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Eu acredito em anjos




Eu acredito em anjos. Anjos humanos. Anjos na Terra. Anjos de carne, osso e um coração imenso.


Marcel Camargo

Eu acredito em anjos. Não me refiro àquelas imagens aladas tocando lira por entre nuvens de algodão, nem a personagens presentes em narrativas sagradas. Acredito em anjos na Terra, anjos encarnados e prontos a nos ajudar, sem ressalvas. São aquelas pessoas que ficam ao nosso lado e nos enxergam sempre, inclusive quando nos sentimos invisíveis.

Em nossa adolescência e em nossa juventude, geralmente possuímos um monte de amizades, que achamos serem para sempre, como se aqueles momentos durassem até nossa velhice. Mas não, a vida se encarrega de colocar cada pessoa em seus destinos, colhendo os frutos daquilo que plantaram, junto aos seus amores e dissabores. Com isso, a gente vai se afastando, aos poucos, outras vezes abruptamente, de quem queria por perto sempre.

Eu só fui perceber o valor da amizade verdadeira depois que amadureci, constituí família, quando se iniciam as perdas que toda jornada traz. Aprendi que amizade não quer dizer presença constante, mas sim estar pronto para vir até nós, nos momentos em que dói a nossa alma. Aprendi que, passe o tempo que for, algumas pessoas jamais saem de dentro de nós, mesmo que elas não se encontrem mais no plano terrestre.

E esses aprendizados me conscientizaram de que pessoas especiais são anjos. Aquela mão que se estende quando estamos no fundo do poço, aquelas palavras consoladoras de quem parece saber do que precisamos, aquele abraço que suaviza o nosso mundo todo, são verdadeiras bênçãos, porque partem de gente iluminada, sincera, gente que consegue entender o outro, que se coloca no lugar da gente. Anjos.

Eu acredito em anjos. Anjos humanos. Anjos na Terra. Anjos de carne, osso e um coração imenso. Eles aparecem quando menos esperamos, ajudando-nos a não perder a esperança no amanhã, a não desistir, porque sempre tem alguém que não desiste de nós. E, apesarem de não terem asas, eles são capazes de nos dar as mãos e nos levar para bem longe dos terrenos escuros e densos em que às vezes nos perdemos. Eles voam com o coração e levam a gente junto. Gratidão.



Postado em Conti Outra



Amigo . . .



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Amigo é alguém que está envolvido com os nossos ideais e serve de alavanca para que, juntos, os realizemos.

Amigo não compete: soma forças e acrescenta.

Amigo é alguém que tem mais ou menos o nosso rítmo e não nos deixa esperando quando o assunto é importante. Aliás, Amigo sempre sabe o que é muito importante para nós.

Amigo, quando não concorda ou não aprova alguma atitude que venhamos a tomar, coloca-se de forma direta, sem rodeios. Ele não some, não fica emburrado, não faz jogo nem nos dá a retaliação do silêncio indecifrável.

Amigo é alguém que, estando acima de nós, nos ensina com bondade e estando abaixo de nós, aprende com simplicidade. Amigo é instrutor e aprendiz simultaneamente.

Amigo entende de diferenças individuais e as respeita, sem contudo traçar linhas divisórias intransponíveis que causam desapontamentos e bloqueiam a livre expressão da nossa maneira de ser.

Amigo é alguém a quem confiamos desde uma confidência até um testamento.
É alguém para quem podemos ligar ou procurar a qualquer hora porque há horas na vida que não podem esperar mais um minuto.

Amigo rejubila-se com a nossa vitória e sabe tornar a nossa derrota suportável.

Para um Amigo podemos contar os nossos feitos sem que pareça arrogância ou ostentação e podemos narrar as nossas fraquezas e fracassos sem que pareça humilhação.

Quem tem um amigo assim pode dizer que encontrou um tesouro.
Os demais não são amigos. São colegas eventuais sem comprometimento e estes sempre temos às dúzias.

Se você tem ao menos um Amigo, erga as mãos para o céu pela dádiva.
Seja para ele tudo que ele é para você e um pouco mais.

Aos colegas eventuais ... a eventualidade.
Ao Amigo verdadeiro, a incondicional Amizade!

Fátima Irene Pinto




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Agradeça por todas as amizades que ficaram na sua vida


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Guilherme Moreira Jr.

