Não é questão de tolerância, mas de respeito






Marcos Ramon

Recebi essa mensagem ao lado em um grupo do WhatsApp.

Não sei como você vê isso. Pra mim é simples: uma pregação do ódio em nome da religião, do Estado e dos “valores civilizatórios”.

Se uma pessoa decide se casar com outra pessoa do mesmo sexo ou com uma árvore, isso não tem nada a ver comigo. E não, o nosso futuro não depende de um modelo compulsório de família cristã para todas as pessoas, ao contrário do que diz a mensagem.

Se fala muito atualmente sobre tolerância, sobre sermos tolerantes com os outros para termos uma vida melhor. 

Mas a verdade é que a tolerância não é uma coisa boa. Ninguém quer ouvir outra pessoa dizendo: “eu te tolero!”. E o motivo pra isso é simples. Dizer que se tolera alguém é o mesmo que dizer: “eu te detesto porque não somos iguais, mas como eu sou uma pessoa superior eu suporto a sua presença”. 

Já respeitar alguém é outra coisa. Dizer “eu te respeito” é como dizer: “eu sei que somos diferentes e não tem problema nenhum nisso”.

Aquela mensagem que recebi no WhatsApp é um exemplo claro da sociedade pseudodemocrática e tolerante que temos, onde tudo se (con)vence pelo voto da maioria (mesmo quando algumas coisas deveriam depender apenas do bom senso) e ninguém tem a menor intenção em cuidar apenas da própria vida.

O nosso futuro não depende de um modelo de família único  —  qualquer que seja  —  institucionalizado como lei, mas sim do surgimento de uma nova geração de pessoas que entendam a necessidade do respeito e da diferença para a vida em comunidade.

Chega de tanta gente tolerante.


Postado no site Medium em 12/11/2014


EUA serão ditadores da Internet?





Opera Mundi TV e TV Unesp lançam o terceiro programa da série "Aula Pública". 

Na edição desta quinta-feira (21/11), Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e especialista em tecnologia da informação, responde:

"Os EUA serão os ditadores da internet?"

"Após manobra de espionagem, a empresa norte-americana que venceu uma licitação para controles de radares da Amazônia entregou equipamentos com o código fonte fechado.

Ou seja, isso nos leva a crer que o controle de voo da Amazônia tem duas sedes: Brasília e Washington", afirma. 

Sobre espionagem, Amadeu crava: "Se Dilma deseja o mínimo de segurança, não pode utilizar Windows no computador dela".













Reforma política e o poder popular









Corte de cabelo 2015





iStock 000038546512 Small Cabelos Cacheados: cortes tendências para 2015













Conservadorismo e preconceito !


Presidenta Dilma é abraçada pelo povo ...






E o Brasil passou a odiar a corrupção...



Governo FHC, o governo mais corrupto da História do Brasil, segundo a própria Veja


Carlos Motta


Ocorre um fenômeno hoje no Brasil.


De repente, assim do nada, todos os agentes que há séculos se valeram, estimularam, se refestelaram, se envolveram até o pescoço, chafurdaram, se lambuzaram, e fizeram da corrupção o seu modo de vida, estão agora frontalmente contra ela, posando de paladinos na luta para exterminá-la da cultura brasileira.

Juízes, delegados, policiais, políticos, empresários em geral e donos de jornais em particular, jornalistas ... um mundo de gente se engajou na moda anticorrupção, e como prêmio tem seu nome estampado nos jornalões, naquelas que antigamente se chamavam de "letras garrafais".

Luzes, câmera, ação! 

O Brasil está sendo passado a limpo, anunciam os neoarautos da moralidade pública!

Não sobrará pedra sobre pedra, diz a presidenta!

Seus opositores, porém, tentam a todo custo mostrar que eles, sim, são os responsáveis por essa tremenda depuração - eles, os homens de bem.

Escândalos são divulgados diariamente, como se houvesse uma máquina construída exatamente para isso - torná-los públicos com a regularidade e precisão de um relógio suíço.

Na verdade, o Brasil afunda na hipocrisia.

Prender corruptos é algo que deveria ter sido feito há muito tempo, desde sempre.

