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Ciro Gomes : FHC vendeu o país e a alma









Quem não é mais presidente é você, Fernando Henrique



Elvino Bohn Gass

Do alto de sua arrogância, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou uma rede social para dizer que a presidenta Dilma deveria renunciar ou admitir seus erros. Conviria que ele se desse ao respeito e não maculasse ainda mais sua já tão enodoada participação na política do Brasil.

Pois FHC deveria lembrar-se que no seu tempo as pesquisas mostravam índices também muito ruins de popularidade. E que nem por isso ele renunciou ou veio a público admitir erros. Deveria lembrar-se que a inflação era maior do que agora. E que nem por isso ele deixou o governo ou admitiu sua incompetência. Que a taxa de juros era o dobro da atual. E que nem por isso ele pediu para sair ou fez um mea culpa.

Então, FHC não tem autoridade moral – que é conferida, entre outros requisitos, pela coerência – para aconselhar uma presidenta como Dilma, eleita legitimamente pelas urnas. Mas não deixa de ser lamentável que o outrora príncipe da sociologia produza, agora, oportunismos tão baratos a fazer dele um exemplar típico de conselheiro Acácio do ano 2015.

FHC já nem sequer escolhe os termos mais adequados para sua crítica, como conviria a um intelectual, mas reproduz sem qualquer constrangimento palavras de ordem de misóginos e xenófobos que desfilam com cartazes pedindo a volta da ditadura e o extermínio de seres humanos. Há quem veja nisso, não sem boa dose de razão, um exemplo acabado de decadência.

Sim, é a hipocrisia quem costura a manifestação do ex-presidente tucano ao tentar justificar suas observações por conta das “falcatruas do lulopetismo”... Ora, nem Lobão seria tão superficial, sorrateiro ou medíocre. 

De quê falcatruas fala FHC? Dos desvios na Petrobras, que até os delatores disseram ter começado... no governo dele? Do financiamento de campanhas por empreiteiras que doaram os mesmos milhões... ao candidato dele? Estaria se referindo às palestras pagas por empresas a Lula que, ora vejam, valem mais do que as dele no mercado de conferências?

O cavaleiro de triste figura em que FHC se transformou deveria, ao menos, lembrar que nem Lula nem Dilma compraram suas reeleições. Eles as conquistaram nas urnas. 

E quanto a sua solerte tentativa de invocar as palavras de Ulysses Guimarães dirigidas a Collor (“você pensa que é presidente, mas já não é mais”), redirecionando-as à Dilma, tenho a dizer: Dilma não pensa que é, ela é, e será até 2018, a presidenta legítima do Brasil. Quem parece que pensa que ainda é presidente mas não é mais, é você, Fernando Henrique.


Postado no Brasil247 em 17/08/2015


FHC — o Neoliberal I — perdeu o juízo, se algum dia o teve




Davis Sena Filho

Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, também conhecido como FHC é um ex-presidente politicamente conservador, inquilino da casa grande, que, vítima de uma fortíssima e tenebrosa amnésia, "esqueceu" tudo o que disse e escreveu, bem como pediu às pessoas para esquecerem também tudo o que ele fez, no decorrer de sua vida, a exemplo do que o grão tucano disse e escreveu.


Parecem confusas essas afirmativas, não é? Porém, elas retratam, fidedignamente, tudo o que o Fernando Henrique Cardoso é: negligente e incompetente; entreguista e antinacionalista; dissimulado e manipulador; e agora, na altura do campeonato de sua vida já octagenária, o grão-tucano, portador das características de um camaleão, torna-se oportunista e golpista.


Nada disso o que eu assevero é pessoal. Apenas retrato o que o ex-presidente tucano se mostrou em seus mandatos, pois governou o Brasil como se fosse um caixeiro viajante ao invés de ser um estadista, porque vendeu suas estatais estratégicas sem dimensionar o mal que cometeu, pois quando um povo tem seu patrimônio vendido lhe é subtraído ou prejudicado seu direito de se desenvolver, pois as empresas públicas têm como meta primordial zelar pela distribuição de benefícios, de renda e de riqueza.

Quando as estatais são entregues a grupos meramente capitalistas, a exemplo das empresas de telefonia, que visam somente acumular dinheiro, pagar mal seus empregados e fazer remessas de lucros exorbitantes, além de oferecerem um péssimo serviço, o povo sente, porque o dinheiro em mãos privadas somente serve para atender às demandas pessoais e empresariais de corporações econômicas que não tem o mínimo de compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

FHC é o Neoliberal I, também conhecido como o Príncipe da Privataria. Trata-se daquele senhor tucano, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. Repito: três vezes!


Ele ainda repartiu e sucateou a Petrobras, afundou a maior plataforma do mundo — a P-36, e, não satisfeito, foi o autor, inconteste, de um apagão de energia que durou um ano e meio. Repito: um ano e meio! Um recorde negativo de todos os tempos.

Além disso, não satisfeito com sua sequência de incompetências e inaptidões para governar, FHC aniquilou com a indústria naval deste País, bem como vendeu a Vale do Rio Doce, a segunda maior empresa pública brasileira, cujas riquezas estão debaixo da terra. Repito: debaixo da terra! 

Não é surreal o governo predador desse tucano do PSDB? Existem também tucanos no PMDB, no DEM, no PPS, no PSB, no PP e até mesmo no PT, vide o senador Delcídio Amaral e Cia.

Então, vamos à pergunta que se recusa a calar: Como mensurar o valor de uma empresa da grandeza da Vale se os produtos com os quais ela trabalha para depois vendê-los estão debaixo da terra? 

E como saber das terras que têm riquezas em seus subterrâneos se o Brasil é um País continente e, por sua vez, existem terras pertencentes à Vale do Rio Doce, que até hoje não foram exploradas?

A resposta eu deixo para o ex-presidente FHC ou para o senador José Serra, entreguista contumaz, um dos líderes emblemáticos da privataria dos anos 1990, e que recentemente apresentou projeto no Senado que praticamente entrega o Pré-Sal às petroleiras estrangeiras. O DNA tucano é realmente lastimável.

Hoje o grão-vizir da tucanagem posa como o líder da oposição, quando, não, dispõe-se a fazer o papel de decano do bom senso ou de guardião da democracia. 

Seria cômico se não fosse ridículo e trágico ter que ouvir ou saber das bobagens de Fernando Henrique Cardoso, que vestiu beca, samarra e capelo para apostar no golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita legalmente pela maioria do povo brasileiro.

Isto mesmo, o doutor e "príncipe" sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, mandou novamente todo mundo esquecer que ele um dia fingiu ser um democrata, mas que agora, por motivos "alheios" à sua vontade de pôr um tucano na Presidência da República, optou por ser um golpista com doutorado e, consequentemente, um desestabilizador da democracia brasileira com pedigree, o que o faz ser perdoado pelas classes dominantes, admirado pelos abutres da imprensa empresarial e também pelos coxinhas de classe média, batuqueiros de panelas de barrigas cheias, ao tempo que preconceituosos e analfabetos políticos.

Carta ao ex-presidente Lula


:


Dom Orvandil


Caro ex- presidente Lula

Li sobre sugestões de vários setores de que o senhor sente com Fernando Henrique Cardoso para conversar sobre a crise econômica e política que o País vive. Pessoas de boa vontade esperam isso dos dois ex-presidentes.

Conheço a realidade de seu papel na projeção de FHC em 1978. O ex-presidente foi candidato a senador por São Paulo. Parte da campanha dele se direcionou aos metalúrgicos através de panfletos de linguagem empolada e distante da realidade dos trabalhadores. Estes os recebiam e os jogavam no lixo, sem lê-los. A derrota seria estrondosa. 