Porque algumas amizades não adormecem com o tempo. Elas continuam preenchendo e fazendo do nosso viver uma travessia especial. Amizades que ficaram merecem agradecimentos em larga escala, com sorrisos, sintonia e muito reconhecimento.

Se a sua vida não é um vazio completo, agradeça. Agradeça porque você teve a sorte de poder contar com boas amizades. Amigos que não cobraram nada em troca. Amigos sensíveis e cúmplices do seu passado. Você sabe que não é mole encontrar lugar no afeto de alguém. Tem gente que é distante de qualquer proximidade e ponto. Mas não os seus. Não os que você pode contar segredos, compartilhar experiências e ouvir coisas positivas. Para essas amizades despidas de invejas e egoísmos, agradeça.

Se a sua vida é mais bem-vinda, agradeça. São as amizades que te escolheram que você deve acolher. Aquelas que ficaram felizes enquanto você caminhava para instantes maiores. Em um mundo carregado de desapego, quem fica com você para uma saideira, quem não presta atenção na hora de ir só para te fazer companhia, quem só segura a sua mão e demonstra apoio e respeito. Para essas amizades, agradeça. Porque são relações ausentes de incertezas, achismos e promessas não cumpridas. Agradeça por isso e mais.

Se a sua vida não é mais uma contagem do que ganhou e perdeu, agradeça. Agradeça pela existência de quem foi solidário com você, de quem te fez enxergar luz em dias cinzas ou de quem simplesmente te fez esquecer que nada é tão pesado assim. É importante você reconhecer quem ficou por disposição, carinho e empatia. Para essas amizades que fizeram do acaso a melhor forma de construir um destino, agradeça.

Porque, sinceramente, é muito mais feliz quem tem amizades que ficaram sem a necessidade de um convite explícito. Elas apenas chegaram e temperaram tudo com leveza e reciprocidade. Agradeça por todas as amizades que você sabe não se tratar de quantidade, mas de qualidade.



Postado em Conti Outra










Se Eu Morrer Antes de Você


Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. 

Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. 

Se não quiser chorar, não chore. 

Se não conseguir chorar, não se preocupe. 

Se tiver vontade de rir, ria.

Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. 

Se me elogiarem demais, corrija o exagero. 

Se me criticarem demais, defenda-me. 

Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. 

Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. 

Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.

Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. 

E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : 
'- Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!' 

Aí, então derrame uma lágrima. 

Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. 

E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. 

Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. 

E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.

Você acredita nessas coisas? 

Sim? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. 

Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. 

Eu não vou estranhar o céu. Sabe porque? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!


Padre Zezinho. Amizade talvez seja isso... São Paulo: Paulus Editora, 1988.


Nota: Apesar de muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Chico Xavier, Vinicius de Moraes ou a Fernando Pessoa, o texto é da autoria de José Fernandes de Oliveira, conhecido como Padre Zezinho e está publicado em seu livro de 1988 "Amizade talvez seja isso..."




Afinal, qual é a chave para a felicidade?



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Estudo de Harvard com 75 anos de duração desvenda o segredo da saúde e da felicidade

Redação Hypeness


Pessoas? Dinheiro? Reconhecimento? Amor? Afinal, qual é a chave para a felicidade? Essa parece a mais difícil pergunta de nossas vidas, e foi justo ela que um estudo da Universidade de Harvard se dedicou a responder. O Estudo de Harvard sobre o Desenvolvimento Adulto procurou encontrar os fatores que podem nos levar a desenvolver a melhor saúde física e mental quando atingirmos idades avançadas.

Para responder uma pergunta tão difícil, o processo de pesquisa não haveria de ser fácil. O tal estudo durou nada menos que 75 anos, entrevistando e monitorando mais de 600 pessoas divididas em dois grupos: estudantes de Harvard e moradores das cidades vizinhas a Boston, onde fica a universidade. Junto das pessoas selecionadas eram monitoradas também suas famílias, através de entrevistas de dois em dois anos, exames médicos, e monitoração de experiências de interação com outras pessoas.

A pergunta que o Dr. Robert Waldinger, o quarto diretor que o estudo teve ao longo de tantos anos, levantou no Ted Talk abaixo, é o fundamento: Se você hoje fosse investir no seu melhor “eu” futuro, no que você colocaria seu tempo e energia?

E a resposta é simples e direta: o que melhor garante nossa saúde física e mental são as relações pessoais. Quem criou laços fortes com outros seres humanos viveu mais e melhor – para além de dinheiro, status ou emprego.