Mas o fato é que desde sempre a corrupção está entranhada na sociedade brasileira, faz parte do dia a dia de todos nós, desde o cidadão comum que tem preguiça ou teme não passar num exame de motorista e acaba comprando uma nova carteira de habilitação, até o empresário que suborna um servidor público para obter alguma facilidade para o seu negócio.

O Brasil sempre foi corrupto - assim como praticamente todos os demais países.

O problema todo é que somente há poucos anos, exatamente quando se iniciou o ciclo dos governos do PT - esses mesmos governos acusados de serem os mais corruptos da história, quiçá até de terem introduzido a execrável prática no país - é que a corrupção começou a ser combatida como deve, por meios institucionais, como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

O que se vê hoje é 90% tentativa de desestabilizar o governo Dilma, demonizar o PT, principalmente, do que uma ação séria contra a corrupção. 

A principal consequência desse espetáculo de hipocrisia que os jornalões apresentam diariamente será paralisar o governo, e, assim, atrasar as medidas econômicas, políticas e sociais necessárias para o desenvolvimento do Brasil.

Mas é claro que é isso mesmo que querem os nossos cruzados pela ética e moralidade...


Postado no blog Crônicas do Motta em 20/11/2014


Resgatando a criança interior



"Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus".

 Mateus 18:3 
Paulo Tavarez


O que fizemos com a nossa criança interior? Onde foi parar aquela alegria de viver? Por que tornei-me um adulto chato, rancoroso, exigente e preocupado? 

A sociedade se orienta pela disciplina, premia com elogios aquela criança comportada, quieta e introvertida enquanto pune a curiosa, alegre, extrovertida e bagunceira, com isso, estimula ações pedagógicas repressoras, voltadas para uma padronização. 

O discurso de seriedade e obediência foi amplamente aceito, transformou-se em um modelo a ser seguido e hoje faz parte do senso comum. Tudo isso por que ninguém quer lidar com a leveza, a descontração e o desprendimento que são tão comuns na infância. 

Quando não estamos atuando de forma coercitiva com nossos filhos, criamos espaços para que eles não nos incomodem, pois raramente nos damos o trabalho de entrar em seus territórios, preferimos esperar que cresçam dentro desse isolamento e não percebemos que isso cria abismos que culminam em conflitos de gerações. 

Ao nos confrontarmos, portanto, com as crianças, queremos agir de forma repressora, impulsionados por esses modelos estabelecidos - os mesmos que nos ensinaram - dessa forma, queremos que se comportem como nós, adultos, e esse é maior equívoco, pois criamos mecanismos que atuam na desconstrução de comportamentos que julgamos inadequados no convívio com eles e o resultado é que desde a mais tenra idade a criança sofre com proibições e freios de toda espécie. 

Todo esse conjunto de procedimentos acabou criando uma sociedade de androides, uniformizada, que vive totalmente dissociada da própria natureza; uma espécie de ser humano que perdeu a completa conexão com a própria alma e vive sob os comandos de um programa que desconhece, cumprindo funções programadas, buscando o seu lugar dentro de um quadro social de controle, consequentemente, grande parte da humanidade vive totalmente inconsciente desta condição de servidão. 

O filósofo Jean Paul Sartre errou ao postular que a existência precede a essência; é exatamente o contrário, nossa essência se perdeu, foi completamente subjugada por um existência escrava de regras e modelos impostos, que nos ajustam de forma perversa aos imperativos do mundo. 

Poucos consideram a possibilidade de entrar no universo infantil e buscar uma interação mais profunda com a realidade enxergada e vivida por eles, poucos julgam relevante o estado de perfeita harmonia com o Todo que expressam, preferem pensar a criança como um estágio de inocência, sem perceberem que ostentam uma inocência (ou ignorância) muito maior do próprio Ser. 

Na verdade, todos nós, em algum momento, fomos violentados por preceitos educacionais, tirados à força de um mundo onde éramos felizes e estávamos descobrindo, de forma natural e gradativa, qual era o nosso papel nesse espetáculo da existência. 