FHC lhe pediu socorro para que intermediasse com o mundo operário. Atendo-o o senhor o levou aos portões das fábricas do ABCD e defendeu sua candidatura como de interesse da classe e do País.

Tenho para mim que se não fora o seu apoio Fernando Henrique Cardoso não ultrapassaria os limites da USP, onde lecionava e das páginas de alguns livros e artigos que escrevia sobre uma tese que ele mesmo negou, sendo expurgado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) por isso. Não se elegeria senador, não seria constituinte, não seria ministro nem chegaria eleitoralmente à Presidência da República. FHC deve o seu reconhecimento ao senhor.

Na presidência FHC atuou politicamente para quebrar a espinha dorsal do Estado brasileiro, da soberania nacional e da resistência dos movimentos sociais. Sua política internacional foi de dependência ao norte e contra a independência interna.

A aliança que fez para se eleger e se manter como governante foi com o espectro da mais atrasada e perversa política de direita. Juntou-se a grandes proprietários rurais, a banqueiros, à mídia, cujos burras encheu de dinheiro público na busca da blindagem de sua imagem política autoritária e excludente social.

Assim como as alças de sua imagem se sustentavam nos interesses antissociais e antinacionais durante o governo dele, onde aportou a partir da arrancada dada pelo senhor que o levou aos trabalhadores, sem compromisso traiu a origem de sua projeção para, após sair do governo, continuar o percurso da direita sendo sustentação do ódio fascista que toma conta do analfabetismo político e do senso comum.

Fernando Henrique Cardoso não é protagonista do Brasil, dos interesses sociais e, muito menos, das mudanças. Mesmo que vozes respeitadas e queridas sugiram aproximação sua daquele ex-presidente isso não faz sentido.

FHC faz a política do quanto "pior melhor". Pior para o povo; pior para os empregos; pior para os adolescentes, alvos da redução penal; pior para os direitos dos trabalhadores, miras da terceirização neoliberal; pior para a democracia, visada pelo golpismo; pior para a justiça, agora campo de justiceiros, de apurações seletivas, juízos inquisitoriais e sem fundamento na realidade; pior para a segurança com a polícia como meio de prisão e perseguição de desafetos; pior para as empresas nacionais, no governo dele arrasadas pela máfia internacional; pior para o patrimônio público, que ele vendeu tudo quanto pode; pior para os movimentos sociais, que ele confundiu com problemas policiais; pior para a decência política, que ele usou para corromper a cidadania e as instituições públicas.

Fernando Henrique Cardoso degenerou-se ainda mais e isso é muito claro nas suas companhias. Sua frente "do quanto pior melhor" não tem nenhuma relação de amor com o Brasil como Nação e como povo. Suas rixas são pelo poder como aparelho de consolidação da minoria branca da casa grande.

FHC só pensa no seu partido e nos que formam a frente onde cabem os neoliberais privatistas, os antinacionais, os fundamentalistas, os homofóbicos, os fascistas e golpistas raivosos, sempre falando e agindo com muito ódio. 

Aproximar-se dele, portanto, é perder tempo e o rumo do caminho justo e dos verdadeiros protagonistas do bem.

O senhor, ex-presidente Lula, deve dialogar com os verdadeiros protagonistas, a maioria perseguida pela direita e abandonada pela esquerda. A Presidenta Dilma também deve urgentemente retomar o diálogo com os protagonistas verdadeiros.

O Frei Leonardo Boff dá uma pista de onde estão os sujeitos do diálogo quando diz que separa o PT da causa que o criou. A causa é a que libertou milhões de brasileiros e brasileiras da miséria e da pobreza.

O senhor e a Presidenta Dilma devem dialogar com as centrais sindicais, com os sindicatos, com as lideranças dos inúmeros setores do movimento social, que há décadas lutam por cidadania e por uma sociedade nova mediada pela justiça social. O empresariado nacional esmagado pela crise econômica é protagonista fundamental no diálogo, antes que injetem dinheiro no golpe aventureiro. No mesmo caminho de angústias e sonhos se encontram prefeitos, vereadores, governadores e deputados estaduais, que devem ser envolvidos no diálogo.

Há deputados/as e senadores/as que merecem respeito e que devem participar do diálogo, mas o Congresso Nacional não é mais cenário para o diálogo consequente e salvador do Brasil. Os projetos principais e os debates que fazem lá não merecem mais o respeito da sociedade.

O cenário do diálogo deve ser montado pelas ruas, pelos auditórios das instituições acima mencionadas, pelas universidades, pelas igrejas e demais religiões, pelos campos, pelas matas e todos os recantos do País, as escolas, faculdades e universidades, sem distinção.

Há milhares de homens e mulheres de bem que são protagonistas do diálogo. FHC não é de diálogo porque é bajulador dos poderosos.

Qual deve ser o conteúdo do diálogo?

Muito do que precisa ser feito nascerá da escuta aos protagonistas, até agora não considerados pelo segundo governo Dilma. Do que disserem resultarão pressões por mudanças de rumo do governo, que deve se predispor a trocar agendas.

Outro canal que verterá conteúdo essencial já é apontado por grupos importantes no País. Uns o chamam de frente ampla, outros de núcleo de esquerda e outros de irmandade brasileira. O fato é que todos e todas os/as brasileiros/as de boa vontade, não golpistas e rezadores da praga do "quanto pior melhor" ou da balela "eleições limpas" devem ser chamados a formar uma ampla e irrestrita frente de defesa do Brasil com soberania, com democracia mais profunda, com reformas, com empregos, com afirmação das empresas nacionais, com renda, com direitos, distribuição de riquezas e defesa da Petrobras contra a corrupção e sua entrega à máfia internacional e suas pontas de lanças nacionais.

Esses são os protagonistas, esses são os espaços e daí nascerá a proposta mais plena do que todos os brasileiros precisamos para salvar a governabilidade para a maioria, prezado presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O senhor tem toda a autoridade, honradez e carisma capazes de nos unir a todos em tornos desse diálogo.


Postado no Brasil 247 em 27/07/2015


FHC o demagogo ...




A única coisa que se salvou no programa do PSDB foi a ausência de Serra 


Paulo Nogueira


Eu não estava esperando nada do programa de tevê do PSDB, mas…

Bem, mas mesmo assim ele conseguiu ser pior do que minhas mais baixas expectativas.

A única coisa decente foi a ausência de Serra.

O problema maior está na essência da mensagem.

As pessoas são instadas a achar que a maior tragédia nacional é a corrupção, e não a desigualdade.

E especificamente a corrupção depois dos anos FHC.

A partir dessa base cínica, errada e demagógica não há conteúdo que resista.

E então fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição.

Ao agir assim, FHC trata o brasileiro como um idiota.

Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?

Compare.

Poucas semanas atrás, o sociólogo italiano Domenico de Mais traçou um retrato do Brasil que faz FHC parecer um aprendiz desorientado.

Com propriedade, Domenico disse que o mal maior do Brasil é a desigualdade social. A corrupção – que deve ser combatida, e está sendo, aliás – é uma migalha comparada à iniquidade.

Acabe com a corrupção. Se você não acabar também com a desigualdade nada vai mudar.

Continuaremos a ter os extremos de opulência e miséria tão condenados por Rousseau.

Acabe com a desigualdade. O resto vem, e rápido. Sociedades igualitárias são muito menos corruptas que as demais, como bem mostra a Escandinávia.

E mesmo assim você não encontra um líder tucano que não fale em corrupção.

Até nisso o PSDB deveria se atualizar. Os tucanos usam, sem sucesso, a mesma arma desonesta que a direita empregou nos anos 1950 e 1960 para derrubar Getúlio e Jango.

Lacerda falava no “mar de lama”, e até essa expressão foi copiada por Aécio em sua fracassada campanha.