O sucesso maior de nossa vida está no afeto, trocado, dividido, saboreado e devolvido entre seres humanos. Parece óbvio, e é – mas é ainda bastante difícil. Sucesso e saúde, portanto, é ter amigos, família e amores. O resto é o resto.





Postado em Hypeness



A gente conta com poucos, mas esses poucos são os que contam pra gente !



No fim das contas a gente conta com poucos, mas esses poucos são os que contam pra gente !


Ana Macarini


Dentro da gente há inúmeros aposentos. Uns habitados por muitos. Outros habitados por poucos. Outros absolutamente vazios de outros, mas cheios de nós mesmos. Vamos sendo tecidos, fio a fio, pelas incontáveis conexões humanas que a vida nos apresenta.

Somos uma trama de tudo o que vivemos, ainda que tenhamos vivido sós. Mas, os outros… Ahhh… os outros são o nosso tempero, norte e perdição.

Há os que vêm só de visita, aqueles que são deliciosos como um café recém passado numa tarde de chuvinha fina. Há os que duram o tempo de um dia ou dois, aqueles que são maravilhosos como uma viagem surpresa de fim de semana. Há os que permanecem como hóspedes bem-vindos de um país estrangeiro, são aqueles interessantes e instigantes como filmes argentinos.

E há os que nos entremeiam e entrelaçam-se a nós pelo resto de nossos dias, são aqueles arrebatadores livros inesquecíveis, daqueles que lemos quando eles ainda eram “proibido” para nós.

E, rendamos a importância justa àqueles que embarcam em nossas vidas, seja de forma meteórica, sazonal ou histórica, com a indecifrável missão de nos desafiar. São os desafetos, os desaforados, os difíceis de digerir. A esses, devemos as mais importantes lições. Sem eles, seguiríamos a vida acreditando em nuvens de algodão doce, coelhos que pintam ovos de chocolate e, até, quem sabe, na bondade inerente ao ser humano.

Ahhh…sim, é fundamental termos fé em alguma coisa, ainda que essa coisa seja a bondade inerente ao ser humano, uma fantasia ou um mistério divino. O único pequeno problema nessa crença é que ela pode beirar a ingenuidade, caso não seja acompanhada de um importante empenho próprio em tomar nas mãos a responsabilidade sobre acertar e errar. 

Fé sem reflexão é uma máscara sem buraquinhos para os olhos, só servem se você pretende ficar adormecido como se o escuro da noite fosse durar para sempre.

No fim das contas a gente conta com poucos, mas esses poucos são os que contam pra gente. São aqueles que cabem direitinho nas lembranças e no presente e que não nos causam nenhum tipo de aflição ou angústia sobre o futuro. Porque a gente sabe que eles não vão durar para sempre aqui do lado de fora. Mas vão iluminar para sempre o nosso lado de dentro.



Postado em Conti Outra



Amizade sem trato




Martha Medeiros


Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família.

E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo mesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. É uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica? 

Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.

Amizade não é só empatia: é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.

As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir falta da pessoa. E, quando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?

Acho que é amor.

Oh, céus! Santa pieguice. Amor? Esta lenga-lenga de novo? 

Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se atire no seu sofá e chore todas as dores dele sem que você se incomode nem um pingo com isso. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam. 

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. 

E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.



Aos amigos malucos que a gente tem





Juliana Valentim

Eu quero ter amigos que caminham por essa vida com paixão. Amigos que cumprimentam os vizinhos por vontade, não por obrigação. Eu quero ter amigos que caem na pista para dançar qualquer música, de qualquer estilo, desde que a festa esteja boa. E que dançam sem medo do que vão pensar da desenvoltura dos seus passos mal ensaiados. Eu quero ter amigos que rebolam! E se, porventura, perderem o rebolado pelos caprichos da vida, que eu possa ajudar a reencontrá-lo.

Quero ter amigos malucos (do bem)! Porque amigos malucos dizem muito sobre uma pessoa. Amigos que não precisam das redes sociais para mostrar que se amam, amigos que acordam na madrugada para ajudar a tirar o seu carro que atolou na lama. Escolho meus amigos não pela pele, mas pela pupila. Assim como Oscar Wilde escolhia os dele.

Eu quero ter amigos que me levem para comer pastel na feira, em uma noite de lua cheia, depois de um longo dia de trabalho. Amigos que sabem que um pastel com caldo de cana pode valer mais do que um prato caro no restaurante chique do bairro.

