’. Os comentários aumentaram e, quando entenderam o que aconteceu, foi uma diversão que só.

Manawa, o momento do poder é o agora

“Eu vivo o hoje. Nós não temos o controle da vida. Temos o poder do sim e do não, mas no agora”, garante, ao ponderar que espera um futuro com saúde para continuar fazendo o que a faz bem, sem se preocupar se vai ser rica ou famosa, mas desejando poder fazer o que quiser fazer. “Quero poder tomar as decisões que tenho vontade”.

Atualmente, Beatriz se dedica a um projeto pessoal: a Rádio Web Manawa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, tem no comando a voz da locutora. Fundada em fevereiro de 2016, o veículo traz em sua programação o debate sobre política, é claro, mas também aborda questões atuais, sempre sugeridas pelos ouvintes que participam com bastante frequência. O nome Manawa é inspirado em um dos sete princípios da filosofia havaiana Huna, que entende que o poder vive no agora. Adepta da doutrina, ela explica: “A Beatriz que saiu de casa para vir aqui já não existe mais, a que vai sair daqui ainda nem existe, mas esta que está aqui agora é real”, diz. Beatriz conheceu a filosofia em 1996, através de amigos. Mas foi no ano de 2000, quando sofreu com uma depressão sem explicação, que reencontrou na Huna sua salvação.

Seu programa de rádio é transmitido em um estúdio simples, em estrutura montada na própria casa. “Até cheguei a abrir um espaço fora, mas achei desnecessário, pois consigo entrar no ar e fazer um bom trabalho de casa”. A Manawa conta com a participação dos amigos ouvintes e internautas. “Há uma incrível troca de informações. Abro espaço para a opinião dos ouvintes e eles mandam vídeos, enviam sugestões de pauta, sentem-se e fazem parte do programa”, conta, bastante alegre. Ela trabalha com o que gosta. Viveu muitos momentos bons, realizou diversas entrevistas interessantes sobre assuntos variados como. Isso a faz feliz, pois adquire muito conhecimento. Para ela, o rádio tem que ser companheiro, e o locutor acaba sendo um amigo para o ouvinte.

Momento total zen

Amante de tudo o que envolve energia positiva, Beatriz gosta de absorver informações que vão da astrologia a numerologia, áreas que se identifica muito. “Às vezes, o ser humano passa a vida inteira sem realmente se conhecer. E isto não tem a ver com idade, nem gênero. Existem pessoas que já possuem uma certa idade e muitas experiências, mas ainda não se conhecem de verdade. Estudar a tradição do xamanismo havaiano, entender a Huna me fez olhar as coisas de outro modo.” A liberdade de espírito proporcionou a seguinte maneira de pensar e agir: temos 100% de liberdade em nossas vidas, mas sobre estas escolhas, temos 100% de responsabilidade.

Em sua rotina, Beatriz fica no ar durante a manhã, pela Rádio Web Manawa. Após três horas online, geralmente fica cerca de 30 minutos em silêncio, realizando mantras, que têm como objetivo proporcionar um descanso para o cérebro. “O momento político está um lixo e as energias pesadas estão circulando. A cabeça vira uma reciclagem deste lixo e temos que trabalhar isto, diariamente. Às vezes até acabo dormindo um pouco”.

Mesmo com tantas coisas boas acontecendo na vida, ela não se sente completamente realizada, pois acha que ainda falta algo. “Não sei o que é, ainda não parei para analisar isto. Mas é exatamente por isso que, quando acontece algo bom, eu comemoro. Não me apego. Prefiro que a vida me surpreenda”, afirma, ressaltando que é bom ter metas, mas não se pode ser refém delas.

Longe do microfone

Quando está distante do estúdio, existe uma mulher que não gosta de viver em caixinhas. Eclética em todos os gostos, vai de fases em que aprecia desde uma boa feijoada até a leve salada. Mas confessa não ter frescura, pois come de tudo. “Estou aqui tentando lembrar de algum alimento que eu não comeria de jeito nenhum, mas não consigo”.