É uma estratégia velha – e despudorada.

Todos sabem que o presidente do PSDB anterior a Aécio recebeu 10 milhões de reais para não levar adiante uma CPI da Petrobras.

Todos sabem também do aeroporto privativo que Aécio mandou construir em Cláudio, em terras da família.

E mesmo assim os tucanos falam malandramente em corrupção como se fossem carmelitas.

Só quem leva a sério é aquele público que foi acertadamente caracterizado como “midiotas” – os analfabetos políticos que, sob o estímulo imbecilizador da imprensa, gostam de bater panelas e se enrolar em bandeiras para protestar na Paulista.

Fica a impressão de que FHC não tem ideia do mal que faz à imagem que o futuro guardará dele como político e intelectual ao falar tanto em corrupção.

Como presidente, ainda será julgado pela posteridade. A estabilização foi uma vitória, mas um olhar mais profundo sobre o programa de privatizações à Thatcher pode ser fatal para sua reputação póstuma.

Como sociólogo, dada sua monomania – a corrupção –, FHC já foi para a lata do lixo faz muito tempo.


Postado no Contraponto em 20/05/2015


Os crimes de FHC contra a Petrobras !












Mino Carta : Lula é o maior Presidente do Brasil e Fernando Henrique é um blefe !



Dois grandes Jornalistas : Paulo Henrique Amorim e Mino Carta

Vídeo imperdível !






A opinião dos brasileiros, de acordo com as últimas pesquisas do Datafolha, de que o Presidente Lula foi o maior a ocupar o cargo é compartilhada pelo jornalista Mino Carta, da Carta Capital.

Em entrevista exclusiva a Paulo Henrique Amorim, Mino chega a lembrar de Getúlio Vargas para enaltecer o petista que governou o país por dois mandatos, de 2003 a 2010.

“O Lula fez o melhor governo do Brasil Republicano desde sempre. Já o Vargas, a meu ver, é o maior estadista brasileiro, pois ele teve um projeto de Brasil, de estadista”, disse o diretor de redação da Carta Capital na última segunda-feira (20).

“O projeto do Lula se dá em outro momento, evidentemente. Ele teve a felicidade de durar os oito anos e conseguiu tirar da miséria 30 milhões de brasileiros”, continuou Mino.

Nascido na Itália e no Brasil desde 1946, o jornalista que fundou, além da Carta, as revistas Quatro Rodas, Veja e criou o Jornal da Tarde, definiu o PT como um partido igual aos outros após chegar ao poder e lembrou a trajetória do partido idealizado por Lula, em plena ditadura militar, quando fez uma entrevista com o então metalúrgico para a IstoÉ, em fevereiro de 1978.

“O PT nasceu em circunstancias favoráveis à criação de um partido de esquerda. Na época das greves que tentavam apagar o peleguismo. Foi uma ideia de Lula criar um partido dos trabalhadores. O PT conseguiu criar uma ideia de partido autentico, de fato. E a ideia inicial do partido foi cumprida. Mas, eleito o Lula, com o PT no poder, ele passou a se comportar como todos os outros”, opinou.

Ao falar da trajetória de Lula, Mino o comparou ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“O Fernando Henrique é um blefe total, um inativo, mistificador, que ganhou uma fama imerecida. Ninguém nunca leu um livro do FHC. A única coisa que alguém registra como importante na vida dele não é obra dele, que é a Teoria da Dependência, que ele confirmou na prática”, declarou Carta ao Conversa Afiada.

Na entrevista, Mino ainda discorreu sobre o Governo Dilma, o Brasil da Casa Grande e Senzala e Daniel Dantas, quem chama de “o dono do Brasil”. Sobre o tema, o entrevistado revela bastidores da Operação Satiagraha e da prisão de Dantas em 2005, que contou com pressões de políticos, e o recebimento de um telefonema do ministro da Justiça à época, Tarso Genro.

Abaixo, outros trechos da entrevista:

O Brasil da Casa Grande e Senzala:

O Lula tirou 30 milhões ou mais da senzala.

Estar na senzala não é só uma questão material.

Ao tirá-los de lá, não lhes entregou a consciência da cidadania. Eles são mentalmente escravos.

O povo brasileiro é de uma infantilidade dolorosa e despido de consciência política.

Não tem noção de seu poder. É de uma covardia avassaladora.

Governo Dilma:

Nós [Carta Capital] apoiamos a Dilma, mas acho que o Lula escolheu mal. 

Não tenho duvida quanto a boa fé e a retidão da Dilma.

Mas o Governo da Dilma foi um desastre.

Em primeiro lugar, ela não soube se cercar das pessoas que poderiam ajudá-la a governar.

O José Eduardo Cardozo [ministro da Justiça] é um cretino. Isso é um desastre ferroviário para não dizer aéreo.

O Belluzzo e o Delfim Neto choram até hoje por terem aprovado o Mercadante [ministro da Casa Civil] na Universidade de Campinas

Daniel Dantas:

Ele manda no país. 

Ele está por trás de tudo. Pegue qualquer operação policial, inclusive as que não ocorreram.

A maior bandalheiras dos últimos tempos foi a Privataria Tucana e por trás de tudo estava o Dantas.

Os últimos 20 anos da história do Brasil têm o Dantas como protagonista.

Gilmar Mendes:

É uma das razões pela qual gostaria de ir embora.

Ele é a demonstração de Justiça em um país da Casa Grande e Senzala.

Ele trabalha para a Casa Grande.


Postado no Conversa Afiada em 23/04/2015


FHC é golpista, o PSDB é derrotado e a marcha de 15 de março é contra o Brasil




Davis Sena Filho



O tucano Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República. Apesar de ser carioca, trata-se de um político do Estado de São Paulo, unidade da Federação conservadora, que historicamente e politicamente sempre foi aliada dos interesses da burguesia bandeirante, da oligarquia rural e da plutocracia internacional.


FHC — o Neoliberal I — reflete o que São Paulo sempre o foi e nunca deixou de sê-lo: a Primeira República, a República Velha ou a Politica do Café com Leite. Este político, que já "bebeu" da literatura de Karl Marx, hoje é a fina flor dos interesses das classes dominantes, do empresariado nacional e internacional e dos governantes das grandes potências do ocidente.


O grão-tucano, na verdade, pertence à corrente de pensamento conservadora, que defende a hegemonia de classe, a privatização do patrimônio público, o estado mínimo e a dependência máxima, porque quer ver o Brasil subordinado aos interesses estrangeiros. Saiu da esquerda para a direita, e hoje, lamentavelmente, apregoa um golpe político contra a presidenta trabalhista Dilma Rousseff, recém-eleita pela maioria dos eleitores brasileiros, em eleições livres, justas e democráticas.


A verdade é que o tucano que governou este País, no papel de caixeiro viajante e jamais como estadista, porque se recusa, tais quais ao PSDB e às "elites", a pensar o Brasil, nunca aceitou o sucesso do ex-presidente Lula na Presidência da República, ao sair o poder com 82% de aprovação popular, bem como requisitado por governos de inúmeros países para visitá-los e ser homenageado, como deve ser tratado um mandatário que mudou o Brasil para melhor, ao desenvolver seu mercado interno, criar mais de dez milhões de empregos e praticamente eliminar a fome e a miséria, além de ter sido o principal articulador do Brics, da Unasul e do Mercosul, a fazer com que o poderoso País sul-americano fosse respeitado em todo o planeta.


Por sua vez, Fernando Henrique Cardoso recusa a se recolher à sua própria insignificância política, porque se não fosse os magnatas bilionários de imprensa e seus feitores aboletados nos covis das redações das grandes mídias meramente de mercado, o PSDB e o Príncipe da Privataria não sairiam dos limites de São Paulo, o Estado conspirador, reacionário ao desenvolvimento do Brasil e de caráter e intenção separatista.