Quero ter todos os tipos de amigos: os que me ajudam a atravessar a ponte, os que me empurram da ponte (quando isso for o melhor pra mim) e os que se jogam da ponte comigo. Sem contar os que já estão lá embaixo para me segurar, caso eu caia da ponte sem querer.

Eu quero ter amigos dentro do armário, fora do armário, e onde mais quiserem estar! Quero ter amigos que topam tomar uma cerveja no pé sujo, com copo de requeijão engordurado, só para ouvir aquele samba bom. Amigos que se divertem, no samba ou em qualquer lugar. E que saem da dieta, vez por outra, pela coxinha da Dona Zilá.

Eu quero ter amigos que batalham pelo que querem, seja o que for. E que não me julguem quando o que eu quiser for outra coisa. Quero ter amigos que gostam de flor, de cachorro e de criança. Quero também aqueles que preferem videogame. Quero amigos casados e solteiros, desde que procurem a felicidade. Mas se a tristeza bater, que acreditem, podemos enfrentar juntos qualquer fase.

Eu quero ter amigos que saibam perdoar quando eu falar besteira. E que não me troquem facilmente por outra amizade que aparecer, pois sabem que no coração sempre cabe mais um. Quero ter amigos de infância que viveram comigo a dor e a delícia da adolescência desengonçada de buços fartos e monocelhas.

Eu quero ter amigos de riso fácil, abraço largo e um aconchego indizível. E que o meu colo possa oferecer tudo isso para eles também. Amigos que me conhecem e, mesmo assim, me amam. Que eles saibam que a recíproca é verdadeira.

“Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril”. Foi Oscar Wilde, novamente, quem disse isso. Com certeza, um cara rodeado de bons amigos.


Postado em Sábias Palavras



Amizade em poesia




Amigo Aprendiz


Quero ser o teu amigo.

Nem demais e nem de menos.

Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.

Sem forçar tua vontade.

Sem falar, quando for hora de calar.

E sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente, nem presente por demais.

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo, mas confesso: é tão difícil aprender !

E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias.


Fernando Pessoa



Os amigos e o Zodíaco




Ruth Manus

Gostar de astrologia é algo que nos torna alvo fácil de uma porrada de críticas. “Que bobagem”; “não é científico”; “você jura que acredita nessas coisas?”. Blá blá blá. 

Gente, me deixa acreditar no que eu quero. Tem gente que acredita em ET, em casamento, em promessas políticas, em gel anticelulite, em previsão do tempo. Cada um acredita no que quer, não nos atormentemos, vai, por favor.

E eu gosto mesmo, tenho bons livros. Não sou de ler horóscopo, sou de ler astrologia, de fato. 

Uma amiga astróloga uma vez me disse “é ingenuidade demais das pessoas saber que a posição dos planetas mexe com as marés, mas não mexeria conosco, que somos feitos de quase 80% de água”.

Essas leituras me fazem lidar melhor com as pessoas e compreender a sutil diferença entre características e defeitos. E me fazem aceitar melhor as bizarrices dos amigos, que, no fundo, são sempre coisas boas. É só saber enxergar.

Amigo de peixes é aquele que se emociona em mesa de restaurante. Conta uma história e começa a chorar no meio dela, ainda que vocês estejam pendurados num metrô lotado e você fique morrendo de vergonha. São os donos dos sentimentos confusos e das crises existenciais. Mas são também os donos dos abraços mais verdadeiros, que parecem nos engolir e nos sentir amados como nunca.

Amigo ariano não tem paciência. Não faça drama, que eles vão te dar uma chibatada na cara com um simples “pára coéssaporra”. Sutileza zero. Mas são eles os amigos que te incentivam a ir fundo quando aparece um desafio, os que te proporcionam as aventuras que sozinho você jamais teria, os que te encorajam a tentar e que vão estar lá caso dê tudo errado.

Touro é aquele para quem não adianta você dar conselhos por 3 horas. Ele sempre vai fazer o que quer, tá nem aí pra você. Teimosia é pouco. Amigo taurino é ciumento, possessivo, é bravo e é forte. Um taurino vai te ouvir, mas não vai passar a mão na sua cabeça. Ele vai te puxar pela mão e te mostrar como segurar os problemas pelo chifre. São leais como poucos, distância nenhuma os impede de aparecer quando você precisa.