Sem religião definida, é adepta do que faz o bem. Lê sobre tudo, daquelas que não deixa escapar nem bula de remédio. Gosta dos livros de autoajuda, mas também lê Shakespeare, Paulo Coelho. Quando o assunto é música, acha mais fácil citar os estilos que não aprecia: funk e heavy metal. Ou seja, dependendo de como estão seus sentimentos no dia, escolhe a trilha sonora. Sobre cinema, cita o filme ‘Central do Brasil’ como referência e elogia: “Foi uma baita denúncia sobre a miséria mental do País”.

Exploradora nata, se pudesse escolher outra profissão, seguiria o ramo de turismo. Amante das trilhas no meio da natureza, já foi daquelas aventureiras e fez muitas trilhas pelo interior do Rio Grande do Sul, apesar da estreia ter acontecido quando morava no Rio de Janeiro e subiu, pela primeira vez, a Pedra da Gávea.

Colorada desde criança, foi a única da família que optou torcer pelo Internacional. Não sabe explicar o porquê, mas diz que a paixão nasceu com ela. “Meu pai era gremista doente. As pessoas contam que, quando queria ganhar alguma coisa, eu dizia que era gremista. Quando conseguia o objetivo, voltava a ser colorada”, recorda, soltando uma gargalhada. Sempre brincando, é uma mulher de astral contagiante.

Para conquistar a amizade de Beatriz, é preciso ter um papo bacana e ser bem-humorado. “Sou daquelas que perco o amigo, mas não perco a piada”, comenta, rindo novamente. Quem quiser manter o contato com ela, deve evitar agir com hipocrisia e falsidade, pois são características que a tiram do sério. “Quando sinto estas energias, até me afasto para não julgar.”

Humilde no que se refere à aparência, tem a mania de se vestir confortavelmente. “Adoro usar chinelo e abrigo. Por causa disso, as pessoas me veem e perguntam se estou bem. Minha característica é andar ‘esgualepada’. Gosto de estar o mais simples possível”. E com estas palavras ela termina o bate-papo, quando, sorrindo, diz: “E é isso. Em resumo, eu sou o máximo”.



Postado em Coletiva.net em 14/07/2017



Conheça a Rádio Web Manawa clicando abaixo :


Lula um grande brasileiro. Inteligência e coração juntos !





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A base de um cérebro saudável é a bondade. Posso treinar isto.



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Entrevista: Richard Davidson (*)



Nasci em Nova Iorque e moro em Madison, Wisconsin (EUA), onde sou professor de psicologia e psiquiatria na universidade. Acredito que a política deve basear-se naquilo que nos une. Só assim poderemos reduzir o sofrimento no mundo. Acredito na gentileza, na ternura e na bondade, mas temos que treinar para alcançar essas capacidades.

Eu estava investigando os mecanismos cerebrais ligados à depressão e à ansiedade.


… E acabou fundando o Centro de Investigação de Mentes Saudáveis.

Quando eu estava no meu segundo ano na Universidade de Harvard, a meditação cruzou o meu caminho e fui para a Índia investigar como treinar a minha mente. Obviamente, meus professores disseram que eu estava ficando louco, mas aquela viagem marcou meu futuro.

… É assim que começam as grandes histórias.

Descobri que uma mente calma pode produzir bem-estar em qualquer tipo de situação. E quando me dediquei a investigar, por meio da neurociência, quais são as bases para as emoções, fiquei surpreso ao ver como as estruturas do cérebro podem mudar em tão somente duas horas.




Em duas horas!

Hoje podemos medir com precisão. Levamos meditadores ao laboratório; e antes e depois da meditação, tiramos uma amostra de sangue deles para analisar a expressão dos genes.

E a expressão dos genes muda?