Blindado politicamente pelos barões da imprensa alienígena, FHC, malandramente e sorrateiramente, dá uma de João sem braço, apoia e fomenta o golpe institucional contra Dilma Rousseff, ao tempo em que aconselha aos membros do PSDB que, todavia, tal apoio não deve ser dado aos golpistas de 15 de março — a maioria coxinha udenista de classe média —, de forma oficial, mas, conforme o grão-caixeiro viajante, “Tem que ficar claro que nós apoiamos, mas não somos os promotores”.


FHC muito se parece com o ex-presidente Washington Luís, nascido no Estado do Rio de Janeiro, como o tucano, e igualmente adotado pela burguesia de São Paulo. O último presidente da República Velha foi derrotado pelas forças getulistas, juntamente com seu aliado, Júlio Prestes, que não conseguiu assumir a Presidência da República em 1930, porque o trabalhista gaúcho e líder de revolução, Getúlio Vargas, assumiu o poder, com o apoio da Paraíba e de Minas Gerais. Os mineiros se sentiram traídos por São Paulo, que não cumpriu o acordo de revesamento entre ambos. Na Primeira República, os dois estados eram hegemônicos, no que concerne a controlar o governo central.


Nos dias de hoje, percebe-se claramente que São Paulo e Minas, dos ex-governadores do PSDB, Aécio Neves e Antônio Anastasia, derrotados pelo PT nas eleições para governador em 2014, reviveram a República Velha, como se estivessem em 1932, uma tentativa de golpe de estado da burguesia paulista, depois transformado em marcha comemorativa anual, com a finalidade de relembrar o que a casa grande do estado bandeirante chama de "Revolução Constitucionalista". A resumir: todo ano a burguesia paulista comemora a derrota.


Contudo, a verdade é que tal evento bélico não passou de uma quartelada mais longa, cujo objetivo era retroceder à Era da Política do Café com Leite. A secessão golpista de propósitos elitistas foi sumariamente derrotada por Getúlio Vargas, e, consequentemente, a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo, até os dias de hoje não tem uma única rua com o nome do estadista gaúcho responsável pelo Brasil moderno, por sua industrialização e pelas leis trabalhistas, que tiraram o trabalhador brasileiro da condição de semi-escravo.


Fernando Henrique — o presidente que entregou o Brasil — continua a velejar por mares bravios e a caminhar por veredas tortuosas, pelo simples fato de não ter quaisquer compromissos com o desenvolvimento deste grande País e muito menos com a emancipação do povo trabalhador brasileiro. Sua convicção de levar o País ao retrocesso é plena, e não deixa margem à dúvida daqueles que combatem suas ideias e preceitos derrotistas, colonizados e entreguistas.


FHC é o caboclo com os punhos de renda e ar pedante. Você pode vê-lo a um quilômetro de distância e sabe, sem conhecê-lo, que se trata de um coxinha de alto calibre social e pouca consciência prática e teórica sobre as questões brasileiras, porque, irrefragavelmente, o tucano, como a maioria dos que frequentam o campo da direita e são inquilinos da casa grande, recusam-se a pensar o Brasil, porque adotaram países estrangeiros como suas referências de sonhos de consumo e exibicionismo barato por se considerarem vips.


O maior traidor da Pátria de todos os tempos, o que vendeu 125 estatais a preço de banana, o que desempregou e não construiu escolas e universidades, o que não prendeu corruptos e corruptores, o que depredou a Petrobras e afundou a plataforma P-36, o que deixou o País às escuras por causa de um apagão de 18 meses, o que mente ser o criador do Real, sendo que o verdadeiro criador da moeda é o ex-presidente Itamar Franco, e o que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes é, sem sombra de dúvidas, o FHC. Ponto.


Neste momento de crise política, o tucano-mor, que se diz um democrata, junta-se aos golpistas de sempre, a exemplo da imprensa comercial e privada, e dos partidos de direita, dentre outros personagens inconformados com a quarta vitória do PT, para insuflar um golpe institucional, porque, realmente, recorrer aos militares não tem mais sentido e nem razão. Mas, se pudessem, o fariam, porque a direita não se preocupa em defender a democracia, pois sem ela vive muito bem, sente-se confortável, além de se beneficiar e manter, indefinidamente, o status quo, pelo qual eu não tenho o mínimo respeito.


O Príncipe Privata orientou seus "súditos" a estimular o impeachment contra a Dilma Rousseff, porém, sem participar diretamente do movimento golpista e antidemocrático, a ser realizado no dia 15 de março, a ter os coxinhas udenistas de classe média a fazer a claque e a carregar vassouras "janistas", porque eles são contra a corrupção e a "tudo o que está aí". Só não são contrários ao que diz respeito à corrupção dos tucanos do PSDB, do DEM (o pior partido do mundo) e do empresariado que apoia tal campo político-ideológico conservador.


O traidor da Pátria brasileira, que até os recém-nascidos e os idiotas sabem de quem se trata, também ouviu um de seus "súditos", igualmente golpista como ele: "Temos que estabelecer esse limite, ter esse cuidado. Não será iniciativa partidária" — ressaltou Aécio Neves, o tucano duplamente derrotado por Dilma Rousseff, no Brasil, e por Fernando Pimentel, em Minas Gerais.


Então, vamos à pergunta que não quer calar: "Como é que é, cara pálida?" Vamos ver se eu entendi: o Aécio Neves é derrotado, e em seu primeiro pronunciamento no Senado apregoa o golpe e não reconhece a vitória legítima de Dilma Rousseff nas urnas. Depois disso, a imprensa corrupta e de negócios privados faz coro com o tucano derrotado e inconformado, ao ponto de grande parte de seus escribas de opinião pregarem o golpe, de forma direta e também dissimulada.


Depois disso, atores da política se juntaram ao propósito de não deixar Dilma governar e passaram a pedir o impeachment. Álvaro Dias, Ronaldo Caiado, Carlos Sampaio, Aloysio Nunes (este diz que vai ao protesto de direita), Agripino Maia, Rodrigo Maia, José Carlos Aleluia, dentre outros, apostam no impeachment, como forma de a direita chegar ao poder antes das eleições de 2018, até porque Lula pode ser o candidato do PT. 


Depois desses fatos e realidades pró-impeachment que a direita criou, essa gente diz, no encontro realizado no iFHC, que tem de "haver limites e não oficializar seu apoio" ao impeachment de Dilma? O que é isto, camarada? Os demotucanos enfiam a mão na cumbuca e depois escondem a mão, porque ficou presa e não conseguem retirá-la. Como sempre em cima do muro, até para assumir a cumplicidade com a tentativa de golpe contra uma mandatária eleita.


Eles esquecem que o vice-presidente é do PMDB, que se diz legalista e constitucionalista, além de se verificar no Brasil que os movimentos sociais urbanos e rurais, as confederações de trabalhadores, os estudantes, grande parte da classe média que vota na esquerda, a OAB, a ABI, as Forças Armadas, dentre outros órgãos, entidades e instituições não vão permitir que um bando de tucanos emplumados dê uma de brucutu golpista e irresponsável.


A verdade é apenas esta: fazer passeata e protestar é permitido. Dar golpe de estado, não. Fernando Henrique — o Neoliberal I — é golpista, o PSDB é derrotado e a marcha de 15 de março é contra os interesses do Brasil. É isso aí.  


Postado no blog Contraponto em 02/03/2015



Racismo paulista de FHC: dos marmiteiros aos "grotões mal informados"




Emir Sader


Brasil 247 - 6 de Outubro de 2014


A elite brasileira – cujo setor mais significativo vive em São Paulo – nunca engoliu o Getúlio Vargas, nem o Lula, como expressões de amplos setores populares que saem do seu controle. Perderam sempre do Getúlio e perdem sempre do Lula. 

