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Psicóloga revela por que quem só usa WhatsApp e evita ligações tem mais controle emocional e mental


Preferir WhatsApp a ligação pode revelar inteligência emocional mais alta, diz psicóloga

Se você é do time que vê o celular tocar e, em vez de atender, prefere mandar um “me manda mensagem?”, saiba que isso não é um comportamento tão raro assim – especialmente entre jovens adultos.

Pesquisas recentes mostram uma tendência crescente, principalmente em millennials e na Geração Z, de evitar ligações tradicionais e dar preferência às conversas por WhatsApp, texto e áudios.

A reportagem do Purepeople reúne especialistas que ajudam a entender o que está por trás disso.

A psicóloga e coach Olga Albaladejo explica que usar só WhatsApp, ou quase só mensagens, não é só “frescura digital”: muitas pessoas estão escolhendo uma forma de comunicação que lhes dá mais controle sobre tempo, energia e estado emocional.


Ao escrever, elas podem pausar, pensar com calma, organizar as ideias e responder quando se sentirem prontas, em vez de serem pressionadas a dar uma resposta na hora.

Na visão da profissional, essa preferência nem sempre fala de um traço fixo de personalidade, como introversão. É, antes, um jeito seletivo de se relacionar, uma forma de filtrar estímulos que exigem muito esforço emocional.

Mensagens de texto reduzem a carga de exposição: você não precisa lidar com tom de voz em tempo real, silêncios constrangedores ou respostas imediatas, o que diminui a ansiedade em situações sociais mais delicadas.

As ligações, por outro lado, são descritas por Albaladejo como um ato mais “arriscado”. Não há tempo para ensaiar, rever, apagar e escrever de novo. A interação é ao vivo, sem edição, e isso pode ser percebido como invasivo ou opressor por quem já está sobrecarregado ou tem histórico de ansiedade.

Para essas pessoas, a chamada telefônica exige presença total, disponibilidade naquele exato minuto e um tipo de energia que nem sempre está sobrando.


O texto também lembra que as gerações mais novas cresceram em um ambiente digital, em que mensagens de texto, chats e áudios dominam. Telefone fixo, para muitos, é quase peça de museu.

Assim, a chamada de voz acaba sendo vista como uma ferramenta meio ultrapassada, mais pesada emocionalmente e menos adaptada ao ritmo atual de comunicação – enquanto o WhatsApp se encaixa melhor na rotina e nas formas atuais de manter contato.

Há ainda um componente ligado à timidez e à ansiedade social. Psicólogos citados na matéria apontam que conversar sem a pessoa à vista, sem expressões faciais ou gestos, torna a comunicação mais trabalhosa.

Em ligações, temos menos pistas não verbais, o que obriga o cérebro a gastar mais energia para interpretar intenções, pausas, mudanças de tom.

À medida que o incômodo cresce, alguns passam a evitar o telefone com antecedência, criando até uma espécie de “fobia de ligação”.

Isso não significa, porém, que quem não atende ligações “tem problema” automaticamente. A psicóloga ressalta que pode ser simplesmente uma preferência de canal, associada a autocuidado e limite pessoal.

Há quem não se sinta confortável com as nuances da voz, com conflitos por telefone ou com a pressão de precisar responder na mesma hora. Para essas pessoas, a escrita permite manter certa distância emocional e escolher melhor o momento de se envolver na conversa.

Outro ponto importante levantado pelos especialistas é o equilíbrio. Quanto mais canais usamos – texto, voz, vídeo, encontro presencial –, mais completo tende a ser o contato.

Por outro lado, insistir em um tipo de comunicação que o outro percebe como ameaçador só aumenta insegurança e medo.

Na prática, entender que alguém prefere WhatsApp pode ser menos uma falta de educação e mais um recado sobre como essa pessoa organiza seus limites e protege seu bem-estar psicológico.




A era da insensatez e o caso do neto de Lula : Deus não perdoará !


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Lenio Luiz Streck

Resumo: A crueldade humana não tem efeito constitutivo; é declaratório. Assim como a imbecilidade. Ela sempre esteve aí. A internet a revelou! Se o mundo tem pessoas horríveis, meu dever é incomodá-las!

Duas frases marcaram a semana: a blogueira Alessandra Strutzel (sim, temos de dar nome aos bois e bois aos nomes!) disse, ao saber da trágica morte do neto de Lula, de 7 anos: "Pelo menos, uma notícia boa". E a do deputado Eduardo Bolsonaro (Deus acima de todos – eis o slogan da moda): A ida de Lula ao enterro "só deixa o larápio em voga posando de coitado"! Houve ainda muitos outros "pronunciamentos" de ódio e regozijo pela morte do menino de 7 anos.

Até onde chegamos? É o fundo do poço? O que Deus diria disso, ele que, conforme o slogan, "está acima de todos?"

Confesso a vocês – e Rosane, minha esposa e Gilberto, um de meus assistentes, são testemunhas – que esse episódio me abalou profundamente. Embarguei a voz. Triste pela morte da criança e estupefacto e magoado com a raça humana e com a reação das pessoas nas neocarvernas que são as redes sociais. Ah, blogueiros e influenciadores, coachings e quejandos, ah, quantos justos haverá em Sodoma? Abraão será um advogado que lhes conseguirá um HC?

Peço paciência para me seguirem no que vou dizer. No auge do macartismo, em audiência no Senado, o advogado Joseph Welch teve a coragem de perguntar ao senador McCarthy, o homem que deu nome à prática de ver comunismo em tudo:

"Senhor, você perdeu, afinal, todo senso de decência?" Pergunto aos odiadores que comemoraram ou trataram com raiva de Lula o episódio fatídico:"Senhores e senhoras, parlamentares, blogueiros, twuiteiros, whatsapianos e faceboqueanos: vocês perderam, afinal, todo senso de decência?"