Sim. E vemos como as zonas com inflamação ou com tendência à inflamação tinham uma abrupta redução disso. Foram descobertas muito úteis para tratar a depressão. Contudo, em 1992, conheci o Dalai Lama e minha vida mudou.

Um homem muito encorajador.

“Admiro seu trabalho – ele me disse -, mas acho que você está muito centrado no estresse, na ansiedade e na depressão. Nunca pensou em focar suas pesquisas neurocientíficas na gentileza, na ternura e na compaixão?”.

Um enfoque sutil e radicalmente distinto.

Fiz a promessa ao Dalai Lama de que faria todo o possível para que a gentileza, a ternura e a compaixão estivessem no centro da pesquisa. Palavras jamais citadas em um estudo científico.

O que você descobriu?

Que há uma diferença substancial entre empatia e compaixão. A empatia é a capacidade de sentir o que sentem os demais. A compaixão é um estado superior. É ter o compromisso e as ferramentas para aliviar o sofrimento.

E o que isso tem a ver com o cérebro?

Os circuitos neurológicos que levam à empatia ou à compaixão são diferentes.




E a ternura?

Forma uma parte do circuito da compaixão. Umas das coisas mais importantes que descobri sobre a gentileza e a ternura é que se pode treiná-las em qualquer idade. Os estudos nos dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes, melhora os resultados acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles.

E como se treina isso?

Primeiro, levando a mente deles até uma pessoa próxima, que eles amam. Depois, pedimos que revivam um momento em que essa pessoa estava sofrendo e que cultivem o desejo de livrar essa pessoa do sofrimento. Logo, ampliamos o foco para pessoas não tão importantes e, por fim, para aquelas que os irritam. Estes exercícios reduzem substancialmente o bullying nas escolas.

Da meditação à ação há uma distância.

Umas das coisas mais interessantes que tenho visto nos circuitos neurais da compaixão é que a área motora do cérebro é ativada: a compaixão te capacita para agir, para aliviar o sofrimento.

Agora você pretende implementar no mundo o programa Healthy Minds (mentes saudáveis).

Esse foi outro desafio que o Dalai Lama me deu, e temos elaborado uma plataforma mundial para disseminá-lo. O programa tem quatro pilares: a atenção; o cuidado e a conexão com os outros; o contentamento de ser uma pessoa saudável (fechar-se nos próprios sentimentos e pensamentos é uma das causas da depressão) …

… É preciso estar aberto e exposto.

Sim. E, por último, ter um propósito na vida. Que é algo que está intrinsecamente relacionado ao bem-estar. Tenho visto que a base para um cérebro saudável é a bondade. E treinamos a bondade em um ambiente científico, algo que nunca tinha sido feito antes.

Como podemos aplicar esse treinamento em nível global?

Por meio de vários setores: educação, saúde, governo, empresas internacionais …

Através desses meios que têm potencializado este mundo de opressão em que vivemos?

Tem razão. Por isso, sou membro do conselho do Foro Econômico Mundial de Davos. Para convencer os líderes de que é preciso levar às pessoas o que a ciência sabe sobre o bem-estar.

E como convencê-los?

Por meio de provas científicas. Tenho mostrado a eles, por exemplo, o resultado de uma pesquisa que temos realizado em diversas culturas diferentes: se interagirmos com um bebê de seis meses usando fantoches, sendo que um deles se comporta de forma egoísta e o outro de forma amável e generosa, 99% dos bebês prefere o boneco que coopera.




Cooperação e amabilidade são inatas.

Sim, mas são frágeis. Se não são cultivadas, se perdem. Por isso, eu, que viajo muitíssimo (o que é uma fonte de estresse), aproveito os aeroportos para enviar mentalmente bons desejos a todos com quem cruzo no caminho, e isso muda a qualidade da experiência. O cérebro do outro percebe isso.

Em apensa um segundo, seguem o seu exemplo.

A vida é só uma sequência de momentos. Se encadearmos essas sequências, a vida muda.