Aí apelam para a discriminação e o racismo. Nos anos 1950, a UDN chegou a propor o voto qualitativo. Onde se viu o voto de um engenheiro valer o mesmo que o voto de um operário, oras? Um valeria 10, o outro valeria 1. Cansados de perder para a maioria trabalhadora, queriam mudar as regras do liberalismo que eles mesmo pregavam, para ver se tinham melhor sorte.

Quanto à linguagem, naquela época um político, Hugo Borghi, qualificou os trabalhadores que votavam no Getúlio como “marmiteiros”, de forma depreciativa para quem levava comida de casa para o trabalho. Era a forma de discriminar os trabalhadores vinda da parte de quem nem trabalhava, menos ainda conhecia o que era uma marmita.

O Getúlio assumiu a expressão, que passou a ser usada positivamente, identificando marmiteiro com trabalhador.

A relação dessa elite com o Lula reproduz, em termos cotidianos, o mesmo tipo de clichê e de discriminação. Por um lado, tenta passar a ideia de que os setores populares que votam no PT foram subornados pelo Bolsa Família e por outras políticas do governo, da mesma forma que se fazia em relação ao salário mínimo na época do Getúlio.

Agora FHC vem falar de gente “dos grotões, mal informados”, que por essa razão não se renderiam às denúncias e aos argumentos tucanos e seguiriam votando no PT. Aponta ele certamente para a população nordestina e as populações das periferias urbanas, beneficiárias de políticas sociais ou detentoras de um posto de trabalho assalariado e que votam concentradamente nos candidatos que sentem identificados com o efeito dessas políticas em suas vidas.

Anteriormente, quando essa população nordestina, totalmente abandonada, inclusive pelo governo de FHC, votava majoritariamente na direita – na Arena, no PFL e no seu sucessor, o DEM –, não era considerada “mal informada”. Quando começa a despertar sua consciência, aparecem essas formas discriminatórias.

Como não leem ainda os artigos do FHC, ficam mal informadas, se deixam enganar, subornar, ser instrumentalizadas pelo governo e pelos partidos de esquerda. Quando a informação chegar devidamente a esses grotões, eles reconhecerão que o melhor governo que o Brasil já teve foi o do FHC, os que o sucederam foram empulhações, que distribuíram migalhas, para enganar ao povo.

Reproduz-se assim o velho sentimento elitista da contrarrevolução de 1932, que tem como ícones, até hoje venerados pela elite paulista, os bandeirantes – caçadores de índios – e Washington Luís, famoso por achar que “a questão social é questão de polícia”.


Postado no  blog Contraponto em 06/10/2014


















LULA x FHC : Trabalhistas x Neoliberais - Compare







Petrobrax ...




AÉCIO NEVES É O ALTER EGO NEOLIBERAL DE FHC - A PETROBRAX

Davis Sena Filho

A turma da Petrobrax (os oldboys neoliberais de FHC) não tem jeito: odeia e despreza o Brasil. Esses neoliberais sentem, porém, mesmo sem tê-las, urticárias na pele só de pensar na autonomia e independência que a Petrobras poderá proporcionar ao povo brasileiro e ao desenvolvimento econômico do País.

O ódio e o rancor dessa gente são incomensuráveis, ao tempo que patético, ainda mais que o Pré-Sal começou a produzir e tem obtido recordes, como o acontecido em março, em que a camada do Pré-Sal atingiu a marca de 387 mil barris de petróleo por dia, além de registrar recordes nas produções de gás natural e fertilizantes.

As lideranças do PSDB, do DEM e do PPS — pautadas pela imprensa direitista de negócios privados — botaram as garras de fora e se regozijam por vislumbrarem a oportunidade de criarem a CPI da Petrobras, empresa símbolo do Brasil e da luta pela nossa emancipação como Nação desde os tempos do presidente trabalhista Getúlio Vargas.

O estadista criador também da Vale do Rio Doce e da CSN, que, juntamente com a Petrobras, formaram a base da nossa industrialização e impulsionaram o Brasil definitivamente para inseri-lo no capitalismo moderno — o capitalismo de massa tão propalado e admirado pela burguesia tacanha, provinciana e desprovida de qualquer estratégia de desenvolvimento, que sempre se beneficiou das obras dos trabalhistas das quais as "elites" quando no poder se tornaram ainda mais ricas, pois se locupletaram, porque, sovinas e descompromissadas com o País, governam para poucos em detrimento da grande maioria.

Como tudo mundo sabe, o (des)governo entreguista e subserviente de FHC — o Neoliberal I — tratou de vender o País e, consequentemente, impedir o acesso da população brasileira às conquistas sociais, tal qual já o fizeram inúmeros presidentes conservadores, testas de ferro das "elites", que edificaram um País rico e demograficamente ocupado por uma sociedade anti solidária através dos séculos.

Esses são o "projeto" de País e "programa" de Governo da direita brasileira, conforme já divulgado pelo candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves, que avisou aos banqueiros, aos grandes empresários de inúmeros setores e à direita nacional e internacional que está "preparado", se eleito, para "para {tomar} decisões impopulares".

E completou sua desfaçatez de caráter ameaçador: "Se o preço [das medidas] for ficar quatro anos com [índices de] impopularidade, pagarei esse preço. Que venha outro [presidente] depois de mim".

Aécio Neves deixou claro que se chegar ao poder vai retroceder e tentar implantar no País mais poderoso da América Latina, vítima de um golpe civil-militar vampiresco em 1964, os princípios do neoliberalismo, ou seja, a exclusão do estado no processo de desenvolvimento econômico do País.

O senador tucano é indubitavelmente o alter ego de FHC — o Neoliberal I. Ele prometeu a seus pares empresários dar total liberdade a tubarões e tigres, adjetivos dos fundamentalistas do mercado, inclusive permitir que haja novamente a alienação do patrimônio público brasileiro, que os tucanos do PSDB jamais construíram, porque o que foi construído e consolidado neste País foi por obra e graça dos trabalhistas. Ponto!

Essa gente carrega consigo o DNA da dependência porque o social realmente nunca o foi e nunca o será a preocupação da direita e muito menos dos tucanos emplumados, que vivem em um mundo paralelo, realidade esta que o povo brasileiro não tem acesso e muito menos condições plausíveis para compreender o que não é justo e sensato.

A verdade é que a Petrobras vai ser sempre o alvo dos conservadores, principalmente quando eles estiverem fora do comando do poder central. Sempre agiram assim no decorrer da história e, ao perceberem os números, os índices e os lucros gigantescos da multinacional brasileira sob a administração do Governo trabalhista, tratam rapidamente de buscar subterfúgios como a criação de uma CPI, que, evidentemente, vai ser usada como ponta de lança da direita brasileira até o dia das eleições, em outubro.

Obviamente que o PT, o Governo trabalhista e sua base de sustentação não vão permitir que haja a instalação de uma CPI, cujo objetivo é sangrar a presidenta Dilma Rousseff, a candidata que lidera as pesquisas. Mesmo as do Ibope e da Datafolha, que são elaboradas com perguntas mequetrefes e rastaqueras ao eleitor e que têm a finalidade de negativizar e desconstruir o Governo Federal, para, já no fim do questionário, perguntar realmente o que interessa à sociedade: saber se o Governo é considerado bom ou ruim. Básico.

A intenção é deixar o Governo em uma situação de refém dos interesses de grupos privados, que depois disseminam as pesquisas ao público conforme as conveniências e interesses políticos dos empresários de mídias que, inquestionavelmente, são parceiros do PSDB e de quaisquer partidos ou candidatos de ideologia conservadora que possam derrotar o candidato das forças progressivas deste País.