Gêmeos (aí sou suspeita). Gêmeos fala, fala, fala. Gesticula, conhece todo mundo, tem histórias intermináveis sobre parafusos e libélulas. Um geminiano sabe como cansar nossa paciência (às vezes eles cansam até a si mesmos). Mas geminianos sabem alegrar uma mesa de bar, transformar um encontro em uma festa, fazer o povo rir com a simples combinação de bom astral e boas palavras.

O amigo de câncer é aquele ser estranho que nega convite pra festa open bar sob a justificativa de ter um aniversário de tia avó. Não adianta competir. Sua maravilhosa proposta nunca será mais atrativa para ele do que sua família e seu lar. Em compensação, ter uma amigo de câncer é ter a certeza de nunca passar um natal sozinho. Ou de ficar sem almoço numa 3ª feira. Debaixo da asa dele, você está sempre seguro.

Já o leonino precisa de holofotes. Precisa brilhar, reinar, chamar atenção de alguma forma, seja pela roupa inesperada ou por suas estranhas performances. E nunca ouse criticar seus cabelos. Mas no dia em que alguém falar uma única palavra contra você, tenha um leonino. São eles que te defendem com unhas e dentes. São fiéis escudeiros. Se tiver um no seu bando, você não corre riscos.

Amigo virginiano: o que tira os guardanapos usados e amassados da mesa do bar, faz uma limpeza rápida na mesa, seca os celulares respingados de cerveja. Ele vai criticar sua combinação de estampas, a bagunça do seu quarto, a sujeira do seu carro. Mas vai te impedir de comprar uma roupa que não combina com nada, vai te ajudar a planejar sua viagem e vai, sem que você nem perceba, te esclarecer os seus próprios pensamentos.

Amigos librianos: demoram horas para confirmar se vão ou não sair com você e quando finalmente chegam ao restaurante (e sempre chegam lindos), não sabem qual prato pedir. Librianos são os mais ponderados, nos fazem ver os vários lados da história, nos ensinam a ser mais diplomáticos e nos impedem de sair dando cabeçada por aí.

Escorpião é o amigo que nunca esquece. Não esquece que você não devolveu aquela camisa azul dele, não esquece que você não foi ao aniversário dele de 1999. Rancor? Bobagem. Mas, todo caso, é bom morrer amigo deles. Mas são eles que vão te ensinar a ser menos ingênuo. A desconfiar, a investigar antes de sair acreditando. E se mesmo assim você continuar sendo meio tonto, ele estará lá para evitar que alguém te passe a perna.

Sagitário é o amigo livre. Até demais. Sagitário é do tipo que diz “não te falei? tô mudando de país amanhã”. Tudo na boa, tudo sem traumas (para ele, pelo menos, porque você pode surtar, que ele vai achar exagero). Mas sagitário vai te dar vida, não vai te deixar ficar em casa num dia de sol, vai te chamar para viajar com ele (“te pego daqui meia hora”) e te mostrar que a vida é mesmo linda.

Capricórnio te dá um tapa na orelha quando você brinca de sonhar demais. Eles medem consequências, planejam, analisam o risco e decidem. E ficam loucos da vida se você achar isso bobagem. Mas são os que vão até o fim, que nos ensinam a planejar e lutar. Que nos impedem de desperdiçar dinheiro, de ficar em empregos meia boca, de viver uma vida sem metas.

Amigo de aquário nunca regula muito bem das ideias. São meio destrambelhados, excêntricos, parecem distantes, compram coisas que ninguém nunca viu, usam coisas que ninguém tem, ouvem bandas que talvez nem existam. Mas são os que nos incentivam a não ter medo do novo. São os que te contam a moda da próxima estação e os que nunca vão te deixar viver uma vida quadrada.

A emoção sincera de Peixes, as aventuras de Áries, a força de Touro, as palavras de Gêmeos, a acolhida de Câncer, a proteção de Leão, o cuidado de Virgem, a ponderação de Libra, a malícia de Escorpião, a leveza de Sagitário, o bom senso de Capricórnio, a ousadia de Aquário.

É o que basta pra vida. 


Postado no Sábias Palavras


Nos momentos de crise, a dor da exclusão social



Adriana Vitória



Um dia você acorda e é bastante popular. Muitos “amigos”, trabalho, projetos, vida social, liberdade de ir e vir e paz na terra, pelo menos na sua.