Hoje, mindfulness (atenção plena) tornou-se um negócio.

Cultivar a gentileza é muito mais efetivo do que se centrar em si mesmo. São circuitos cerebrais distintos. A meditação em si não interessa para mim. O que me importa é como acessar os circuitos neurais para mudar o seu dia-a-dia, e sabemos como fazer isso.

Ciência e Gentileza

A pesquisa de Richard Davidson está centrada nas bases neuronais da emoção e nos métodos para promover, por meio da ciência, o florescimento humano, incluindo a meditação e as práticas contemplativas. 

Ele fundou e preside o Centro de Investigação de Mentes Saudáveis na Universidade de Wisconsin-Madison, onde são realizadas pesquisas interdisciplinares com rigor científico sobre as qualidades positivas da mente, como a gentileza e a compaixão. 

Richard Davidson já acumula prêmios importantes e é considerado uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time. É autor de uma quantidade imensa de pesquisas e tem vários livros publicados. Ele conduziu um seminário para estudos contemplativos em Barcelona.











“Eles construíram uma mentira”, diz Lula sobre Lava-Jato em entrevista a Roberto Navarro



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“Eles construíram uma mentira”, diz Lula sobre Lava-Jato em entrevista a Roberto Navarro



Jornalista Roberto Navarro entrevista o ex-presidente Lula. Brasileiro fala sobre arbitrariedades na condução da Lava-Jato, denúncias do Ministério Público e sua defesa na justiça. 





Postado em O Cafezinho em 28/11/2016



Continuação da entrevista :













Greenwald : " Brasil está submisso aos americanos "



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O governo de Michel Temer tem perdido parcela da soberania ao se tornar submisso aos interesses dos Estados Unidos. É o que acredita, e com espanto, o jornalista norte-americano, residente no Brasil e dono do portal The Intercept, Glenn Greenwald
Em entrevista ao repórter Lucas Valença, repórter da Agência UniCEUB, ele critica o momento político brasileiro desde o processo de impeachment contra Dilma Rousseff e também faz duras críticas aos grandes conglomerados da mídia do País, os quais acusa de fazer "publicidade", e não jornalismo.


Por Lucas Valença, repórter da Agência UniCEUB


O governo de Michel Temer tem perdido parcela da soberania ao se tornar submisso aos interesses dos Estados Unidos. É o que acredita, e com espanto, o jornalista americano, residente no Brasil e dono do blog The Intercept, Glenn Greenwald

Além de criticar o momento atual desde o processo de impeachment da ex-chefe de Estado, Dilma Rousseff, o jornalista também faz duras críticas aos grandes conglomerados da mídia brasileira, os quais acusa de fazer "publicidade" e não jornalismo. A Agência de Notícias UniCEUB conversou com o profissional durante passagem dele por Brasília.

A diversidade e a pluralidade de opiniões são elementos essenciais ao bom jornalismo, mas para o fundador do The Intercept, os grupos de mídia no Brasil não têm exercido essas características. Ele ressalta que as "facções" controladoras dessas empresas possuem interesses muito iguais, o que afeta a produção do conteúdo.

Greenwald lembra também que a ONG Repórteres Sem Fronteiras rebaixou o Brasil para a 104ª posição no ranking de liberdade de imprensa no mundo. A organização deu dois motivos para explicar o rebaixamento. O primeiro é o alto índice de violência contra jornalistas independentes no país. Já o segundo, é o aspecto mais polêmico: dá-se quando a ONG defende que as grandes corporações de mídia pararam de se comportar como empresas jornalísticas e passaram a tentar "destruir" o governo eleito.

O jornalista conta que a entidade é respeitada no mundo por se posicionar contra ameaças a um determinado jornalista ou contra jornais e raramente intervir em problemas nacionais.

" Mas neste caso, eles puderam ver que a situação aqui foi tão extrema que era necessário fazer comentários e explicitar que essa situação é contra a liberdade de imprensa ", afirma o repórter.