Contudo, o tucano Aécio Neves ainda insiste em prometer o que já foi feito pelo presidente neoliberal, FHC. Aquele mesmo que foi ao FMI três vezes, humilhado, de joelhos e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes, além de ser o "pai" do apagão, de 14 meses, bem como do emblemático naufrágio da P-36, que, simbolicamente, refletiu a irresponsabilidade e a falta de zelo de um governo relapso com a causa pública.

O governo neoliberal, de caráter entreguista, colonizado e com vocação para o erro, como se fosse um delinqüente contumaz, que não se importa, de forma alguma, com as conseqüências causadas ao País e ao seu povo, que ficaram desprovidos de suas empresas estatais, estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, a exemplo da Telebras, uma holding de 12 empresas telefônicas, que tiveram suas ações vendidas a preço de banana, sendo que hoje temos uma telefonia das mais caras do mundo, cujas remessas de lucros bilionárias ajudam alguns países europeus a saírem do buraco em que se meteram desde o fim de 2008.

A Petrobras está a experimentar um dos melhores momentos desde sua fundação, em 3 de outubro de 1953. Tem batido recordes seguidos. Suas refinarias produziram em março quatro milhões de barris de diesel S-10, 20 milhões de barris S-500 e 14,8 milhões de barris de gasolina, além de ultrapassar a barreira dos 100 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

E o Aécio, político porta-voz dos interesses das classes ricas e do empresariado, vem com essa de dizer que está pronto para cometer desatinos "impopulares", que talvez sejam esses:

1) redução da oferta de créditos para a casa própria e para as pequenas e médias empresas; 2) Cortes nos empréstimos à classe média (o Bolsa Coxinha); 3) aumento das taxas de juros; congelamento de salários e pensões; 4) flexibilização da CLT; 4) aumento da tarifa da energia elétrica; 5) congelamento da tabela de imposto de renda pessoa física; 6) aumento do preço dos combustíveis; 7) extinção do Bolsa Família e de outros programas de fomento e de apelo social, a exemplo do Luz para Todos, bem como interferir de forma a prejudicar programas como 8) o Enem, o Pronatec e o Minha Casa, Minha Vida, dentre muitos outros.

A vitória eleitoral dos tucanos do PSDB significa retrocesso social, político e econômico, além de representar um abalo psicológico, que vai influenciar negativamente na autoestima do povo brasileiro. Um povo que nos últimos 12 anos teve acesso a incontáveis benefícios, entre eles a ascensão social, no que tange a consumir, a estudar, a trabalhar e a comprar bens duráveis, como casas, apartamentos, automóveis, elétricos e eletrônicos, assim como a frequentar bares, restaurantes, casas de shows, cinemas e os saguões dos aeroportos.

Porque se tem uma coisa que essa direita carcomida pelo tempo e perversa em sua natureza sabe fazer é trair e derrotar seu próprio povo e País, para que os grupos nacionais e internacionais que ela representa possam continuar a manter seus privilégios, bem como fortalecer o controle do estado e o domínio sobre os trabalhadores. Quem duvida, leia sobre a influência dos norte-americanos no golpe de 1964. Pura traição!

A Petrobras, mais do que qualquer grande estatal brasileira, sempre foi o alvo preferencial de partidos políticos de direita e dos empresários que os financiam e os evidenciam, a exemplo das Organizações(?) Globo, inimiga histórica da poderosa estatal, que no governo do ex-presidente FHC — o Neoliberal I — foi relegada a um segundo plano.

Os investimentos destinados à grande empresa nacional diminuíram muito, bem como a proposital falta de manutenção de seu parque industrial visava desqualificá-la como empresa para ficar mais fácil vendê-la às grandes corporações internacionais de petróleo, como ficou evidenciado no episódio do naufrágio, em março de 2001, da P-36, a maior plataforma de produção de petróleo do mundo, que custou na época aos cofres públicos US$ 350 milhões.

A verdade é que a intenção era fatiá-la ou desmembrá-la para ser vendida com o nome de Petrobrax. Alguns "gênios" fundamentalistas do mercado, pois fanáticos, consideravam o "Bras" de Brasil pouco vendável, bem como até hoje são possuidores de um sentimento de repulsa a tudo aquilo que possa lembrar o nome do Brasil e, consequentemente, sua independência perante os países imperialistas, que sempre defenderam os interesses da burguesia nativa de caráter entreguista.

Uma "elite" que atua e age em diversos segmentos, além de influenciar, por intermédio de seus canais, a classe média historicamente lacerdista e portadora de um gigantesco complexo de vira-lata, que a leva a ser submissa e comportada o suficiente para não questionar o domínio daqueles que ela considera as cortes estrangeiras dominantes e superiores, a serem seguidas e imitadas.

A classe que trata o sistema que a explora como normal, como se fosse algo da providência ou de ordem natural. Aquela que tem ódio e sente intolerância, porque despreza os povos pobres, os países subdesenvolvidos, ao tempo que trata as sociedades ricas e poderosas como suas soberanas, a quem essa classe acha que deve obediência, a seguir seus costumes e valores, pois serviçal, admiradora daqueles que se resignam a um papel secundário, pois de almas subalternas e mentes colonizadas. A classe de coração de espantalho.

A refinaria de Pasadena é matéria requentada. Sobre essa questão, tal qual à CPI da Petrobras, até os recém-nascidos e os mortos sabem que essas maledicências são efêmeras e que, sobretudo, têm por propósito as eleições de outubro. Fazer o que, não é? Quando o candidato conservador, Aécio Neves, abre a boca não diz nada com coisa nenhuma se percebe, sem sombra de dúvida, que a direita não tem programa de governo e muito menos projeto de País.

Por isto e por causa disto, a burguesia precisa (como os seres vivos necessitam de ar para viver) de subterfúgios, exemplificados em CPI, denúncias vazias, declarações em off, vazamentos em doses homeopáticas para que a imprensa de mercado faça sua novelinha maledicente, golpista e de péssimo enredo, no que concerne à divulgação de processos, investigações e inquéritos sigilosos, materiais esses cujas origens remontam a indivíduos ligados à Polícia Federal, à Receita Federal, ao Ministério Público, ao Supremo, a fim de combater os governantes trabalhistas, que mudaram o Brasil, melhoram para melhor as condições de vida do povo brasileiro, bem como são favoritos para vencer as eleições presidenciais deste ano.

O Brasil que o Aécio Neves diz querer em jantar com os tubarões ou tigres da economia não existe mais. Alguém, do PSDB ou do campo da direita, deveria avisá-lo. Aécio é jovem, mas sua cabeça é portadora da senilidade dos reacionários e dos egoístas. O Brasil desses burgueses não tem volta, porque os benefícios e conquistas sociais modificaram para sempre o discernimento dos brasileiros sobre os fatos e as realidades, bem como os inspiraram a querer mais, como deixaram claro e isentas de dúvidas as manifestações de junho passado.

A Petrobras é nossa! E a CSN, a Telebras e a Vale do Rio Doce, obras generosas do trabalhista e nacionalista Getúlio Vargas, deveriam voltar para as mãos do povo brasileiro. O PSDB e seus aliados do DEM e do PPS não têm compromisso com o Brasil. Aécio Neves significa retrocesso econômico e atraso social! Ele representa o que todo mundo sabe e já viu: o alter ego neoliberal de FHC — a PetrobraX.


Postado no site Brasil247 em 08/04/2014


Fernando Henrique censura o sorriso !