A nota triste, de toda essa história, é que continuamos, como adultos, reproduzindo o mesmo comportamento de nossos pais e mestres, seguindo uma cartilha que teima em não se renovar e com isso a roda-viva permanece dentro da mesma dinâmica distorcida. 

Resgatar o nosso espírito brincalhão, alegre e descomprometido, é algo que passa pela libertação de uma criança interior que vive presa por condicionamentos impostos pela educação. 

Não podemos culpar os pais ou o mundo externo pelo estrago feito em nossa consciência, cada um ofereceu aquilo que acreditava ser o melhor, é preciso capitular, sair da condição de vítima e buscar um novo encontro consigo mesmo. 

É preciso nascer de novo, olhar o mundo sem as complicações criadas pelo medo, deixar de julgar, classificar, separar, agir no automático, não encarar a vida como uma luta, sair desse combate e simplesmente voltar a brincar. 

Jesus nos convida a agirmos como crianças, pois sabe que esse mundo é uma ilusão, deveria ser tratado com um gigantesco playground, pois nada daquilo que podemos conceber como realidade deve ser levado muito a sério. No hinduísmo, existe uma palavra que traduz de forma extraordinária esse conceito: Leela. 

Leela significa brincadeira, representa teatro da existência, simplesmente, porque trata a vida como uma encenação, algo que somos coagidos a participar. 

A vida deveria ser tratada com menos seriedade, nada daquilo que tanto valorizamos é real, trata-se de uma simples experiência, uma ilusão, a realidade está muito além dos fenômenos materiais, a realidade está na essência não na existência. 

A realidade é uma criança que vive a nossa espera, querendo brincar. 



Postado no site Somos Todos Um


Falem do SUS… Turista dá à luz por acaso nos EUA e recebe a conta: R$ 2,4 milhões




Fernando Brito


A classe média deslumbrada, que quer comprar enxoval de bebê nos EUA – como os juízes que reclamam de não poder comprar ternos em Miami – deveria prestar atenção na terrível matéria publicada hoje em O Globo e ver aonde a gula da medicina privada pode chegar.


A turista canadense Jennifer Huculak-Kimmel, grávida, viajou com o marido para passear no Havaí. Prudente, fez um seguro-saúde com a empresa Blue Cross.

Por acaso – e possivelmente por uma infecção urinária contraída durante a gravidez – ocorreu um inesperado estouro de bolsa e ela teve de fazer um parto prematuro.

Até aí, algo infelizmente não muito raro e perigoso para mãe e bebê.

Mas o “original” veio depois, quando recebeu a conta da internação que, como é comum quando o prematuro tem muitos problemas, durou dois meses.

A “notinha” era de “apenas” US$ 950 mil, ou R$ 2,4 milhões.

E, claro, o tal seguro saúde não a cobriu, alegando que não fez seguro para a criança.

Deixando de lado o drama pessoal da mãe e de sua criança, é o caso de perguntar que tipo de sistema de saúde é este?

Mercantilismo total. Extorsão sobre uma criança e uma mãe fragilizados.

É isso o que queremos para o Brasil?

Mesmo para quem pode pagar – e paga, bem caro – por um parto, ainda mais numa situação de emergência, será que podemos deixar que a saúde e a vida das pessoas sejam submetidas a isso?

Claro que uma UTI neonatal é cara, mas chegar-se ao ponto de cobrar R$ 40 mil por diária?

Pesquisem e vejam como a coisa anda por aqui. Não chega a isso, claro, mas não vai ser difícil achar preços de R$ 4 ou 5 mil por dia, sem contar a equipe de médicos…

Um sistema de saúde que chega a isso não é de saúde, mas de completa doença social.

Será que isso não escandaliza os nossos médicos, que sabem que estes valores são subsidiados pelos contribuintes, pois despesas médicas são dedutíveis no Imposto de Renda?

É fácil chamar de escravos os médicos cubanos que vêm trabalhar por salários modestos. Difícil é chamar de mercenários quem faz coisas como estas com um criança recém-nascida, prematura, em sério risco de morte.

Podem achar que são deuses. Mas só podem mesmo ser demônios, os que fazem isso.



Postado no blog Tijolaço em 20/11/2014


Esquilo esperto leva câmara GoPro e ...