Com o avanço das tecnologias e o surgimento das redes sociais, mudanças na forma de se transmitir a notícia tem gerado impacto nos veículos de comunicação. Para Glenn Greenwald, agora as organizações não podem mais controlar as informações como "faziam" antes. 

" Quando você pensa que a informação no Brasil é controlada por poucas famílias e se tornaram propagandas, parece uma situação muito ruim, mas eu tenho muito otimismo com relação ao futuro ", conta.

Impeachment

Pela segunda vez desde a redemocratização, o Brasil afastou um presidente eleito por meio do processo de impeachment.

No começo, a mídia internacional lidava com o processo de afastamento da ex-chefe de governo Dilma Rousseff de forma semelhante à mídia local. Diziam que o povo no Brasil não aguentava mais o governo petista e que lutava contra um governo corrupto. 

No entanto, o jornalista lembra que as empresas internacionais mudaram de posição. 

" A mídia internacional começou a olhar, não só para Lula ou Dilma, mas para quem iria ocupar o poder depois do afastamento. Mas quando começaram a olhar para Michel Temer e Eduardo Cunha, que tinham diversas acusações de corrupção, tirando uma pessoa eleita em nome da corrupção, isso ninguém conseguiu entender ".

Para o jornalista, os integrantes do novo governo acabam assumindo que foi montado uma "fraude" para levar Michel Temer ao palácio do Planalto.

" Seis semanas atrás, Michel Temer foi à New York e assumiu que o processo de impeachment se deu por ideologia, porque o PT não aceitou a agenda do PMDB (Ponte para o Futuro) e a mídia simplesmente ignorou isso ".

O problema hoje, está com a mídia, que segundo Greenwald, ajudou a instalar um governo que é mais corrupto, do que o da presidente que tiraram em nome da corrupção. 

" A solução que a mídia teve até agora é simplesmente ignorar os fatos que mostram a corrupção dos membros do governo. Por exemplo, foi divulgado que o ministro José Serra recebeu 23 milhões de reais em caixa dois. A Globo não mencionou isso ".
" Eu não entendo como a direita brasileira que gosta de mostrar força, dizer que são 'machos', que querem defender tudo, é totalmente submissa ao governo norte-americano. Eles querem servir ".

O repórter também acusa o governo atual de fazer "tudo" em favor dos interesses do governo americano.

" Michel Temer é quase escravo do governo dos Estados Unidos. Há pessoas de dentro do governo americano que não conseguem acreditar quantos benefícios eles estão recebendo (do Brasil) ", explica.



Postado em Brasil 247 em 11/11/2016



Nota :  

 Glenn Greenwald também criou o The Intercept Brasil 




TVE Entrevista Especial - Dilma Rousseff : Imperdível para quem defende a Democracia !

















NA PRIMEIRA ENTREVISTA desde seu afastamento, a ex-presidente Dilma Rousseff citou a declaração em que Michel Temer diz que o impeachment foi motivado por Dilma não aceitar o plano econômico do PMDB, e não por supostas irregularidades praticadas por ela.


A entrevista foi conduzida pelo jornalista Bob Fernandes para a TVE Bahia e será transmitida nesta terça-feira, às 20h40, na TVE e no portal do canal

O comentário da ex-presidente refere-se a um discurso dado por Temer na sede da Sociedade Americana/Conselho das Américas (AS/COA), em Nova York, na quarta-feira passada, dia 21, quando disse que ele e seu partido começaram a articular o afastamento de Rousseff em consequência direta da não aceitação, pela ex-presidente, do programa neoliberal do PMDB chamado “Ponte para o Futuro”.

A fala inesperada de Temer foi noticiada por vários meios de comunicação da mídia independente, mas foi completamente ignorada por toda a mídia tradicional, com exceção da revista Exame, Carta Capital e Jornal do Brasil.

Veja o vídeo aqui:










Postado em The Intercept Brasil em 27/09/2016