FOTO DE LULA E DILMA SORRINDO IRRITA FHC



Esses dias, uma foto alvoroçou o mercado jornalístico e a cena política brasileira. A foto não foi um flagrante, nem uma câmera escondida, nenhum político recebendo propina, nem em companhia de amantes ou figuras suspeitas, nada com uma aparência que ocasionasse algum tipo de reflexão perturbadora ou fora do comum. A foto em questão é essa.





Foto que o ex-presidente FHC considerou “esdrúxula” e perguntou: Por que tanta alegria?

Para qualquer mortal seria uma foto comum, uma reunião de trabalho muito animada, um momento de descontração. Mas, o olhar mais atento de alguém mais capacitado para tal feito, alguém que seja chamado por jornalistas de plantão de professor, Filósofo, Sociólogo, Ufólogo entre tantos títulos nobres, revelou algo mais profundo. O Príncipe da sociologia como não poderia deixar de ser, detesta o Brasil e para exemplificar melhor toda sordidez da foto, o “Professor Cardoso” nos leva em um passeio pela revolução Francesa entre Rainhas e Nobres. A crítica para a tal foto rendeu uma matéria especial no UOL.

VEJA O ARTIGO SOBRE A FOTO ALEGRE DO LULA E DA DILMA

Estranhos momentos os que estamos vivendo no Brasil. Há poucos dias os jornais publicaram a foto de um encontro no Palácio da Alvorada. De mãos dadas, a presidente e seu mentor posam vitoriosos, enquanto o presidente do PT e dois alegados chefes publicitários da futura campanha reeleitoral, embevecidos e sorridentes, antegozam futuros êxitos. Por que tanta alegria?

Será que, estando no poder central, eles não se dão conta do que vai pelas ruas, nem do que acontece no mundo? Não estariam a repetir a velha história de Maria Antonieta na Revolução Francesa? Não que eu esteja também a delirar. Bem sei que não há qualquer revolução à vista.

Mas a esdrúxula foto faz recordar o ânimo fútil da rainha, com os maiorais se deixando flagrar tão despreocupados, enquanto as pessoas estão, na realidade, assustadas. Assustadas com as sombrias perspectivas do futuro, temerosas da violência larvar de um povo que era tido como pacífico (não há dia sem ônibus queimados, nem sem pessoas amarradas apanhando dos que descreem da Justiça e querem fazê-la por conta própria), espantadas com a montanha de lixo jogada nas ruas pelos cariocas em um só dia de greve dos garis no Carnaval….  Fernando Henrique Cardoso Presidente da República (1995-2002).




Gleisi Hoffmann

Não me passaria pela cabeça que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pudesse iniciar um artigo de opinião censurando o sorriso de alguém. 

Ao indagar com tanto mau humor a razão da alegria estampada na foto da presidenta Dilma com o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada, o ex-presidente surpreende pelo azedume e pela amargura.

A sequência de ataques do artigo parece indicar que o autor renunciou à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate nacional, que muitos lhe atribuem, para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença da presidenta Dilma, e do poder central, em relação às manifestações das ruas e a alguns acontecimentos dos últimos dias. Com todo o respeito, cumpre que o ex-presidente volte à razão.

Testemunhei na Casa Civil o esforço da presidenta para entender e atender as ruas. Ela foi praticamente a única, entre as lideranças políticas deste país, a expor-se, a manifestar-se claramente, a ter iniciativas. As manifestações carecem ainda de melhor análise histórica, mas, seguramente, erra quem insiste em tentar atribuir toda a insatisfação ao governo central. Será que o ex-presidente acredita que as manifestações eram a favor da oposição? Nenhum governante da oposição foi alvo de protestos?

INSTABILIDADE

A sequência de ataques parece indicar que FHC renunciou à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate nacional; com todo o respeito, cumpre que o ex-presidente volte à razão.

Ele fala de crise do setor elétrico como se o apagão de 2001/2002 não estivesse na memória do país. A crítica à suposta imprevidência só pode ser a si mesmo e a seu governo. Sobre a inflação, diz que é “bem mais” que 6% ao ano, sem citar, contudo, qualquer fonte que possa sustentar seu índice impreciso e irreal.

Esquece-se de que deixou ao país uma inflação de 12,7% em 2002.

Com sua prosa instruída, sua cultura e sua força retórica, o ex-presidente cita Maria Antonieta e tenta, em vão, associá-la a personagens da história brasileira no presente. Não faz sentido.

Os líderes do atual governo, a começar pela presidenta Dilma, podem orgulhar-se da enorme proximidade com as pessoas. Governam para a maioria. Não é por acaso que os pobres melhoraram de vida e passaram a ter otimismo e esperança.

Fernando Henrique agora critica o clientelismo e a inépcia assegurada por 30 partidos no Congresso. Nem parece que passou oito anos no comando do Executivo, sem dizer “a” ou “b” sobre reforma política. E que governou com um sistema de base parlamentar tão ampla que alterou a Constituição Federal para garantir sua reeleição.

O curioso é que, depois de achincalhar o Congresso, o ex-presidente conclama o conjunto da “classe política” a assumir parcelas de responsabilidade sobre os rumos do Brasil para construírem a política do amanhã.

Fiquei pensando: ele tem direito de dizer o que muito bem quiser. Não tem é o direito de nos tomar por tolos.

Gosto da ideia de buscarmos unir a todos os brasileiros em torno das questões fundamentais para a nossa nação. Não concordo que os temas essenciais sejam a troca da guarda nem a revolta contra o sorriso, mas sem dúvida é preciso aprofundar o debate sobre a economia, a política e as questões sociais. Isso é o fundamental para a construção do futuro.

E o futuro pode ser edificado sim com alegria e sorrisos.


Gleisi Hoffmann senadora (PT-PR) e ex-ministra da Casa Civil (2011-2014).





Propina para reeleição de FHC


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ALSTOM RECONHECE PROPINA EM USINA DO GOVERNO FHC


Um dos pivôs dos escândalos de suborno de governos tucanos em São Paulo, a Alstom reconheceu também ter pago uma comissão, em janeiro de 1999, para vender equipamentos para a hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina. O valor correspondia a R$ 1,6 milhão (em valores de hoje, R$ 6 milhões). A revelação consta em documentos de uma auditoria interna, publicados pela  Folha de S. Paulo.

A hidrelétrica de Itá foi um dos projetos do programa de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Em 1995, a Eletrobras assinou a concessão para o consórcio AAI (Associação de Autoprodutores Independente), formado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), OPP Petroquímica e OPP Polietilenos (empresas do grupo Odebrechet) e a Companhia de Cimento Itambé.

Segundo fontes ouvidas pela Folha, a Eletrobras e a Eletrosul eram as empresas que tinham relações com a Alstom porque a multinacional é uma tradicional fornecedora do setor elétrico.

Em São Paulo, segundo depoimento à Justiça do ex-diretor comercial da multinacional, o engenheiro francês André Botto, a direção da Alstom na França autorizou o pagamento de propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões à época) para fechar um negócio com uma estatal paulista em 1998.

O esquema resultou no contrato com a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e a Eletropaulo para a venda de equipamentos para três subestações de energia.

O documento também menciona propina à Secretaria de Energia e às diretorias administrativa, financeira e técnica da EPTE. Na época, a pasta era comandada por Andrea Matarazzo - hoje vereador em São Paulo pelo PSDB, que arrecadou US$ 3 milhões para a própria reeleição de FHC (relembre aqui).

Propina para o presidente e todos os diretores

Reportagem desta segunda-feira do jornal Estado de S. Paulo também informa que, em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor administrativo da EPTE Gerson Kozma afirmou que ouviu nos corredores da extinta estatal que a multinacional francesa Alstom pagava propina para o presidente da EPTE, o diretor técnico, o diretor financeiro, bem como para funcionários da área técnica.