De repente, centenas de dias depois, você se levanta numa manhã e um furacão de problemas sérios estão a sua espera. Esfrega os olhos tentando entender o que está acontecendo, arruma os cabelos que ainda estão emaranhados, mas não dá, sua vida está de pernas pro ar.

Você fica tenso, perdido, sem saber pra onde vai ou o que fazer. Como se tivessem retirado seu chão.

Tenta ir resolvendo tudo, mas se enrola ainda mais.

Começa um período de declínio nunca antes vivenciado. Nada em comum com os altos e baixos da vida encarados antes. O trabalho já não rende, não consegue mais produzir como antes, tudo é um peso a ser carregado.

A grana vai ficando curta e as dívidas, antes nunca feitas, brotam como plantação. Começa a se desfazer dos poucos bens, ainda pouco usufruídos, que levaram anos pra serem adquiridos. Tudo pra conseguir colocar a cabeça no travesseiro e poder dormir.

Mas o pior ainda esta por vir, a exclusão social.

Aquelas pessoas, antes tão animadas pra te ver, começam a desaparecer. O telefone quase não toca mais, e quando dá sinal de vida, é uma empresa de cobrança. Você não vale mais a pena. Como se teus talentos, graça, generosidade, companheirismo e inteligência tivessem virado pó junto com seu dinheiro.

O que cabe no ombro amigo



Clara Baccarin

O ombro amigo é o lugar onde podemos relaxar a alma do existir diário, onde podemos despir as armaduras, liberar as lágrimas e as gargalhadas descomedidas. É onde podemos ser rosto com olheiras, roupa velha de usar em casa, onde podemos ser nós mesmos daquele jeito que às vezes não conseguimos ser nem quando estamos sozinhos.

O ombro amigo é como uma praia de nudismo para a alma. O ombro amigo é o lugar onde tudo é de graça, nada é ensaiado, nada é cobrado.

No ombro amigo, não se troca palavras sábias por sorrisos, um favor por outro, uma ajuda por compromissos. No ombro amigo às vezes as trocas não são justas, não existe balança tentando equalizar o que foi dado e que o que foi recebido. 

O ombro amigo é uma feira de trocas livre, às vezes trocamos uma camiseta velha por um vaso de porcelana chinês. No ombro amigo a gente dá o que pode e recebe o que o outro pode dar. Injusto assim, mas se os dois lados saem felizes e satisfeitos é isso que importa.

O ombro amigo não tem sempre mãos estendidas, olhares piedosos, sorrisos doces, mãos na cabeça, palavras de consolo. O ombro amigo às vezes nos deixa cair, nos vê ali no chão, feridos, pequenos, indefesos e apenas nos dá espaço e liberdade para que nós mesmos limpemos o sangue dos próprios joelhos, as lágrimas do rosto e levantemos sozinhos, com o coração cheio de novas brincadeiras.

O ombro amigo não nos fortalece, ele nos ensina a ser forte. O ombro amigo não é muleta, é espaço para voos e quedas.

O ombro amigo é onde podemos compartilhar nossas fraquezas, vergonhas, medos, não esperando receber conselhos sábios, mas rindo juntos do que nos faz feios e pequenos. O ombro amigo pode ser enorme e pode ser pequenininho, assim como nós.

O ombro amigo não quer nos ensinar nada, não fala muito de verdades do mundo, é mais ouvido do que língua. É mais troca de experiências do que palpites e juízos. É mais coração do que cérebro.

O ombro amigo não compete, não exige, não cria obrigações, não espera formalidades, não espera fidelidade ou prioridade. O ombro amigo deixa ser.

O ombro amigo nem sempre está por perto, às vezes não tem tempo, às vezes mora longe, às vezes precisa abrigar-se em outros ombros amigos, mas isso não importa, porque quando está presente ele sempre é aquele velho ombro amigo de sempre. Familiar, confortável e bom.

O ombro amigo é onde podemos descalçar os sapatos e enfim respirar aliviando o peito de tudo que temos que ser no mundo, mas não somos por dentro.


Postado no Conti Outra


Tenha um amigo maior do que você


Diego Engenho Novo

Tenha um amigo que seja maior do que você. Não somente pelos braços mais compridos que nem mesmo precisam se alargar para te abraçar. Nem mesmo pelas ciências da vida que ele já recita como um poema curto de Adélia Prado, ciências que você ainda tenta assimilar, com certa dificuldade. Tenha um amigo de alma maior, coração mais largo e olhar mais sereno que o seu.