Em tempos de hinos nas escolas, na era das acusações de marxismo cultural (sic), eu poderia muito bem falar aqui sobre o macartismo à brasileira. Não vou. Falo, hoje, sobre nosso senso de decência. Ou melhor, tento falar sobre o senso de decência que perdemos.

Também não vou falar — não diretamente — sobre aquilo que, agora, todos já sabem ter acontecido. Lamentavelmente, morreu o neto, de sete anos, do ex-Presidente Lula. Sobre isso, não há o que falar. É o zero total. É Timon de Atenas, de Shakespeare, propondo o fim da linguagem. Shakespeare, logo ele, que bem sabia que a linguagem é a casa do Ser (Heidegger).

Sou um hermeneuta. Bem sei que a linguagem é, como dizia Ortega y Gasset, um sacramento que exige administração muito delicada. Da palavra não se abusa; não se pode colocá-la em risco de desprestígio. É precisamente por isso que sei que sobre a morte de uma criança não se fala; lamenta-se. Chora-se.

Vou (tentar) falar, portanto, repito, sobre o senso de decência que perdemos. Confesso, é difícil: às vezes, a degradação e a desumanidade são tão grandes que também parecem impor o silêncio. Mas como Auberon Waugh dizia sabiamente,

se é verdade que o mundo é um lugar horrível com pessoas horríveis, temos o dever sagrado de incomodá-los sempre que possível.

Eis a minha tarefa: incomodar as pessoas horríveis. O que dizer em tempos nos quais uma legião de imbecis, para usar as palavras de Eco, aproveita-se da morte de uma criança e utiliza as redes sociais para destilar ódio e externar a própria baixeza? É hora do grito de Schönberg: Palavra, oh Palavra, que falta me faz!!!!

O que dizer quando se torna normal que um deputado — o mais votado da história do país — vai às redes sociais, sempre as redes sociais, para dizer que "cogitar" a saída de Lula para o enterro do neto (saída que está prevista na lei, diga-se) "só deixa o larápio [sic] em voga posando de coitado"?

Perdemos, afinal, todo senso de decência? Não, não tenho raiva. Sinto é...pena.

O que Deus, que está "acima de todos", diria? Ou dirá? Deus, que disse que nunca mais inundaria a terra:

"nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra".

Deus disse também que sempre que houvesse nuvens sobre a terra, e o arco aparecesse nas nuvens, lembrar-se-ia "da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a terra".

E se o Altíssimo mudasse de ideia? E se Deus dissesse que, afinal, a humanidade deu tão errado que é hora de um novo dilúvio?

E se o critério de seleção para o dilúvio fosse aquilo que se diz, espalha, compartilha, no WhatsApp? Já pensaram? Como falei na coluna passada (ler aqui), que tal se Deus fizer uma PEC e alterar o estatuto do purgatório? Então, a partir de agora, o juízo final será feito por Ele a partir do exame do WhatsApp de cada um (e também do twitter e face). Uma olhadinha e Deus manda para o inferno. Platão foi o primeiro a denunciar as fake news. Platão mostrou que dizer aos néscios que as sombras são sombras é uma coisa perigosa. Pode ser apedrejado. Como o sujeito que saiu da caverna o foi.

Dizer hoje, a quem está mergulhado nas redes e pensa que o mundo são as redes, que esse mundo é imundo, em que o joio fez fagocitose ruim no trigo, pode também ser perigoso. Denunciar isso pode dar apedrejamento. Por isso, Deus acertou em fazer essa PEC alterando o regulamento do purgatório. O critério é simples: uma olhadinha no whatts e face. E, bingo. Vai para o fogo do inferno!

George Steiner bem dizia: tornamo-nos a civilização pós-verbo. A banalização da linguagem, por meio das redes sociais, corrompe a ideia da verdade. O limite do que é socialmente aceito é colocado cada vez mais longe. O que é verdadeiro? Não há mais critérios. O que se pode dizer? Tudo, porque limites já não há.

A era da técnica e das redes sociais, que prometiam a democratização da informação, desenvolveram um vocabulário próprio; estabeleceu-se um novo jogo de linguagem. No lugar do paraíso da horizontalidade, o inferno da barbárie interior que se exterioriza. ("Hipocrisia, que falta você faz", diz Hélio Schwartsman.) Será que a blogueira que comemorou a morte do neto de Lula externaria o pensamento na fila do banco?

No princípio era o Verbo. E no fim, o que será? No final era o whattsapp? O facebook?

Nenhum homem é uma ilha. A morte de todo ser humano diminui a nós, que somos parte da humanidade. Talvez as palavras, sempre as palavras, de John Donne nunca tenham sido tão urgentes.

Mas um alerta: não pergunte, afinal, por quem os sinos dobram. A resposta pode vir pelo WhatsApp.

(Pergunto mais uma vez aos macartistas que recusam as regras do jogo de linguagem da decência e aderem ao jogo das redes, e já têm – sempre - comentários prontos: senhoras e senhores, perdemos todo senso de decência?)

Post scriptum: gesto humano foi, dentre outros, o demonstrado por Gilmar Mendes, conforme noticiou Mônica Bergamo (aqui). Também me emocionei quando li a matéria de Mônica. E entendi melhor ainda a minha emoção anterior.


Lenio Luiz Streck   Lenio Luiz Streck - Jurista, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito.

Postado em Brasil 247 em 02/03/2019


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