Segundo a Procuradoria, a Alstom ofereceu propina de R$ 23,3 milhões a funcionários públicos do Estado entre 1998 e 2003, nas gestões Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB (leia mais aqui).


Postado no site Brasil247 em 03/02/2014

Nota

FHC tem um discurso moralista na Grande Mídia, mas deixou um rastro de corrupção incomparavelmente maior que quaisquer outros governos. É a velha prostituta pregando recato e castidade (para os outros, é claro).



Fernando Henrique : o príncipe da privataria




Palmério Dória fala de seu novo livro: O Príncipe da Privataria




Justiça federal admite rever a privatização da Vale do Rio Doce





A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 6 de maio de 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, com financiamento do BNDES, por US$ 3,3 bilhões. 

Hoje a empresa comprada pelo empresário Benjamin Steinbruch vale US$ 196 bilhões – ou seja, na época foi um verdadeiro ‘negócio da china’. 

Denunciado como crime de lesa-pátria, o “negócio” patrocinado por FHC e José Serra, então Ministro do Planejamento, voltou a ser contestado na Justiça – assunto ignorado pela mídia - porque a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal de Brasília, reabriu o caso - como explica neste texto a jornalista Maíra Kubi Mano, de São Paulo. (OM)

Por Maíra Kubík Mano 

Se você tivesse um cacho de bananas que valesse R$9,00, você o colocaria à venda por R$0,30? Óbvio que não. 

Mas foi isso que o governo federal fez na venda de 41% das ações da Companhia Vale do Rio Doce para investidores do setor privado, em 1997. 

Eles pagaram R$ 3,3 bilhões por uma empresa que vale perto de R$ 100 bilhões. A privatização da maior exportadora e produtora de ferro do mundo pode ser revertida.

Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. 

“A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.

Entre os réus estão a União, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Eles são acusados de subvalorizar a companhia na época de sua venda. 

Segundo as denúncias, em maio de 1995 a Vale informou à Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reservas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. 

No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas. 

O mesmo ocorre com as minas de ferro no Pará, que em 1995 somavam 4,97 bilhões de toneladas e foram apresentadas no edital como sendo apenas 1,8 bilhão de toneladas.

Outro ponto polêmico é o envolvimento da corretora Merrill Lynch, contratada para avaliar o patrimônio da empresa e calcular o preço de venda. 

Acusada de repassar informações estratégicas aos compradores meses antes do leilão, ela também participou indiretamente da concorrência por meio do grupo Anglo American. De acordo com o TRF, isso comprometeu a imparcialidade da venda.

A mesma Merrill Lynch, na privatização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) da Argentina, reduziu as reservas declaradas de petróleo de 2,2 bilhões de barris para 1,7 bilhão.

Nova perícia

O Ministério Público entrou com um recurso junto ao TRF de Brasília, que foi julgado no ano passado. A sentença determinou a realização de uma perícia para reavaliar a venda da Vale.

No próximo passo do processo, as ações voltam para o Pará e serão novamente julgadas. Novas provas poderão ser apresentadas e os réus terão que se defender.

Para dar visibilidade à decisão judicial, será criada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Público. 

A primeira ação é mobilizar a sociedade para discutir a privatização da Vale. “Já temos comitês populares em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso”, relata a deputada, uma das articuladoras da frente.

Entre os marcos da privatização, que serão estudados e debatidos nos próximos meses nos comitês, está o Plano Nacional de Desestatização, de julho de 1995.

“Vendendo a Vale, nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1996.

A dívida interna, entretanto, não diminuiu: entre 1995 e 2002 ela cresceu de R$ 108 bilhões para R$ 654 bilhões. 

Na época, a União declarou que a companhia não custava um centavo ao Tesouro Nacional, mas também não rendia nada.

“A empresa é medíocre no contexto internacional. É uma péssima aplicação financeira. Sua privatização é um teste de firmeza e determinação do governo na modernização do Estado”, afirmou o falecido deputado Roberto Campos (PPB/SP) em 1997. No entanto, segundo os dados do processo, o governo investiu R$ 2,71 bilhões durante toda a história da Vale e retirou R$ 3,8 bilhões, o que comprova o lucro.

“O governo que concordou com essa iniciativa não tinha compromisso com os interesses nacionais”, diz a deputada doutora Clair.

A Vale se tornou uma poderosa força privada. Hoje ela é a companhia que mais contribui para o superávit da balança comercial brasileira, com 54 empresas próprias nas áreas de indústria, transporte e agricultura.

“Aqui na região de Eldorado dos Carajás (PA), a Vale sequestra todo mundo: governos municipais e governo estadual. Como o seu Produto Interno Bruto é quatro vezes o PIB do estado Pará, ela se tornou o estado econômico que colonizou o estado da política. Tudo está em função de seus interesses”, coloca Charles Trocate.

Trocate vivencia diariamente as atividades da empresa no Pará e a acusa de gerar bolsões de pobreza, causados pelo desemprego em massa, desrespeitar o meio ambiente e expulsar sem-terra e indígenas de suas áreas originais.

“Antes da privatização, a Vale já construía suas contradições. Nós temos clareza de que a luta agora é muito mais ampla. Nesse processo de reestatização, vamos tentar deixar mais claro quais são as mudanças que a empresa precisa fazer para ter uma convivência mais sadia com a sociedade na região”, diz Trocate. 

De acordo com um levantamento do Instituto Ipsos Public Affairs, realizado em junho de 2006, a perspectiva é boa: mais de 60% dos brasileiros defendem a nacionalização dos recursos naturais e 74% querem o controle das multinacionais.

Patrimônio da Vale em 1996

● maior produtora de alumínio e ouro da América Latina

● maior frota de navios graneleiros do mundo

● 1.800 quilômetros de ferrovias brasileiras

● 41 bilhões de toneladas de minério de ferro

● 994 milhões de toneladas de minério de cobre

● 678 milhões de toneladas de bauxita

● 67 milhões de toneladas de caulim

● 72 milhões de toneladas de manganês

● 70 milhões de toneladas de níquel

● 122 milhões de toneladas de potássio

● 9 milhões de toneladas de zinco

● 1,8 milhão de toneladas de urânio

● 1 milhão de toneladas de titânio

● 510 mil toneladas de tungstênio

● 60 mil toneladas de nióbio

● 563 toneladas de ouro

● 580 mil hectares de florestas replantadas, com matéria-prima para a produção de 400 mil toneladas/ano de celulose

Fonte: Revista Dossiê Atenção – “Porque a venda da Vale é um mau negócio para o país”, fls. 282/292, da Ação Popular nº 1997.39.00.011542-7/PA.

Quanto vale hoje

● 33 mil empregados próprios

● participação de 11% do mercado transoceânico de manganês e ferro-liga

● suas reservas de minério de ferro são suficientes para manter os níveis atuais de produção pelos próximos 30 anos

● possui 11% das reservas mundiais estimadas de bauxita

● é o mais importante investidor do setor de logística no Brasil, sendo responsável por 16% da movimentação de cargas do Brasil, 65% da movimentação portuária de granéis sólidos e cerca de 39% da movimentação do comércio exterior nacional

● possui a maior malha ferroviária do país

● maior consumidora de energia elétrica do país

● possui atividades na América, Europa, África, Ásia e Oceania

● concessões, por tempo ilimitado, para realizar pesquisas e explorar o subsolo em 23 milhões de hectares do território brasileiro (área correspondente aos territórios dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte)

Fonte: 5ª Turma do TRF da 1ª Região


Maíra Kubik Mano – Jornalista, foi editora do jornal “Le Monde Diplomatique” Brasil e editora-assistente da revista “História Viva”, além de trabalhar como freelance para publicações como “Carta Maior”, “Caros Amigos”, “Carta Capital”, “TPM” entre outras.