E ele, em muito vai lembrar a candura de seu pai, o humor preocupado de sua mãe, e pouco a pouco também se tornará sua família. E mesmo nos dias em que ele se sentir menor e reivindicar seu colo, você ainda estará sendo protegido por ele. Há gente que cuida da gente num caminho inverso quando deitam na paciência do nosso colo, quando choram no mirante de nosso peito, quando a sua simples presença nos torna também um pouco maiores.

Tenha um amigo que seja maior do que você. Que lhe ensine a ser generoso com miudezas como te emprestar um livro que você nem pediu ou te levar para tomar café quando você estiver perdido. Que lhe mostre a dignidade desculpando-se quando você nem estava exatamente bravo e lhe perdoando exatamente nos momentos em que você não poderia ser tão mais errado.

E a partir do respeito imenso que você recebe dele e do respeito legítimo que devolve de volta, estará criado um adorável círculo vicioso, como as vasilhinhas que viajam de uma casa para a outra. Nunca vazias, sempre comadres, refil eterno de um agrado novo, marmitas fartas de gratidão e amor.

Tenha um amigo maior do que você. Para cultivá-lo como um campo florido que se alastra por quilômetros: delicado e imponente, simples e misterioso, valioso e aberto para quem quiser ver.


Postado no Conti Outra


Loucos e santos




Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, 
mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.

Marcos Lara Resende



Porque os verdadeiros amigos nos fazem chorar ?





Letícia Thompson

Antes eu pensava que os verdadeiros amigos jamais deveriam nos fazer chorar. Sim, deveria ser proibido. Até porque, ver um amigo chorar, nos faz chorar também e a vida é feita pra ser vivida com alegria.

Mas vou aprendendo no dia-a-dia que ainda tenho um longo caminho de aprendizado pela frente. E então vou descobrindo devagarinho, tal qual a madrugada vai descobrindo o dia, porque os verdadeiros amigos nos causam lágrimas.

Eles são, nessa forma de amor universal e múltipla, as pessoas que conseguem entrar dentro do nosso coração e tocá-lo. E tocam assim, com tanta sutilidade e fineza, que é nossa alma que atingem, é nossa sensibilidade que vem recebê-los. Daí as lágrimas... porque tudo o que é grande, inestimável e incompreensível no mundo arranca de nós esse sentimento de espanto.

Ah, sim... eles nos fazem chorar quando a saudade é tão grande que não encontramos palavras para explicá-la. Ou ainda, quando queremos imensamente estar na sua presença e tudo o que encontramos são as lembranças do passado. Ou quando nos arrancam bruscamente risos e lágrimas ao mesmo tempo lembrando do tempo bom e do que a vida carregou.

Os verdadeiros amigos distanciam-se, mudam-se, casam-se, mas continuam insistentemente e maravilhosamente, diria eu, a habitar nosso coração. E as lágrimas que nos invadem como chuvas repentinas não são de tristeza, elas são a forma como nosso coração se expressa para mostrar o quanto o outro ainda está vivo e eternamente apegado à nossa alma.

Lágrimas que nascem assim são benditas. São parte da nossa oração de agradecimento a Deus por ter transformado em amigos esses anjos que vêm iluminar nossa existência.




 


Árvore do Coração




Quisera, Senhor, neste Natal,

Armar uma árvore dentro do meu coração...

E nela pendurar, em vez de presentes,

Os nomes de todos os meus amigos...

Os amigos de longe, os amigos de perto...

Os antigos e os mais recentes...

Os que vejo a cada dia, e os que raramente encontro...

Os sempre lembrados, e os que às vezes ficam esquecidos...

Os constantes, e os intermitentes...

Os das horas difíceis, e os das horas alegres...

Os que, sem querer, eu magoei...

Ou sem querer me magoaram...

Aqueles a quem conheço apenas as aparências...

Os que nada me devem, e aqueles a quem muito devo...

Meus amigos humildes, e meus amigos importantes...

Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida...

Uma árvores de raízes muito profundas

Para que seus nomes nunca mais sejam arrancados

Do meu coração...

De ramos muito extensos

Para que novos nomes vindos de todas

As partes venham juntar-se aos existentes...

Uma árvores de sombras muito agradáveis

Para que nossa amizade

Seja um momento de repouso nas lutas da vida...



Autor Desconhecido